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História Suddenly a Family - Capítulo 23


Escrita por: LuLollipop

Notas do Autor


Surpresinha da madrugada👀

Capítulo 23 - Capítulo 23



- Jason, cadê os meus filhos? - Paola se levantou do pequeno sofá.

A delegacia inteira começou a se movimentar apressadamente para tentar rastrear de onde vinha a ligação. Os técnicos de informática estavam atentos enquanto Paola se comunicava com Lowe.

- My sweet, suas crias estão bem, por enquanto.

- O que você quer? - Paola perguntou inquieta, mas foi tarde demais o fotógrafo já tinha desligado o telefone. - Jason!

O grito atormentado de Paola ecoou pela delegacia, os técnicos lamentaram o pouco tempo de diálogo dando poucas chances de rastreio. Carosella tinha suas mãos repousaram na barriga onde sentia uma dor absurda. Não deixou transparecer para não ter que se afastar da investigação.

- Tudo indica que ele está no Brasil ainda. - Um dos técnicos disse. - Foi a única coisa que conseguimos.

Fogaça por um lado estava mais aliviado, estavam no Brasil, menos mal. Mas a preocupação estava exibida em seu rosto, tanto com as crianças quanto com Paola que estava aparentando uma queda de pressão.

Foram embora, saíram do delegacia e foram para casa. Os pés de Paola estavam inchados, e os lábios estavam roxos. Zezé estava ao lado da argentina dando apoio, por estar medicada, ela estava dormindo, mas Fogaça ainda estava rodando em casa tentando arrumar uma forma de encontrar as crianças.

- Essa casa está um silêncio sem eles. - Fogaça disse para Zezé

- Seus filhos estão guardados, Deus está cuidando deles. - Zezé disse

- Eu sei. - Fogaça sorriu fraco. - Deus é bom

- O tempo todo...- Zezé sorriu. - Vai tomar um banho, deita aqui com ela. Você é forte, ela precisa de você

- Eu não só forte, só estou tentando parecer. - Fogaça passou a mão no rosto.

- está tentando parecer forte para manter a Paola calma. - Zezé deu ombros.- E está conseguindo, voces são como praia e carioca

- Será? - Fogaça perguntou e recebeu um tapa no braço. - Que isso?

- Vocês se amam, não conseguem viver sem o outro.

- É, eu amo essa argentina. - Fogaça se aproximou do banheiro

- O mundo inteiro sabe. - Zezé disse antes de sair do quarto


Era manhã, Fogaça e Paola estavam na delegacia passando informações para os policiais. Eles estavam saindo para procurar as crianças, prepararam o carro forte, contrataram um detetive e tudo mais. O caso estava sendo ocultado por eles serem pessoas públicas.

Paola estava muito mais calma, estava zen não por causa do remédio, mas porque sabia que o seu bebê dependia dela para viver. Segurava uma garrafinha de chá de camomila para substituir o medicamento forte e se manter hidratada.

Mexia no celular frenéticamente buscando qualquer notícia de Jason. A angústia era grande, o medo de algo ruim ter acontecido com os filhos só aumentava.

Paola estava pensando se ela realmente merecia ser mãe, não conseguiu evitar um sequestro, não percebeu que o sequestrador estava no dia a dia dos seus filhos, planejando o bote.

No meio de todos esses pensamentos, Paola foi interrompida pelo celular de Fogaça que soou um rock alto. Tomou um susto, mas atendeu por estar muito mais próxima que Fogaça.

A delegacia inteira entrou em formação novamente e conseguiram rastrear o celular que ligou, quem estava por trás da ligação era Jason que não disse uma palavra se quer até ouvir o grito de Fogaça o chamando de vagabundo.

- Sweet? - Jason disse.

- Jason, cadê os meus filhos? - Paola disse se sentando no sofá.

- Tô aqui no Peru, aqui onde a gente se conheceu. - Jason riu

- Deixa eu falar com a Maria Letícia, por favor. - Paola suplicou tentando ganhar tempo para rastrearem o lugar exato.

- Fala com sua filhinha. - Jason falou

- Mãe, eu quero ir embora, vem buscar a gente. - Maria Letícia disse chorosa fazendo as lágrimas caírem do rosto de Paola

- Eu sei, a gente vai buscar vocês o mais rápido possível eu prometo

- Já deu né Paola, falou demais. - Jason pegou novamente o telefone

- Jason, a Maria Letícia passou por um transplante, precisa de se medicar no horário adequado

- Vaso ruim não quebra, tô te esperando aqui, naquele mesmo lugar onde te conheci, sem policia, até amanhã.

Jason desligou a ligação e Paola ouviu a delegacia inteira vibrar, localizaram perfeitamente o local onde o rapaz estava.

Fogaça olhava para Paola desconfiado, sabia que estava passando alguma coisa na mente da mulher. Carosella mexia os dedos, fazia movimentos com a boca, e ele sabia bem o que aquilo significava.

- Paola, ta pensando em que hein? - Fogaca se aproximou. - Não começa com as suas loucuras

- Vamos sozinhos para o Peru. - Paola disse coçando os olhos

- Tá doida Paola? A gente não vai pro Peru. - Fogaça disse lentamente. - Eu nunca fui, vamos ficar perdidos

- A gente vai. Fogaça eu conheço o Jason, eu sei o quão covarde ele é, se a polícia estiver junto, ele vai fazer algo contra as crianças. - Paola disse enquanto fazia um coque alto no cabelo

- Então eu Vou, você fica. - Fogaça disse e Paola riu

- No, Voy a cusco. - Paola balançou a cabeça positivamente

- Paola, cê tá grávida. - Fogaça disse sério

- Eu sei. - Paola levantou uma sobrancelha. - Tô grávida, não doente.

- Não, você está grávida, uma gravidez de completo risco. - Fogaça pegou o cigarro no bolso. - Você não vai

- Eu vou. - Paola disse e saiu de perto dele

Fogaça saiu de dentro da delegacia e se sentou em um banco de madeira que tinha ali perto. Parou para pensar sobre o rumo da sua vida a partir daquilo, parou para pensar na repercussão e no final triste que essa história pode ter.

Se perguntava como foram parar no Peru com três crianças, será que nem um dos três sinalizou para alguém evidenciando o sequestro, Maria Letícia é tão inteligente, será que ela não deixou uma pista sobre nada?!

Fogaça estava chorando olhando para o chão, o cigarro acesso era quase apagado por suas lágrimas que caiam. Queria fazer isso longe de Paola, Não queria mostrar para a mulher que estava tão preocupado assim com as crianças.

As mãos trêmulas mal conseguia enxugar as lágrimas dele que jogou o cigarro fora. De repente um desespero tomou conta do corpo dele, a ficha havia caído. Eles sumiram, não sabiam onde estavam, levados para um país onde eles nem falam a língua nativa.

Como ele pôde ser um pai tão descuidado?! Ele se perguntava a cada instante, era uma dor intensa. Só queria ouvir a voz deles, queria ter a oportunidade de dar um último beijo, ou abraço.

Paola observava tudo de longe, espionava Fogaça pela janela de vidro do local. Mesmo não aguentando mais andar, ela se deslocou até o lugar onde ele estava e se sentou ao lado do rapaz acariciando a careca dele.

- Ei...- Paola disse com um leve sorriso. - Por que demorou tanto para chorar, pra se mostrar vulnerável?

- Não queria fazer isso na sua frente. - Fogaça limpou rapidamente as lágrimas. - Não queria te passar insegurança

- Henrique, eu sou mãe. - Paola riu fraco. - Insegurança é o meu segundo nome

- Eu, eu...- Fogaça encostou a cabeça no ombro de Paola. - Tô preocupado Paola

- Eu também. - Paola enxugou as lágrimas dele. - Não posso me descontrolar, porque alguém aqui dentro precisa que eu fique o mais calma possível.

- É tão estranho, não ter eles em casa. - Fogaça disse sentindo um choro desesperador invadir seus olhos.

- Henrique. - Paola segurou o rosto dele o olhando nos olhos. - Nós vamos encontrar os nossos filhos.

- Tô com medo de...

- Shiu!. - Paola colocou o dedo indicador nos lábios dele.


[...]

Fogaça e Paola estavam desembarcando no Peru, o vôo foi rápido, porém cansativo para Paola que não encontrava posições para ficar sentada. Sem falar nas vezes que ela levantava para ir ao banheiro.

Já era noite quando chegaram, foram direto para o hotel descansar pois iriam tentar negociar com Jason no dia seguinte bem cedo.

Antes de dormirem, decidiram fazer uma oração juntos, deram as mãos e pediram para Deus ser misericordioso com eles como ele sempre é. E logo caíram no sono entre os lençóis peruanos.

-------------------__________

Paola deu uma rápida volta pelas ruas do Peru para sinalizar que estava no local e tentar se familiarizar com as ruas de onde passou as férias mais longas de sua vida.

Fogaça não podia dar bandeira, portanto, andava sempre próximo a Paola, mas não tão perto com medo de que alguém o visse. Estava certo pois quando Paola atravessou a rua ele conseguiu ver Carol seguindo a mulher, agora ele andava mais escondido que antes.

Depois que Paola voltou para o hotel, Fogaça viu Carol se afastar para o lado das montanhas onde a maioria dos turista fazem as trilhas até o topo. Depois que teve certeza que a mulher não voltaria, ele andou mais um pouco pela cidade se encantando com a sensação de liberdade que o lugar trazia.

Parou no centro da rua olhando para o céu, observou os pássaros que passava antes de sorrir sentindo uma chama de esperança se acender em seu coração. Um lugar mágico como aquele, era difícil de encontrar.

Voltou para o hotel sorrindo com o pequeno cordão que comprou para o bebê que estava na barriga de Paola. Observava as pedrinhas sorrindo hipnotizado com a alegria que um simples objeto pode trazer.

Entrou no quarto silenciosamente vendo Paola colocar um agasalho por conta do frio. Ela reparou o sorriso no rosto do rapaz ale acabou sendo contagiado sorrindo junto.

- O que foi? - Paola passou a mão na barriga. - Voltou todo sorridente...

- Esse lugar me traz uma sensação inexplicável. - Fogaça se sentou ao lado dela.

- Eu sei como é. - Paola olhou para a mão dele.

- Comprei um presente pro bebê. - Fogaça mostrou o cordãozinho para Paola que se emocionou

- É lindo. - Paola colocou o cordão perto do nariz sentindo o cheiro. - Eu conheço esse cordão

Dona Francesca estava sentada em sua cadeira de rodas segurando sua xícara de café, Paola adorava ver o pôr do sol com a patroa.

Viu que algo tinha caído e quando pegou percebeu que era um cordão minúsculo com miçangas de madeira. Assim que tocou sentiu sua pele inteira se arrepiar e um no se firmar em sua garganta.

- Aqui dona Francesca, a senhora deixou cair. - Paola engoliu seco e entregou o objeto para a mulher

- Ah, isso aqui é importante. - Francesca sorriu segurando o cordão como um se segura um terço. - Ganhei quando nasci, minha mãe dizia que ela comprou lá no Peru, quando descobriu que estava gravida.

- Que lindo. - Paola passou levemente os dedos pelo objeto

- Guardei para usar na minha primeira filha. - Francesca disse deixando uma lágrima escapar. - Usei na hora do parto, depois ela usou até fazer os vinte anos.

- Por que só até os vinte?

- Ela dizia que era brega, e eu não sentia que aquilo era tão importante pra ela como é pra mim. - Francesca fez uma careta e olhou para Paola. - Testei nas
outras duas, mas não deu certo.

- É uma pena. - Paola lamentou

- Eu adorava ir ao Peru, sempre fui muito aventureira, e aquele lugar tem uma energia sobrenatural...Quero que vá lá um dia.

- Vamos juntas. - Paola segurou a mão da mulher

- Não, você vai quando se sentir sozinha, aquele lugar acolhe Paola. - Francesca segurou firme a mão de Paola. - Suba as montanhas, toque nas pedras, se possível vá quando estiver gravida, vai ser ótimo para você

- Eu tentarei ir. - Paola sorriu. - Mas a senhora sabe que eu nasci estéril, não posso engravidar.

- Pode sim, pra Deus nada é impossível, você têm o coração bom, vai ser uma ótima mãe.

- Tenho medo, posso morrer na hora do parto. - Paola contou

Francesca deu um beijo no cordão e o entregou para Paola fazendo a mulher chorar sentindo o arrepio invadir sua pele novamente. Paola engoliu seco e piscou várias vezes tentando conter o choro

- É pra você. - Francesca disse. - Vai te dar sorte na hora do parto, e você vai sempre se lembrar de mim.

- Eu nunca vou te esquecer dona Francesca, nunca. - Paola limpou as lágrimas.


Fogaça não estava entendendo o motivo pelo qual Paola estava chorando tanto. Ela falava pouco sobre dona Francesca para Fogaça até porque ela gostava de guardar esses momentos só pra ela.

Os dedos passavam levemente entre as miçangas enquanto lágrimas molharem suas mãos. Depois de longos minutos, ela acordou desse transe infinito percebendo que Fogaça a olhava.

- Esse lugar é incrivel. - Fogaça disse limpando as lágrimas de Paola

- É porque você ainda não foi lá em cima. - Paola apontou para as montanhas. - Lá é intenso, as coisas funcionam de uma forma diferente.

- Então vamos pra lá. - Fogaça sugeriu. - Jason já não está lá?!

- Ah! Tenho que ligar pra ele. - Paola pegou o celular

- Não precisa, quando você estava andando lá embaixo eu vi a Carol te seguindo, ele já sabe que você está aqui

- Então por que ele ainda não ligou? - Paola perguntou

No mesmo instante o celular de Paola apitou indicando mensagem e quando ela olhou sorriu vendo que o encontro deles estava marcado.

"Tô te esperando aqui, naquele mesmo lugar".

Paola apagou a tela do telefone e começou a se preparar para subir as montanhas, Fogaça iria de longe como foi na rua. A maior preocupação deles naquele instante era como Paola subiria aquilo tudo com uma gravidez arriscada.

Ela nem conseguia descer as as escadas da própria casa, imagine subir uma montanha gigante daquelas. Todavia, Paola respirou fundo e iniciou sua lenta e dolorosa caminhada até o topo, quando chegou lá já era fim de tarde. A luz laranja deixou tudo mais alegre dando forças para Paola que esperou Fogaça para ver se estava tudo bem com rapaz.

Quando Fogaça alcançou Paola, ele a ofereceu uma garrafa d'água que foi consumida pela mulher em instantes.

Agora andavam devagar sentindo a sensação inexplicável que Francesca disse. Tinha um grupo de hippies tocando flautas enquanto os pássaros passavam no céu trazendo o fim da tarde com eles.

O som da flauta invadiu a mente de Paola que se aproximou deles mostrando sua barriga, assim eles tocariam novamente a melodia e Paola passaria a energia para o bebê.

Não foi diferente, Paola balançava lentamente o corpo enquanto o som ecoava em seu corpo. As mãos acariciava a barriga e o sorriso no rosto fez Fogaça pegar o celular e gravar cada segundo daquele dança materna.

Paola agradeceu aos flautista e seguiu viagem chegando nas construções feitas por nativos. Ela andava passando a mão em cada pedra deixando a lágrima cair. Fogaça não entendeu muito bem por isso ficou com as mãos dentro do bolso do casaco.

- Toque. - Paola disse parando de frente para uma das pedras.

Fogaça tocou levemente com as duas mãos sentindo um arrepio violento passar pelo seu corpo. Paola colocou as mãos por cima da mão dele juntando suas energias. O bebê se mexeu na barriga fazendo os dois rirem e colocarem uma das mais na barriga.

Vendo que estava se aproximando do lugar marcado com Jason, Paola e Fogaça se separaram novamente. Ela estava exausta, carregava uma mochila pesada, além dos agasalhos que usava que também não eram nada leves.

De longe Paola conseguiu ver os filhos brincando no acampamento onde ela é Jason tiveram sua primeira vez. Um choro aliviado invadiu o ser dela fazendo-a aumentar a velocidade dos passos até alcançar os filhos.

- Mãe! - Maria Letícia correu na direção de Paola chamando a atenção de Jason

Paola abraçou a menina chorando nos ombros dela, as mãos tocavam cada parte do corpo da menina para ter certeza se ela era real. A cozinheira não estava acreditando que tinha a filha novamente nos braços.

Depois João e Luísa avistaram a mãe de longe correram na direção dela abraçando-a com força. Fogaça ainda estava muito longe, mas conseguiu sentir algo bom vindo.

- Paola my sweet. - Jason disse se aproximando com Carol e Carine

- Pelo amor de Deus, diz o que você quer que eu te dou, mas devolve os meus filhos. - Paola implorou protegendo as crianças atrás de si

- Quero que você venha comigo para aquela cidadezinha. - Jason apontou para o para o alto de outra montanha. - Vamos ficar um tempo lá, juntos, só eu você e as crianças

- Jason eu não posso subir aquilo tudo. - Paola balançou a cabeça negativamente. - Já subi até aqui, minha gravidez é de alto risco

- A gente vai devagarzinho, vamos parando nas cidades como fazíamos antigamente

- Jason...

- Ou é isso, ou você nunca mais vai ter os seus filhos de volta. - Jason disse a Paola concordou com a cabeça aceitando ir com ele

Ela sabia que Fogaça poderia se perder ou nunca mais encontra-los mas foi mesmo assim usando sua fé. Caminhavam lentamente, paravam toda hora para Paola respirar até escurecer demais.

Carine e Carol não falavam nada, apenas serviam de cobaia para Jason fazendo tudo que ele mandava. João não degrudava da mãe hora nenhuma, ele segurava na barra da roupa de Paola.

- João meu amor, tá me atrapalhando a andar. - Paola disse

- Não vou te soltar mamãe. - João balançou a cabeça positivamente. - Não quero, quero ir embora

- A gente vai. - Paola se aproximou do ouvido dele. - Seu pai está vindo buscar a gente, é segredo hein

- Tá bom

- Vamos parar aqui pra descansar.- Jason apontou para um lugar com árvores. - Tá muito tarde pra continuarmos

- Não vou sentar nesse chão nojento. - Maria Letícia cruzou os braços

- Vai sim. - Jason a empurrou e todos se sentaram

João se sentou entre as pernas de Paola enquanto Luísa pediu colo para Maria Letícia, rapidamente todos durmiram, menos os dois

João estava enrolando os dedos no cabelo de Paola que acariciava os cachinhos dele. Estavam cansados, os olhos fechavam e abriam lentamente.

- Por que a gente tá aqui? - João perguntou

- Algumas coisas ruins aconteceram, mas vamos sair dessa. - Paola disse

- Tô com saudade do meu pai

- Eu também


Quando o sono bateu em Paola, a mulher fechou os olhos apenas para tentar descansar e acabou dormindo.

No susto, acordou na madrugada e tentou se levantar para fazer e xixi e percebeu que estava amarrada em um tronco, sozinha no meio da floresta. Jason já tinha ido embora levando as crianças consigo.

Naquela escuridão imensa Paola gritou de medo sentindo uma dor intensa na sua barriga. Tentava se soltar a todo custo, mas não conseguiu se entregando a derrota.

Depois de quase uma madrugada inteira, Fogaça alcançou Paola encontrando a mulher amarrada. Correu e desamarrou a cozinheira percebendo que as mãos dela estavam congeladas.

- Toma, tá muito frio aqui. - Fogaça tirou o casaco e cobriu a mulher.

- Eu estava com eles Fogaça. - Paola sussurrou

- Eu sei, a gente vai atrás deles assim que o sol nascer, agora está muito perigoso.

Quatro horas da manhã Fogaça e Paola estavam chegando ao trevo que dava acesso para a montanha onde Jason estava levando as crianças. Os três caminhos levevam até a cidadezinha, bastava saber em qual eles estavam para alcança-los.

Fogaça estava tenso, não conseguia pensar direito, apenas andava e tentava proteger Paola do frio.

- E agora Paola? - Fogaça perguntou diante dos três caminhos

- Não sei. - Paola deu mais um passo. - Eu acho que eles foram por esse.

Eles estavam prestes a seguir o caminho onde Paola apontou, mas a mesma viu algo brilhar na entrada do outro caminho. Correu para ver o que era e percebeu que era os brincos de Maria Letícia.

- Por aqui. - Paola chamou Fogaça e mostrou a bijuteria. - Esses brincos são da Male.

- Menina esperta. - Fogaça sorriu e seguiu a trilha.

Depois de uma longa jornada Paola e Fogaça encontraram Jason em um pasto. Maria Letícia estava fazendo birra sentada no chão. O casal estava escondido entre os matos observando a cena.

- E agora Fogaça? - Paola perguntou sentindo seu coração apertado

- Agora é mano a mano. - Fogaça saiu do meio das plantas

O rapaz avançou em Jason iniciando uma briga entre eles, enquanto Paola, mesmo com a barriga enorme, dava uma bons tapas em Carine e Carol.

Em uma momento de distração enquanto Fogaça batia em Jason e Paola batia em Carine. Carol puxou Maria Letícia e a colocou na beira de um penhasco. Todos ficaram desesperados, até o próprio sequestrador.

O sorriso psicopata que Carol tinha assustou a todos que tinham certeza que Carol jogaria Maria Letícia dali de cima.

- Mãe! - Maria Letícia gritava olhando para baixo

- Carol, não! - Jason soltou Fogaça se apdizimando da mulher. - Pelo amor de Deus não faz isso

- Se vocês continuarem a me encher eu vou jogar essa menina daqui. - Carol gritou ameaçando jogar Maria Letícia

- Carol não faça isso. - Carine disse desesperada

Paola foi esperta e correu vendo Carol se distrair com a irmã. Num movimento rápido, ela soltou Maria Letícia das mãos de Carol que e por impulso segurou a mão da mulher pra ela não cair do penhasco

Por pena, Paola puxou a mulher de volta e a jogou no chão vendo que ela chorava.

- Você nunca mais. - Paola disse apontando para ela. - Aliás, vocês nunca mais ousam tocar em quem eu amo, entendeu?

Os três acabaram se rendendo, e o casal se apressou saindo dali com os filhos.

{...}

Desembarcaram em território paulista. Estavam aliviados por ter conseguido as crianças de volta. Depois que o sangue esfriou, Paola começou a sentir dores fortes na barriga. Sentiu que fez um pouco de xixi nas calças, mas não disse nada para não atrapalhar a alegria deles

Quando estavam passando pelo portão de desembarque, Paola se assustou ao ver Lourdes. A mulher estava parada ali esperando a chegada deles.

Maria Letícia, correu para os braços da mulher deixando os país confusos. E com o olhar, Fogaça foi percebendo o que Lourdes foi fazer ali.

- Posso saber o que faz aqui? - Fogaça se aproximou e viu a mulher olhar para Maria Letícia

- Maria Letícia me ligou, pediu para ir embora. - Lourdes disse despertando Paola

- Mas já estamos indo embora. - Paola sorriu fraco

- Não, ela quer voltar pro Rio. - Lourdes abraçou a menina que já estava chorando

- O qu ê?! - Paola entreabriu os lábios. - Maria Letícia...

- Como assim? - Fogaça disse e viu Maria Letícia se aproximar deles. - Você quer ir embora meu amor?

- Eu quero. - Maria Leticia soluçou ao ver Paola levar as mãos ao rosto caindo nas lágrimas. - Eu vou te agradecer sempre, você deu um pedaço do seu fígado pra mim.

- Eu dei porque eu sou o seu pai minha filha. - Fogaça se abaixou na altura da menina.

- Você vai ficar sempre no meu coração. - Maria Leticia limpou as lágrimas. - E você é a melhor mãe do mundo.

- Então por que você vai embora? - Paola segurou as mãos da garota

- Quando eu morava no abrigo, minha vida era difícil, mas lá, ninguém nunca tentou me sequestrar ou me jogar de um penhasco. - Maria Letícia disse sem olhar nos olhos de Paola que já está passando mal

- Eu juro que isso nunca mais vai acontecer. - Paola implorou. - Não vai, eu não posso te perder de novo Maria Letícia

Lourdes deu a mão para Maria Letícia e se dirigiu até o portão de embarque rumo ao Rio de Janeiro. Fogaça abraçou Paola que chorava vendo a filha ir embora para nunca mais voltar.

Paola nem conseguia respirar, João estava de mais dadas com Luísa observando a cena sem entender muito o porquê de Maria Letícia estar indo embora com outra mulher.

Carosella estava se sentindo um lixo, não estava acreditando que Maria Letícia estava indo embora assim. Ela até entendia a menina, mas não conseguia imaginar mais a vida sem ela.

Perdeu as forças ao ver o avião decolar com a filha dentro, sentiu um líquido passar por suas pernas e uma forte pontada na barriga fazendo-a desmaiar nos braços de Fogaça.

Paola estava perdendo muito sangue, fazia poças no chão enquanto era carregada por Fogaça até o carro.

Reparou que ela segurava o cordãozinho que comprou em Cusco e se sentiu mais aliviado sabendo que aquilo a protegeria de alguma forma.






Notas Finais


Calma minha gente, Male só está com medo coitada☹

Quem quiser ouvir a melodia dos hippies se chama " Pan In Machu Picchu"

Tá quase acabandooo.😣😣


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