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História Subway - Subway


Escrita por: theparrilland

Notas do Autor


Historinha fofinha

Capítulo 1 - Subway


Acordei sem animo nenhum olhei no relógio 07:00am. Bufei.

- Estou atrasada.

Me arrumei correndo eu fui trabalhar. Peguei o ônibus para o metro o caminho foi tranquilo apesar da lotação e eu estar em pé, fui lendo um e-book e me equilibrando.

Eu geralmente não fico prestando muito a atenção no caminho pois sempre embarco no que estou lendo, mas infelizmente hoje, a bateria do meu kindle acabou.

Hoje não era meu dia definitivamente. Entrei no metro e encostei na parede, corri meus olhos por todo local. Olhei para o chão a porta abriu e eu olhei para as pessoas que estavam entrando.

Foi aí que tudo fez sentido.

Dizem que tudo que acontece em nossas vidas tem um motivo, acho que se hoje Deus me permitiu perder a hora esse era o motivo.

Ela entrou de cabeça baixa e se encostou na parede próxima a mim.

Ela estava com uma blusa cropped preta, uma jaquetinha jeans e uma saia longa preta, no ombro pendurado uma bolsa marrom e nas mão o celular. Ela parecia totalmente aleatória a tudo. E eu não consegui desviar meus olhos dela.

Sua pele era oliva e estava perfeitamente maquiada, fiquei imaginando que ela deve ter acordada bem animada pra se produzir assim lindamente. Suspirei e pisquei os olhos. Olhei suas unhas das mãos feitas, seus cabelos negros alinhados e meus olhos prenderam em seus lábios, traziam um batom vermelho matte, mas o que me chamou atenção foi a sua cicatriz no lábio superior. Tudo parecia ornar e ela era tão linda. Eu estava a encarando e olhos dela encontraram os meus. Senti minhas bochechas corarem na hora, meus rosto queimou droga, ela sorriu me olhando.

“Próxima estação – Santana desembarque do lado direito do trem”

Ouvi o anuncio do transporte e me xinguei, me perdi tanto nela que estava quase esquecendo de descer na minha estação. A porta era ao lado dela eu passei correndo e quase chorando, não tinha por que, mas eu queria ficar ali só a admirando. Olhei pra trás e a vi me acenar pela janela, meu coração se aqueceu.

Pior eu nem sabia seu nome ou nada sobre ela. Uma sensação estranha, uma carência. Era estranho demais. Sai correndo para o trabalho.

A imagem daquela mulher ficou na minha cabeça. Durante três dias, sempre que entrava no metro eu ficava a procurando.

As chances eram de 1% mas não sei, acho que meu cérebro é meio burro, ou era algo que se tornou automático. Eu entrava e meus olhos já a procurava.

Decidi me atrasar de propósito.

Será que ela pegava no mesmo horário todos os dias?

Sai de casa as 7:00am. Peguei o ônibus e nem consegui ler de tanta ansiedade, eu precisa ve-la. Apertei os olhos e pedi a Deus.

Por favor, por favorzinho, nunca te pedi nada. Me ajuda!

Supliquei torcendo pra ser atendida.

Assim que o ônibus parou na estação eu logo fui entrando, peguei o mesmo vagão daquele dia, fiquei próxima a porta, aquele dia o metro estava cheio, eu bufei, não acredito. Me bateu um medo de que na próxima estação ela não conseguisse entrar por conta da lotação.

Quando a porta se abriu entrou algumas pessoas se empurrando. Eu reclamei um pouco mas me apertei contra a parede para que entrassem, olhei pra baixo e lá estava ela.

Meu coração deu um salto e eu quase gritei. Estava louca de vontade de fazer a dancinha da vitória mas não queria que ela me achasse louca.

Obrigada Deus, você é demais, mais que demais, você é tudo!

- Oi – Eu falei com um pouco de vergonha, mas essa era a minha chance.

Ela não respondeu, estava tão perto, ela estava de frente pra mim, não conseguia ver a roupa dela, nem ver seu rosto completo. Eu suspirei frustrada.

- Hey, tudo bem ai? – Eu falei com ela mais uma vez. Neste momento o metro deu uma freada brusca e senti as mãos dela se agarrando a mim. Suspirei e a olhei. Ela me sorriu e eu me derreti.

QUE MULHER LINDA!

Ela era mais baixa que eu ela ficou me olhando de baixo e eu sorria igual um bocó. Certeza que ela estava rindo de mim. Mas ela ainda não me respondeu.

- Você não quer falar comigo né, desculpa te incomodar...

“Próxima estação – Santana desembarque do lado direito do trem”

A porta se abriu e eu fui saindo, eu estava triste e frustrada. Ela pegou na minha mão e apertou. Eu a olhei e a porta fez o sinal de iria fechar. Ela abriu a boca algumas vezes, achei que diria algo mas não o fez. O seu toque quente ficou em minha pele. Era simples mas suficiente para que eu sentisse todas as minhas terminações nervosas reagirem.

Eu a vi me acenar pela janela do metro enquanto o transporte ia embora. Senti um aperto no coração e uma sensação de abandono tomou conta de mim. Não estou entendendo isso eu jamais senti essas coisas e ainda mais por uma pessoa que eu mal conheço, nem sei o nome, ou onde mora, nada.

Nada. Era tudo que eu sabia dela.

Frustrada passei meus dias seguintes. O sorriso dela não saia de minha mente. E por mais que eu não quisesse mais eu sempre a buscava com os olhos a cada vez que embarcava no metro.

Eu já tinha perdido as esperanças de vê-la novamente, passaram-se muitos dias, não sei ao certo quantos. E o fato dela não ter me respondido me deixava mais triste.

Entrei no metro mais uma vez naquela semana, sexta-feira, finalmente chegou. Estava animada para o final de semana, não que tivesse algo de importante a fazer ou algum compromisso, era só por que ficaria em casa mesmo. Nada como minha cama, um balde de pipocas um copo de leite, chocolate e canela, muito Netflix!

Estava envolvida na minha leitura que nem notei quem alguém se aproximou de mim. Não levantei meus olhos, a pessoas se moveu impaciente e quando eu finalmente olhei senti o que de sua mão na minha.

- Oh! – Me assustei, era ela, a morena do metro. – Hey, desculpa, nossa, você me assustou.

Falei rápido e sem jeito, ela me sorriu e deu de ombros. Levantou uma sobrancelha me encarando. Ela já havia soltado a minha mão. Estava segurando na barra ao meu lado. Eu estava louca pra que ela falasse comigo, mas não sei, ela não dizia nada, ficou apenas me olhando. Isso me matou por dentro.

- Você não vai falar comigo, por que se aproximou? – Falei frustrada.

“Próxima estação – Santana desembarque do lado direito do trem”

Eu revirei os olhos, guardei meu Kindle na mochila e fui me dirigindo a porta com a cara fechada. Ela segurou a minha mão antes que eu saísse novamente. Eu a olhei e ela me entrou um papel.

Mais uma vez vi o metro ir embora com ela lá dentro me acenando. Suspirei e olhei o papel, havia um telefone.

‘Me mande mensagem’

 

- Era apenas isso que estava escrito. – Sinalizei fazendo uma pausa.

- E você mandou mensagem pra ela? Fala mama! – Minha filha estava de joelhos nas minhas pernas de frente pra mim e fazia os sinais ansiosa para que eu continue a história.

- Calma, você é ansiosa demais. – Eu respondi com os sinais fazendo uma cara serena.

Anna me olhava com semblante nervoso. Ela era muito expressiva, então, mesmo que alguém não entendesse a linguagem de sinais saberia o que ela estava querendo dizer.

- Mama, eu odeio quando faz suspense.

Ela fez cara emburrada e cruzou os braços.

- Você é muito linda! – eu a apertei sorrindo, ela tentou fugir e gargalhou.

Eu não sentia falta das palavras mas se me tirassem o som desse sorriso eu não seria a mesma.

Regina me tocou me chamando atenção.

- Emma, o que está contando a ela? – Ela me olhou suspeita e fez o sinais rápido como se não quisesse que nossa menina visse o que dizia.

- Como você se conheceram – Nossa filha contou rapidamente em sinais.

- Sua mãe era uma boba, achou que eu a estava ignorando.

Regina sorriu e sentou-se ao meu lado no nosso sofá.

- Ela ainda é uma bobona mamãe!

Anna tinha um jeito de nos chamar, meu sinal era seu dedinho rodando como cachos caindo ao lado do rosto. Ela dizia que gostava dos meus cabelos com cachos. O sinal de Regina era seu dedinho apontando seu próprio lábio, referenciando a cicatriz de sua outra mãe.

- Você duas que são bobonas, eu sou demais. – Eu falei mexendo muito os lábios, assim elas entendiam muito bem o que eu falava.

As duas gargalharam. Regina me beijou os lábios.

- Eu mandei uma mensagem e a partir daquele dia nunca mais deixamos de conversar.

- Eu amo vocês! – Anna falou se jogando em nossos braços.

Anna era morena tinha cabelos escuros e os olhos castanhos ela parecia muito com Regina. Quando decidimos adotar uma criança assim que chegamos no orfanato nossos olhos se apaixonaram por aquela garotinha, ela tinha três anos e assim que soubemos que ela tinha deficiência auditiva - assim como Regina - sabemos que era ela a nossa filha. 

Hoje ela tem seis anos e quem olha ela e Regina até acha que são realmente mãe e filha. Eu era apaixonada por essas duas.

Fizemos sinais de amor, jurando que sempre estaríamos juntas.

Fechei meus olhos e agradeci a Deus. Quando pedi aquele dia que me permitisse ver Regina novamente eu não tinha ideia dos planos que ele tinha para nós.

Minha família é meu maior presente.

 


Notas Finais


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Beijos!


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