1. Spirit Fanfics >
  2. Summer In Love - (JIKOOK) >
  3. 29: living and learning

História Summer In Love - (JIKOOK) - 29: living and learning


Escrita por: jigguklgbt

Notas do Autor


No final deste capítulo vai conter uma cena de violência e insultos homofóbicos, fiz de tudo para não deixá-la tão "pesada", mas mesmo assim se você se sentir desconfortável, pode pular à vontade!

Quando a cena chegar vou marcar com esse emoji "⚠️" para que vocês saibam o que é.

Capítulo 30 - 29: living and learning


Fanfic / Fanfiction Summer In Love - (JIKOOK) - 29: living and learning

P A R K  J I M I N

A quinta-feira havia chegado e eu não estava com ânimo para nada, era sempre assim quando chegava a data da morte do meu pai. Meu humor sempre mudava e eu não tinha vontade de fazer mais nada, apenas ficar deitado na cama, ouvindo música.

E foi isso o que eu fiz naquele dia, faltei aula e resolvi ficar na cama até ter vontade para fazer alguma coisa.

Mas daquela vez eu não estava sozinho, o meu namorado estava comigo.

Eu estava deitado, olhando para a parede, com os fones em meus ouvidos. Jungkook me abraçava por trás, como se quisesse me proteger sendo a conchinha de fora. Às vezes ele fazia cafuné em meus cabelos, às vezes entrelaçava os nossos dedos.

Mas não falava nada.

Jungkook respeitava o meu silêncio, enquanto eu me perdia em pensamentos, relembrando todos os momentos bons que tive com o meu querido pai.

Eu não sei dizer que horas eram, mas acabei pegando no sono, sentindo Jungkook acariciando os meus cabelos. Não me lembro se tive algum sonho ou qual era a música que eu estava escutando antes de dormir, só sei que acordei me sentindo muito melhor.

Vi Jungkook entrando em meu quarto segurando uma bandeja e a colocando na minha mesinha de cabeceira, ele se sentou ao meu lado e acariciou os meus cabelos.

— Dormiu bem?

— Sim, como uma pedra.

Eu o abracei com força, trazendo-o para cima de mim. Jungkook sorriu e então beijou a minha testa.

— Que bom que o seu humor melhorou, não gosto de te ver tristinho.

— Acho que é porque você está aqui. — Toquei as suas bochechas. — Eu só consigo sorrir quando estou ao seu lado.

Ele deu um selar demorado em meus lábios, então se levantou e pegou a bandeja.

— Sua mãe fez sopa pro almoço, ela foi no supermercado com o Yusheng. — Ele voltou a se sentar ao meu lado. — Senta pra comer, bebê.

— Eu não sou um bebê. — Falei ao que me sentava na cama. — Você que é um Jungkook, você é mais novo.

— Foda-se, pra mim você é um bebê porque é menor e fofinho.

Ele realmente xingou perto de mim?

— Putz grila, para de xingar, lava essa boca com sabão.

— Own, ele odeia xingamento. — Disse em um tom zombeteiro.

— Odeio, seu atentado!

— Porra… — Xingou mais uma vez, eu olhei para ele e respirei fundo. — Desculpa hyung, eu te amo.

— Também te amo.

Eu comecei a comer enquanto via Jungkook mexendo em sua mochila, separando algumas peças de roupa e indo para o banheiro, tomar o seu banho.

A gente combinou de ir visitar o meu pai depois do almoço, depois iríamos dar uma volta no shopping e voltaríamos para casa só à noite.

Ele iria dormir comigo. 

Quando terminei de comer, levei a louça suja para a cozinha, lavei e enxuguei tudo e então decidi voltar para o quarto, mas antes que eu subisse as escadas, ouvi a risadinha de Chenle vindo da sala e resolvi dar uma espiadinha.

Ele estava sentado ao lado de Yeji, abraçando-a e então deu um beijinho nela.

Putz grila.

Tão fofinhos!

Subi as escadas rapidamente e ao entrar no quarto vi Jungkook já quase que completamente vestido, terminando de abotoar a sua camisa.

— Eu vi o Chenle beijando na boca.  — Falei.

Jungkook arregalou os olhos.

— O quê?!

— O Chenle estava com a boca na boca da Yeji.

— Iti. — Jungkookie sorriu. — Eu acho eles muito fofos.

— Eu sei, você não para de dizer isso. — Eu o abracei e olhei em seus olhos. — Nós vamos de ônibus, não estou com vontade de dirigir hoje.

— Tudo bem. — Ele beijou a minha testa.

Eu fui tomar o meu banho e quando terminei, me vesti no banheiro mesmo.

Assim que voltei para o meu quarto e terminei de me arrumar, descemos as escadas juntos. Quando chegamos na sala, vi que Yeji ainda estava ali, mostrando algo em seu caderno para Chenle. Nós a cumprimentamos e então eu chamei o meu irmão para conversar.

— Estamos indo visitar o meu pai, avise para a mamãe quando ela chegar.

— Tá bom hyung.

Entreguei um dinheiro para ele.

— Compra um lanche pra você e pra Yeji.

— Não precisa, hyung. — Ele tentou devolver o dinheiro, mas eu recusei.

— Pode ficar, Chenle.

— Obrigado. — Ele sorriu.

Nos despedimos uma última vez e então eu e Jungkookie saímos de casa.

Caminhamos até o ponto de ônibus que ficava perto de um mercadinho à três quarteirões de distância da minha rua.

Durante o caminho, Jungkook ficava me perguntando se eu estava bem ou se eu tinha certeza de que queria ir, era fofo ver ele todo preocupadinho mas eu garanti para ele que estava tudo bem e que não tinha com o que ele se preocupar.

O ônibus demorou um pouco para chegar, e tinha poucas pessoas lá dentro. Nós dois pagamos e entramos, decidimos nos sentar nos bancos do fundo e eu deitei a minha cabeça em seu ombro quando o veículo começou a se movimentar.

Fiquei daquele jeitinho com Jungkook até chegarmos em nosso destino, descemos do ônibus e caminhamos até a entrada do cemitério. Quando segurei a sua mão para entramos no local, ele parou de repente e segurou os meus ombros.

— Me espere aqui. 

Vi ele correndo para o outro lado da rua e entrando em uma pequena floricultura que ficava bem ali em frente.

Jungkook voltou alguns minutinhos depois com um buquê de flores e um sorriso bonito em seu rosto, me aproximei e sorri também.

— Jungkook, não precisava comprar flores.

— Como não? Vou visitar o pai do meu namorado, tenho que causar uma boa impressão.

— Bobo. — Falei. — Vamos entrar logo.

Segurei a sua mão e entramos.

Eu conhecia cada canto daquele local porque além de visitar o meu pai, às vezes eu visitava uma irmã da minha avó.

Era um lugar calmo e silencioso, eu gostava de perambular por ali sozinho. E eu não sentia medo, pelo contrário, eu entendia que ali era um local onde se encontrava a paz.

Como dizia a minha querida avó, não devemos ter medo dos mortos e sim dos vivos.

— É aqui. — Falei assim que paramos em frente ao túmulo do meu pai. — Oi papai.

Me agachei e toquei uma foto sua que havia ali.

Na foto ele estava sorrindo e estava bem arrumado de terno e gravata, foi tirada no dia de seu casamento com a mamãe.

Ela adorava aquela foto, por isso havia escolhido ela para pôr ali. 

— Você se parece um pouco com ele. — Jungkook sussurrou.

— Você acha?

— Sim. — Ele sorriu. — Mas você tem o sorriso e os olhos de sua mãe.

— Isso eu concordo. — Voltei a olhar para a foto do meu pai. — Ele era sempre assim, sorridente.

— Sei que ele deve fazer muita falta, hyung.

— E faz. — Limpei uma lágrima teimosa que deixei escorrer. — Ele faz muita falta mesmo.

— Posso conversar um pouquinho com ele?

— Claro, pode sim.

Me levantei e vi Jungkook colocando o buquê perto da foto do meu pai, ele continuou agachado ali e ficou em silêncio por alguns minutos antes de começar a falar:

— Oi senhor Park, eu sou Jeon Jungkook, o namorado do seu filho. — Ele me olhou por um instante e em seguida voltou a olhar para a foto do meu pai. — Fico triste por não ter tido a oportunidade de ter lhe conhecido, mas sei que o senhor está me ouvindo. Eu gostaria de agradecer ao senhor por ter cuidado do Jimin quando estava vivo, por ter ficado ao seu lado em todos os momentos e por ter cumprido o seu papel como pai. Sei que não nos conhecemos, mas tenho a certeza de que o senhor foi um pai maravilhoso. — Ele sorriu. — Eu prometo que irei cuidar do seu filho, serei um bom namorado e futuramente serei um bom marido. Espero que o senhor cuide de nós.

Jungkook foi tão sincero em suas palavras que foi impossível segurar as minhas lágrimas, logo comecei a chorar e ele veio me abraçar.

Encostei a minha cabeça em seu peito enquanto sentia o seu carinho em minhas costas.

Eu sempre choro quando me recordo deste momento, afinal, Jungkook cumpriu/está cumprindo a promessa que fez para o meu pai.

Ficamos por um bom tempo ali no cemitério, contando coisas interessantes para o meu pai. Quando olhei para o meu relógio, vi que já estava na hora de irmos embora.

Nos despedimos e Jungkook lhe prometeu que iria visitá-lo outras vezes.

Eu tinha certeza de que o meu pai gostaria muito de Jungkook se o conhecesse.

Quando eu e Jungkook chegamos em casa, ele foi direto para o banho.

Enquanto eu esperava ele sair do banheiro, ouvia Chenle falando sobre o seu dia com Yeji.

Meu irmão era realmente muito fofo quando estava apaixonado.

— Onde vocês foram? — Eu perguntei.

— A gente só deu uma volta na pracinha aqui perto.

— Levou ela pra comer?

— Naquela lanchonete de sempre, hyung.

Jungkook entrou no quarto enxugando os seus cabelos e olhou primeiro para mim, em seguida para o meu irmão.

— Sobre o que estão falando? — Ele perguntou.

— Minha namorada. — Chenle deu um sorrisinho.

Deixei os dois conversando e fui tomar o meu banho, estava cansado e já sentia sono, então eu apenas iria jantar e dormir. Quando saí do chuveiro, me enxuguei e vesti o meu pijama favorito.

Os meninos não estavam mais no meu quarto quando voltei, mas eu ouvia as suas vozes no andar de baixo, conversando animadamente sobre alguma coisa com a minha mãe.

Desci as escadas e fui para a cozinha, onde os vi sentados junto com a minha mãe e com Yusheng. Me sentei ao lado de Jungkook e ele segurou a minha mão.

— Filho, a mamãe pediu o seu sabor favorito de pizza.  — Ela disse, colocando um prato com pizza de frango com catupiry na minha frente.

— Obrigado.

Sorri e comecei a comer enquanto ouvia os outros conversando sobre um filme de terror que iria lançar nos cinemas, como eu estava morrendo de sono, só terminei de comer e dei boa noite para cada um. Jungkook até se ofereceu para ir deitar comigo, mas eu neguei pois ele nem tinha terminado de comer ainda.

Escovei os meus dentes enquanto olhava para o meu reflexo no espelho, e depois lavei o meu rosto e passei um creme nas poucas espinhas que eu tinha.

Fui para o meu quarto e fechei a janela antes de ir até a minha coleção de fitas e pegar uma qualquer, já que eu não conseguia dormir sem ouvir música.

Coloquei a fita no walkman, os fones em meus ouvidos e apaguei a luz.

Me deitei na cama e fechei os olhos ao ouvir "Love of my life" do Queen.

Aquela música era a minha favorita, tudo nela era simplesmente maravilhoso, desde a melodia, a letra e a voz perfeita de Freddie Mercury.

Quando eu estava quase dormindo, senti Jungkook se deitando ao meu lado e me abraçando. Abri os meus olhos e olhei para ele, que imediatamente fez um biquinho fofo.

— Eu te acordei? — Ele sussurrou. — Me desculpa.

— Tudo bem. — Me virei para abraçá-lo.

— Boa noite hyung, dorme bem.

— Você também, amor.

"Eu estava em um lugar muito parecido com Jinhae-gu, as árvores de cerejeiras estavam todas carregadas com flores em seu belo tom cor de rosa e no chão havia um tapete imenso de pétalas.

Era tudo tão bonito.

Encostei-me ali no parapeito da ponte, admirando aquela paisagem magnífica, me sentindo muito bem.

— As cerejeiras me lembram da época em que você era bem pequeno. — Disse o homem, cuja a voz eu nunca esqueceria. — Você sempre adorou essas flores, sempre ficou muito encantado com tudo.

 — Ainda hoje fico encantado, papai. — Respondi, com um sorriso no rosto.

Ele se aproximou, ficando ao meu lado. Nos encaramos e sorrimos.

Eu sentia tanto a sua falta.

— É bom te ver garoto. — Ele disse.

— Digo o mesmo.

Aquele sonho era um tanto diferente dos que eu já havia tido com o meu pai, geralmente eu sonhava com o dia em que ele morreu ou com o seu velório. Os sonhos em que a gente apenas conversa se passava no meu quarto ou no quintal da nossa casa.

Aquela era a primeira vez em que eu sonhava que via as cerejeiras com o meu pai.

— Sua vida mudou bastante, não é filho? Você tem até um namorado agora.

— Tenho sim. — Dei um sorrisinho tímido.

— Aquele homem que está com a sua mãe agora. — Ele dizia enquanto olhava para as flores. — Fico tão feliz que ele cuida muito bem de vocês.

Eu não sabia o que dizer naquele momento, então o abracei com força. Meu pai retribuia enquanto acariciava os meus cabelos. 

Em seguida começamos a caminhar por aquele local, meu pai me ouvia tagarelar sem parar sobre os meus amigos, meu namorado e meu irmão. Ele fazia pergunta e eu respondia todas sem hesitar.

Conversar com ele era tão bom.

Nós paramos de caminhar em certo momento, ele olhou para frente e em seguida olhou para mim.

— Você fica por aqui, eu tenho que ir agora.

— Já?

— Sim, meu filho. — Ele sorriu. — Mas estarei te esperando para uma próxima conversa

— Ok. — Eu sorri.

Nós nos abraçamos uma última vez.

— Até mais. — Ele acenou e começou a caminhar.

E eu o assistia enquanto o via sumir da minha visão."

Estávamos eu, Seulgi, Taehyung e Seokjin na cantina lanchando juntos enquanto esperávamos Jungkook e os garotos da banda se servirem e virem sentar com a gente. Chenle não pôde estar conosco porque tinha reunião com o clube de natação.

Meus amigos conversavam sobre a aula extra de artes que teríamos no último horário.

Já eu, pensava em uma coisa que não estava saindo da minha cabeça de jeito nenhum.

— Gente. — Chamei a atenção dos meus amigos, e quando todos olharam para mim, eu disse: — Eu quero fazer amor com o Jungkook.

Taehyung arregalou os olhos e quase se engasgou com o suco, Seokjin foi ajudá-lo dando tapas em suas costas e Seulgi me encarou também com os olhos arregalados.

Putz grila.

— Que reação é essa? — Perguntei.

— É porque você não é de falar essas coisas. — Seulgi respondeu. — Pensei que era do tipo que transava só depois do casamento.

— Jimin, como você fala isso do nada? Eu hein. — Taehyung disse depois de se recuperar. — Eu pensava a mesma coisa que a Seulgi.

— Na minha opinião tem é que transar mesmo, dar e comer. — Disse Seokjin. — Só se vive uma vez, então só vai amigo.

— Sim. — Seulgi concordou. — Mas conversa com ele primeiro.

— Vou conversar.

— Você tem cara de quem faz os dois, safado. — Seokjin sorriu. — Deve foder bem pra ca…

— Shhh. — Taehyung cobriu a boca de Jin e então eu percebi que Jungkook estava quase pertinho da gente.

Putz grila, já pensou se ele tivesse escutado?

— Por que pararam de falar quando eu cheguei? — Jungkook perguntou. — Estavam falando de mim?

— Não. — Respondi.

— Sim, estávamos falando sobre o quanto você é chato. — Seokjin falou.

— O Jimin hyung não concorda com isso. — Meu namorado falou enquanto me olhava. — Não é?

— Claro que não concordo. — Sorri.

Jungkook se sentou ao meu lado e Namjoon, Yoongi e Hoseok se sentaram nas cadeiras restantes. Eles começaram a conversar sobre ensaios e coisas da banda enquanto eu e Seokjin hyung discutíamos sobre um evento escolar que iria acontecer em alguns dias.

Estava tudo em paz, até que ouvimos um burburinho vindo do fundo da cantina. 

Era Jackson e seu grupo de amigos, falando alto e jogando comida uns nos outros. Ele olhou ao redor, vendo que todos estavam olhando para eles e soltou uma risada debochada.

— O que foi? Querem participar? — Perguntou, em seguida olhando para nossa mesa, especificamente para Jungkook. — Você quer participar, Jungkookie?

— Não liga pra ele. — Namjoon falou, tocando o ombro de Jungkook.

— Por que não deixa ele responder, Kim? Virou papai dele agora? — Jackson se virou e pegou um sanduíche. — Se eu jogar isso, será que ele vai ficar putinho?

— Cara, não faz isso. — Hoseok tentou interferir, mas isso acabou deixando Jackson com raiva. 

— Está tentando me dizer o que fazer? — Ele disse um pouco mais alto e então lançou o sanduíche na direção de Jungkook, mas por sorte caiu diretamente na mesa.

Jungkook imediamente se levantou, eu e Namjoon tentamos interferir mas ele acabou pegando a sua latinha de refrigerante ainda cheia e acertou em Jackson.

Os outros alunos apenas olhavam enquanto cochichavam.

Jackson era conhecido pelo seu temperamento difícil, ele era um escroto com todos, nunca deixava ninguém em paz.

Ninguém entendia o porquê daquilo.

Vi ele caminhar com raiva até Jungkook, no auge do meu nervosismo, eu levantei também e segurei o braço do meu namorado.

— Por favor, não faz nada. — Pedi.

— Jimin, ele me irritou.

— Não faça nada, por mim, Jungkook.

Ele me encarou e suspirou.

Quando Jackson já estava bem próximo da nossa mesa, vimos o diretor entrando na cantina.

— O que pensa que está fazendo, senhor Wang?

— Eu vou arrebentar esse viado.

— Não vai não. — O diretor falou. — Quero vocês dois na minha sala agora.

Jungkook seguiu o diretor sem falar nada, mas Jackson ainda ficou ali, xingou todo mundo e então foi atrás dos outros, resmungando.

Eu me sentei na cadeira, ainda nervoso.

Vi Chenle entrando na cantina com o semblante confuso, ele se aproximou de nós perguntando o que havia acontecido e Taehyung explicou tudo. Depois ele me levou até o bebedouro e conversou comigo até que eu me acalmasse.

Eu não iria me perdoar se Jackson fizesse algo com Jungkook, porque eu sabia que ele estava implicando com o meu namorado só porque me odiava.

Na aula extra de artes, Jungkook ainda não havia aparecido. E eu não conseguia nem me concentrar no que a professora Lee Sunmi dizia.

Seulgi se sentou ao meu lado enquanto ele não chegava e passou a conversar comigo para me distrair.

— Você está bem? — Ela perguntou.

— Estou.

— Tem certeza?

— Tenho. — Suspirei e olhei para a professora, mesmo não fazendo ideia do que ela estava falando.

— Provavelmente o diretor vai ficar trancado com eles até o final da aula. — Ela acariciou os meus cabelos. — Não se preocupe.

— Isso é algo impossível. — Respondi. — E se ele deixar os dois sozinhos e o Jackson matar o meu namorado?

— Você é muito paranóico. — Seulgi sorriu.

Terminei de copiar as coisas no meu caderno e peguei o de Jungkook em sua mochila para copiar pra ele. Minha mão doeu um pouquinho, mas Seulgi me ajudou copiando algumas coisas que faltava.

— Quer me falar sobre o que você disse na cantina? Sobre fazer amor com o Jungkook? — Ela perguntou baixinho.

— Ah. — Cocei a nuca. — Eu não sei como vamos fazer isso ainda.

— Você vai conversar com ele mesmo?

— Vou.

— Vocês já fizeram preliminares? — Ela tirou os olhos do quadro e me encarou. — Você já chupou ele?

— Seulgi! — Eu a repreendi e escutei a sua risada.

Putz grila, eu já estava ficando envergonhado com aquela conversa.

— Você não me respondeu.

— Putz grila. — Suspirei. — Nós nunca fizemos essas coisas, tá?

— Tá. — Ela continuou sorrindo. — Mas tenta fazer alguma coisa com ele.

— Não sei. — Peguei o caderno de Jungkook e copiei a atividade que a professora passou no quadro. — Vamos prestar atenção na aula agora.

Seulgi tinha razão, o diretor realmente ficou trancado com Jungkook e Jackson até o final da aula. Quando saímos da sala, vimos ele sentado numa das mesas do pátio e fomos até ele.

Lhe entreguei a sua mochila e nos abraçamos por um momento.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Eu só ganhei uma advertência, já o otário ganhou suspensão de dois dias já que foi ele quem começou a briga. — Jungkook acariciou o meu rosto. — Desculpa por te preocupar.

— Tudo bem, só toma cuidado.

Nós nos despedimos já que ele e os caras da banda iriam em lojas de instrumentos musicais, eu levei os meus amigos e o meu irmão para casa e fui trabalhar.

No serviço, contei tudo o que havia acontecido na escola para o meu chefe, ele ficou surpreso pois pensava que Jungkook não era do tipo de cara que brigava. Nós compramos sorvete no carro que passou pela rua, eu de chocolate e ele de flocos e ficamos conversando sobre lançamentos recentes.

Enquanto eu trabalhava arrumando os discos novos na prateleira, comecei a pensar sobre o que eu havia conversado com Seulgi, sobre tentar fazer alguma coisa com Jungkook.

Mas fazer exatamente o quê? E será que ele iria gostar?

Eu iria pensar um pouco mais sobre aquilo e algum dia tentaria puxar algum assunto sobre "sexo" com Jungkook.

J E O N  J U N G K O O K

Foi entediante ficar trancado na sala do diretor com Jackson Wang.

Era ridículo ouvir a sua voz debochada falando merdas e mais merdas, tanto é que até o diretor ficou irritado e o mandou calar a boca.

Jackson odiou o fato de eu ter ganhado somente uma advertência, enquanto ele ganhou uma suspensão de dois dias. Mas ele quem havia começado a discussão na cantina, então nada mais justo do que uma suspensão.

Enquanto estávamos rodando as lojas de instrumentos musicais para olhar os preços dos amplificadores, os garotos da banda me diziam as coisas absurdas que o Jackson e aquele amigo dele faziam enquanto eram integrantes da banda.

Era cada absurdo que eu simplesmente não quis ouvir mais nada, se eu pudesse, nunca mais nem olharia na cara daquele garoto.

— Anotei o preço de todos os que eu vi. — Disse Hoseok. — Acho que a gente consegue juntar esse dinheiro em um mês, se a gente achar um lugar bom pra tocar.

— Ah gente, eu falei com a minha mãe sobre tocar no restaurante. — Eu disse. — Ela falou que quer que a gente toque em um dia específico, não falou mais nada, mas vou trazendo informações pra vocês.

— Valeu Jungkook. — Yoongi sorriu. — Vocês vão fazer o quê agora?

— Eu estava pensando em ir pra casa. — Namjoon respondeu.

— Vamos dar uma volta por aí e ir ao cinema. — Yoongi sugeriu. — Ainda está muito cedo para ir pra casa.

— Então vamos. — Respondi e todos os outros concordaram.

Primeiro fomos ao fliperama e eu conheci o lado competitivo de Min Yoongi, eu quase perdi para ele, mas no último momento consegui me recuperar e venci. Enquanto eu jogava contra ele, Namjoon e Hoseok jogavam um contra o outro.

Depois fomos ao cinema, onde escolhemos um filme de comédia já que o Hobi tinha medo de filme de terror.

Era engraçado pensar que em Busan eu vivia sozinho e não tinha amigo nenhum. Mas depois que me mudei para Seul, fiz amigos incríveis na escola e entrei em uma banda com caras muito legais.

Foi muito divertido passar o dia com os meus amigos e conhecer ainda mais cada um deles.

⚠️

Quando deu umas 19:30 da noite, todos decidimos ir embora. Os hyungs até me ofereceram uma carona, mas eu neguei porque queria fazer uma surpresa para o Jimin, já que ele iria ficar sozinho em casa naquela noite.

Eu finalmente havia aprendido o caminho para a casa do hyung, e de vez em quando aparecia lá de surpresa. Ele gostava muito quando eu o surpreendia.

Mas o caminho que peguei para ir pra casa do foi meio estranho.

Primeiro porque tudo estava muito quieto, e segundo porque eu tinha certeza de que tinha alguém atrás de mim.

Poderia ser um ladrão ou apenas algum doido, mas fiz questão de não olhar para trás enquanto caminhava e acelerei os meus passos.

— Tá com medinho, Jungkookie?

Aquela voz...

Era Jackson Wang quem estava atrás de mim.

Continuei andando, tentando não me importar com ele.

— Não vai me responder? — Ouvi a sua voz ainda mais perto.

Ele parou ao meu lado ofegante, pois havia corrido.

— O que você quer? — Perguntei. — Eu realmente não estou com paciência pra você.

— Quê isso, meu amigo? — Ele me abraçou de lado. — Vamos conversar um pouco.

— Eu não tenho nada pra conversar com você.

— Mas eu tenho. — Ele me empurrou na parede. — Eu ando muito irritado esses dias, por culpa sua e daquele seu namoradinho, eu tenho vontade de vomitar quando vejo vocês dois juntos. — Ele segurou a gola da minha camisa. — Eu ganhei suspensão hoje, por sua culpa também. Ganhei suspensão por causa de um viadinho de merda.

— Minha culpa? — Eu sorri e o empurrei. — Quem foi que começou aquela briga, hm?

— Se você não existisse, ela não teria acontecido.

— Jackson. — Agora eu segurei a gola de sua camisa. — Se eu fosse você, ficaria caladinho. Se você soubesse o quanto eu quero arrebentar essa sua cara, ficaria de bico fechado.

— Viado filho da puta. — Ele me empurrou no chão. — Eu tenho nojo de você, nojo daquele merdinha do seu namorado.

Eu realmente não me importava quando me insultavam, mas insultar Jimin para mim era o auge. Por isso eu me levantei e lhe dei o primeiro soco na cara, dando um segundo logo em seguida.

Jackson não hesitou e revidou.

Logo já estávamos no chão, socando um ao outro.

Ele me insultava e eu fazia isso em dobro, ele me golpeava com força e eu tentava golpeá-lo ainda mais forte. Eu realmente estava muito irritado e não havia ninguém naquela rua para parar nós dois, eu não queria deixar ele sair ganhando daquela.

Por isso eu o empurrei no chão e fiquei em cima dele, socando o seu rosto enquanto o xingava de todos os nomes ruins possíveis.

— Jaebum me ajuda, porra. Vai deixar esse filho da puta me bater? — Jackson gritou e só então eu percebi que aquele seu amigo também estava ali.

Ele me tirou de cima do otário e segurou os meus braços, eu juro que tentei sair, mas Jaebum estava usando muita força e eu já estava cansado por ter batido tanto em Jackson.

— Eu vou acabar com você, seu nojento. — Ouvi o Wang dizendo depois de se recuperar por alguns minutos. —  Eu desprezo você e pessoas do seu tipo. — Ele se aproximou e me deu um soco no rosto. — Eu quero que pessoas como você morra. Entendeu? — Ele me socou mais uma vez. — Eu quero que vocês morram!

Jackson continuou me batendo enquanto disparava insultos homofóbicos, ele falava coisas horríveis sobre mim e sobre o garoto que eu amava, coisas que não valem a pena nem serem repetidas.

Em certo momento, aquele seu amigo me jogou no chão e os dois continuaram a me bater.

Me chutavam e me socavam, enquanto eu já fraco continuava deitado ali.

Eu não consegui entender a última coisa que ele havia dito, antes de me dar um último chute e me deixar ali jogado no chão, machucado e cheio de dor.

Comecei a chorar, enquanto tentava criar forças para me levantar, mas não conseguia.

Era tão difícil.

Doía tanto.

Mas eu tive sorte, pois um grupo de amigos passaram ali e então eles me ajudaram.

— Cara, o que aconteceu? — Perguntou o moço desconhecido enquanto me ajudava a levantar junto ao seu amigo, mas eu não conseguia responder.

Não conseguia falar nada.

— Meu deus, você está todo machucado. — Disse o outro. — Você mora aqui perto?

Neguei.

— Conhece alguém que mora por aqui?

Assenti, Jimin hyung morava por ali.

— Ok, nós vamos te levar até lá. Não precisa falar nada, só gesticula onde fica a casa. — Disse o primeiro moço. — Aguenta firme, viu? Logo logo você vai estar seguro.

Aqueles caras me levaram até o carro e pacientemente esperavam enquanto eu gesticulava o caminho para a casa do hyung.

Por mais que aquele dia tenha sido difícil, hoje eu tenho ele como um aprendizado.

Eu sou um homem gay e tenho muito orgulho de ser quem eu sou. E não será nenhum Jackson Wang que irá tentar me calar.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...