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História Sul do paraíso - C2: south of heaven


Escrita por: nerosub

Notas do Autor


eu prometi que traria att e ainda vim adiantado...

me perdoem os erros e me avisem nos comentários se houver algum para que eu os corrija

cap dedicado a mileminha, te amo bebê

boa leitura sz

Capítulo 2 - C2: south of heaven


Capítulo 2: South of Heaven

Byun Baekhyun não podia acreditar que estava naquele lugar, tendo certeza que não havia nada maior do que o seu desejo de encontrar seu irmão. Sua família nunca fora nenhum exemplo de proximidade ou carinho, mas Baekbeom sempre estivera lá por si, em todos os momentos, até quando era perturbado pelos garotos baderneiros do colégio. O repórter não brincava quando dizia que o irmão era basicamente o seu mundo. Ele não namorava, seu melhor amigo era o nerd do Chanyeol e seu consolo era gastar suas folgas vendo animes ou coletando informações nos piores becos de Jajeong.

 No entanto, estar na South of Heaven era algo que não fazia nada bem para o seu estomago. Era quase como ter uma ulcera se criando no órgão pelo nervosismo. Aquele lugar era conhecido pela excentricidade e por ser, literalmente, o ninho dos Hebis — integrantes da maior e mais poderosa gangue de Jajeong. Baekhyun nunca causara grandes problemas e nunca realmente se metera em negócios com os gangsters, mas sabia que ninguém ali suportava profissionais como ele. E andar por uma boate com um alvo em sua cabeça não era nada agradável.

Byun olhou de relance para o detetive ao seu lado, ainda não tinham entrado na casa noturna, mas ele já podia ouvir toda a agitação que vinha do lugar. E assim que passaram pelos seguranças na entrada, Kyungsoo puxou-o para um canto, colando seus corpos e pegando-o de surpresa pela aproximação repentina.

Devido aos seus conflitos internos sobre segurança e sobre a própria sexualidade indefinida, o repórter ficou nervoso e indeciso sobre o que fazer, fitando o rosto sério do policial, que deu-lhe um sorriso irônico como resposta.

— Não fique com esse cara, você não faz o meu tipo — disse, fazendo com que a não existente gastrite nervosa de Baekhyun criasse vida e o fizesse ferver de ódio. — Não é hora para explodir de raiva, Baekhyun. Então abre o bico e me fale o que sabe sobre esse lugar e sobre o cara que administra tudo.

O rapaz sabia que era extremamente transparente em suas expressões, mas não o suficiente para ser lido tão facilmente por aquele cara. Talvez ser um detetive trouxesse aquele tipo de dom. E respirando fundo, Byun olhou ao redor, sequer conseguindo acreditar que um lugar como aquele era real.

South of Heaven era uma boate polemica não por estar em Jajeong, mas por ser conhecida como a casa dos Hebis, ou o ninho das cobras. Haviam não somente strippers mulheres, mas homens também, e ninguém parecia estar realmente ligando para o que acontecia ali. Vários amigos de Baekhyun já tentaram se infiltrar na casa noturna e obter informações valiosas, mas não conseguiam êxito algum naquilo.

— Como você pode ver, estamos no covil da gangue — sussurrou em resposta, molhando os lábios com a pontinha da língua. Ato que infelizmente mexeu com a cabeça do detetive, mas que felizmente passou despercebido pelo repórter. — Quem administra o lugar é o Lay, e embora digam que os Hebis são liderados pelos três irmãos, todos sabem que aquele que tem maior poder entre os integrantes é o Lay. E aqueles que são inteligentes, evitam de causar problemas para esse cara. E embora seja meio óbvio que ele esteja envolvido com tráfico e toda a merda possível, não há nada que prove isso.

Kyungsoo fez uma careta, da qual Byun não soube traduzir.

— Bom, não há muito o que se fazer além de seguir em frente — falou, olhando ao redor. — Vamos evitar problemas e fazer isso o mais rápido possível.

— Finalmente estamos falando no mesmo idioma, detetive.

Com certa dificuldade, os dois conseguiram atravessar a multidão de corpos dançantes. Aquele lugar não somente parecia estar em outro patamar, mas poderia ser até mesmo outro tipo de realidade. Ninguém aparentava se importar com qualquer coisa que acontecia ao seu redor, era como se estivessem livres de toda e qualquer amarra feita pelo mundo.

Ao se aproximarem do bar, questionaram ao barman como poderiam falar com Lay, e que tinham a recomendação de Chen para aquilo. O rapaz gesticulou para algumas escadas que eram guardadas por seguranças, aparentemente o caminho para a área vip do lugar. Já no segundo andar, se encaminharam mais uma vez até o bar, onde um rapaz de cabelos avermelhados e incontáveis piercings nas orelhas. A tatuagem no braço bronzeado deixava obvio que ele fazia parte da gangue.

— Rostinhos novos, sejam bem-vindos — sorriu, apoiando os cotovelos no balcão. — Podem me chamar de Tao, o que vão querer?

— Nós precisamos conversar com o Lay — Kyungsoo mostrou o distintivo, obtendo uma sobrancelha arqueada do barman. — Chen nos deu passe livre para conversar com ele.

O ruivo riu, molhando os lábios com a ponta da língua.

— Sorte a de vocês que foi o Chen — Tao gesticulou para que esperassem, enquanto tirava um celular do bolso e ligava para alguém. A conversa foi em mandarim e rápida. — Subam aquelas escadas, rapazes. Kris vai liberar a entrada de vocês.

Diferente de Baekhyun, Kyungsoo aparentava estra tranquilo naquele lugar, como se fosse comum para si entrar em locais cheios de gangsters e mostrar seu distintivo. Era como se o homem não temesse em nada ser baleado ou ser encontrado em uma vala com a boca cheia de formigas. Enquanto seguiam até as escadas, Do sorriu para o mais novo.

— Fique calmo, Byun, note que ninguém está armado, nem os seguranças — falou, em tom baixo, gesticulando discretamente para um dos seguranças. — Você pode levar uma surra, mas não vai ser baleado.

— Nossa, ser espancado em um beco que fede a urina com certeza é muito melhor do que levar um tiro — ironizou, parando assim que chegaram ao início da escadaria que dava acesso ao próximo andar.

Um homem alto e de cabeça raspada os parou, obviamente um dos seguranças. A tatuagem era visível no seu antebraço.

— Irei leva-los até o escritório do chefe. Sigam-me, por favor — informou, incentivando-os a subirem as escadas.

O andar seguinte era silencioso e não havia ninguém ali, nem mesmo seguranças. Assim que adentraram no escritório, notaram que o lugar estava vazio, o que surpreendeu não somente a Baekhyun e Kyungsoo, mas ao segurança também, que não demorou muito para torcer o nariz.

— É provável que ele tenha ido fazer a ronda, mas dentro de dez minutos ele estará aqui novamente — Kris avisou. — Fiquem à vontade.

A porta foi fechada, e Byun deixou que um suspiro alto escapasse. Estava nervoso, mas estava ainda mais necessitado por respostas. E por alguma razão, sentia-se desconfortável demais naquele lugar, não apenas por estar temendo por sua vida, mas por ter aquela sensação bizarra dentro do peito.

O escritório tinha uma das paredes feita em vidro, dando uma visão total dos andares inferiores e de tudo o que ocorria por lá. Era um bom meio de ficar de olho em tudo e todos, pensou Baekhyun. Juntando seus últimos resquícios de calma, juntou-se ao detetive, sentando-se com ele em um dos sofás.

— Tente manter a calma, Baekhyun — Kyungsoo pediu, evidentemente preocupado. — Ou você fez algo de errado para esse cara e agora está com medo de vê-lo?

— O que...

Antes que Baekhyun tivesse qualquer oportunidade para responder, foi interrompido com o som da porta se abrindo. Não podia acreditar que aquele detetive achava que ele estava envolvido com aquela merda de gangue! Já não bastava ele estar naquele lugar bizarro, ainda era obrigado a aturar incriminações como aquela?

E, antes mesmo que o repórter conseguisse retrucar, acabou perdendo todas as palavras ao avisar o cara que acabara de entrar no escritório. Os cabelos descoloridos, as tatuagens visíveis e as expressões surpresas. Baekhyun o conhecia. De algum lugar, mas o conhecia. Os traços inconfundíveis eram familiares demais.

— Ora, visitas. Sejam bem-vindos — Lay sugou o que quer que estivesse bebendo pelo canudo, fitando os outros dois.

Kyungsoo suspirou, finalmente se lembrando que já tinha visto aquele cara, no dia que conhecera Chen. Já Byun, estava estático em seu lugar.

Lay tomara seu lugar em uma das poltronas, confortando-se e bebendo aquilo que se parecia com um milksheak. Os olhos negros fincados tanto em Baekhyun, quanto em Kyungsoo. Nenhum dos dois sentiu-se no poder com o sorriso que surgira em seguida.

— Então, há que devo a honra de tê-los aqui, senhores? — questionou, as sobrancelhas se arqueando em expectativa. Do limpou a garganta, atraindo a atenção do gangster.

— Estamos investigando um desaparecimento na região, nos disseram que você poderia ajudar — o detetive foi o primeiro a falar, ganhando um sorriso indecifrável do loiro.

— E vieram até mim por quê?

— É porque a maioria dos desaparecimentos estão relacionados a você, não é? — Baekhyun respondera.

Por alguns segundos, não houve som algum no escritório. E o detetive até mesmo pensou que seriam mortos ali, devido a boca grande de Byun. Entretanto, para a surpresa de ambos, o loiro riu. Lay ainda sugou sua bebiba, antes de voltar a falar.

— Essa é uma questão muito peculiar, na verdade — disse, ajeitando-se de forma confortável em seu lugar. — Para repórteres e policiais, por exemplo, é um caminho fácil e simples colocar a culpa de vários desaparecimentos que ocorrem nesse bairro em mim. De certa forma, o percentual de acerto é baixo.

— Está dizendo que os boatos são mentiras? — Byun estava fitando o outro, que sorrira de forma incompreensível para si.

— Em parte são — respondeu.

— Certo, deixando a sua palavra contra a da polícia para depois, poderia me responder algumas perguntas? — Kyungsoo interferiu, prevendo que algo de ruim poderia acontecer se aqueles dois continuassem conversando. Lay olhou longamente para si.

— Claro, detetive — o sorriso que dera fez o corpo inteiro do homem estremecer.

Do procurou no bolso de sua jaqueta a foto que carregava consigo de Baekbeom, deixando-a em cima da mesa de centro e empurrando-a em direção ao loiro. O desagrado nas expressões de Lay deixaram claro de imediato que havia algo de errado ali.

— Já viu esse homem antes?

— Ele é parecido com você, garoto. São irmãos? — os olhos escuros do gangster se focaram em Baekhyun, que concordou.

— Você não respondeu a minha pergunta — o detetive chamou-lhe a atenção, e o outro riu.

— Eu disse que poderia responder suas indagações, detetive. Não que iria responde-las — retrucou.

Kyungsoo respirou fundo, lembrando-se do aviso que recebera de Chen sobre o irmão ser um cara irritante.

— Não colaborar com a polícia quando solicitado é tipificado como crime, sabe bem disso.

— Assim como tenho direito de permanecer calado, certo? — refutou, e riu antes de continuar. — As suas expressões são assustadoras, detetive. Mas confesso que são ótimas — Lay se levantou, caminhando até sua mesa e pegando duas pastas, não demorando para retornar ao seu lugar anterior.

— Estamos falando de uma vida aqui, e você vai agir como se isso fosse uma brincadeira? — Baekhyun foi o primeiro a explodir, situação sendo notada pela voz alta e o pelo timbre rouco. Estava mais do que indignado com aquilo, mas também não tinha certeza do porque ficara tão frustrado com aquela merda.

Lay, por outro lado, sorriu. Não foi de uma forma maldosa ou maliciosa como tinha feito anteriormente; foi um gesto calmo, acompanhado de um acenar para que o repórter voltasse a se sentar. Kyungsoo, por outro lado, sabia ser muito mais intimidante calado do que sendo explosivo. De forma, sutil, deixara o revolver sobre a mesa de centro, mas o gesto obviamente não passou despercebido pelo chinês.

— Embora não pareça, sou uma pessoa pacifica e trato a violência como última instancia — disse, enquanto lia algo nos arquivos que trouxera consigo. — Além do mais, é necessário muito mais do que um revolver para me intimidar, detetive. Mas creio que esse método funcionava muito bem na UEN, não é?

Do fechou os olhos e suspirou. É claro que estando na posição em que estava, Lay provavelmente tinha algum informante na polícia, e aquela maldita pasta em suas mãos era a sua ficha — que estava limpíssima, até meses atrás.

— Costumo ler seus artigos pela manhã, Baekhyun. São interessantes e impactantes, sem contar que você possui boas fontes de informações — o chinês continuou, enquanto lia o que havia na outra pasta. — Só é lamentável que, embora sua fonte seja boa, os fatos não condizem com a realidade. Nenhum dos meus homens possui ficha criminal, assim como eu e meus irmãos. Felizmente temos coisas mais importantes para fazer do que caçar um processo por difamação.

— Criar e manter associação criminosa ainda é tipificado no nosso país como crime — Do contrapôs.

— E onde estão os crimes que eu e meus homens teoricamente cometemos? — Lay questionara, de maneira séria. — Compreendo e respeito o seu trabalho, detetive. Apenas tome cuidado com as palavras, eu sou uma pessoa compreensiva, mas meus irmãos não são, principalmente o Chen.

— Está nos ameaçando? — as sobrancelhas de Byun se curtaram e o loiro riu.

— Não, longe disso. Estou apenas avisando-os, porque eles podem ser insuportáveis quando necessário.

— Como se você não fosse — Do torceu o nariz, sabendo que não demoraria muito para aquele chinês meter um tiro na testa daquele repórter.

— Uma pena você me chamar insuportável, porque você realmente faz o meu tipo, garoto — Lay deu os ombros e suspirara de forma dramática. Já Baekhyun, por outro lado, ficara calado e quase roxo de vergonha. — Que garoto prodígio você é, Byun! Notas excelentes, oportunidades quase irrecusáveis de estágio nos maiores jornais do país... — os olhos escuros do chinês ainda se mantinham focados nos papeis. — Poderia ganhar um Pulitzer com esse talento. O que me leva a pensar no que te trouxe até esse inferno sem lei ao qual você se refere nos seus artigos.

Baekhyun manteve-se em silencio. Não por medo de sair daquele lugar com um tiro ou desmembrado dentro de um caixote de madeira, mas porque, pela primeira vez na sua vida, sentiu-se realmente intimidado. O repórter não era do tipo que temia a ninguém, não se deixava abalar pelas ameaças de bandidos e muito menos se submetia a eles quando estava em busca de informações. No entanto, aquele homem de cabelos descoloridos e sotaque sutil provocou algo dentro de si. Algo que não deveria e nem poderia acontecer.

— Está querendo nos mostrar que estamos em desvantagem aqui, Lay?

Kyungsoo foi quem quebrou o silencio, atraindo novamente a atenção dos olhos perturbadoramente escuros do outro. Um riso baixo e suave, completamente diferente dos anteriores escapou da boca alheia — e que infelizmente, fez o corpo do detetive estremecer.

— Não, detetive Do. Creio que a minha vantagem aqui é óbvia, e mostra-la seria apenas uma redundância sem sentido — Lay deixou as pastas de lado, enquanto caçava algo nos bolsos de sua calça, encontrando maço de cigarros e o isqueiro, não demorando muito para ter o cilindro tóxico preso a boca. — De toda forma, se está em Roma, faça como os romanos.

Do fez o possível para relaxar a sua postura, e no fim obteve sucesso. Por alguma razão desconhecida, estava indo absurdamente longe por um único caso de desaparecimento. Além, é claro, de estar pondo a sua vida e a de um civil em jogo — mesmo que repórteres sequer fossem considerados pessoas para alguns policiais. O moreno sabia que entrar em uma proposta com Lay poderia ser o mesmo que entrar no inferno e apostar com o próprio Satanás. E para o seu azar, aparentemente não havia outra alternativa.

— O que você quer? Não posso prometer nada de grande porte, muito menos algo que coloque a minha posição em risco, porém farei o que estiver ao meu alcance — Kyungsoo ajeitou-se no sofá após falar, atraindo a atenção de Byun, que o encarava de forma atônita. Do trabalhara disfarçado na UEN por anos, barganhar com mafiosos ou gangsters não era algo fora de seu escopo.

— Com certeza está ao seu alcance, detetive — o loiro respondeu, expelindo a nevoa branca pelas narinas.

— Esteja ciente das consequências caso esteja blefando.

E Lay riu pela terceira vez.

— Eu nunca blefo, Kyungsoo — disse, digitando algo em seu celular e conversando de maneira breve com alguém em mandarim.

— Qual vai ser a barganha? — Do olhava para o chinês, que parecia estar satisfeito com a pergunta.

— É evidente que se eu lhe passasse uma listagem com a relação de todos os meus homens, você não encontraria um indício de passagens policiais em suas vidas — Lay apontou para as pastas que lia mais cedo. — Entretanto, há um promotor se metendo nos meus negócios, e consequentemente me causando algumas perturbações. Não é como se não estivéssemos acostumados com a vigília constante das autoridades sobre nós, porém ninguém até meses atrás foi burro o suficiente para tentar infiltrar alguém aqui.

O universo poderia estar tramando contra Kyungsoo que ele provavelmente nunca desconfiaria. Mas ouvir a palavra promotor acompanhada de uma informação como aquela, além de levar em conta os acontecimentos recentes na sua vida pessoal — e profissional, embora não pareça —, não foi tão difícil assim de chegar a uma conclusão e uma resposta para as suas suspeitas.

A resposta do detetive foi interrompida quando a porta se abriu, logo mostrando um jovem que pedia licença antes de entrar. Baekhyun notara a tatuagem no antebraço do adolescente, o que deixava claro que ele fazia parte daquele clã — e o fez odiar ainda mais aquele bairro, que corrompia os jovens cada vez mais cedo, roubando-lhes todas as chances de se tornarem pessoas boas.

— Este é Cai Xukun — o loiro gesticulou para o menino.

— Do que precisa, gege? — o garoto questionou, e Lay apagou o cigarro no cinzeiro, antes de apontar para a foto de Baekbeom que ainda estava sobre a mesinha de centro. Não demorou mais do que alguns segundos para que as expressões desafiadoras se tornassem enojadas, coisa que obviamente não passou despercebida pelo repórter e pelo detetive.

— Lembra-se desse cara? — Lay inquiriu, e o rapaz assentiu.

— É, lembro sim. Sorte a dele não ter aparecido novamente aqui, teria o prazer de cortar as bolas dele fora — disse, torcendo o nariz. Byun, por outro lado, sentiu o estomago doer.

E se aqueles caras houvessem ferido Baekbeom ou o matado? Porque eles claramente não tinham problema algum em fazer aquilo. E se houvessem o prendido em algum lugar e o torturado? E se ele ainda estivesse preso? Baekhyun sentia raiva, impotência e desespero.

— Ele esteve aqui a cerca de dois meses — Lay surpreendeu a Do e Byun ao ter falado. — Não é uma coisa comum de se acontecer, mas às vezes alguém é idiota o suficiente para tentar falsificar os cartões de associados que usamos aqui. No dia que... — o loiro fez uma pausa, enquanto olhava de maneira fixa e nada agradável para a foto do desaparecido. — No dia em que ele e seus amigos estiveram aqui, nós já tínhamos a noção de que o cartão era falso, porém deixamos que continuassem com sua noite, para que no final conseguíssemos descobrir quem forneceu os cartões falsos.

— Então esse foi o conflito mencionado por Chen em que Baekbeom se meteu? — Kyungsoo não podia fazer nada para mudar o óbvio estado de desespero de Baekhyun, mas ainda poderia auxilia-lo de maneira profissional e policial.

— Não — Xukun respondeu, de braços cruzados sobre o peito. — Fui fazer o atendimento a ele e seus amigos, quando ouvi piadinhas de péssimo gosto sobre a minha sexualidade e comentários sobre me transformar em homem de verdade — disse, de maneira direta e clara. As expressões de Baekhyun entregaram-no, deixando evidente para Do que havia sim algo de errado ali.

— E o que aconteceu depois? — o detetive continuou.

— O que você acha? — Cai sorriu para o mais velho, de maneira nada gentil. — Fui para cima daquele babaca, mas o Kris e o Bu chegaram antes que algo pior acontecesse e levou os cinco para fora.

O silencio perdurou na sala por alguns segundos, antes de Lay suspirar e ascender mais um cigarro, atraindo a atenção dos outros três — a de Byun de maneira mais rasa, já que sua mente estava divagando longe demais sobre a possibilidade de ter perdido o irmão devido a uma briga fútil de bar.

— Obrigado, Xukun. Pode voltar lá para baixo — disse, recebendo um sorriso mais leve do rapaz.

— É claro, gege. Até logo.

Após a saída de Cai, Kyungsoo focou seus olhos no loiro, que parecia querer estar em qualquer lugar, menos ali. Expressões que obviamente deixaram Do surpreso, já que não condizia em nada com a conduta apresentada por Lay minutos atrás.

— Espero que tenha uma prova concreta de que esse cara saiu vivo daqui, Lay — Do colocou-se de pé, apoiando uma das mãos na cintura, e usando a outra para deixar as algemas que trazia consigo visíveis. O chinês riu.

— O máximo que você vai conseguir fazer com essas algemas é me excitar, detetive — a resposta pegara o moreno de surpresa, e foi uma brecha grande o suficiente para Baekhyun avançar.

Tudo aconteceu mais rápido do que os olhos — mesmo que treinados — de Do pudessem acompanhar. Por outro lado, Byun tinha uma de suas mãos envoltas do pescoço alvo e cheio de rabiscos de Lay, apertando forte o suficiente para mantê-lo no lugar, mas não para deixa-lo asfixiar. Não havia nenhuma explicação racional para o sangue que estava fervendo em suas veias e o porquê de ele estar sentindo aquela vontade anormal de quebrar tudo a sua volta. Não era do seu feitio ser agressivo, mesmo que fosse uma pessoa mais estressada e explosiva que o normal.

— O mesmo vale para você, Baekhyun — Lay não perdera o sorriso do rosto, um que transitava entre um alto teor sexual e a crueldade absoluta, assemelhando-se ao próprio demônio. — Me responda só uma coisa, garoto: se o seu irmão fosse como um daqueles degenerados que destroem a vida alheia ou que estupram mulheres e crianças inocentes, você ainda estaria procurando por ele de maneira tão frenética? Não duvido da hipótese onde você simplesmente fecharia os olhos para tudo, como está fazendo agora ao ouvir o que aconteceu.

Kyungsoo não entendeu o motivo do choque de Byun, que se afastara de maneira tão rápida do loiro. Lay permanecia calmo, quase que indiferente ao evidente estado descontrolado do repórter. Do sabia que os termos usados pelo chinês eram os mesmos que o mais novo entre eles usava em suas matérias no jornal, o que deixava claro que aquele cara sabia bem até demais sobre a vida deles.

— Bom, o seu irmão pode ser um homofóbico babaca, mas posso provar que ele e seus colegas saíram vivos daqui — disse, por fim, gesticulando para que os dois o seguissem. — Temos as câmeras do lado de fora da boate, além de possuir os registros de quem entra e quem saí armazenados nos nossos bancos de dados, para maior segurança dos clientes.

O chinês parecia ter um dom absurdo sobre o autocontrole pessoal, já que homens em sua posição não costumavam levar ameaças de maneira tão leviana e ainda as refutara de maneira simples e decisiva. Do conseguia farejar o perigo que aquele homem emanava; Lay mesclava-se perfeitamente com a escuridão de Jajeong, o título que recebia de chefe não era à toa, e o detetive conseguia reconhecer aquilo. Prendê-lo não era uma hipótese possível e muito menos impossível, era simplesmente inexistente.

No entanto, naquele instante, Kyungsoo estava muito mais preocupado com o estado mental de Baekhyun do que o quão estranho se sentia perto daquele loiro desgraçado. Byun estava quieto — algo extremamente incomum para Do, mas que quem conhecia o rapaz, já sabia que aquilo era um sinal claro de que ele estava confuso — e aquilo chegava a ser perturbador para o policial.

— Kris, leve o detetive Do até a sala de vigilância, estarei indo em seguida — Lay puxara Kyungsoo de volta ao mundo real, quando ordenou ao cara alto que ficava guardando a porta de seu escritório. — Estarei indo logo em seguida, preciso perguntar algumas coisas para esse rapaz aqui.

— Não vou deixa-lo sozinho com você — Do interferiu antes mesmo que Kris abrisse a boca, fazendo o loiro arquear as sobrancelhas e arrancar Byun do transe silencioso em que estava preso.

— Não vou machuca-lo, mas é um assunto particular e creio que a sua presença não seja favorável para mim ou para ele.

— Não tenho um único motivo para confiar em você — o timbre grave de Do deixou claro que ele não cederia por vontade própria.

É obvio que Byun poderia ser irritante, mas ainda era um garoto novo, e se havia feito algo de errado, ainda poderia se redimir e tomar um rumo decente na vida. Entretanto, Kyungsoo nunca o deixaria sozinho com o desgraçado que possivelmente havia matado o irmão do garoto — muito embora o chinês estivesse confiante demais em suas alegações.

— Não costumo mentir, Kyungsoo — Lay tinha um olhar sério e suas expressões demonstravam o mesmo.

— Sempre há uma primeira vez.

— Chega, porra! — a voz rouca de Baekhyun surpreendeu aos outros dois, inclusive o segurança. Lá estava o Byun em seu estado normal: olhar desafiador e pronto para o ataque. — Eu não sou uma mocinha indefesa, Kyungsoo. Posso me defender se esse babaca tentar alguma coisa contra mim.

Kyungsoo continuou fitando o repórter, pasmo. O segurança soltou um risinho debochado, e o chinês voltou a ter aquele sorrisinho sacana nos lábios. Baekhyun só podia estar de brincadeira com a sua cara.

— Garoto, a única coisa que eu tentaria com você é uma foda, mas não quero correr o risco de ser indiciado por pedofilia — Lay retrucou depois de alguns segundos, causando o rolar dos olhos do mais novo. — De qualquer forma, leve o detetive até a sala de vídeo, Kris. Estaremos lá em um minuto.

Baekhyun ainda sentia uma névoa estranha cobrindo a sua mente, mas conseguiu notar — e muito bem, diga-se de passagem — a carranca nada amigável de Do, que provavelmente passaria o restante na noite dizendo-lhe sobre o quão irresponsável foram seus atos e de como ele poderia acabar dormindo com os peixes por tomar decisões como aquelas e blá blá blá.

E mesmo que tenha perdido o controle, Baekhyun ainda era Baekhyun. O rapaz sabia que se Lay o desejasse morto, não restaria nem mesmo o seu pó naquele instante. É óbvio que ser repórter e ficar coletando informações na surdina de Jajeong não era lá uma profissão segura, mas Byun fazia aquilo pelo bem da comunidade; deveria acima de tudo mostrar a verdade aos moradores daquele bairro medíocre e que, embora não parecesse, ainda havia justiça e os crimes deveriam ser punidos.

Byun Baekhyun não era repórter por gostar de fofocas ou de cuidar da vida alheia. Era porque tinha a missão de expor a verdade para o mundo, e de mostrar que mesmo que a polícia falhasse em cumprir seus deveres, atos ruins não seriam negligenciados pela população mesmo que as autoridades os fizesse. Entre a pressão de trazer a verdade para os seus leitores e estar sozinho em uma sala com aquele gangster metido a integrante de bandinha de fundo de garagem, era óbvio qual delas era mais assustadora para si.

Quando Kyungsoo e Kris saíram do escritório, a porta voltou a ser fechada e o ambiente caiu em silencio por mais alguns segundos. Lay retornou para o lugar que estava sentado minutos antes, assim como o acastanhado — que sequer tinha percebido que havia se levantado.

— Então, qual é o assunto particular que não favorece a mim ou a você na presença do Kyungsoo? — Baekhyun quebrou o silencio, atraindo a atenção do chinês, que sorriu de forma maldosa para si.

— Não te separei do policial bonitão para te matar, garoto — Lay acendeu outro cigarro. Byun decidiu que entraria naquele joguinho ridículo.

— Quer dizer que você o acha bonito?

Lay gargalhou até engasgar-se com a fumaça do próprio cigarro, deixando o jornalista confuso com a situação.

— De fato, você ainda é um garoto — falou, após se levantar e recuperar o fôlego. — Não vai querer entrar nesse tipo de território comigo, porque só há dois pontos finais para esse caminho.

Baekhyun não deixaria aquele homem intimidá-lo, muito menos se submeteria a ele apenas por estar em desvantagem naquele ambiente. Mas é claro, essa foi a interpretação de Byun, que se levantou e parou em frente ao loiro, encarando-o diretamente.

— E quais são as paradas finais, Lay?

A resposta demorou a vir, e naquele meio tempo, o mais novo soube que já tinha se encontrado com aqueles olhos escuros antes. O loiro era familiar para si, estava escondido em algum lugar remoto de suas memórias e de seu subconsciente, mas estava lá. E não era algo como um esbarrão na rua, era diferente.

— Você pode acabar na cama comigo, ou eu posso acabar te matando — os olhos negros de Lay eram mais profundos do que qualquer outra coisa, e ele parecia estar falando mais do que sério. Não era sobre sexo forçado, era sobre como Byun admitiu para si, internamente, que poderia acabar na cama com aquele homem. Assim como aquilo também era sobre uma ameaça de morte visível. E Baekhyun estava cercado, entre o corpo de Lay, o sofá e os braços dele. — Espero que coopere comigo, o mundo é sempre uma via de mão dupla.

— O quê? Utilizar minha vida como moeda de troca é aceitável, mas sexo? — as sobrancelhas do acastanhado se curvaram e seus lábios adquiriram um repuxar debochado. — Não sabia que estava em uma situação tão difícil assim para barganhar relações sexuais.

O chinês riu, mas não se moveu um único centímetro. Baekhyun achava que tinha encontrado um terceiro ponto final, só não tinha percebido ainda que estava redondamente enganado.

— Você é um garoto inteligente, Baekhyun. Então use a cabecinha bonita que seus pais te deram para pensar de forma mais astuta e menos prepotente — Lay umedeceu os lábios com a ponta da língua, dando um sorriso de canto para Byun, que claramente fingiu não se abalar. — O que eu quero de você não é sexo, porque companhia não me falta, assim como não quero e não vou machuca-lo.

— Então o que caralhos você quer de mim?

O coreano amaldiçoou-se por ter ouvido a própria voz falhar e por receber um sorriso realmente perverso do outro como resposta.

— Quero que você me diga tudo o que sabe sobre Kim Jongin.

>><<

Já era a 15ª vez que Kyungsoo assistia o replay daquele maldito vídeo quando a porta da sala de segurança foi aberta, dando passagem para que Baekhyun e Lay entrassem, de forma que o primeiro voasse diretamente para a frente da tela em que mostrava o replay da noite que Do assistia segundos atrás.

— Eu disse que não iria machucá-lo — o loiro sorriu de forma malcriada para si, gesto que teria excitado o detetive se ele já não estivesse saturado de toda aquela merda. Lay se aproximou da tela, voltando na noite em que Baekbeom tinha estado na SOH. — Aqui é o exato instante em que seu irmão e os amigos dele chegaram.

O vídeo mostrava claramente o rosto do Byun mais velho acompanhado de outros quatro caras, entrando na boate e aparentando estarem em plenas condições e totalmente seguros.

— Agora vou mostrar o que aconteceu depois.

O vídeo avançou em uma hora e trinta e sete minutos, até mostrar Baekbeom e seus amigos saindo da boate e ficando em uma posição relativamente longe das câmeras; eles estavam acompanhados pelo segurança de Lay e mais outros dois homens, e pareciam estar discutindo sobre qualquer assunto que fosse.

— E eu cheguei nesse exato momento.

Dois minutos depois, Lay aparece no vídeo, acompanhado por Chen. Ambos se aproximam do grupo e a discussão se cessa — mesmo sem áudio, é possível notar o silencio de Byun e seus amigos na gravação. E por alguma razão inexplicável, Baekbeom e dois de seus amigos saem correndo rua abaixo, como se estivessem sendo perseguidos pelo próprio Satanás. Os outros dois que restaram seguiram direções opostas, assim como os seguranças retornaram para dentro da boate. Lay e seu irmão ainda permaneceram do lado de fora fumando por mais alguns minutos antes de entrarem novamente.

Baekhyun continuou em silencio, revendo o vídeo inúmeras vezes, apenas para ter certeza de que aquilo não era montagem ou que não estava faltando nenhum pedaço. Mais uma pista tinha o lavado a um caminho incerto, e ele já estava ficando saturado de tudo isso. Só queria encontrar o seu irmão novamente, nem que fosse só o corpo para o enterrar com dignidade.

— Como podem ver, nem eu e muito menos os meus homens encostaram um dedo sequer no seu irmão. Ele e seus amigos saíram completamente ilesos daqui. Posso solicitar as gravações dos comércios do restante da rua para que vejam que não há nenhuma irregularidade nos nossos vídeos — Lay falou, gesticulando para que Kris e os outros seguranças que estavam naquela sala saíssem e os deixassem a sós.

— Por que eles saíram correndo? — Do já tinha cansado de ver as gravações. O loiro deu os ombros.

— Quem conhece a minha suposta fama tende a ter medo de mim.

— Você não usou da sua influência para caçar esse cara e mata-lo, não é? — as sobrancelhas de Kyungsoo estavam erguidas, esperando por uma resposta. O chinês suspirou.

— Embora tenha sido uma situação desconfortável, não mandei ninguém atrás dele. Pode não parecer, mas tenho muito trabalho a fazer, então evito de perder tempo com insignificâncias — o tom de Lay era claro e direto, não restando outra alternativa ao policial a encerrar a noite por ali.

Byun estava decepcionado, porém ainda carregava um pouco de esperanças consigo. É obvio que não era ingênuo o suficiente para acreditar que Lay era o mocinho na situação; havia algo dentro de si que lhe dizia que aquele cretino estava envolvido no desaparecimento de Baekbeom, ou que pelo menos sabia de algo. E embora ele tenha dito que não o machucaria e que agora eles estivessem dentro de um acordo profissional, não podia simplesmente fechar seus olhos e seus ouvidos para o que quer que estivesse acontecendo.

Kyungsoo ainda carregava a frustração dentro de si, ainda mais por ter tirado conclusões desagradáveis enquanto conversava com o gangster, sabendo que teria muita dor de cabeça pela frente — e a possível vontade de espancar o desgraçado do ex namorado a todo instante. Por outro lado, sabia que não seria a última vez que veria o loiro e faria questão de estar longe de bebidas alcóolicas quando isso acontecesse, porque sabia que a tentação era grande demais para se resistir estando sóbrio — e aquilo só poderia ser coisa de família, já que o mesmo valia para Chen.

— Bom, senhores, vocês já ocuparam boa parte da minha noite, e eu sou um homem de negócios. Então se conseguirão as conclusões que desejavam, sintam-se à vontade para curtirem junto dos meus clientes ou irem embora.

— Você realmente não machucou o meu irmão, não é?

Baekhyun não conseguiu conter as próprias palavras, mesmo que estivesse pensando em mantê-las somente para si. Lay fitou-o de maneira calma, e sorriu logo em seguida.

— Não, embora a vontade fosse grande. Creio que há certas coisas em que não precisamos interferir direta ou indiretamente para que a retribuição chegue — o chinês deu os ombros, enquanto os três seguiam pelo corredor silencioso até as escadas. Byun concordou com o que ouvia, mesmo sentindo que aquele cara ainda estava escondendo alguma coisa. — Recomendo que mantenham esses cartões consigo.

— Sobre a troca, o que você...

— Tudo ao seu tempo, detetive. Não irei metê-lo em nenhuma enrascada, isso eu posso lhe garantir — Lay manteve-se alguns passos atrás, enquanto os outros dois seguiam para a escada que dava acesso as pistas de dança. Já Kyungsoo, esperava mesmo que não fosse se enfiar em nenhuma merda, muito menos que fosse parar na cama e deixasse sua ética profissional deixa-lo depressivo durante dias por ter transado com um bandido. — Baekhyun tem o meu número, sabem onde me encontrar caso precisem de informações. Se não me acharem, podem falar com Chen.

— Agradeço pelo tempo que dispôs para responder as nossas perguntas. O Departamento Policial de Jajeong estará a sua disposição caso necessite de algo — por educação, Kyungsoo o respondeu, como se aquilo fosse uma simples relação de compra e venda.

— É o meu dever como cidadão ajudar a preservar a paz e a harmonia, mesmo que eu não seja efetivamente sul coreano.

Do assentiu, seguindo pela escada. Antes que Baekhyun também o seguisse, sentiu os dedos do outro segurando o seu antebraço. Os arrepios que sentiu deixaram a sua mente travada por alguns instantes, impossibilitando-o de agir rapidamente. O perfume de Lay não demorou para dominar o olfato do acastanhado e faze-lo estremecer; a mistura de perigo e calmaria que aquele homem exalava era surreal.

— Não digo por mim ou pelas outras pessoas, Baekhyun. Mas aprenda a controlar a sua raiva. Coisas ruins podem acontecer quando se está de cabeça quente e você não é o tipo de pessoa que conseguiria viver carregando uma cruz — as palavras sussurradas no ouvido de Byun roubaram todo o seu folego. Aquilo tinha sido um golpe baixo tremendo, e o loiro era emitia muito mais calor do que qualquer outra pessoa que passara pela vida do jornalista. — Guarde a sua rebeldia e agressividade para mim, porque eu com certeza vou querer lidar com elas algum dia.

Lay se afastou antes mesmo que Byun conseguisse formular uma resposta. O coração acelerado do coreano só tinha duas explicações: ansiedade e raiva. Baekhyun deveria saber que aquele homem era muito mais perspicaz e inteligente do que o aparentado, mas mesmo que tenha baixado a guarda propositalmente — por alguma razão inexplicável até mesmo para si —, não estava efetivamente pronto para aquela abordagem.

A questão não era ter um homem tão próximo de si fazendo insinuações sexuais. O X do problema era que Byun tinha gostado e odiava-se por isso, assim como seu irmão também o odiaria e se enojaria de si. O rapaz evitava ao máximo pensar naquelas situações porque o dilema em que vivia não tinha um fim e levava-o sempre para o mesmo lugar: bêbado e chorando sozinho no cubículo em que morava nos arredores de Jajeong — e de quebra com algumas ligações vergonhosas para Chanyeol carregadas de desabafos.

O chinês havia desaparecido na escuridão parcial do corredor, e o repórter decidiu seguir o seu caminho ao lado de Kyungsoo.

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Embora não aparentasse do lado de fora, era possível ver tudo o que ocorria nas pistas no lado de dentro do escritório. Era um dos passatempos favoritos de Zhang Yixing. Aquele lugar era um refúgio para todos aqueles que não tinham o seu lugar no mundo, assim como ele e seus irmãos.

— Creio que está tudo de acordo com o planejado, não é? — Jongdae sentou-se ao seu lado, ingerindo um longo gole da bebida que tinha em mãos.

— Sabe que sim, Dae — os olhos ligeiros do chinês detectaram Baekhyun e Kyungsoo se movimentando para fora da boate.

— Não seria você se as coisas não estivessem perfeitamente em ordem ¬— o sorriso felino do mais velho seria adorável, se não houvesse aquela pitada de maldade presente no gesto. — De toda forma, deveria tomar cuidado com aquele cachorro. Sabe que ele pode se virar contra você e arrancar um bom pedaço.

— Não acho que ele fará isso — Yixing não conteve o riso baixo, sendo estranhado por Jongdae. — Ele é exatamente como um cão de guarda, Jongdae. Amável com o dono, cruel com os inimigos. E também não pretendo adestra-lo, muito embora a imagem dele usando uma coleira me deixe duro pra caralho.

— Já estava na hora de você encontrar alguém para ocupar o seu coração e não somente a sua cama — Kim sorriu verdadeiramente, de forma amorosa como o bom irmão mais velho que era. — Apenas tome cuidado com o caído, Luhan virá em breve, mas aquele verme não é burro o suficiente para atacar quando nós três estivermos reunidos.

— Onde há um gênio, sempre haverá alguém igualmente estúpido.

— Você com certeza obteve esse ego escroto com o Luhan, porque não fui eu quem te ensinei a ser assim — o moreno torceu o nariz, levando o copo aos lábios e arrancando um riso baixo do irmão.

— Claro, porque você me ensinou que viver no Inferno pode ser muito mais prazeroso do que viver no Paraíso.

Jongdae não conteve a risada também, acompanhando a vista das pistas junto do irmão.

— Apenas cuide de si, Yixing — o mais velho pediu, seriamente.

— Só quando você começar a cuidar de si também — Zhang retrucou, levando um cigarro aos lábios. — Aquele cara vai te esperar para sempre se for necessário, Jongdae.

— Eu não me apaixono e você não mente, essas são as nossas regras — os olhos ligeiros do moreno se focaram o mais novo, que lhe sorriu carinhosamente.

— Regras foram feitas para serem quebradas, Dae.


Notas Finais


eu não fiz as formatações em itálico por motivos de: O CA***HO DO CELULAR NAO DEIXA NEM EU CORRIGIR OS ERROS, então eu não frizei as palavras necessárias, porém é isso amigos

espero que tenham gostado, nos vemos semana que vem

beijos de ♥


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