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História Submissive - Acorrentado


Escrita por: yssminmin

Notas do Autor


Yo, dengos <3

Sei que demorei horrores desde a última att, me perdoem D: Mereço pedras, podem atirar, mas sejam da paz 💮

⚠ Altas doses de açúcar e manhosidade nesse capítulo, então estejam preparados ⚠

Boa leitura ❤️🌈

Capítulo 13 - Acorrentado


Chanyeol sequer fazia ideia de quando e como começou a se meter naquela enrascada.

Em sua concepção, Namjoon, agora, possuía toda a certeza do mundo e ele nunca mais iria contra a palavra do seu amigo, agora, quase casado novamente. Sua mente estava uma confusão. Seu lobo, contudo, queria somente uma pessoa naquele instante.

Byun Baekhyun era um mistério. Um menino de sorriso fácil, atitudes ingênuas, mas de pensamentos maduros. Chanyeol não esquecera a quem um dia compartilhou um casamento, a aliança que estava há vinte anos em seu dedo pesava àquele dia, mas o peso de tentar entender a si mesmo lhe enlouquecia. Estava realmente uma confusão. E o único lugar que poderia tentar ter um pouco de calma ou era somente ao lado de seu filhote, ou ao lado de sua esposa.

Ele não era um homem que gostava de cemitérios, não mesmo. Sua alma era alegre e cheia de vida, e ali, naquele lugar onde há dezoito anos ele deixara sua esposa, trazia no vento gélido choros de tristeza, coisas que ele não conseguia aguentar. Mas Chanyeol precisava estar ali. Era como um peso que não sairia de suas costas até pedir a ela o perdão que ele precisava.

— Chanyeol... — Namjoon murmurou, ajeitando o caso de frio no corpo e observando a face do amigo impassível e, aos olhos alheios, impenetrável. Era um dia frio e que não possuía ninguém ali. Chegava quase a ser assustador, se ambos temessem ao escuro igual quando ainda possuíam treze anos. — Faz mais de três horas desde que saímos. Precisamos voltar para casa.

O Park continuou em silêncio, suspirando vez ou outra quando o mais novo resolvia resmungar baixinho. Namjoon gostava sempre de visitar Momo, mas este sempre dizia que evitava ao máximo para não ficar triste novamente, pois diferente do amigo, Namjoon não aguentava ficar em ares daquele tipo. Era um alfa sentimental, admitia sim em voz alta e se orgulhava disso. A parte ruim, entretanto, era quando seus olhos marejavam por ver a lápide de sua falecida esposa. Lembrar dela lhe alegrava, completamente. Horrível era lembrar de como ela ficara nos últimos dias após a doença lhe sugar quase toda a vida.

— Ele me confunde. — O sussurro que o Park proferiu fez Namjoon olhá-lo de olhos inquiridores. — E o pior é que até meu lobo o quer, mas eu o nego.

Namjoon suspirou alto e cansadamente.

— Seu único problema foi o fato de que você se prendeu muito ao passado, Chanyeol, você se prendeu muito a Sana. E eu te disse que isso iria acontecer.

O alfa mais velho grunhiu, e o Jeon desejou fielmente que ele tivesse seguido seu conselho.

— Ela era uma alfa igual você, um amor é lindo, e o de vocês dois foi maravilhoso, mas seus lobos não se aceitavam. Era impossível. Você sabia que ela se iria quando engravidou de Jimin, e em momento algum ela te impediu de seguir em frente. Todos nós deixamos ela partir, Chanyeol, somente você quis fazê-la ficar.

Era uma verdade, mas na época, a única coisa que ele fez foi somente se agarrar ao pequeno fruto que sua esposa deixou para si e cuidou deste com tudo que podia dar de si mesmo. Ele lembrava sim que nunca pudera marcá-la, que nunca pudera passar um cio seu ou dela juntos, mas sabia que as juras eram verdadeiras. Ele se agarrara naquilo.

— Não se culpe por nada, você não precisa esquecê-la, mas precisa se dar a chance de amar novamente. Agora, provavelmente, um amor de almas gêmeas. Com a aceitação de seu próprio lobo. Você sequer deixou Baekhyun tentar devidamente, você sequer se deixou tentar e ainda nega alguma coisa. Ambos são completamente diferentes, Chanyeol, entenda isso. Ele é novo demais para chorar por você. — Chanyeol entendia perfeitamente que Namjoon odiaria ver aquele pequeno garoto chorar por si, e ele próprio se odiaria caso algo do tipo resolvesse acontecer. Mas era impossível controlar, ele não entendia. — Dê um tempo a si mesmo.

A voz de Namjoon ecoou na sua mente por vários segundos, mas Chanyeol chegou a uma conclusão por si mesmo naqueles pouquíssimos segundos de que Baekhyun não merecia sua insensatez ou confusão. Ele merecia amor. E, em contrapartida, Chanyeol possuía medo de tentar amá-lo.

— Você o quer. Não negue a si mesmo e se dê uma chance, ambos merecem isso. Por favor. — Namjoon pediu, fitando fundo em seus olhos. Diferente dele, o Jeon era um homem que não possuía medo de tentar. Tanto que pedira Seokjin — de uma maneira um tanto exótica —, que se casasse consigo assim que o fitara, simplesmente porque soubera desde o primeiro olhar que ambos eram almas gêmeas. E o mais novo possuía toda a certeza do mundo que, se ele não se deixasse tentar agora, se arrependeria muito depois. E ele jamais iria querer algo assim para seu quase irmão. — Não perca ele.

O olhar de Chanyeol lhe fez ter toda a certeza de que ele temia, algo em sua concepção, compreensível e ainda sim um tanto bobo. Mas compreendia seus medos e receios e estava ali para ajudá-lo, porque afinal, eram amigos. Praticamente quase irmãos. E estavam ali para se ajudarem no que fosse necessário.

— Eu vou tentar. Vou sim.

Naquelas sussurradas afirmações estava uma promessa subentendida que fez Namjoon sorrir largamente, simplesmente porque praticamente previa que depois destas, um sorriso diferente estaria no rosto de seu amigo e um ar totalmente diferente o rondaria.

E, claro, menos problemas para ele se preocupar. Ele só queria se casar com seu ômega e viver tranquilamente, afinal. Seria pedir muito?

— Vai sim. Eu acredito em você.

E, de repente, o ar se tornou mais leve; se tornou mais calmo. Como a brisa de uma manhã de domingo.

 

 

 

Jeon Jeongguk não conseguia acreditar em como ter um ômega em casa, carente de si, fosse algo que lhe fizesse tirar o ar toda vez que se punha para pensar no quanto era um alfa bobo e completamente apaixonado.

Jimin havia se tornado tão mais sensível que em seus primeiros dias de cio e isso não foi nem de longe algo que desagradou Jeongguk, não mesmo. Quando seu lobo estava inquieto, ele já compreendia perfeitamente que era porque Jimin sentia sua falta, seu lobo praticamente enlouquecia dentro de si quando encontrava seu esposo encolhidinho em sua cama, com uma camisa largíssima sua em seu corpinho pequeno e abraçado a seu travesseiro, choroso, simplesmente porque sentia sua falta e ele estava muito ocupado com o trabalho ou com a faculdade. Perdera a conta de quantas vezes não fizera amor com seu ômega, com ele vestido nada mais que uma camiseta sua e somente com ela, porque ele falava que ela possuía seu cheiro.

Jin, na maioria das vezes, sempre estava acompanhando o outro ômega, para obviamente não deixá-lo sozinho. Algo que atraiu a atenção de Jeongguk para com seu novo padrasto fora que, Seokjin não mudara muito de temperamento depois de sua transição. Na verdade, ele ficara um pouco mais paternal e dócil do que costumeiramente já era, cuidando de tudo, da casa, da filhote e até mesmo de seu ômega como um belo dono de casa e líder de família. Nada mais do que isso. Contudo, este fato não lhe impediu de pensar que, ou Jimin já era manhoso de natureza, ou simplesmente tinha algo de muito diferente com seu esposo. Porque Jeon Jimin era muito dengoso, céus, Jeongguk sabia daquilo com extrema perfeição.

— Amor? — Jeongguk compreendia sim que estava sendo um péssimo marido por não estar dando a devida atenção a seu esposo por mais de dois dias, mas sempre queria estar com ele em todos os momentos possíveis. Jimin entendia que ele não podia, mas lhe cortava o coração de qualquer maneira olhar aqueles olhinhos pequenos e sentir dentro de si a tristeza que ele sentia por pensar que um maldito trabalho era mais importante que seu casamento. Não, aquilo jamais. — Você tem certeza que foi somente um enjoo? — Não queria nem pensar na possibilidade de ele ter desmaiado em qualquer lugar da mansão. Tais hipóteses lhe davam calafrios.

Jimin gemeu, fraquinho. Seu lobo despertou com o som.

— Só foi um enjoo, Gukkie, onde eu vomitei minhas tripas e quem sabe meu coração, também. — Jeongguk engoliu em seco, suas mãos suando de repente. — Quem sabe eu pense na possibilidade de ir a um médico, hum? Minha solidão é tão grande que até a companhia do médico eu quero, agora.

Suspirou, sentindo-se culpado rapidamente pela alfinetada mau humorada. Doía em ambos, de qualquer forma, mesmo que o ômega não desse trégua.

— Seokjin não te faz companhia? Meu bem, eu juro que depois dessa semana eu tiro quantas férias você quiser e passo o dia inteiro colado a você, mas por favor, não faz assim. — Lhe cortava o coração tais palavras, pois sabia que nos lábios desejáveis de Jimin, estava um biquinho trêmulo e choroso. Ele somente queria embala-lo em seus braços e dizer-lhe que seu mundo, simplesmente, era voltado a ele.

O ômega suspirou do outro lado, parando de repente tudo o que estava fazendo para simplesmente se remoer internamente por dizer, em palavras não explícitas, que Seokjin não era uma companhia, praticamente. Não, nunca, seu amigo lhe fazia tanta companhia que Jimin agradecia todos os segundos por tê-lo ao seu lado para conversar consigo. E até mesmo sua sobrinha, era ótimo brincar com Jisoo, ele adorava passar horas de seu dia ouvindo a risada gostosa da pequena garotinha, mas não era o suficiente.

— Aigoo, é claro que o hyung me faz companhia e céus, é uma companhia ótima! Mas você me entendeu, Jeonggukkie... — E novamente o tom baixinho estava de volta. O alfa suspirou, fechando os olhos. — Você me ignora há dias! Nem me tocou mais, o quê, perdeu o interesse em mim? Não me quer mais? Eu engordei, não foi? E-Eu s-sei que a-ando comendo m-muito, m-mas, e-eu juro q-que v-vou parar...

Jeongguk arregalou os olhos ao ouvir a frase sussurrada, fraquinha e chorosa, e não foi sequer dois segundos para se sentir o pior alfa do planeta terra por não ter dado o devido carinho que seu esposo queria na noite passada. Normalmente, toda santa noite ambos esquentavam a cama de um jeito delicioso e quase sempre selvagem, mas na noite passada, Jimin estava particularmente mais enjoado e obviamente ele tinha como prioridade deixar seu esposo bem. Descartou a ideia de deitar-se com ele no mesmo instante, mas aparentemente, acostumara seu ômega mal.

Muito mal.

Não se deitara com ele por uma noite e este já dizia que ele não o queria. Céus, o que ele poderia fazer senão pedir desculpas e tentar de qualquer modo fazê-lo perceber que Jeongguk era tão viciado em si e em seu corpo que chegava a ser quase assustador? Mas ele não queria assustá-lo. Só matava a vontade um pouco toda vez que se deitavam, pois ele acumulara ao total mais de dez anos desejando aquele menino como seu. Só era um alfa necessitado de seu ômega, algo completamente normal, certo?

Namjoon que o diga.

— Jimin, quando você vai entender que você é a única coisa pela qual eu vivo? — O loirinho parou de fungar, concentrando-se exclusivamente na voz calma que tentava lhe transmitir apenas sentimentos bons. Seu lobo se aquietou no mesmo instante. — Meu anjo, eu preciso de você mais do que você precisa de mim e meu Deus, nunca duvide disso. Eu juro que realmente só estou aqui por obrigação, minha única vontade é estar do seu lado te fazendo todas as vontades do mundo e estar aí pra te mimar no meu colo, porque eu não tenho um pingo de dúvida de que está mil vezes mais manhoso que ontem porque eu não pude me despedir de você hoje. Só perdoa o seu alfa, sim, bebê? — Jimin corou por estar sendo claramente tratado como um bebê, mas no momento, era a única coisa que queria no mundo inteiro. Quase ronronou, mas controlou-se a tempo. — Eu juro que tirarei férias por tempo indeterminado e iremos para qualquer lugar que você quiser, sim?

Jimin sorriu brilhantemente, de repente explodindo em felicidade momentânea, porque sabia que Jeongguk jamais mentiria para si e tudo que ele prometia, ele cumpria. Jeongguk sorriu largamente, pois sentia de longe a felicidade de seu bem mais precioso.

— Jeonggukkie! — O alfa suspirou, aliviado, mas o deixou prosseguir. — Meu Deus, Gukkie, eu estou tão feliz! Só nós dois, certo? Eu queria realmente levar os hyungs, a Jisoo e o papai, mas eu quero tanto um tempinho só para nós dois...

Jimin sabia que possuía todo o poder sobre o marido em suas palmas pequenas, e somente aquele desejo sendo proferido baixinho como um segredo o fez se derreter, instantaneamente.

— Desde Busan, eu também queria um tempo somente para nós dois. — Jimin sorriu tímido, e foi impossível não lembrar-se do episódio quente na piscina. — Que tal repetirmos aquilo de novo? Não negue, bebê, eu sei que você amou tanto quanto eu.

— Mas meu pai não gostou nadinha do que nós fizemos. — Mesmo que tivesse tentado parecer sério, falhou miseravelmente, porque lembrar da face de Chanyeol distorcida em ódio era hilária demais para não rir centena de vezes. — Se fizéssemos isso de novo, pode ter toda a certeza do mundo de que agora meu appa iria nos olhar atravessado toda vez que estivéssemos em algum lugar suspeito. Ah, Jeonggukkie, você tem que parar com isso.

— Agora eu sou o culpado por você ser gostoso? Jeon Jimin, você se controle! — E a risadinha alta e tímida de Jimin fez Jeongguk sorrir bobamente. — Tem certeza que o Seokjin hyung não chegou? São quase três horas, e normalmente ele já tem voltado da casa dele a essa hora.

Jimin suspirou, levemente.

— Ele ainda não chegou, mas eu sei o que quero fazer, enquanto ele não chega. — Jeongguk sorriu, levemente, mas rapidamente ficou em alerta. — Sabe, Gukkie, ultimamente eu tenho desejado comer ovos com cereja, mostarda e caramelo. E é isso o que eu vou fazer, enquanto ele não chega.

A evidente careta de nojo poderia ser prevista até mesmo há quilômetros de distância.

— Não, Jeon Jimin, já não basta aquele maldito sorvete? Você vomitou a noite inteira! — O ômega emitiu um som semelhante à um “que ultraje!” do outro lado da linha. — Não, você pode desejar, mas nem sempre podemos atender aos nossos desejos. Você comeria grama, se desejasse?

O loirinho bufou.

— Por que eu desejaria algo que não é de comer? — O tom exaltado na voz do outro fez Jeongguk ter total ciência de que estava mexendo com praticamente uma fera. — Jeongguk, eu sei o que quero comer. Por favor, vai mandar até nos meus desejos?

Jimin sabia que Jeongguk jamais mandaria nele para qualquer coisa no mundo, mas ele sabia ser insistente. Sabia que vomitara a noite inteira, como no último desejo mirabolante que tivera, mas Deus, estava com vontade! Ah, poderia até sentir-se salivando só em pensar em ter aquela comida em sua boca, degustando do gosto maravilhoso com seu paladar apurado. Mesmo que sua barriga, outrora, fosse em direção contrária e despejasse tudo para fora o que algumas horas atrás ele próprio colocara para dentro.

Mas ele queria. Sentia que passaria mal caso não pudesse comer aquilo, e a última coisa que Jimin iria querer, naquele momento, seria passar mal. Pelo amor de Deus.

— Ótimo, então. — Jeongguk já estava pronto para dizer a ele que poderia comer o que desejasse, pois seu lobo se entristeceu tão rapidamente que ele já sabia o exato motivo. — Assim que quiser considerar os meus próprios desejos, eu estarei na casa do meu pai. Obrigado por tudo, Jeongguk. — E desligou, deixando de queixo caído o alfa sentado.

Aquilo estava se tornando tão rotineiro que, por um milésimo de segundos, Jeongguk considerou a ideia de, ou achar aquilo normal, ou enlouquecer para ir atrás de seu esposo. Obviamente era algo normal, pelo menos, estava se tornando algo normal, mas nem por isso Jeongguk deixou-se de se preocupar e rapidamente levantou-se, pronto para ir embora.

— Problemas com seu ômega de novo? — Yoongi indagou, fazendo cara feia quando o chefe passou rapidamente por este e assentiu afoitamente, ajeitando a gravata mais devidamente enquanto praticamente corria em direção a saída. — Sabe o que vocês dois precisam? De um sexo quente dentro dessa sua sala, Jeongguk, quem sabe assim param de brigar por um momento. Se bem que isso não ia mudar tanta coisa, vocês copulam que nem coelhos, santo Cristo.

— Eu adoraria prolongar essa conversa, mas eu realmente preciso ir. — Yoongi deu de ombros e Jeongguk saiu porta a fora, afoito. — Céus, que ômega mais levado eu fui escolher. E eu o amo tanto...

Essa foi a última frase sussurrada por Jeongguk, antes do mesmo entrar em seu carro e praticamente voar em direção a mansão de seu sogro.

[...]

Quando Jeongguk chegou na mansão Park, foi de olhos arregalados e face pálida que subiu os degraus que davam para o hall de entrada. Fazia já um bom tempo desde que Chanyeol vira Jimin pela última vez e ele de fato entendia que seu esposo sentia falta do pai, mas nas atuais condições, a única coisa que ele queria era olhar fundo naqueles olhos castanhos e doces e frisar em palavras fortes que ele poderia comer qualquer desejo mirabolante que tivesse, até enjoar.

— Eu já ia te ligar perguntando o porquê do meu filhote estar lá em cima, chorando como se fosse o fim dos tempos, mas eu lembrei que você é um alfa bobão e que viria atrás dele. Mas, teve outro fato que me deixou bastante perplexo também, seu alfa safado. — Jeongguk arregalou os olhos e Chanyeol bufou, revirando os seus. — Você acha que eu não senti? Meu filhote tem o seu cheiro impregnado em cada célula do corpo dele e meu Deus, como você não pôde perceber?

Jeongguk sentiu o ar faltar em seus pulmões.

Não era como se ele não tivesse percebido que, ultimamente, Jimin tinha mais seu cheiro que antes, seria quase que insuportável para outros alfas que cortejavam seu ômega saber que ele possuía um alfa, um alfa de odor forte e ainda por cima Lúpus. Mas não era como se ele tivesse coragem suficiente para chegar em frente a Jimin e lhe dizer toda verdade, temia uma separação, seu ômega ainda era bastante temeroso quanto aquele assunto. Seu alfa interior, contudo, lacrimejava diante da verdade. Era algo tão perfeito...

— Eu percebi, hyung, mas eu tenho medo de falar e ele me deixar. — Fraquejou no final da fala, observando exatamente quando o sogro suspirou pesadamente e fez um gesto em direção as escadas.

— Vai falar com ele, é bom deixá-lo a par de tudo. Mas, meu Deus, já? — E riu, sendo agraciado com uma risada sem graça do Jeon, que prontamente começou a subir as escadas afoitamente. — Isso deve ter acontecido na primeira noite. Céus, na primeira noite se usa camisinha, sabia?

Jeongguk prontamente o ignorou e apenas se concentrou em seguir o cheiro fraquinho de cereja que pertencia exclusivamente a pessoa que era sua alma gêmea.

Jeongguk o encontrou encolhido na cama grande demais para ele, os pezinhos descobertos e contraídos, as bochechas coradas molhadas por lágrimas grossas e os olhos vermelhos e inchados, além dos lábios carnudos vermelhos. Jeongguk sentiu seu coração falhar uma batida e prontamente foi para seu lado, acariciando a cintura fininha e sentindo-o se assustar em seus braços.

Jimin o fitou de olhos arregalados e Jeongguk suspirou, pesado, beijando a têmpora cheirosa e sentindo-o mole. Sua temperatura estava elevada, como sempre.

— Me desculpa, Jimin. — O primeiro pedido saiu por seus lábios de maneira baixinha e mansa, completamente arrependida. O ômega fungou, sabendo que na realidade ele era o errado. — Eu sou tão insensível com você, bebê. Eu juro que não vou fazer mais isso, mas por favor, não fica irritado comigo, eu te imploro.

Não era como se Jimin também estivesse em condições de resistir, apenas sentia dentro de si — a partir do momento que ele lhe chamou de bebê — que ele estava completamente perdoado. Sentia-se, agora, apenas fútil por atrair tanto problema para Jeongguk.

— E-Eu quem sou um p-problema, J-Jeongguk, você quem deve m-me perdoar. — O alfa o fitou de cenho franzido. Seus olhos estavam adoráveis, na verdade, Jimin estava adorável inteiramente. — Eu só te atraio problema, meu Deus, meu alfa, me perdoa... Eu não mereço você.

O alfa o calou, beijando os lábios bonitos rapidamente e fazendo Jimin suspirar em meio ao ósculo. Quis aprofundar o contato apaixonado, chegou até mesmo a fazer menção de deitar-se para o alfa inclinar-se para cima de si, mas Jeongguk acabou com o contato tão rápido quanto havia começado e deixou Jimin de olhos arregalados e totalmente desorientado, ao que a face torcida do alfa foi apenas o que ele viu pelos próximos segundos.

— Não fala mais isso. Você sabe perfeitamente que foi praticamente um anjo na minha vida, não ouse falar isso novamente. — Jimin sorriu timidamente, mas ajeitou-se na cama e o fitou, fazendo um biquinho de repente. Jeongguk fitou o esposo pôr os pequenos pés em suas pantufas fofas, fazendo menção de levantar-se. — O que foi, meu anjo?

— Eu ainda estou com desejo. — Murmurou, encolhendo-se levemente por temer irritá-lo. Jeongguk sorriu, fraco. — Appa disse que posso comer qualquer coisa de doce que tiver na cozinha dele. E vai por mim, tem muitaaa coisa.

— Tudo bem, mas antes, Jimin-ah... — Jimin o fitou, os olhos brilhantes ao perceber que ele não tivera resistência quanto aos seus doces. Jeongguk sorriu, nervoso. — O que você acha de, agora, aumentarmos a nossa família?

Jimin franziu o cenho, fitando o marido nervoso engolir em seco várias vezes. Não era algo bom quando Jeongguk ficava nervoso, ele aprendera que não mesmo.

Na maioria das vezes, poderia ser um alfa um tanto atrapalhado, mas nunca nervoso. Na verdade, Jeongguk era bem paciente e calmo. Mas, depois de tanto tempo, retornar com aquela conversa sobre filhotes e sobre sua fertilidade sagrada, era algo que deixava Jimin obviamente desconfiado. Jeongguk era um alfa, mas não um alfa qualquer. Era um Lúpus e era seu alfa, qualquer coisa de errado consigo e ele seria praticamente o primeiro a saber.

Jimin cruzou os braços, inquieto, os olhinhos doces completamente confusos.

— Sobre filhotes? Você quer que tenhamos filhotes? — Jeongguk assentiu. Jimin franziu o cenho, deixando as mãozinhas caírem ao lado de seu corpo. — Mas por que essa fixação de filhotes agora, Kookie-ah? Eu te disse que teria nossos filhotes quando eu me sentisse seguro para isso.

Jeongguk ficou pálido, tossindo algumas várias vezes antes de começar, pra valer, a gaguejar.

— B-Bom, e-eu... Ahn, n-nós...

Os olhos bonitos do ômega se tornaram impacientes, e o pequeno serzinho choramingou, a barriga doída de fome.

Jimin se tornava o ser humano mais impaciente e irritado quando com fome, então ninguém ousava mexer com a fera.

— Aigoo, Jeongguk, vamos logo, eu quero comer! — E fez bico, cruzando os braços e suspirando sofrido. Jeongguk reconsiderou a ideia de apenas contar-lhe a notícia depois que Jimin tivesse se alimentado, porque, céus, ele sabia do poder das palavras impensadas daquele pequeno homem. E ainda mais com fome.

— E-Eu, bem, eu...

— Você...? — Jimin o incentivou, respirando fundo para demonstrar que o mais velho deveria fazer a mesma coisa. Jeongguk engoliu em seco pela centésima vez, e engasgou-se de novo. — Se você enrolar mais uma vez, eu te obrigo a comprar meu sorvete de chocolate com pedaços de abacaxi e azeitonas. — Ameaçou.

Jeongguk respirou fundo, tentando criar coragem. Jimin grunhiu, num som mais fofo que de fato assustador.

— JEON!

— Okay, okay, meu anjo. B-Bem... — E sorriu, nervoso, arrancando um olhar atento do ômega baixinho. — E-Eu posso ter, hum... e-engravidado você, meu bem... M-Mas eu juro que foi sem querer. — Terminou, ajeitando-se na cama, pronto para correr se fosse necessário.

Jimin, entretanto, ficou em silêncio por  alguns breves segundos, a face confusa e contraída e os olhinhos pequenos e atentos, sem uma verdadeira reação ruim e nem boa. Uma expressão curiosamente indefinida, até aquele momento.

E, sinceramente, Jeongguk sequer soube quando o primeiro vaso de flores voou em direção a sua cabeça.


Notas Finais


Corram da fúria de Jeon Jimin, galeris 🔥

Espero que tenham gostado, ícones <3

Próximas atts virão no dia 17 🌈

BJÕES ❤🌈


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