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História Sublime - Sobre vidas entre famílias.


Escrita por: pyromanic

Notas do Autor


Ola amores. Como vocês estão? Espero que bem! Como de rotina mais um sábado mais um capítulo e infelizmente agora eu digo em reta final :(
Espero que estejam mais tranquilas e não queiram me assassinar. Ri demais com vocês comparando a última cena com a de uma novela, isso que dá ter assistido tantas na infância. Acho que estão ansiosas para essa conversar né? Não irei enrolar mais.

Boa leitura. ♡

Capítulo 25 - Sobre vidas entre famílias.


Fanfic / Fanfiction Sublime - Sobre vidas entre famílias.

Sublime

Vigésimo quinto capítulo: Sobre a vida entre famílias.

por: pyromanic.

Sua respiração encontrava-se ofegante enquanto continuava olhando para o homem que o criara. Estava com a raiva percorrendo seus poros, além da decepção que tinha deixado um gosto bem amargo em seu paladar. Ainda estava com um lado de seu rosto latejando, mas a sua dor não era pelo tapa que levara, e sim pela família destrutiva que tinha. Viveu anos com a amargura de seu pai e o desprezo de sua mãe, agora que estava finalmente livrando-se das amarras invisíveis que eles tinham imposto sobre si, lá estava seu pai, para lhe mostrar que aquele ciclo jamais teria um fim.

— O que você estava pensando hein, Park Chanyeol? — Seu nome junto do seu sobrenome. Era sempre assim que ele lhe dirigia a palavra, sempre o lembrando a qual conjunto familiar pertencia. — Você estava sujando cada parede da minha empresa com essa sua criancice. Não estava respeitando o legado que seu avô criou e que eu tive tanto trabalho para dar continuidade. Mas você sempre foi assim… Nunca se importou de verdade não é? Eu pensava que a Yoora fosse a minha grande decepção…

— Não fala dela! — O interrompeu rangendo os dentes, finalmente tomando autoridade para responder seu pai. — Não uso o nome dela nessa boca suja.

— Não sou eu que estava beijando outro homem! — Gritou, retornando à pauta do assunto, fazendo o coração de Chanyeol se acelerar. Era uma terrível situação que estava o deixando com os nervos à flor da pele. — Eu pensei que tivesse superado essa fase. Sabe… Na adolescência é normal ter esse tipo de rebeldia. A Yoora, por exemplo, arranjava um namorado novo a cada semana e você inventou que seria divertido experimentar também, né? Mas agora você é um homem adulto, não pode mais brincar dessa forma.

— Você acha que eu estou brincando? Acha que a minha vida é uma piada? — Tomou fôlego para responder. Tinha esperado mais de vinte para se revelar aos seu pais, infelizmente da maneira errada aquele era o momento. — Eu vivo da maneira mais correta possível e você acha que meu relacionamento é uma brincadeira. É exatamente como você disse. Eu sou um homem adulto e sei muito bem o que estou fazendo.

— Não, você não sabe! — Voltou a ficar nervoso, olhando bem fundo nos olhos de seu filho. E ele não estremeceu em nenhum segundo. — Se soubesse, jamais teria exposto meus netos a isso!

— Os seus netos, que são crianças, não são ignorante igual você. Se acha por ser um homem estudado e ter viajado e conhecido diversas cultura, mas sua mente parou no tempo, você está atrofiado com seu atraso.

— O que é isso? Eu não te reconheço, Park Chanyeol.

— É porque você nunca me conheceu de verdade. Nem você e nem a minha mãe. — Pontuou, dizendo o que estava preso em sua garganta há muito tempo. Foi como tirar um peso de suas costas. — Vocês não sabem nada sobre mim. Não sabem o que eu gosto de comer, meus lugares favoritos de visitar. A única coisa que vocês sabem é que eu sou um bom empresário. Vocês só pensaram que estavam criando uma cópia de você e eu tenho que dizer, por um tempo, estavam mesmo. Mas eu me libertei e agora eu sou eu mesmo.

— Não seja ingrato dessa forma. Você inventou isso agora, Chanyeol…

— Não, eu não inventei isso agora. Eu sempre fui assim. Posso não ser o homem que gosta de maquiagem ou que sabe tudo sobre a Kim Kardashian. Eu gosto de assistir futebol no domingo de tarde e eu adoro praticar esportes. E mesmo assim, desde o minuto em que eu nasci… Eu sou gay e vou morrer sendo gay.

— Parece até que tem orgulho disso. — Comentou com receio, dando dois passos para trás. Em seus olhos dava para ver que não o reconhecia mais com seu filho.

— E eu tenho. Muito, até. Eu descobri como é bom se aceitar.

— Você tem que parar com isso. — Pontuou com uma certa quebra em meio a sua voz. Chanyeol ficou levemente surpreso, nunca tinha o visto demonstrar qualquer fragilidade.

— Eu não vou parar. — Respondeu firme, não deixando sua voz travar em nenhum segundo, finalmente respondendo seu pai da maneira como deveria. — Você vai fazer o que? Me expulsar de casa? Sinto muito, mas estou bem de vida. E você não pode me demitir, as engrenagens da empresa não funcionam sem mim. Não tem nada que você possa fazer.

— Tem uma coisa. Uma coisa que vai te destruir. — Seu tom era uma mistura de tristeza com raiva. Demorou mais alguns segundos para continuar, mesmo sendo um homem severo, não queria tratar o filho daquela forma, mas não havia escolha. — Eu vou tirar a guarda das três crianças de você.

— Você não pode fazer isso! — Gritou, devido ao choque da surpresa. Mesmo seu pai sendo um bom frio, não esperava que ele fosse tomar aquela decisão. Era demais acreditar que ele iria se voltar contra o próprio filho daquela maneira.

— Eu posso, sim. Eu sou o avô delas e eu posso recorrer, você ainda está em processo.

— Mas a Yoora confiou a mim fazer isso. — Tentou convencê-lo, Yoora não suportava seus pais, tinha morrido os odiando, ainda mais por conta de uma briga. Ela se destruiria se visse seus filhos passando pelo o que ela e o irmão passaram.

— Mas eu não confio em nenhum dos dois. Vocês não têm disciplina para isso.

— Foi você quem criou a gente! — Respondeu e era verdade, se eram tão quebrados como ele julgava ser, os culpados eram ele e a sua mãe que não os criaram da maneira como deveriam.

— Sim. Mas nenhum dos dois saiu como planejado. Nem mesmo você, Chanyeol. Sempre me deu tanto orgulho para agora aprontar uma dessas.

— Somos pessoas, pai. As pessoas cometem erros. E nenhum vai vir com um molde para você deixá-la como quiser! — Em um desespero que não condizia com a sua personalidade, saiu. Não poderia perder as crianças, Yoora jamais iria o perdoar por isso. — Você precisa entender isso.

— Há erros imperdoáveis. — Disse, vacilando novamente como o seu filho. Mas não ficou lá, para não perder mais seus eixos. Olhou novamente para Chanyeol, vendo que ele era quase uma cópia perfeita sua, faltava muito pouco para ele ser igual a si.

Saiu da sala batendo a porta com força. Quando se viu sozinho, a realidade o bateu com uma brutalidade que não sabia se era capaz de aguentar. Sentou na mesa de seu escritório, ainda sentindo todos os efeitos daquela péssima conversa o abrangendo. Era horrível a sensação do próprio pai tendo repugnância dele, por algo que não tinha o poder de mudar. Tentou muito ser o filho perfeito, mas naquela caminhada, acabou com a própria felicidade, para agradar as outras pessoas e nem tinham valido a pena, porque no final, não importava nada que fizesse.

Aquele pequeno detalhe de sua vida, ainda seria maior do que todos os outros.

Não importava se estava sendo um ótimo empresário, um bom pai ou um bom amigo, tudo voltava para a sexualidade dele, sendo apontada como um erro. Mas era um basta para ele. Viveu assim por tempo demais e não iria regredir, não podia mais fazer aquilo consigo próprio. Mesmo tendo poucas armas para enfrentar aquela batalha, ainda faria. Iria lutar contra seu pai, para ter os seus filhos de volta. Poderia custar caro, mas não iria deixá-los crescer onde cresceram, em um lar sem amor algum. Yoora confiou nele para cuidar dos bens mais preciosos dela e ele iria cumprir a missão, como o bom irmão que era.

(...)

Estava parado em frente a porta com os dedos cruzados em frente ao peito, trêmulos devido ao nervosismo. Escutava os gritos vindo por parte do Park mais velho e encolhia toda vez que ouvia aquela voz grossa e rouca reverberar pela sala a fora, era assustador. Sentia-se com medo apenas por ter estado com o homem por leves minutos, agora entendia por que Chanyeol temia tanto seu pai, ele era verdadeiramente assustador e crescer com um homem daquele, com certeza não tinha sido um trabalho nada fácil.

A culpa estava domando o seu peito, não deveria ter aparecido na empresa, logo onde o pai dele poderia esbarrar consigo tão facilmente. Também não deveria ter deixado as coisas se estenderem com o Chanyeol, era apenas para deixá-lo dar um beijo e ter ido embora, cuidar de suas crianças. Caso fizesse isso, nada daquilo estaria acontecendo no momento.

Seu maior desejo era voltar para a sala e dizer algumas verdades para aquele homem, mas não tinha coragem suficiente para fazê-lo. Era bizarra a forma como ele estava tratando o filho que tinha feito de tudo para buscar sua aceitação. Baekhyun não era o filho exemplar, falhou demais com sua mãe em diversos momentos e até se culpava pela forma que a tratou diversas vezes, mas nunca ela o desmereceu naquele ponto, nem mesmo quando tinha feito algo gigante, ela sempre foi bem amorosa e sua sexualidade jamais foi um problema em sua casa, ver como tudo era totalmente diferente na casa de Chanyeol, o deixava triste.

— O que você está fazendo? — Wendy perguntou assim que chegou em frente à sua mesa. Ela ainda não sabia de nada. Mas não demorou até ouvir a briga que acontecia a uma parede de distância. — O que está acontecendo?

— O pai dele pegou nós dois juntos. Eles estão discutindo.

— Eu não acredito nisso! — Wendy respondeu, um pouco assustada, vendo o estado em que Baekhyun se encontrava. Respirou fundo e puxou o garoto para mais próximo. — Você precisa ir embora.

— Você está louca? Não posso deixá-lo sozinho.

— Baekhyun, me escuta. — Pediu, conseguindo ganhar sua atenção. O menino ainda era novo e tinha coisas em relação ao próprio namorado que ele ainda não compreendia. — Você não vai querer estar aqui quando isso acabar. As brigas dos dois nunca são legais de se acompanhar, o Chanyeol sofre demais e ele desconta em tudo. Eu estou bem acostumada a vê-lo dessa forma, mas você não. Você vai se magoar. Ele vai te machucar.

— Ele precisa de apoio.

— E eu estou aqui para isso. Eu sei bem o que fazer. Depois você conversa com ele, ok? Por enquanto, vá descansar, você vai precisar estar bem calmo para lidar com ele depois.

— Tudo bem.

Mesmo contra sua vontade, seguiu a orientação da secretária. Mesmo convivendo há tanto tempo com o Chanyeol, ainda tinha coisas sobre ele que não conhecia e uma dessas partes envolvia sua família. Não gostava de abrir o assunto, por saber que o machucava, esperava um momento certo, até ter liberdade para conversar sobre isso com ele. Mas com certeza não queria vê-lo mal, ainda mais por algo que não tinha culpa nenhuma, queria ajudá-lo e dar as forças que tanto precisava. Mas a garota estava certa, ficar ali poderia atrapalhar ainda mais seus pensamentos que eram sempre tão confusos. Iria cumprir sua promessa e dar o tempo necessário para que ele se sentisse confortável para conversar sobre o assunto.

Assim que chegou na rua encontrou-se sem rumo, não gostaria de ir para a casa dos Park, porque o relembraria de seu amor pelo Chanyeol e com certeza não iria ficar sentado esperando seu namorado ser ainda mais machucado. Ir para sua casa também não era uma boa opção, sua irmã iria perguntar o que estava fazendo em casa tão cedo e logo mais sua mãe, não gostaria de dar explicações à sua família no momento. Estava sem direção, sem caminho, com o coração doendo em seu peito, por ver quem amava sofrendo tanto.

Mesmo com a cabeça agitada, a sua responsabilidade maior sempre seria as crianças, porque faziam parte de sua vida agora, elas precisavam vir em primeiro lugar. Ligou para Seulgi para comunicar o que aconteceu e que talvez o trabalho de buscar as crianças ficaria para Chanyeol, porque não iria aparecer mais na casa das garotas. Elas insistiram muito para que ele não ficasse sozinho e que estavam de portas aberta para recebê-lo, mas ele disse que não queria que as crianças o vissem naquele estado. E com certeza o empresário não gostaria de vê-lo por aquele dia mais. Elas entenderam, elas o conheciam há mais tempo do que ele, mas pediram para Baekhyun ir atrás do amigo, o que foi uma ótima sugestão.

Antes de pensar no que iria fazer da própria vida, mandou uma mensagem para Chanyeol. Quase nunca faziam isso, mas iria ser bom para relembrá-lo das crianças e que também estava cuidando dele mesmo de longe.

[Baekhyun 14:32]: Oi, as crianças estão com as meninas.

Eu achei melhor deixá-las sobre os cuidados das duas.

Longe de tudo que aconteceu hoje à tarde.

Também não fui para a sua casa. Minha cabeça está cheia. Foi muito ruim o que aconteceu hoje, não foi um baque só para você e eu odiei cada segundo do que eu escutei.

Você não merece isso. Com certeza não.

Me liga ou me manda mensagem quando puder.

Eu sempre vou estar aqui para você, Chanyeol.

Sabia que a resposta não iria vir naquele momento e talvez ele nem o respondesse, mas estava tudo bem, porque tinha dito o que gostaria. Ele precisava entender que não estava sozinho naquela briga.

Suspirou fundo, voltando a olhar para rua movimentada, pensando em seus próximos passos. Não poderia correr para os braços de seu maior porto seguro, porque Jongin estava em seu estágio e contar o que aconteceu por mensagem iria apenas atrapalha-lo. Seus outros amigos não estavam tão por dentro do que acontecia entre ele e seu chefe, não queria contar para ninguém repentinamente. Aquela eliminação o deixou com uma única opção.

Kyungsoo.

Não tinham tido muitas conversas após o que aconteceu na faculdade, mas o garoto jamais iria se recusar a ajudá-lo, afinal aquela briga só aconteceu porque ele se preocupava demais com o bem estar de seu amigo.

O garoto tinha saído de seu estágio recentemente e estava a procura de outro para poder seguir com sua carreira. Estava tendo dificuldades, visto que mesmo que o mercado estivesse crescendo em sua área, a concorrência chegava a ser assustadora.

Pegou dois ônibus até chegar à residência do futuro psicólogo, ele também não morava perto do centro, sua família era tão humilde quanto a de Baekhyun. Foram muitas poucas vezes em que veio a casa do garoto, a maioria porque Jongin não conseguia ficar desgrudado do namorado e como os pais de Kyungsoo nunca estavam em casa, era quase o ambiente perfeito.

Tocou a campainha, torcendo bastante para ele estar em casa. Demorou alguns longos minutos, nos quais Baekhyun quase desistiu e foi para a própria residência. Mas logo a porta de abriu, revelando um Kyungsoo com roupas para dormir, como o usual. Ele dispensava usar roupas casuais quando estava em casa.

— Baekhyun? — Surpreso perguntou, com certeza não estava esperando a visita de seu amigo. — Entra.

O cacheando seguiu para dentro da casa, notando uma bagunça considerável na sala, como sempre Kyungsoo estava matando seu tempo assistindo diversas coisas na televisão.

— Está tudo bem? — Sem qualquer demora, jogou-se novamente sobre o sofá, deitando nele e indicando que Baekhyun deveria fazer o mesmo. E foi o que o garoto fez, ficando ao seu lado. — Aposto que é algo que envolve o famoso empresário.

— Todos os problemas da minha vida giram em torno de um só homem. — Concluiu, fazendo Kyungsoo dar risada. Não era uma total mentira, no final. — Mas eu não quero que você me diga que eu tenho que desistir dele ou algo do tipo. Mesmo eu temendo o que está por vir, eu não irei fazer isso.

— Só me diz o que aconteceu. — Pediu, suspirando alto. Não gostaria que seu amigo temesse uma conversa apenas por ter lançado sua opinião dias atrás, ainda estava disponível para ele sempre que precisasse.

— Você sabe que ele tem muitos problemas com a sexualidade dele por conta da família, certo? Eu fui fazer uma surpresa para ele e as coisas esquentaram… O pai dele entrou na sala dele.

—  Baekhyun…

— Foi horrível. — Suspirou, sentindo sua voz falhar. Estava emocionado demais com tudo que aconteceu há algumas horas atrás. — Ele começou a falar muitas coisas e o Chanyeol paralisou… Acho que ele ainda não descobriu como lidar com o próprio pai. Depois ele me expulsou, acho que ele não queria que eu ouvisse o que estava por vir. A amiga dele surgiu e me tirou de lá dizendo que eu não vou querer ver como o Chanyeol fica depois de um discussão com o pai… Mas como eu vou ajudá-lo, se provavelmente ele nem vai querer me ver?

— Você está com medo de que ele volte ser o que era antes. Está temendo que ele desista de você e do que construíram. Mas isso não é tanto sobre vocês, Baekhyun, é sobre ele lutar a própria batalha. Ele tem medo de ser quem é e isso ele precisa desconstruir sozinho para poder enfrentar o próprio pai. — Explicou com paciência para tentar fazer seu amigo entender, o pedagogo era bem mais corajoso e impulsivo que seu namorado, mas naquele momento Kyungsoo precisava ajudá-lo a se colocar no mesmo lugar em que Chanyeol estava.

— Eu não queria deixar ele passar por isso sozinho. Ele só tinha a Yoora para ajudá-lo com a família. E eu não sei se ele vai ter forças para enfrentar o pai… E isso tinha que vir à tona logo agora que estamos evoluindo tanto.

— Acho que não teria momento melhor, Baekhyun. Eu sei que isso pode abalar a relação de vocês dois, mas é o momento onde ele está se encontrando e sobre a força dele, é algo que ele precisa fazer sozinho. Pelo o que eu sei, devido ao que você me conta, ele é difícil e ele precisa ter você para ajudá-lo, eu jamais vou dizer para você desistir dele. Mas você vai ter que apoiá-lo de longe, dar espaço. E eu sei que isso vai ser bem difícil para você.

— Cadê o meu amigo que odiava a ideia de eu ficar com o Chanyeol? — Um pouco emocionado pelas palavras do amigo, perguntou. Ele estava diferente e estava gostando daquela mudança.

— Esse seu amigo teve tempo para pensar. E eu vejo o quanto você faz bem para ele e virse-versa. Tem coisas que é melhor deixar a vida cuidar e se endireitar sozinha, sem pensar demais.

— Tão fofo você falando assim. Eu sempre quis ouvir você falando isso. Mas aposto que tem outra pessoa que o levou essa conclusão. Como foi que você passou a pensar assim?

— Quando começou a doer ver o Jongin distante de mim. — Disse, conseguindo atrair a atenção de Baekhyun. Mesmo não sendo o momento para resolver o problema dos amigos, ele estava disposto a dar mais um empurrão na relação deles. — Depois do que aconteceu, eu vi vocês saindo e nesse final de semana, todos os dias ele ficou com alguém. Eu odeio a internet por dar possibilidade ver isso e ele nunca fez questão de esconder a vida amorosa movimentada.

— Você sabe que, mesmo com tudo isso, ele ainda gosta de você, né?

— Mas eu não posso machucar ele outra vez. — Suspirou ao dizer. Não estava em seus planos desabafar com Baekhyun, mas estava sendo bom tirar aquele peso. — Você viu o quanto ele tentou...

— Quem decide isso não é você. Você tem que dar a escolha para ele saber se vale a pena tentar mais um pouquinho ou não.

— Você deveria ser a última pessoa dizendo isso. — Olhou para o amigo enquanto dizia suas palavras. — Eu sei que você tentou afastar a gente e com os motivos certos.

— E não deu em nada. — Voltou a dizer com perseverança. — Não adianta, Kyung. O Jongin só faz o que ele quer… Até ele quebrar a cara. Nisso nós dois somos iguais. Então, por que você também não tenta pelo menos mais uma vez?

— Acha mesmo que eu deveria?

— Sim. — Respondeu animado e um sorriso surgiu nos lábios de seu amigo. — Eu vou ajudar vocês.

— Posso saber como? — Estava ainda se decidindo se realmente seguiria aquele caminho, afinal ele já tinha trazido diversos sofrimentos para os dois homens. Mas estava gostando da empolgação do amigo e gostaria de saber as ideias que estava rondando sua mente.

— Vai na faculdade buscar o Jongin e eu resolvo todo o resto.

— Está falando para eu fazer algo hoje?

— É óbvio. Para que esperar?! — Novamente de um jeito empolgado, ele disse e Kyungsoo levantou do sofá, parecendo incomodado com a sua animação.

— Baekhyun, eu não consigo ser igual você. Apenas decidir uma coisa e agir na hora… Eu preciso de um tempo.

— Esse é o seu problema. — Interrompeu a fala, não aguentando mais ouvir desculpas por parte do colega baixinho. — Você precisa agir. Não espera o universo decidir as coisas por você. — Levantou e seguiu seu amigo, colocando as mãos sobre seu ombro, tentando transpassar confiança. — Seus pais não vão voltar para casa hoje. Usa a moto do seu pai e vai buscar o Jongin. É final de semestre, nós dois sabemos que o último lugar que ele está, é na sala de aula. Você só precisa buscá-lo, eu faço todo o resto.

— Por que está fazendo isso? — Curioso perguntou, sabia que Baekhyun gostaria, acima de todas as coisas, de ver a felicidade de seu melhor amigo, mas ele estava passando por um momento ruim, deveria resolver as pendências de sua vida e não ajudá-los com as deles.

— Eu preciso me distrair. Eu tenho que pensar em algo que não seja o Chanyeol e a família dele, se não, eu não aguentarei e irei interferir, porque eu não sei ficar esperando diante de situações assim.

— Precisa de paciência, Baekhyun. — O relembrou, tentando de alguma forma acalmá-lo. Seria daquela forma que ajudaria seu amigo, transpassando a tranquilidade para lidar com aqueles momentos delicados.

— Eu sei. Por isso irei gastar todas as minhas energias ajudando meus dois melhores amigos!

Dando-se por vencido, entrou na loucura do pedagogo e concordou com a sua ideia, não imaginava o que Baekhyun poderia fazer, mas ele jamais faria nada para magoar nenhum dos dois, estava tudo bem depositar confiança nele.

Passaram a tarde assistindo episódios repetidos de um dorama que ambos gostavam muito, relembrando o momento onde os três amigos ficavam juntos para assistir às tramas que apreciavam e, mesmo Jongin sempre reclamando que gostaria de estar matando seu final de semana de outra maneira, de algum jeito, ele se envolvia e tornava aquelas tardes memoráveis.

Quando o fim de tarde chegou, foi expulso de casa pelo garoto de cabelos cacheado e não havendo mais opções, usou a moto de seu pai para chegar até a universidade.

O movimento pelo campus estava baixo a maioria dos cursos já tinham fechado o semestre e eram muito poucos os que ainda estavam tendo as aulas regulares, a maioria dos alunos que circulavam, eram os devedores de notas e as pessoas que iam para a diversão nas proximidades. Jongin encontrava-se nesse segundo grupo.

Ainda era um mistério a forma como se envolveram, sendo que os dois possuíam gostos, desejos e personalidades tão distintas. Jongin era uma pessoa extrovertida, animada, que gostava de estar no meio da multidão, sempre envolvido com a galera, era uma pessoa bem conhecida pelos donos dos bares ao redor da faculdade. Enquanto Kyungsoo era introvertido, os seus amigos eram contados nos dedos e gostava de ser discreto com sua atitudes, vivendo a base de muito estudo e das séries que tanto gostava, odiava álcool, além do gosto forte, não era muito resistente e sempre fazia coisas que se arrependia, por isso dispensava as idas ao barzinho com seus amigos.

A primeira vez em que ficou bêbado, a culpa foi do moreno alto que o convidou para uma festa na casa de um companheiro de classe. Naquela época, já tinham saído algumas vezes, ainda fingiam que eram apenas amigos, mas já nutria sentimentos por aquele homem de sorriso fácil. O problema era que Kyungsoo não sabia se portar nos lugares que ele frequentava e se sentiu envergonhado ao ver que quase todo mundo do ambiente conhecia Jongin. Ainda mais quando ele decidiu iniciar uma dança na pista com seus colegas, enquanto o mais baixo ficou acuado no canto, apenas observando, porque jamais teve desenvoltura nenhuma para passos. Ele insistiu que o problema era que se preocupava demais e pediu para ele dar alguns gole em sua cerveja, alegando ser uma bebida leve e apenas para descontrair. Porém, Kyungsoo, não acostumado, acabou ficando bêbado e foi a primeira vez em que Jongin cuidou de si naquele estado deplorável. Mesmo com tudo acontecendo, eles se divertiram bastante e como dito anteriormente, Kyungsoo não sabia agir com o álcool em seu sangue e com a cabeça totalmente fora dos eixos, acabou declarando seu amor pelo moreno alto.

Não poderia ter sido de uma forma mais tosca, mas no dia seguinte, quando acordou na casa do administrador, tiveram uma conversa franca sobre sentimento e quando ele pensou que tinha estragado tudo, houve uma reviravolta e começaram a namorar naquele dia mesmo. Baekhyun brigou com os dois, por não ter sido nada romântico, como ele sempre desejava que fosse tudo que envolvesse relacionamentos. Mas ele e Jongin sempre foram daquele modo: prático.

Kyungsoo jurou que ele não aguentaria semanas ao seu lado, mas se passaram meses e o relacionamento continuou forte. Era estranho como pareciam se encaixar. Jongin daquela maneira despojada, o fez descobrir como era gostoso sentir os pequenos prazeres da vida. E o fez sonhar tão alto de um jeito que nunca pensou, seu futuro parecia grandioso ao lado dele. E depois de um tempo, aquilo passou a assustá-lo. Em seu coração, começou a achar que caso não conquistasse tudo que sonhou ao lado de Jongin, o administrador cansaria de si. Nunca foi ganancioso, mas ele era e de alguma maneira, queria conquistar tudo que o mantivesse no mesmo patamar, e aquilo foi a ruína do relacionamento. Não soube lidar com os desafios que uma vida de alto escalão e pior ainda, não aprendeu a lidar com a frustração das decisões infundadas, descontando tudo em Jongin, que não merecia um tratamento hostil pela sua falta de conquistas. Foi quando percebeu que não conseguiria manter uma vida ao lado dele, mesmo desejando muito. Algumas coisas não eram para ser.

Era o que ele pensava, até acabar esbarrando com o ex pelos arredores da faculdade. Voltaram a conversar e foi como se nunca tivessem saído do patamar da amizade. Conversar com Jongin era fácil, ele o compreendia como ninguém, além de aceitar os defeitos que tinha e que muitas pessoas fugiriam. Quando notou a sincronia que possuíam mantendo uma amizade, quis continuar assim. Mas não conseguia. Ele tinha tentado, mas foi Kyungsoo quem vacilou, novamente levado pelo álcool. Era ele quem o enchia de esperança e desistia de tudo no dia seguinte. Jongin não tinha dado um passo errado em toda aquela história e por isso tudo assustava demais o psicólogo. Sua racionalidade estava o afetando, mais do que o ajudando. Por isso entrou na ideia de Baekhyun, talvez estivesse precisando aprender uma lição com alguém que agia sobre as emoções, sem pensar duas vezes, antes de fazer o que o coração deseja.

Como já esperava, o administrador estava sentado em uma roda de conversa com seus amigos. Comemorando apenas a vida, rindo, conversando, bebendo, como Jongin sempre fazia. Estava prestes a acabar com a alegria estampada em suas feições, mas ele precisava fazer isso, se não se arrependeria amargamente pelo restante de seus dias.

Aproximou da mesa do bar que estava lotada de jovens e sua aproximação repentina chamou a atenção das pessoas que olharam atentamente seus passos, o conheciam e justamente por isso estavam estranhando sua aparição àquela hora da noite no bar.

— O que está fazendo aqui? — Não demorou para a perguntar vir pelo administrador, que mantinha as expressões confusas, estavam há muitos dias sem conversar, desde a pequena discussão. — Está perdido?

— Eu preciso conversar com você. — Disse tudo de uma vez, tomando fôlego para as palavras saírem de sua boca com a coragem que não era muito presente.

O homem olhou para seus amigos, em busca de alguma ajuda. Mas nenhum sabia o que fazer e estavam querendo voltar para os jogos e bebidas. Jongin, não tendo outra alternativa, levantou-se e seguiu com Kyungsoo para fora do estabelecimento, precisavam conversar em um lugar menos barulhento.

— Pode dizer. — Bem afastado do corpo do menor, pronunciou. Ele queria se manter longe, como se de alguma maneira se machucasse caso estivesse perto do psicólogo.

— Não podemos conversar aqui.

— Então onde você quer conversar? — Impaciente perguntou, gostaria que o diálogo entre os dois fosse o mais breve possível, estava cansado de se machucar devido às incertezas dele.

— Podemos ir para a minha casa? — Com um temor, perguntou. Suas mãos suavam frio, estava temendo uma rejeição precipitada.

— Kyungsoo. — Respirou fundo para tomar controle das palavras, estava começando a ficar nervoso. — Você não pode vir aqui, me tirar dos meus amigos e pedir para conversar comigo depois de tudo.

— Eu não sabia outra forma de você me ouvir. — Respondeu, ficado triste automaticamente. — A gente precisa falar sobre o que aconteceu durante todo esse tempo.

— E por que essa conversa não pode ser aqui?

— Porque não será algo breve. Então, por favor, Jongin.

O moreno ficou olhando para si, parecia analisar todos as suas expressões para saber se realmente deveria ou não ir consigo. Dava para notar o desespero em cada parte de seu corpo, provavelmente a conversa entre os dois seria bem longa e mesmo não querendo se magoar mais uma vez, Jongin assentiu, concordando em ir até a casa de Kyungsoo. Pelo menos daria um ponto final na história da maneira correta.

Voltaram na moto que Kyungsoo dirigia muito bem, por estar acostumado desde muito novo com o veículo, e assim chegaram até mais cedo que o previsto em casa. Os dois estavam estranhos. Jongin, enquanto caminhava, se mantinha o mais distante possível, porque não queria ao menos uma pequena aproximação, um sequer esbarrar de mãos.

Não podia deixar que tudo voltasse novamente. Desde o final de semana estava concentrado em sua vida, sua própria felicidade, saíndo com os novos amigos de Baekhyun pela manhã, recebendo ótimos conselhos de pessoas com mais experiência de vida, tinha sido ótimo e estava concordando com o que a Seulgi havia lhe dito. Assim passou a conhecer pessoas diferentes durante a noite, beijar bocas novas e se aventurar por corpos estranhos. Estava fazendo tudo de uma maneira intensa demais, mas era assim que fugia dos sentimentos ainda guardados sobre seu ex namorado durante meses.

Kyungsoo abriu a porta, dando espaço para ele entrar primeiro. Assim que os dois entraram na casa, a surpresa com certeza não era apenas para Jongin, pois também ficou bem chocado com o empenho que Baekhyun teve em montar um cenário romântico em poucos minutos, apenas para os dois amigos.

A luz da sala estava apagada e quem fazia a iluminação do ambiente eram velas artificiais e aromatizadas. Além de que a mesinha de centro havia virando uma mesa de jantar, com diversas almofadas jogadas em volta e duas monstrando onde seria o acento dos dois rapazes. Também havia um jantar bem delicioso, provavelmente Baekhyun tinha pedido via aplicativo, estava distribuído de maneira uniforme sobre a mesa e com direito a jarros de flores espalhados em volta daquele pequeno restaurante improvisado. O ambiente era caseiro e tudo estava bem simples, mas não poderia estar mais bonito, além de que combinava bastante com o jeito que Kyungsoo e Jongin costumavam levar o relacionamento antigamente.

— O que é isso? — A expressão de seu ex não se encontrava melhor quando virou-se para perguntar. — O que você pensa que está fazendo? Você nunca fez algo assim nem quando estávamos namorando.

— Eu não fiz isso. — Precisava ser sincero, não iria acreditar caso não fosse. Aliás, nunca havia aprendido a ser um homem romântico. — Quem é a pessoa mais romântica que você conhece?

— Foi o Baekhyun. — Concluiu, com a raiva transformando-se em decepção. Estava querendo mesmo que pelo menos uma vez, ele tivesse se esforçado para lhe impressionar.

— Eu desabafei com ele hoje e comentei como estava arrependido de ter dito o que disse para você. E ele disse precisávamos conversar e eu achei que você não iria querer mais falar comigo. — Foi direto ao ponto, estava com medo dele sair por aquela porta, levado pela emoção, com certeza estragaria tudo. — E eu precisava falar com você. Precisava que você me ouvisse pelo menos uma última vez, para tomar uma decisão. Eu não posso mais fazer escolhas por nós dois.

— Pena que você pensou nisso só agora. — Comentou, respirando bem fundo e olhando dentro de seus olhos. — Eu estou cansado.

— Eu sei. Com certeza eu também estaria no seu lugar, mas é apenas uma conversa, por favor.

Caminhou até o centro de sua sala, sentando em uma das almofadas, como se mostrasse que não iria desistir mais da ideia. Jongin demorou um pouco para seguir o mesmo caminho, muitas coisas estavam se passando pela sua cabeça. Mas já tinha tentado tanto… agora que era a vez dele. Iria dar mais uma chance, não custava nada apenas ouvi-lo.

— Eu não sou levado pelas emoções igual ao Baekhyun, ou sou sonhador como você, Jongin. Eu apenas enxergo como a vida é, sem enfeitar ela em nada. Nua e crua. E eu sempre pensei que esse era o certo. Viver idealizando coisas, é apenas sofrer no final com tudo dando errado pelos planos não darem certo. Eu sempre achei correto a maneira como eu vivi… Até conhecer você. — Suspirou um pouco antes de continuar, precisava recolher forças. Estava quase chorando ao abrir seu coração daquela forma. — E você me fez sonhar. Deu asas aos sonhos meus mortos de infância. E eu estranhamente gostei de me imaginar em um futuro grandioso. Mas também me assustou, eu fiquei com medo de me decepcionar e te decepcionar. Porém, mesmo depois que a gente terminou, eu nunca mais fui o mesmo, eu até hoje tenho ambições que eu não teria se você não tivesse entrado na minha vida.

— E por que está me dizendo isso agora?

— Porque eu percebi agora que estou querendo tirar a felicidade da minha vida. O medo de errar sempre me assustou e eu tinha tanto medo de errar com você que acabei tomando todo cuidado que fez errar diversas vezes com a gente. — Foi direto ao assunto, não aguentando mais se perder entre as palavras. — Eu estava com medo das coisas ruim que o futuro estaria reservando e isso me fez ter medo de tentar. Eu não quero ter mais medo ou pensar demais no que pode dar de errado. Eu quero ser igual a você, que mesmo tendo mil coisas podendo sair dos eixos, você foca na única tentativa que provavelmente dará certo.

— E você imagina que daremos certo agora?

— Eu não sei. — Deu de ombros, mostrando que realmente aqueles dias o tinham feito mudar a forma de pensar. — Eu não sei o que pensar, Jongin. Eu acho a gente é muito diferente e há muitas possibilidades de dar errado. Mas eu desejo que dê certo e eu quero lutar para que tudo dê.

— Eu queria tanto ter ouvido isso antes. — Após um tempo, disse com a voz embargada pela emoção que parecia o engolir. — Poderia ter dito isso tudo há tanto tempo.

— Esse é o ponto. Eu não sabia como eu me sentia antes. Eu precisava te perder mais uma vez, para finalmente entender como nós dois funcionamos. — Concluiu por fim ao ver um sorriso desabrochando nos lábios do moreno. — Eu sei que eu te machuquei demais com o meu jeito e eu só queria que você soubesse como eu me sinto. Não precisamos fazer nada por agora.

— Eu estou bem feliz por você ter finalmente se aberto, Kyungsoo. E também por ter mudando algumas formas de pensar. É bom que finalmente esteja entendendo o meu lado.

— É isso que você acha?

— Eu acho que também que você deveria ter conversado com o Baekhyun antes. Da mesma forma como você sempre quer que ele te escute por você ser mais pé no chão, acho que deveria ter ouvido ele, porque ele diz isso a muito tempo. — Disse, enchendo a boca de comida, porque estava morrendo de fome. — Sinceramente, a gente podia estar junto há meses se você pensasse menos.

— Eu sei disso. Mas não posso dizer que me arrependo. Agora acho que eu estou pronto para tudo que a vida pode me oferecer. — Novamente veio um suspiro, estava ali fazendo tudo que mais odiava que uma pessoa fazia: idealizar um futuro perfeito. — Mas eu quero que você esteja comigo nisso tudo.

— É a sua forma de me pedir em namoro?

— Eu não sei ser romântico, você sabe disso. Mas tudo isso aqui hoje me fez lembrar de como não havia nada de meloso na nossa antiga relação e estou disposto a mudar isso.

— Não precisa. A gente não precisa ser tão meloso igual o Baekhyun, sinceramente eu até desejo boa sorte para o Chanyeol aguentar aquele homem. — Segurou sua mão sobre a pequena mesa, achando espaço para cruzar os seus dedos. — Tudo isso aqui está bom.

— E isso quer dizer que você está disposto a tentar novamente?

— Sim. Mas, por favor, não venha com essa história para irmos devagar, ok? Ficamos um ano juntos e estávamos há muitos meses em banho maria, não tem essa história de andar devagar quando trata-se de nós dois.

— Tudo bem. — Feliz respondeu, soltando da mão de seu agora novo namorado, para juntar-se a ele na refeição. — Então você passou um dia inteiro com famoso Chanyeol. Como foi?

— Não sei direito, fiquei reparando a todo momento como ele é gato. — Eufórico respondeu. Jongin tinha aquele jeito de falar as coisas e teve certa dificuldade para se acostumar, principalmente para lidar com o ciúmes que sentia ao vê-lo falando daquela forma sobre outras pessoas, mas com o tempo notou que era apenas um traço de sua personalidade. — Mas ele é legal. Não conversa tanto, mas é bom com as palavras e ele diz tudo tão certinho, agora entendo porque o Baekhyun não perdeu tempo para sentar naquele homem.

— Foi você quem o incentivou a fazer isso. — Incrédulo respondeu. Ainda não tinha voltado a conversar com Jongin na época, mas sabia exatamente como seu namorado funcionava.

— Exatamente! — Disse de maneira óbvia e Kyungsoo fez um sinal de negação com a cabeça, às vezes era impossível lidar com o jeito de Jongin. — Mas eu gostei, principalmente dos amigos deles. Nossa, tem uma garota louca que chegou batendo nele, foi engraçado. E teve outra que ficamos bem próximos… Bom, quase dei em cima dela sendo casada, mas foi legal porque gerou uma amizade.

— Gostaria de ter ficado surpreso com isso.

— Foi bem legal. Com certeza terão outras oportunidade de todo mundo sair juntos e você irá com a gente!

— Isso se eles continuarem juntos. — Disse como um aperto no coração, mesmo sabendo que continuava certo sobre o que disse há dias atrás, estava torcendo pela felicidade de Baekhyun tanto quanto ele torcia pela sua.

— Não seja assim. — Um pouco decepcionado respondeu, não queria Kyungsoo voltando a dizer coisas não muito legais sobre o relacionamento dos dois.

— Não estou desejando mal a eles. E eu quero que eles fiquem juntos. Mas há problemas no paraíso. Acho que o pai do Chanyeol descobriu sobre o relacionamento dos dois. O Baekhyun veio para cá porque ficou abalado e precisava se distrair… O que podemos esperar como resultado disso?

— Como assim?! — Gritou, assustando um pouco o namorado que quase caiu da almofada. — Por que ele contou para você e não para mim?

— Porque você estava trabalhando! — Jongin tirou o celular do bolso para mandar mensagem para o amigo, mas Kyungsoo o impediu de realizar a ação. — Agora não, Jongin. Precisa deixá-lo um pouco sozinho, assim como o Chanyeol também precisa de um tempo, não é fácil lidar com preconceito, pior ainda quando vem da própria família.

— Ele deve estar bem mal. — Um pouco triste respondeu, estava bem mais envolvido na história do que Kyungsoo. Entendia bem o que Baekhyun estava passando, principalmente depois de conhecer mais o namorado do amigo.

— Amanhã você conversa com ele, ok? A poeira terá abaixado e eu tenho um pouco de medo do que vocês dois juntos podem fazer. — Continuou segurando a mão de seu namorado para ele confiar em si. Jongin sempre largava tudo para ajudar Baekhyun, ele era o melhor amigo que alguém poderia querer. — Por hoje foca apenas em nós dois. Acabamos de reatar, será que não mereço um pouco de atenção também?

— Merece sim. — Sua mão foi para o rosto do menor. Levantou-se um pouco para conseguir juntar seus lábios.

Não foi um beijo grandioso, até porque os corpos não conseguiam se aproximar devido à barreira da mesa. Mas foi o suficiente para Jongin voltar a se sentir um bobo apaixonado, da mesma maneira como quando começaram a namorar pela primeira vez.

A boca gordinha encaixava-se na sua de uma maneira única e o gosto em seu paladar continuavam bom. Ainda era o mesmo beijo que tinham dado nas primeiras vezes em que  se intitularam namorados. Kyungsoo sempre foi uma pessoa retraída e tímida, seus beijos não poderiam ser de outra maneira. Sempre acuado com os próximos passos e sendo delicado com tudo. Sua mão nunca passava dos limites, ele não conhecia a famosa mão boba, era respeitoso até demais. Quem iniciava os momentos mais quentes sempre era Jongin, demorou para o psicólogo se acostumar, mas depois passou a amar a maneira como o administrador o tocava. Porém, Jongin também passou a adorar o jeito dele. Quando não mudava o ritmo deles, tudo era calmo, concentrado, entravam em uma sintonia tão gostosa, com um beijo lento e muitas vezes mais romântico do que qualquer outra coisa.

Nunca fora uma pessoa que sentia fortes emoções quando tratava-se de relacionamentos amorosos, tinha sentido o famoso frio no ventre muitas poucas vezes e em todas elas o motivo era o psicólogo baixinho. Eles tinham muitas divergências e personalidades bem opostas, mas Kyungsoo o entendia como ninguém, além de que era bom ter alguém como ele em sua vida, porque sonhar era bom, mas às vezes é preciso manter os pés no chão. As pessoas poderiam até julgá-lo por estar dando brecha novamente para o homem que o magoou com suas duras palavras, mas não se importava, estava finalmente alcançando o que estava desejando há meses e a sua felicidade sempre iria vir em primeiro lugar.

Não poderia prever o futuro, se iria dar certo ou completamente errado e voltariam a terminar devido à maneira tão distinta como queria levar sua vida, poderia discutir quando Jongin quisesse viajar para investir em sua carreira ou quando Kyungsoo estagnasse em um patamar. Mas estava buscando por sua felicidade. E a sua felicidade estava junto daquele rapaz baixo, sorriso contido a palavras firmes.


Notas Finais


Vamos primeiro falar de Kaisoo. Eu particulamente fazendo a advogada ruim sempre defendo meus personagens e eu acho que o Kyungsoo merecia uma segunda chance e estou feliz por esse caminho dele e do Jongin. Agora o Kyungsoo já pode fazer amizade com o Chanyeol e deixar todo muito irritado com as duas pessoas mais frias e racionais que já existiram!

Olha só eu achei que seria ideal resolver kaisoo de uma vez nesse capítulo de dá um suspense a mais sobre o que irá acontecer com Chanbaek. Já que o Chanyeol está com a corda no pescoço... Me digam. Acham que ele vai desistir do Baekhyun depois de pensar na situação que o pai o colocou? Ou irá lutar na justiça para ficar com a guarda das crianças... E como vocês acham que isso vá se resolver? Enfim... Estou ansiosa para os comentários de vocês sobre esse.

Até sabado.♡


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