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História Submissa - Capítulo 34


Escrita por: raavavive

Notas do Autor


Olá ;

Boa Leitura ;

Capítulo 35 - Capítulo 34


Depois de uma colina, ficava uma pequena cidade menor do que Smallvile, Kara ainda parecia insegura e o tempo todo remexia suas mãos, ao seu lado a inabalável Luthor, com o olhar sincero e uma preocupação genuína. Completamente o oposto da mulher que conhecera meses atrás. Era realmente difícil de acreditar que ela tenha mudado tanto naquele período de tempo, mas que bom que aconteceu. Ela sabia que não importava o que fizesse nunca seria capaz de agradece-la o suficiente por aquele presente, se é que encontrar seu pai que foi dado como morto há anos atrás, seria considerado um presente. Ela viu aquilo como a demonstração de empatia, de amor, mas gratidão parecia o mais próximo do que sentia. Lena segurou a mão de Kara e a trouxe para seu colo. Isso a trouxe certo alivio saber que ela estava ali e que não iria a lugar algum. Instintivamente ela tombou delicadamente sua cabeça para o ombro de Lena, estava mais com medo do que ansiosa. Com medo do que encontraria. O carro saiu da cidade para encontrar um caminho de terra. Algumas fazendas eram visíveis, e isso a deixou um pouco mais amedrontada. Como seu pai estaria agora? Lena a disse que ele não lembrava de nada de sua outra vida, que essa tal de Jessica o deixara as cegas e ela a odiou completamente, para Eliza, saber que seu marido estava casado novamente foi um choque terrível. Tão grande ao ponto de faze-la desejar ficar em casa, porque seria pior ver seu marido vivo e com outra, mesmo que ele não lembrasse de nada a seu respeito. Alex estava em outro carro logo atrás do de Lena. Diferente de Kara, que parecia grata, Alex não sabia ao certo o que sentir em relação a qualquer coisa. Tudo parecia muito confuso e estranho. Como ela “enterrou” seu pai e agora, ele aparecia vivo?

Quando o carro começou a parar, Kara teve certeza de que seu coração iria imita-lo e pararia de bombear sangue. Mas isso não aconteceu, algo gélido pousou denso em seu estomago e ela quase vomitou. Ela viu uma garotinha de cabelos ruivos correndo pela fazenda com um balde, uma mulher levantou da cadeira de balanço olhando para os dois carros.

-Pode... você poderia...

-É claro – Lena afagou os cabelos dourados e saiu do carro primeiro. Caminhou em direção a mulher. Ela ainda não tinha coragem para sair do carro, porque quando o fizesse, tudo se tornaria ainda mais real.

-Estou procurando Jeremiah Danvers – disse Lena a Jessica, ela olhou para o celeiro e em seguida para os carros.

-Não existe ninguém aqui com esse nome – replicou ela e a garotinha abraçou a cintura da mãe, parecia assustada.

-É melhor saírem da minha propriedade.

Lena viu Alex sair do carro, mesmo que não houvesse coragem nenhuma, era melhor encerrar aquele capítulo de uma vez. Kara saiu do carro com o mesmo olhar transtornado que Alex, as duas caminharam lado a lado para a casa e saindo do celeiro estava a pessoa que, imaginaram estar morto. Jeremiah olhou confuso para as pessoas desconhecidas. Kara ainda tinha receios, assim como Alex, de se aproximar como se estivesse dentro de um sonho, que ao menor movimento, se tornaria um grande pesadelo.

-Bom dia – desejou Jeremiah e ouvir a voz dele foi como um baque poderoso as trazendo para realidade. Kara foi a primeira a abraçar seu pai, Alex não conseguia se mexer, seu corpo parecia enraizado no lugar. Era irreal e assustador vê-lo ali, vivo.

Jeremiah tento o melhor que pode retribuir ao abraço de Kara, ouvi-la chorar o fez ficar tenso, tinha a breve sensação de as conhecia, mas não saberia dizer de onde.

-Pai – disse Kara em um desespero tão profundo que fez Jeremiah aperta-la em seus braços. Havia aquele sentimento dentro de si, como uma pequena brasa que tenta se acender, mas não tem força o suficiente para manter-se viva -Você está vivo, você... – e ela voltou a chorar. Alex ainda não conseguia se mover. Quando Jeremiah a olhou, seu corpo inteiro pareceu sofrer um choque, isso a despertou e a fez caminhar em direção ao pai. Abraça-lo com a força que tinha a saudade que sentia.

                             * * *

Elas evitaram por hora, contar a Jeremiah a parte em que fora enganado por Jessica esse tempo todo, ou melhor, a parte em que ela escondeu sua real identidade quando sabia disso. As irmãs Danvers a odiou profundamente por tê-las privado de viverem com o pai todos aqueles anos, a odiou por seus motivos egoístas.

-Fazia muito tempo em que não pensava nessa parte da minha vida – disse Jeremiah -Parei de tentar lembrar das coisas, era muito difícil.

-Estamos aqui agora, e você pode voltar para casa com a gente, ver a mamãe – disse Kara, Jeremiah olhou para Jessica que estava na cozinha com a filha.

-Bem, eu gostaria disso, mas... não posso fazer isso – disse Jeremiah e Lena que estava sentada numa poltrona na sala, finalmente, percebeu os alertas de Dick.

Kara forçou um sorriso contragosto, ela segurava as mãos do pai o tempo inteiro que entrou na casa e sentou no sofá ao lado da irmã, Jeremiah estava de frente para elas.

-Veja – ele tentou ser o mais gentil possível -Eu realmente gostaria de lembrar da minha outra vida, lembrar de vocês... da sua mãe.... mas, eu não consigo... fico feliz de saber que não fui um idiota como pensei esse tempo todo, mas... construiu uma vida aqui, tenho uma filha... que, acho é irmã de vocês – ele sorriu, e Kara invejou a garota profundamente por ter o que ela perdeu quando criança, Alex olhou para garota e chegou a sorrir, de certa forma, ela compreendia o pai, mas isso não a impedia de se magoar -Eu sinto muito por todo o sofrimento que causei a todas vocês. Mas, o homem que vocês conheciam... não é quem sou agora.

-Você ainda pode...

-Kara – Alex a interrompeu, ela retirou de dentro de seu bolso uma foto de família, onde Kara estava abraçada a Alex e Jeremiah a Eliza, quando a viu ela viu os olhos dele levemente se arregalarem.

-Eliza – disse sonhadoramente, em nenhum momento alguém citou o nome dela.

-Viu! – exclamou Kara alegre -Você lembra dela, o amor da sua vida.

Jeremiah continuou olhando para foto, mas apenas o nome lhe veio, nada mais.

-Sinto muito. Ah, veja – ele levantou e caminhou em direção a uma antiga estante de madeira, abriu uma gaveta e retirou um papel amassado, era o desenho que Kara havia feito para o pai -Tenho isso comigo desde o acidente – Kara chorou novamente ao reconhecer o desenho -Acho que foi você quem fez.

Elas ouviram um carro ser estacionado em frente a casa. Jessica se levantou e reconheceu o veículo.

-São eles de novo – disse e Jeremiah suspirou pesadamente.

-Quem são? – perguntou Alex e ficou ao lado do pai, perceber isso a deixou na mesma intensidade; profundamente feliz e ao mesmo tempo infeliz, era complicado dizer com clareza qual sentimento predominava.

-Cobradores – Jeremiah brincou e tocou o queixo de Alex exatamente como costumava fazer quando ela era criança, isso quase a fez chorar, mas ela se conteve a tempo -Eu vou falar com eles.

Quando Jeremiah saiu da casa, Alex olhou furiosa para Jessica.

-Você fez isso -acusou -Tirou ele de nós.

-Eu o ajudei.

-Sua....

-Alex – Kara interveio ficando entre Alex e Jessica, não por piedade a Jessica, ela merecia a fúria de Alex, mas por causa da criança que estava agora na sala -Oi, Ana, certo? – ela balançou a cabeça afirmativamente.

-Fique longe da minha filha – sentenciou Jessica.

Jeremiah voltou para casa e as coisas estavam tensas entre cada uma delas.

-Eu acho melhor irmos embora – disse Lena já de pé, e Kara se negou.

-E então? – perguntou Jessica a Jeremiah e ele balançou a cabeça frustrado, entregou a ela um papel.

-Acho que perdemos – disse.

-O que está acontecendo? – perguntou Kara e Jeremiah suspirou pesadamente, passou a mão por seu cabelo que agora estava começando a ficar grisalho.

-Nossa fazenda vai a leilão, querem que deixemos a casa até amanhã. Desculpem garotas, preciso tentar resolver isso.

-Eu posso resolver isso – disse Lena e Kara segurou sua mão.

-Lena, você não precisa fazer isso – assegurou Kara.

-É claro que posso – ela tocou o rosto de Kara e deixou um beijo em sua bochecha o que a fez sorrir, apesar da situação em que se encontravam.

Lena usou seu casaco e Kara segurou gentilmente em seu cotovelo.

-Eu amo você – disse Kara e Lena sorriu.

-Volto em algumas horas – avisou e deixou as Danvers com o pai.

-O que sua namorada vai fazer? – perguntou Jeremiah, e ela ficou feliz por seu pai ainda manter os valores que havia a ensinado.

-Ela vai resolver a situação – disse Alex -Agora, você pode sentar para que a sua “esposa” explique algumas coisas. Certo?

                             * * *

Jeremiah estava com o celular de Alex no ouvido, ouvindo a chamada... estava repentinamente tenso e ligeiramente ansioso. Ainda não era capaz de acreditar nas coisas que ouvia e para ele, não fazia sentido, a vida que tinha construído não poderia ser uma mentira. Não poderia. Tinha sua filha pequena e agora, ganhara mais duas. Ele estava quase desistindo e entregando o celular novamente para Alex quando ouvia a voz melodiosa.

-Alex? E então, era verdade? Vocês o encontraram? – ele olhou para a ruiva que parecia ansiosa, segundo Alex, talvez como reconhecera a mãe ele poderia ser capaz de lembrar de alguma coisa, caso a ouvisse, e de certa forma, ela estava certa. Ele poderia não lembrar da sua vida milagrosamente, mas foi capaz de reconhecer a voz, de algum momento...

-Alexandra, você vai se machucar – ouviu claramente a voz e o riso divertido -E vai machucar sua irmã.

Ele sentiu uma dor de cabeça insuportável e olhou para Kara adulta, apreensiva.

-Alex... Alexandra? Por favor – Eliza parecia desesperado do outro lado da linha -Por favor, me diga que o encontraram... por favor...

-Eliza – ele estranhou o nome saindo de sua boca, estranhou a sua voz e a entonação que a palavra teve, mas principalmente, o peso.

-Oh, meu Deus – murmurou Eliza ainda sem acreditar -Não pode ser... Jeremiah... Jeremiah é você?

Ele continuou encarando as duas mulheres, sem emitir som algum, chegou a imagina-la sentando no sofá da casa da filha em choque.

-Oh, meu Deus... – ouvi-la chorar quebrou seu coração, não queria vê-la chorar ou qualquer uma delas.

-Eu... eu sinto muito pela dor que causei – disse Jeremiah e ouviu Eliza dizer alguma coisa, mas ficou incompreensivo dado sua voz arrastada.

-Eu estou indo até aí... nós vamos dar um jeito.

Ele poderia não lembrar dela, mas confiou no poder que sua voz teve. Ele não sabia o que dizer, não sabia como reagiria ao vê-la pessoalmente, e decidida Eliza encerrou a ligação, por sorte Lilian estava presente e se disponibilizou para trazer Eliza até a fazenda aquele dia mesmo.

-E então.... – Alex recebeu o celular das mãos do pai, Ana voltou do celeiro, atrás dela estava sua mãe, os olhos inchados devido ao choro.

-Me desculpe eu... não consegui lembrar de nada.

-Tudo bem – Alex tocou fraternalmente no ombro do pai e ele sorriu afetuosamente.

-Pai, ainda está zangado? – perguntou Ana pouco antes de pular no colo do pai e abraça-lo.

-Não querida, eu nunca estou zangado com você – ele viu Jessica parada no primeiro degrau da varanda -Mas ainda temos muito o que conversar.

O carro da Luthor voltou para fazenda. Kara a recebeu na varanda, Jessica prepararia o jantar desgostosa pelo fato de que não se livraria das suas visitas tão cedo, Jeremiah as convidou para passarem a noite e mais do que prontamente recebeu uma confirmação. Imaginar estar de volta a mesa de jantar com o pai, ainda parecia tudo surreal.

-Não estou acostumado a ter toda essa atenção – disse Jeremiah enquanto Kara e Alex o ajudavam a colocar a mesa.

-Pois é, já estou começando a me sentir enciumada – comentou Lena e Kara a ofereceu seu melhor sorriso.

-E antes que esqueça – Alex pareceu ligeiramente mais nervosa -Nós precisamos conversar – e apontou discretamente para Lena.

-Alex – reclamou Kara e Alex a olhou sem entender -Eu conheço você.

Jeremiah observou as duas filhas, a dor em sua cabeça piorou, mas ele não queria acabar com o momento de ninguém. Talvez estivesse cansado pela quantidade de informação que recebera durante o dia. Foi difícil para Alex, deixar o pai na cozinha por alguns instantes, tinha a impressão de que estava em um sonho e cedo acordaria, quando olhasse para a realidade, ele não estaria mais lá. Não era a primeira vez em que isso acontecia.

-Então – disse Alex quando chegaram a varanda -Eu... – ela coçou a nuca e olhou para os próprios pés. Lena encostou seu corpo na varanda e apenas a observou -Eu gostaria de dizer... – Alex finalmente pareceu encontrar as palavras, sorriu e olhou para Lena -Eu tenho que agradecer a você, por mais idiota que seja, você... o trouxe de volta.... mas eu preciso saber... se ele estivesse morto, você nos contaria?

Lena viu através da janela Kara ao lado do pai, sorrindo abertamente. Ela não parecia apenas feliz, mas radiante.

-A você, eu teria contado – disse Lena -Mas não teria dito nada a ela, e tenho certeza de que você também não teria dito nada a ela ou a sua mãe.

-Foi o que pensei.

-Eu não... conseguiria causar nela esse tipo de dor, porque eu conheço bem, e não desejo que ela sinta. Mesmo sabendo que uma hora isso vai acontecer.

-Também devo um pedido de desculpas – disse Alex.

-Pelo quê? – perguntou Lena, confusa.

-Não acho que seja tão idiota agora. Então... – Alex estendeu sua mão em direção a Lena e sorriu, pela primeira vez, um sorriso genuinamente feliz -Obrigada, Luthor.

Era estranho esse tipo de amorosidade. Alex voltou para dentro e ela precisou de um minuto sozinha na varanda para absorver aquele tipo de sentimento. Quase como... ser aceita numa família que não fosse os Luthor. Ela estava... não sabia dizer qual palavra descreveria bem o que sentia.

-Está tudo bem? – perguntou Kara e Lena pegou sua mão entrelaçando seus dedos com os dela, Kara parecia ter ganhado na loteria. Lena assentiu com a cabeça e Kara a abraçou, deitando sua cabeça em seu ombro.

                             * * *

Quase a meia noite, elas ouviram o barulho do helicóptero, Kara e Lena estava dividindo um colchão no celeiro enquanto Alex dormia no sofá. Ela passou boa parte da noite conversando com pai, e quando ele se mostrou mais interessado nos assuntos do hospital Kara conheceu sua irmã caçula. Descobriu que não tiveram tanta diferença assim, apesar de não terem o contato quando criança, Alex passou a dizer que Ana seria a versão pequena de quando Kara era criança. Era engraçado inclusivo ver alguns trejeitos de Alex na garota.

-Não faço a menor ideia de como isso é possível – comentou Kara a Lena quando estava se deitando para dormir, ela ainda mantinha um brilho tão intenso de felicidade que a impressão que passava era a de que explodiria a qualquer momento -Não tenho nenhum... laço sanguíneo com Jeremiah...

-Às vezes – Lena a puxou para mais perto, mantendo o corpo de Kara próximo ao seu -Não se trata de sangue Kara, mas de como você, ela e Alex foram criadas – Kara ergueu a cabeça para olhar Lena, encontrou uma distancia estranha e certa frieza em seus olhos, o que a deixou confusa.

-O que...

-Preciso admitir uma coisa – disse e pareceu ligeiramente desconfortável -Não fui para cidade apenas para resolver o problema do seu pai e a fazenda, eu precisei me afastar de vocês.

-Lena – ela iria interrompe-la, mas se calou quando a viu encarar o teto do celeiro.

-Estava me lembrando de Lionel e pensando... na verdade, eu invejei vocês duas... sei que não deveria, mas estava pensando: e se fosse Lionel, e se... e se ele estivesse vivo. Ele com certeza adoraria conhecer você, provavelmente, tentaria rouba-la de mim – Lena chegou a forçar um sorriso que lhe escapou triste -Estava pensando que ele morreu me odiando, acreditando em uma mentira.

-Eu tenho certeza de que ele não odiava você Lena. Ele amava você.

E foi quando ouviram o barulho do helicóptero.

Lilian trouxera Eliza para fazenda.

Ela, definitivamente, não estava pronta para reencontrar seu marido, mas precisava encontrar coragem dentro de si. Kara recebeu a mãe com um abraço apertado, diferente das filhas que agora parecia aceitar melhor a novidade, Eliza ainda estava transtornada e ao mesmo tempo culpada, culpada por ter parado de procura-lo.

-Mãe, eu preciso dizer uma coisa....

-Ele está casado – disse Eliza interrompendo a caçula -Eu sei, e teve uma filha. Mas eu preciso vê-lo Kara.

Ela concordou com a cabeça e segurou a mão da mãe, caminhou lado a lado em direção a casa, as luzes se acenderam e Alex apareceu na porta. Foi quando Eliza entrou e viu descendo as escadas Jeremiah. Ela reviveu intensamente cada ano que viveu ao lado dele naqueles breves instantes, ele parou quase no último degrau a olhando como se visse um fantasma. Poderia não lembrar dela, mas a familiaridade que aquele rosto o trouxera foi sufocante. A vertigem que a atingiu foi tão intensa que Eliza acabou desmaiando e antes que pudesse atingir o chão, Jeremiah correu para ampara-la. Ele a carregou para o sofá, demorou um tempo, mas ela acabou recobrando sua consciência. Ela chorou enquanto o abraçava e ele só queria tirar toda a dor que a causou durante todo aquele tempo. Tanto para Kara quanto para Alex, foi uma surpresa ver a mãe daquela forma, e ao mesmo tempo compreensivo, ela sempre precisou ser forte pelas duas filhas.

E, então, deixaram que os três se resolvessem. Alex subiu para ficar com Ana, enquanto Kara aguardava na varanda com Lena e Lilian.

-Eu tentei faze-la mudar de ideia – disse Lilian -Mas...

-Uma hora ela teria que vir – disse Kara -Eu só... gostaria de saber o que vai acontecer agora.

-Eles são adultos, vão conseguir resolver a situação.

Kara conseguiu alcançar a mão de Lena e, conseguiu, apesar de toda a tensão, sorrir.

Quase uma hora depois Eliza saiu da casa, Kara a conhecia o suficiente para saber que ela escolhera a melhor opção.

-Nós... conversamos – disse e olhou para Jeremiah parado na porta -Jeremiah vai ficar aqui, ele... tem responsabilidades e.... – ela apertou os olhos com força e ficou em silencio por um tempo, depois forçou um sorriso para filha -Ele vai no seu casamento Kara, concordou em leva-la para o altar – por isso ela estava verdadeiramente feliz -E... bem, é isso. Quase vinte anos depois e a história consegue um final.

Não era exatamente dessa forma que ela gostaria que as coisas houvessem se resolvido. Na sua cabeça guiada por sua imaginação fértil ela esperava que Jeremiah fosse lembrar de Eliza, de tudo que viveram, que Eliza não fosse se contentar apenas de saber que ele estava vivo, que os dois ficariam juntos. Mas não foi o que aconteceu. Jeremiah ainda não tinha sua memória e Eliza escolhera aceitar que ele construiu outra vida, que não tinha culpa de ter sido enganado e que ainda existia uma criança quase na puberdade envolvida nessa história, ela já virá duas crianças crescerem achando que o pai estava morto, e como foi difícil para as filhas crescerem sem um pai, não queria que essa história se repetisse.

Elas voltaram para National City no dia seguinte. A organizadora do casamento parecia querer arrancar os cabelos da cabeça de tão ansiosa que estava, queria que tudo fosse perfeito. Faltava apenas uma noite para o jantar, o que significava um dia para o casamento. Kara falava, assim como Alex, quase todos os dias com o pai. Ele não parecia mais tão feliz quanto antes agora que sabia da verdade. Seu casamento estava tenso, ele não confiava mais na esposa, que, aparentemente não era oficialmente sua esposa, já que ele nunca assinara os papéis do divórcio com Eliza, e quando esta, conseguiu um advogado para resolver a situação e enviou os papéis do divórcio para Jeremiah, por alguma razão, ele não os assinou. Não conseguiu, sua mão tremia e ele sempre jogava a caneta fora. Passava horas encarando o papel sem fazer qualquer movimento. Eliza não queria estragar o dia da filha ou preocupa-las com a tristeza que andava sentindo, o homem que amava não lembrava de quem ela era, mas estava difícil continuar fingindo. Alex as vezes, pegava a mãe olhando fotos antigas, fotos do casamento dela e Jeremiah. E isso a deixava triste por não saber o que fazer, ela tinha seu pai de volta e isso era motivo de felicidade, mas, no entanto, sua mãe não tinha seu marido. Ele continuava morto, mesmo estando vivo. Se para ela, era uma tortura ver sua mãe daquela forma, imaginou-se estando no lugar dela, e isso piorou a impressão que teve.

                             * * *

A mansão estava um verdadeiro pandemônio em questão de correria. As pessoas pareciam correr de um lado para o outro, como se o mundo dependesse do fato de serem pontuais. Às vezes, Kara ouvia alguém cair no corredor enquanto pedia inúmeras desculpas pelo incomodo, ela não os culpava, é claro que o nervosismo e ansiedade deles não se aproximava do que sentia. Mas os entendia. Ela mesma chegou a pensar que abriria um buraco no chão do quarto por caminhar de um lado para o outro sem parar, seus dedos estavam doloridos de tanto estalar, o ato que irritava profundamente sua irmã, que precisava sempre se colocar na frente da irmã caçula para impedi-la e tentar incansavelmente acalma-la.

-Desculpa, eu só... estou tão nervosa – disse e Alex apertou afetuosamente o ombro de Kara.

-Vai dar tudo certo – assegurou -O papai está lá fora esperando por você, e eu tenho que dizer... esse foi o melhor presente de casamento que já vi na minha vida – brincou e Kara sorriu abertamente.

-Ele já viu a mamãe? – perguntou Kara e olhou seu reflexo no espelho.

-Ainda não, eu acho, que ele veio sozinho... o que você acha?

-Eu não sei... nós saímos de um pesadelo, mas a mamãe...

-É, eu sei – Alex sentou ao lado de Kara e suspirou pesadamente -Eu gostaria de poder fazer alguma coisa, mas... estou de mãos atadas.

-Está quase na hora – Kelly entrou no quarto -Esse lugar é enorme, me perdi duas vezes – ela sorriu e Alex se levantou.

-Sabe de uma coisa que aprendi – disse Alex -Que, não importa a dificuldade da situação, uma hora uma solução aparece.

Kara sorriu. E elas ouviram as batidas na porta. Jeremiah entrou no quarto e pareceu um pouco desconfortável no terno que usava. Mas estava elegante em seu terno.

-Está pronta? – perguntou e Kara tentou se controlar para não chorar.


Notas Finais


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