História Summer In Love - (JIKOOK) - 33: summer again

J E O N  J U N G K O O K

O Jimin hyung voltou um pouco estranho do banheiro, mas ao perguntarmos o que havia acontecido, ele só respondeu que estava tudo bem e que deveríamos entrar logo na sala para assistirmos ao filme.

E foi isso o que fizemos.

Nos sentamos lado a lado e ele esperou as luzes se apagarem para se agarrar ao meu braço e deitar em meu ombro.

Acho que ele nem estava prestando atenção no filme, já que o seu olhar parecia meio distraído. Eu também não conseguia prestar atenção pois não tirava os meus olhos dele e das nossas mãos juntinhas. De vez em quando ele segurava o meu rosto para me dar alguns beijinhos e eu obviamente retribuía todos.

Em algum momento, olhei para a tela mas desisti de tentar entender o filme. Então eu somente me perdi em pensamentos.

Não saia da minha cabeça que o verão estava cada vez mais próximo.

Iria fazer um ano que eu conheci Park Jimin.

Nós não iríamos viajar aquele ano por causa do restaurante da mamãe. Já o hyung tinha o seu emprego na loja de discos e o seu padrasto estava ficando ainda mais ocupado na empresa em que trabalhava.

Mas eu gostaria de sair com ele e comemorar o tempo em que nos conhecemos.

O verão definitivamente se tornou a minha estação do ano favorita, pois foi ele quem me trouxe o amor da minha vida.

Quando saímos do cinema, fomos todos para a lanchonete de sempre. Eu e o Jimin pedimos o mesmo sanduíche, já Yeji pediu um cachorro quente e o Chenle pediu uma torta.

Os dois passaram a conversar animadamente sobre o filme, eu e o hyung estávamos perdidinhos da silva nesta conversa já que não tínhamos prestado atenção em nadinha. Então eles começaram a zoar a gente, dizendo que tínhamos ido só para namorar.

Não dissemos nada já que era verdade mesmo.

Tivemos um jantar muito divertido.

Depois de darmos mais uma voltinha na cidade, Jimin deixou Yeji em casa e em seguida dirigiu até a minha.

Quando paramos lá em frente, tirei o cinto de segurança e o encarei.

— Jimin, você vai dizer pra gente porque estava estranho mais cedo? — Perguntei.

Ele olhou para mim e em seguida para Chenle pelo espelho do retrovisor e então suspirou antes de dizer:

— Eu falei com o Jackson Wang no banheiro do shopping, questionei o porquê dele me odiar tanto.

— E o que ele disse? — O ruivinho perguntou.

— Ele disse que não me odeia, ele... — Jimin abaixou o volume do rádio. — Ele disse que gosta de mim, também disse que não suporta a ideia de estar apaixonado por um garoto e que odeia esse sentimento.

Fiquei em silêncio após ouvir aquilo.

— Como assim ele gosta de você? — Disse Chenle, completamente surpreso. — Que estranho.

— Eu também não entendi isso, achava que ele me odiava e que nem tinha esse tipo de sentimento, ainda mais por mim.

— Né.

Eu não gostei nada de ter ouvido aquilo.

Como assim aquele cara estava apaixonado pelo Jimin?

Então ele bateu em mim por ciúmes?

Continuei em silêncio, pensando em um monte de coisa.

Jimin segurou a minha mão e se aproximou.

— O que foi?

— Nada, só é estranho saber que ele gosta de você.

— Amor?

— Hm?

— Não se preocupe, eu só amo você.

Dei um sorriso.

— Eu sei e não tenho dúvidas em relação à isso. — Entrelacei os nossos dedos.

— É bom mesmo não ter.

Olhei em seus olhos.

— Jimin, eu posso te fazer um pedido?

— Pode sim.

— Antes de tudo, eu sei que eu não tenho o direito de te fazer um pedido desses, afinal eu sou apenas o seu namorado, mas hyung, por favor, fique longe do Jackson. Não é nem pelo fato dele ter sentimentos por você, mas é que eu não consigo esquecer o que ele fez comigo e o meu maior medo é que ele faça o mesmo com você.

— Eu entendo Jungkook e saiba que eu não quero ter mais nenhum tipo de contato com ele.

Depois dessa conversa que na minha opinião foi um pouco estranha, me despedi dos dois, sai do carro e então subi as escadas para a minha casa.

Quando entrei, vi a minha mãe sentada no sofá enquanto escrevia alguma coisa em sua agenda.

Estranhei já que naquele horário ela costumava estar no restaurante.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei assim que me sentei ao seu lado.

— Eu descobri uma coisa maravilhosa, estava te esperando para contar. — Ela sorriu.

— E o que é?

O sorriso dela aumentou ainda mais.

Mamãe fechou a agenda e me encarou.

— Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha.

— É sério?

— É sim.

Meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

Eu estava emocionado.

Eu iria ser irmão mais velho e aquilo era algo que eu nunca achei que fosse acontecer.

Até o ano anterior eu era tão solitário e então recebi a notícia maravilhosa de que iria ter um irmão.

Eu tinha um namorado, amigos, tocava em uma banda bacana e iria ser irmão mais velho.

Se me dissessem isso à uns atrás eu com certeza iria pensar que era mentira.

Quando Junseok voltou para casa depois de fechar o restaurante, ele se juntou a mim e a minha mãe para conversarmos sobre o bebê.

Até tentamos escolher alguns nomes.

Eu não me importava nenhum pouco se iria ser um menino ou uma menina, o que importava mesmo era que eu iria ser irmãozinho de um bebê fofo.

♡

— Estou tão feliz por você. — Disse Jimin, ele me abraçou com muito carinho. — Você vai ser o melhor irmão do mundo.

— Obrigado hyung. — Retribui o seu abraço.

— Eu também estou feliz por você Jungkook, mas por favor, eu não aguento mais ser vela aqui. — Heechul reclamou.

Era sábado e o Jimin estava trabalhando, eu estava tão ansioso que não quis esperar outra hora para contar a novidade para ele, por isso fui até a loja.

Eu estava tão feliz.

— Hyung nem vem, não vai demorar muito pra você ficar desse jeito com a sua futura namoradinha. — Jimin sorriu e se afastou. — Vou voltar ao trabalho, pode me esperar se quiser, Jungkookie.

Vi o meu amorzinho entrando pela porta de acesso restrito aos funcionários e fui para detrás do balcão, onde me sentei ao lado de Heechul.

— Você ligou pra sua garota? — Perguntei.

— Liguei no mesmo dia em que recebi o número dela. — Respondeu. — Ela estava esperando a minha ligação.

— Quando vocês vão sair?

— Na quinta-feira da próxima semana.

— Você está ansioso, não é?

— Nem me fale Jungkook. — Ele sorriu. — Posso te fazer uma pergunta?

— Pode sim, hyung.

— Você tem a sensação de que o seu relacionamento com o Jimin vai durar para o resto de suas vidas?

Nem precisei pensar duas vezes.

— Tenho.

— Eu nem a conheço direito, também não temos nenhum relacionamento ainda. Mas porque eu tenho essa mesma sensação?

— Talvez ela seja a pessoa certa.

Heechul sorriu.

— Eu sinto isso Jungkook, espero que não seja coisa da minha cabeça.

— Claro que não é hyung.

— Sobre o que vocês estão falando? — Jimin perguntou quando apareceu novamente.

— Coisas. — Respondi.

— Ei, sabia que esse cara aqui é doido por você? — Heechul me abraçou de lado.

— É mesmo? — Jimin me encarou.

— Você sabe que sim.

Jimin sorriu adoravelmente e então voltou a trabalhar.

Quando a loja fechou às 12 horas, eu e o hyung fomos para a sua casa. Eu estava deitado em sua cama enquanto assistia ele secando os cabelos molhados com a toalha.

— Quer almoçar agora, querido? — Ele perguntou, antes de se deitar ao meu lado

— Estou sem fome. — Eu o abracei.

— Eu também. — Jimin suspirou enquanto olhava para o meu rosto. — Jungkook, temos que conversar sobre uma coisinha que eu estive pensando.

— Que coisinha?

Ele deu um sorrisinho.

— Agora eu fiquei tímido.

— Por que? — Sorri também. — Sabe que pode contar tudo para mim, não é?

— Sei, mas essa coisa é algo importante, sabe? Tem haver com o nosso futuro.

— Agora que eu fiquei com vontade de saber mesmo. — Lhe dei um selinho. — Por favor, conta pra mim.

— Está bem. — Desviou os seus olhos dos meus. — Nós estamos no último ano do ensino médio, e no ano que vem a gente começa a faculdade.

— Sim.

— A mamãe e o Yusheng disseram que se eu quisesse, eles poderia alugar um apartamento próximo a faculdade e eu estive pensando... — Seu rosto ficou vermelhinho. — Você poderia falar com o tio Junseok e com a sua mãe, pra eles ajudarem os meus pais e...

— Você quer que a gente more juntos?

— Sim, isso mesmo.

Céus, isso seria um grande passo no nosso relacionamento.

— Jimin, olha pra mim. — Ele olhou, então eu continuei: — Você tem certeza disso?

— Tenho.

— Você vai me aguentar? Sabe que eu sou chato, não é?

— Se eu te achasse chato a gente nem estaria namorando.

— É que eu pensei que fôssemos morar juntos só depois da faculdade.

— Eu sei, mas talvez não vamos ter tanto tempo quando começarmos a faculdade, por isso eu pensei que seria legal se a gente morasse juntos. — Ele fez um biquinho fofo. — Mas tudo bem se não quiser, você pode ir me visitar sempre.

A ideia de morar com Jimin era maravilhosa, mas tínhamos que aprender a ter responsabilidade e fazer de tudo para que desse certo, não era uma coisa tão simples.

Mas ele tinha razão, seria bem legal se morássemos juntos.

Como seria acordar todos os dias ao lado do amor da minha vida?

Toquei o seu rosto e fiz um carinho nele.

— Fofinho, vou tentar falar com a minha mãe e com o Junseok.

— Sério?

— Sim.

Jimin sorriu e me abraçou com mais força.

— Te amo muitão.

— Eu sei. — Sorri. — Também te amo.

Começamos uma conversa sobre como seria o nosso apartamento. Decidimos que o lugar ideal para nós dois deveria ter apenas um quarto, cozinha, banheiro, sala e se tivesse pelo menos uma sacada pequena seria perfeito.

Nós dois queríamos uma decoração mais simples, iríamos levar os nossos gatinhos para morar conosco, também iríamos revezar na hora de cozinhar e de fazer as tarefas domésticas.

Planejar um futuro com o hyung era maravilhoso.

Fomos almoçar ainda conversando sobre o assunto, ver Jimin tão empolgado me deixava ainda mais feliz e ansioso.

Eu iria fazer de tudo para que desse certo.

Mais tarde fui ensaiar com a banda na casa do Yoongi. Jimin e Chenle foram comigo, o hyung porque quase nunca via os meus ensaios e o ruivinho porque queria ver a sua namorada.

Iríamos começar a tocar no restaurante no início do verão e estávamos muito focados em nossos ensaios.

— Meu deus. — Disse Yoongi assim que terminamos de tocar. — Estamos ótimos.

— O que achou hyung? — Perguntei.

— Eu adorei. — Jimin bateu palmas. — Com certeza vou ir no restaurante todos os sábados para assistir vocês.

— Espero que o pessoal goste da gente. — Hoseok disse enquanto brincava com as baquetas de sua bateria.

— Impossível não gostarem, sabe quem ganhou na votação de melhor apresentação do festival cultural? — Chenle deu um sorrisinho. — Isso mesmo, vocês.

— E teve essa votação? — Namjoon perguntou.

— Teve sim meu amigo, ninguém nem pensou duas vezes antes de votar. O pessoal gostou muito.

Eu e os hyungs da banda nos entreolhamos.

O pessoal havia gostado da nossa apresentação, saber sobre isso nos deixou muito felizes.

♡

A semana de provas estava prestes a começar e estávamos estudando pra caramba.

Eu, Jimin e os nossos amigos estávamos estudando em grupo, pois na nossa opinião era um jeito muito mais fácil de aprender.

Mas ainda sim eu estava com uma dificuldade enorme na matéria que eu mais odeiava nessa vida, vulgo matemática.

— É muito difícil, eu não aguento mais. — Fechei o maldito livro.

Jimin pegou o meu caderno e deu uma olhada.

— Faça só mais algumas questões, Jungkook.

— Deixa eu ver. — Seokjin se inclinou para olhar também. — Você está quase chegando no resultado da segunda questão.

Eles me explicaram tudo de novo, e mesmo relutante eu resolvi terminar de fazer aquelas merdas de questões.

Quando terminamos de estudar matemática, começamos a estudar física, outra matéria que eu detestava.

Enquanto os hyungs explicavam aquela matéria, fiquei um pouco distraído e vi uma garota desconhecida se aproximando da nossa mesa junto com outras duas. Elas nos cumprimentaram e então a loira disse:

— Oi gente, tudo bem? Eu sou a Sana e essas são as minhas amigas, Jeongyeon e Jihyo, nós somos do terceiro ano também. — Ela sorriu. — Nós vimos a apresentação da banda de vocês no festival cultural e queríamos chamá-los para tocar na nossa festa no sábado da próxima semana, vamos comemorar o início do verão.

— Quantas músicas? — Namjoon perguntou.

— Vocês decidem, vai ter um cachê, a gente pode acertar tudo antes da festa.

Namjoon hyung olhou para mim e em seguida para Hoseok e Yoongi.

— Nós vamos pensar sobre o assunto e então falamos com vocês.

— Beleza. — Ela sorriu. — Todos aqui estão convidados, ok?

— Ok. — Respondemos.

As garotas se despediram e então saíram da biblioteca.

Quando o sinal tocou, fomos cada um para a nossa sala e então começamos a fazer a prova. A primeira era de matemática e assim que bati o olho na primeira questão fiquei desesperado.

Mais que porra!!!

Tentei me lembrar de tudo o que os hyungs haviam me ensinado e fui fazendo do jeito que eu achava que seria o certo.

Assim que se passou meia hora, vi o Jimin hyung entregando a prova de matemática e já recebendo a de física, olhei para Seulgi e ela me perguntou se eu estava conseguindo fazer, gesticulei um mais ou menos e ela fingiu um choro, sussurrando um "estou ferrada".

Consegui fazer algumas questões, mas as três últimas estavam difíceis então fiz de qualquer jeito.

Quando comecei a fazer a prova de física, Jimin hyung logo terminou a dele e saiu da sala.

Poxa, eu queria ser assim.

Não sei quanto tempo passei fazendo aquela prova, só sei que quando terminei a sala estava praticamente vazia.

Jimin estava me esperando lá fora.

— Como estava a prova? — Ele perguntou.

— Acho que fui mal nas duas.

— Você não conseguiu fazer nenhuma questão?

— Consegui algumas, mas acho que não o suficiente para passar.

— Que bobagem, você se dedicou bastante na hora de estudar, então tenho certeza que foi incrível.

— Eu não confiaria muito nisso.

Caminhamos pelo pátio até chegarmos nas mesinhas que haviam ali, sentamos lado a lado e ficamos esperando o Chenle.

— Jungkook, você acha que a sua banda vai tocar na festa da Sana?

— Talvez sim. — Coloquei a mochila em cima da mesa e deitei, usando ela como travesseiro. — Você não gosta de festas, não é hyung?

— Não.

— Então você não vai?

— Eu posso ir, quero ver você tocando.

— Não precisa ir de não estiver à vontade, quando a banda terminar de se apresentar eu posso ir diretamente para a sua casa ficar com você.

— Não vou deixar você perder uma festa por minha causa. — Ele também deitou em sua mochila. — Eu quero ir.

— Certeza?

— Sim.

— Então tá bom.

— Vamos beber juntos. — Ele sorriu. — Jungkook, você já bebeu?

— Só experimentei uma vez. E você, hyung?

— Todas as vezes que eu bebi estava perto da minha mãe, então ela me controlava.

— Então você vai ser descontrolado?

— Eu ainda tenho que dirigir, esqueceu?

— Ah hyung, podemos falar para o Junseok buscar a gente, seria muito melhor do que dirigir depois de beber.

— Jungkook você é um gênio.

— Menos em matemática.

Ele deu uma risada.

— Bobo.

♡

Assim que a semana de provas acabou, eu e os hyungs da banda conversamos muito e acabamos decidindo tocar na festa.

Como tínhamos pouco tempo para ensaiar, escolhemos tocar cinco músicas. As garotas aceitaram e disseram que iriam nos pagar um dia antes da festa.

Sobre as provas, eu não havia me saído tão bem em matemática e física, mas pelo menos não tirei um zero. Já no restante das matérias eu consegui tirar boas notas.

— Jungkook, o que você acha de "The Passion of Lovers" dos Bauhaus?

— Hã?

— "The Passion of Lovers". — Namjoon sorriu. — Não está prestando atenção?

— Foi mal, eu estava pensando.

— Pensando em quê?

— Ah hyung, é que nesse verão vai fazer um ano que eu conheci o Jimin. — Sorri. — Eu queria fazer alguma surpresa, sabe?

— Hmmm, que tal cantar uma música pra ele? — O hyung sugeriu. — Tem alguma música que é muito importante pra vocês?

Parei para pensar.

— Tem várias, mas acho que uma das mais importantes é a que tocou no nosso primeiro beijo.

— E qual é?

— "Love my way".

— Você podia cantar ela na festa depois de fazer uma bela declaração de amor, aí vai fazendo umas surpresas diferentes até o final do verão.

— Eu acho que ele vai adorar. — Sorri, só por imaginar. — Da última vez que eu cantei "Love my way", ele chorou.

— Você gosta muito dele, não é?

— Você não imagina o quanto, hyung.

— Eu acho muito bonita a relação de vocês.

— Chegamos. — Ouvimos a voz de Hoseok, em seguida ele entrou na garagem junto ao Yoongi. — Compramos umas baquetas novas, palhetas e o amplificador.

— Você esqueceu de falar sobre os lanches. — Yoongi sorriu e tirou as embalagens da sacola. — Que tal chips de camarão?

— Me passa um aí, estou faminto. — Disse Namjoon.

Yoon entregou um pacote de salgadinho para todos e então começamos a comer enquanto discutíamos sobre quais músicas tocar na festa. Nam sugeriu "Love my way" e falou sobre a surpresa que eu queria fazer para o Jimin, então todos toparam.

Escolher as outras quatro músicas foi moleza já que tínhamos uma lista de músicas que já havíamos ensaiado e sabíamos tocar de cor.

Outro assunto que começamos a debater eram sobre as roupas.

Hoseok colocou na cabeça que tínhamos que nos vestir como estrelas do rock. Mas aquele tipo de roupa não fazia muito o meu estilo.

— Você ficaria bem com uma calça de couro. — Hoseok disse, olhando para mim. — Aí deixa esse cabelo todo bagunçado, ficaria um pitel.

— Eu? Sem chances!

— Já que o Hobi deu essa ideia, ele poderia usar uma também pra te apoiar. — Yoongi sugeriu.

— Ah eu uso, sem problemas. — Sorriu.

Yoongi arqueou a sobrancelha.

— Ficaria um pitel.

Hoseok corou, aquilo era algo que eu nunca havia visto antes. Ele tomou um gole de seu refrigerante e voltou a me encarar.

— E aí, você topa?

— Ah pode ser, mas eu não tenho esse tipo de calça.

— Vamos no shopping juntos ao sair daqui.

Acabou que nós quatro fomos juntos ao shopping pois Yoongi queria comprar umas bandanas e Namjoon uma jaqueta.

Experimentei a bendita calça e até que ela havia ficado bonita no meu corpo, então eu realmente acabei levando. Também comprei umas camisas e uma bandana vermelha.

Fomos para a praça de alimentação e comemos um hambúrguer, porém acabamos nos arrependendo porque não era tão bom, ficamos nos amaldiçoando por não termos ido na lanchonete de sempre.

Quando cheguei em casa, me preparei para ajudar no restaurante, mas antes de sair para trabalhar, resolvi ligar para o meu amorzinho.

— Oi, meu amor. — Ele disse ao atender.

— Oi, você está bem? Como foi o trabalho hoje?

— Foi de boa. — Ele respondeu. — Você está bem?

— Estou sim.

— Ensaiou hoje?

— A gente mais conversou do que ensaiou. — Eu ri. — Decidimos as músicas e fomos comprar roupas no shopping, pra usarmos na nossa apresentação. Acredita que o Hoseok me fez comprar uma calça de couro?

— O meu namorado vai usar uma calça de couro? Meu deus, você vai ficar tão gostoso.

Quando foi que ele ficou tão... ousado?

— Jimin, o-o que você está falando?

— Nadinha. — Ele riu. — Você não ia ajudar no restaurante hoje?

— Eu vou.

— Então vá trabalhar!

— Ok. — Me levantei. — Tchau, boa noite, te amo.

— Boa noite, obrigado pela informação da calça de couro, me fez ter uma bela imaginação.

— Jimi-

— Te amo muito muito muito. — Ele disse rapidamente antes de desligar o telefone.

Esse garoto...

Logo desci e fui ajudar o Junseok e a minha mãe. Fiz de tudo, ajudei na cozinha, servi as mesas e fui colocar o lixo no lado de fora.

Aquilo me fez pensar no meu pai.

Será que ele ainda está em Seul?

Por que ele estava aqui?

Não tivemos mais nenhuma notícia dele depois daquele dia, aquilo me deixava um pouco preocupado.

Mas pelo menos a minha mãe tinha eu e o Junseok para lhe proteger.

♡

O dia da festa havia chegado e na parte da tarde, eu e os hyungs fomos na casa de Sana para montar os instrumentos musicais no palco improvisado. Tocamos uma das músicas para as garotas e elas adoraram, disseram que estavam super ansiosas para a nossa apresentação.

Conversei com a loira sobre a declaração de amor que eu iria fazer para o hyung, ela disse que achava a ideia super fofa e que estava doida para ver.

Em seguida fui para casa, esperar o meu namorado, já que ele iria para a festa junto comigo.

— Cheguei. — Ele disse ao abrir a porta.

Me levantei do sofá e o abracei, até segurando-o no colo e girando os nossos corpos. Jimin sorriu e retribuiu.

— Quanto amor. — Minha mãe disse, ao aparecer na sala.

— Yeojin! — Jimin foi abraçá-la. — Parabéns pelo bebê, estou muito feliz por vocês.

— Obrigada Jiminie. — Ela retribuiu o abraço — Que horas começa a festa?

— 19 horas. — Ele respondeu.

— E que horas vocês vão?

— 18:30, eu e os rapazes da banda precisamos chegar cedo.

— Então cuidem em se arrumar, já está perto das seis horas. — Minha mãe sorriu quando eu entrei dentro do abraço dela e do Jimin. — Fiz um lanchinho, se vocês quiserem comer antes de ir.

— Nós vamos. — Beijei a bochecha dela e em seguida a do meu namorado. — Vamos nos arrumar, hyung.

Eu segurei a sua mão e fomos para o meu quarto.

O hyung abriu a sua mochila e separou as roupas que iria usar, em seguida eu fiz o mesmo.

— Deixa eu ver a calça.

Entreguei a peça de roupa para ele.

Ele analisou.

— Céus, eu já te vejo vestido nela.

— Acha que eu vou ficar bonito?

— Mais é claro que sim.

Sorri.

— Quer tomar banho primeiro?

— Eu tomei banho em casa, então você pode ir.

— Ok.

— Fica bem cheirosinho para mim.

— Vou sim. — Dei um selinho em seus lábios.

Tirei as minhas roupas e então fui para o banheiro, tomar o meu banho. Lavei o meu cabelo com o shampoo mais cheirosinho que eu tinha, ensaboei todo o meu corpo e comecei a pensar na apresentação.

Será que iriam nos chamar para tocar em outras festas?

O Jimin iria gostar de me ver cantando "Love my way"?

Eu estava muito empolgado, decidimos que aquela seria a última música da apresentação.

Quando saí do banheiro, vi o meu bebê já quase que terminando de se arrumar.

— Acha que eu deveria arriscar e passar maquiagem?

— Não sei, você fica lindo de todos os jeitos.

Ele sorriu.

— Eu vou passar só um pouquinho. — Ele pegou algumas coisas e entrou no banheiro.

Me enxuguei e então comecei a me vestir com as roupas que eu havia separado. Quando terminei, calcei logo o coturno e me olhei no espelho enquanto colocava um cinto.

Eu estava usando uma camisa do Star Wars, a calça de couro, o cinto e o coturno.

Não queria usar jaqueta, mas parecia que estava faltando algo.

— Uau. — Jimin disse ao voltar para o quarto. — Você está tão bonito.

— Foi assim que você imaginou que ficaria? — Perguntei.

— Na verdade está bem melhor. — Ele sorriu.

— Hyung, acha que está faltando alguma coisa?

— Não.

— Nem uma jaqueta?

— Está ótimo assim. — Ele dobrou as mangas da minha camisa, em seguida pegou a bandana em cima da cama e amarrou em um dos passadores do cinto.

— Eu ia usar na cabeça, mas acho que está bom assim.

— Está. — Penteou os meus cabelos com os dedos. — Deixa secar naturalmente.

Ele me deu um selinho e se afastou após dar um tapinha na minha bunda.

— Hyung!

— O que foi?

— Você está bem ousado.

— Foi só um tapinha fraco. — Ele sorriu. — Eu poderia ter batido com mais força.

— Não vou nem dizer mais nada. — Acabei sorrindo também, por que na verdade havia gostado daquilo.

— Venha passar um pouquinho de maquiagem.

Me sentei na cama e então o hyung começou a passar aquelas coisas em meu rosto.

É claro que eu não deixei de reparar no quanto ele estava bonito.

Jimin usava uma camisa preta de abotoar com umas estampas de coqueiro, uma calça apertada de lavagem escura, cinto e all star preto. Seus cabelos rosados estavam repartidos ao meio.

Ele estava um verdadeiro anjo.

— Prontinho. — Meu amor deu um sorriso e começou a guardar as coisas dentro da bolsinha.

— Jimin, você é muito lindo.

— Obrigado meu benzinho.

Quando ele foi colocar a sua mochila no cantinho do meu armário, eu aproveitei e retribui o tapa em sua bunda.

Jimin olhou para trás e arqueou as sobrancelhas.

— Putz grila, hein.

— Eu poderia ter batido com mais força. — Repeti as suas palavras, sem conseguir deixar de sorrir.

— Seu safado, nem parecia que era tão tímido quando a gente se conheceu.

— Ah é? Quer resolver isso mais tarde?

— Quer cair na porrada é? — Ele fechou os punhos e eu ri.

Tão fofinho.

— Não era bem isso que eu estava pensando. — Falei. — Mas vamos falar sobre isso depois, porque agora a gente tem que ir.

Ele não respondeu, só começou a caminhar na frente. De última hora eu acabei pegando uma jaqueta jeans e então saí do quarto.

Comemos o lanchinho que a minha mãe havia preparado, então pedimos para o Junseok nos levar até a casa de Sana. No caminho ele ficou dizendo que estava feliz por estarmos indo em uma festa, que fazia muito isso quando tinha a nossa idade e recomendou que a gente não exagerasse muito nas bebidas.

— Que horas eu devo buscar vocês mesmo? — Ele perguntou, assim que estacionou em frente à casa.

Olhei para o Jimin hyung.

— Trinta minutos antes da meia-noite?

— Pode ser.

— Então tá bom. — Junseok sorriu. — Se divirtam pessoal.

— Obrigado, tio. — Jimin o abraçou.

— Cuida da mãe e do bebê. — Falei.

— Pode deixar, filho.

Junseok acenou uma última vez, então foi embora.

Segurei a mão do meu namorado e entramos juntos na casa. Namjoon, Yoongi e Hoseok já estavam no palco improvisado, me juntei à eles e observei Jimin caminhando até Sana, que sorriu ao vê-lo e passou a mostrar a casa para o hyung.

— Arrasou na roupa, bem que eu disse que ficaria um pitel. — Hobi falou, com um sorriso no rosto.

— Você também está um pitel. — Sorri. — Na verdade todos estão.

— Será que o Nam desencalha hoje? — Yoongi provocou. — Ele está tão solário ultimamente.

— Será que você desencalha hoje, Yoongi? — Nam revidou a pergunta.

— Eu não preciso desencalhar.

— Olha só, ele tem alguém. — Brinquei e todos nós rimos.

Me sentei ao lado de Yoon e comecei a afinar a minha guitarra.

Jimin hyung apareceu novamente, ainda ao lado de Sana, mas agora Jihyo e Jeongyeon os acompanhavam. Eles se sentaram no sofá que havia ali e continuaram conversando, de vez em quando ele olhava para mim e nós trocávamos sorrisos.

Os convidados foram chegando faltando apenas alguns minutos para o começo da festa, entre eles pude ver Taehyung, Seulgi e Seokjin. Eu e o Jimin fomos cumprimentá-los e então demos uma voltinha pela casa antes da minha apresentação começar.

Era bom ver o Jimin tão animado, pois ele não tinha uma experiência tão boa se tratando de festas. Mas ali ele estava se divertindo e sorrindo daquele jeitinho que eu tanto amava.

Quando ouvimos as garotas nos chamarem, eu me despedi do meu amor com um beijinho e então subi ao palco junto aos hyungs.

Cada integrante se apresentou para a plateia, então conversamos um pouco com o pessoal antes de começarmos.

Aquela sensação tão boa de estar no palco, cantando junto ao nosso público nos invadiu assim que começamos a tocar a primeira música.

Eu cantei, me sentindo cada vez mais cheio de energia para dar o meu melhor ao apresentar as próximas músicas.

Todo mundo gritou assim que terminamos a primeira.

Mas aquele era apenas o começo.

Tocamos as três próximas músicas com tudo, e enquanto eu cantava, me divertia com os meus hyungs no palco, como se fosse a última vez que estivéssemos fazendo aquilo.

Yoongi sempre dizia "toque como se fosse a última vez, isso irá nos dar um resultado ainda melhor", e era isso o que fazíamos, tocávamos cada música enquanto nos divertíamos.

O público ia a loucura ao ver o quanto estávamos confortáveis no palco, fazendo o que amávamos fazer.

Quando chegamos na última música, abri a minha garrafinha de água e tomei um gole. Tirei a minha jaqueta jeans e a coloquei ao meu lado no chão, enquanto olhava para o pessoal na platéia até encontrar os olhos de Park Jimin.

Yoongi tirou a sua guitarra, deu um tapinha nas minhas costas e se posicionou atrás do teclado. Olhei para Hoseok, em seguida para Namjoon, os dois me lançaram olhares encorajadores.

Assim que voltei os meus olhos para a pessoa que eu amava, sorri e finalmente disse.

— Chegue mais perto, por favor. — Ele franziu o cenho a apontou para si mesmo. — Você mesmo, Jimin hyung.

Ele caminhou até estar de frente para mim.

Eu o encarei uma última vez antes de voltar a falar.

— Acho que todos aqui sabem, ou pelo menos tem uma noção do meu relacionamento com o Jimin. — Comecei. — Nos conhecemos no verão passado, nos apaixonamos e hoje somos namorados. — Sorri, ao me lembrar dos momentos em Pohang. — Sei que muitos podem achar errado ou até mesmo nojento, porque como assim dois homens estão em um relacionamento sério? Mas assim é o amor, gente. Ele não escolhe sexo, aparência, condição financeira ou qualquer outra coisa. Quando percebemos, já estamos apaixonados. Então não julguem o amor dos outros tentando ditar o que é certo ou errado, porque não existe certo e errado quando se trata de amar alguém. Se apaixonem caralho, e vivam isso da melhor maneira possível. Sejam felizes.

Uma parte do público gritou após a minha fala, olhei para o meu namorado e o vi abraçado a Seulgi, tentando enxugar as suas lágrimas.

Tão chorão.

— Essa última música vai ser dedicada ao meu amor, pois foi ela que tocou no dia em que demos o nosso primeiro beijo, e de tantas outras músicas, escolhi uma das mais especiais para nós dois. — Sorri. — Eu te amo muito, Park Jimin.

Quando começamos a tocar, vi Sana se aproximando de Jimin e limpando o seu rostinho com um lenço. Ela também o abraçou, e me olhou com um sorriso no rosto.

There's on army on the dance floor

In a room without a door a

Love my way it's a new road

Cantei aquela música com todo o amor que eu tinha em meu coração, sem tirar os meus olhos dos de Jimin por nenhum minuto.

Eu tentava expressar toda a mensagem que aquela música passava, aquela necessidade de liberdade que todos desejam quando se trata de viver e expressar a sua orientação sexual.

Eu estava me mostrando de verdade ali, enquanto dedicava aquela música para o garoto que eu amava.

Ele já tinha parado de chorar e até estava cantando junto.

Fechei os meus olhos apenas ao cantar o último verso.

So swallow all your tears my love

You can never win or lose if

Quando a canção chegou ao seu fim, fomos aplaudidos com ainda mais força. Eu sorri e guardei a minha guitarra, enquanto eu já me sentia tímido em relação ao que havia acabado de acontecer.

Mas não estava nenhum pouco arrependido.

Quando desci do palco, todos nos encorajaram a nos beijarmos, mas eu somente segurei a sua cintura e dei alguns selinhos em seus lábios.

— Não era pra você ter chorado.

— Você fala isso depois de eu ter me acabado de chorar? — Ele me abraçou. — Eu não acredito que você fez isso na frente do pessoal da escola, Jungkook.

— Você está feliz?

— Muito.

— Ótimo, então é isso que importa.

Ficamos abraçados por um tempão, onde eu aproveitei para beijar o seu pescocinho e os seus lábios.

Naquela hora, Sana já havia colocando uma música na caixa de som, meus hyungs estavam levando os instrumentos para o carro e já estavam todos dançando e bebendo na pista improvisada.

Comecei a balançar nossos corpos no ritmo da música, e Jimin sorriu enquanto tentava me acompanhar.

Estávamos ridículos.

Mas quem se importava com aquilo?

— Jungkook, nós ainda não bebemos uma gota de álcool.

— Eu sei. — Sorri. — Mas você tem certeza que quer beber, hyung?

— Sim.

— Então seu desejo é uma ordem, meu xuxu.

Estendi a minha mão e ele a segurou, então caminhamos juntos até o bar.

Já que o pessoal estava se servindo à vontade, eu e Jimin resolvemos fazer algo diferente. Pegamos duas garrafas de bebidas de cores diferentes e então ele me guiou até a varanda, que por sorte não tinha ninguém.

Coloquei a minha guitarra na mesinha que havia ali, junto com as duas garrafas que pegamos e eu abracei o meu Jiminie por trás, sentindo o seu cheirinho gostoso.

— Você é tão lindo.

— Você que é, Jungkook. — Ele riu.

— Shh, você que é.

Continuei abraçado à ele enquanto o via abrir as duas garrafas.

— Hm é docinha. — Ele disse se referindo à bebida vermelha. — Toma, mas não exagera tanto, essas docinhas são um perigo.

— Obrigado hyung. — Tomei um gole, e realmente era gostosa.

Nos encostamos ao parapeito, dividindo a garrafa de bebida.

Jimin encarava a vista à sua frente, o sorriso não saia do seu rosto. Quando ele me encarou com aqueles olhos brilhantes, seu sorriso aumentou ainda mais e seus olhos se tornaram dois riquinhos.

Aquele sorriso no qual eu era apaixonado já estava dado as caras.

— Eu estou muito feliz.

— Está?

— Sim, muito muito feliz. — Ele me abraçou. — Eu te amo tanto.

— Eu te amo, Jiminie. — Beijei o topo da sua cabeça. — Muito mesmo.

Passamos a mover os nossos corpos lentamente, no ritmo de "Lost In Love" do Air Supply, que tocava lá embaixo.

Lost in love and I don't know much

(Perdido de amor e eu não sei muita coisa)

(Eu estava pensando em voz alta e me senti fora de alcance?)

(Mas estou de volta ao chão)

(Ansioso para ser o que você queria)

Encarei Jimin por um breve momento antes de finalmente encostar os nossos lábios, ele suspirou e me abraçou, como se estivesse esperando por aquilo.

Perdi a noção de quanto tempo passamos ali, abraçados, trocando beijinhos e secando as garrafas de bebida. Só sei que quando saímos da varanda, estávamos mais alegres que o normal.

Encontramos Seulgi e logo nos juntamos à dança doida dela.

Nos divertimos bastante por ali.

— Onde está o Taehyung? — O hyung perguntou para a nossa amiga.

— Ele sumiu junto com o Seokjin. — Ela respondeu. — Acho que finalmente rolou algo entre eles, meus amigos.

— Uau. — Jimin sorriu.

— O pessoal está jogando canastra lá no quintal, vamos lá? — Seulgi sugeriu.

— Eu vou só assistir, não faço ideia de como se joga isso.

Como Jimin resolveu não jogar, eu, Seulgi e Namjoon acabamos jogando com uma menina que eu não fazia ideia de quem era.

A menina desconhecida ganhou a primeira partida, depois fui eu que ganhei e a Seulgi foi ganhando várias vezes seguidas.

Além de canastra jogamos buraco, can-can, blackjack e o hyung se juntou à gente quando decidimos fazer um castelo de cartas, que acabou desabando quando ficou muito grande.

Após o jogo Seulgi levou eu e o Jimin para o bar, e ficamos ali bebendo enquanto observávamos o movimento da festa.

— Acho que vou procurar alguém pra dar uns beijinhos, não dá pra ficar sozinha segurando vela pra vocês.

— Tem certeza, Seulgi? — Perguntei.

— Tenho. — Ela abraçou cada um de nós e então acenou. — Tchauzinho.

— Toma cuidado. — Disse Jimin, enquanto também acenava.

— Vou tomar.

— Acho que deveríamos ir para casa, quero ficar sozinho com você. — Sugeri.

— Também acho.

— Vamos procurar um telefone e ligar para o Junseok.

Acabamos encontrando a Sana no meio da nossa busca por um telefone e ela nos levou até o seu quarto, enquanto eu ligava para casa, ela e o Jimin ficaram de cochicho e risadinhas.

Ao final da ligação, agradecemos à ela e fomos para o lado de fora da casa esperar o Junseok. Ele não demorou muito para chegar, e no meio do caminho nos encheu de perguntas sobre a minha apresentação, a festa e questionou o motivo de estarmos indo embora mais cedo.

— Eu ainda tenho que ajudar com o restaurante, então subam, tomem um banho e vão dormir. — Ele disse assim que saímos do carro. — Acho que a sua mãe vai ter um ataque se te ver bêbado.

— Eu não tô bêbado.

— Então por que está sorrindo até pro vento? — Ele riu e abraçou nós dois. — Vocês são doidinhos.

Junseok nos guiou escada acima e destrancou a porta.

— Obrigado tio.

— Por nada, vou indo porque o restaurante está cheio. — Ele fechou a porta.

Olhei para o hyung e o vi caminhando até o sofá, mas não dei nem tempo pra ele sentar, pois logo o segurei no colo.

— Jungkook! — Ele bateu no meu braço. — Me coloca no chão.

Ele estava sorrindo.

— Você está gostando.

— Estou mesmo, mas vai me deixar mal acostumado.

— Eu não me importo com isso, gosto de te mimar.

O levei para o meu quarto, fechei a porta, coloquei a guitarra no seu cantinho de sempre e deitei o corpo de Jimin com cuidado na cama.

Ele me abraçou e eu obviamente retribui.

Seus braços ao redor do meu corpo, o seu cheirinho inebriante e o seu calorzinho era tudo o que eu precisava naquele momento.

— Deveríamos tomar um banho. — Ele disse, fazendo um carinho em meus cabelos.

— Juntos? — Questionei.

— Claro.

Nos levantamos, nos livramos de todas as nossas roupas e entramos no banheiro. Liguei o chuveiro e puxei o seu corpo para mais perto do meu antes de beijar os seus lábios.

Park Jimin me abraçou e me retribuiu, mas antes que eu pudesse intensificar o beijo, a água ficou super gelada do nada e nós começamos a rir enquanto eu tentava colocar ela morninha de novo.

— Está com frio? — Perguntei, ainda rindo.

Jimin se agarrou ainda mais ao meu pescoço.

— Sim, meu deus.

— Coitadinho. — Beijei a sua bochecha. — Vamos terminar logo.

Quando terminamos o nosso banho, ajudei o Jimin a vestir o roupão e em seguida vesti o meu próprio, escovamos os nossos dentes e em seguida voltamos para o quarto, onde vestimos os nossos pijamas e fomos logo para debaixo do lençol quentinho.

Jimin se deitou em meu peito e me encarou, eu apenas continuei rindo e o abracei.

— Estamos super protegidos do frio. — Ele sussurrou. — Tá com sono?

— Agora me dei conta do quanto estou cansado.

— Pois dorme, amanhã é domingo mas estamos de férias, você pode acordar um pouco mais tarde.

— Sem atividades.

— Isso.

— Eu odeio a escola, hyung.

— Eu acho que também odeio. — Ele riu e em seguida beijou a minha bochecha. — Vai dormir, meu amor.

— Você também. — Sussurrei. — Boa noite.

— Boa noite.

Ele se aconchegou mais em meu peito e fechou os olhinhos, em seguida eu também fechei os meus, peguei no sono rapidamente.

♡

Tive um sonho um pouco estranho aquela noite, onde eu me encontrava com o Jungkook do início do verão passado. Aquele garoto solitário que não tinha nada, nem ninguém. Eu contei para ele as coisas boas que aconteceram em nossa vida, ele ficou muito feliz e disse que havia gostado do que ouviu.

Acordei com aquele sonho na minha cabeça. Olhei para Jimin, que dormia tranquilamente ainda agarrado a mim e em seguida olhei para Tony e Pepper Potts que também dormiam juntinhos na ponta da cama.

Toquei suavemente os cabelos do meu namorado e em seguida deixei um beijinho na sua testa.

O hyung abriu um pouco os olhos, deu um sorriso e perguntou com a sua voz sonolenta:

— O que está fazendo?

— Te acordando. — Respondi. — Bom dia, meu bem.

— Bom dia.

— O que vai querer para o café da manhã?

— Bolinho. — Ele coçou os olhos. — Sabe aqueles que você faz?

— Bolinho de chuva?

— É.

— Tá bom, mas você vai ter que me ajudar. — Me sentei na cama e em seguida levantei puxando-o junto comigo.

— Minha intenção era dormir mais um pouquinho, mas tudo bem.

Após usarmos o banheiro, fomos juntos para a cozinha.

Eu e Jimin separamos todos os ingredientes para fazermos os bolinhos e eu comecei a preparar a massa enquanto ele prestava bastante atenção no que eu fazia.

Era fofo ver ele todo concentradinho para aprender.

— Jungkook, qual foi a primeira coisa que você cozinhou? — Ele perguntou.

— Miojo. — Sorri. — Eu não sabia sobre merda nenhuma de cozinha, mas estava com fome e a minha mãe não estava em casa.

— E quando você percebeu que queria ser chefe de cozinha?

— Acho que quando passei a ajudar a minha mãe na cozinha, aprender mais coisas e ouvir sobre o sonho dela de abrir um restaurante.

— Hm.

— Hyung, você nunca me disse o que quer fazer na faculdade.

— Nunca?

— Nunca.

— Quero estudar jornalismo.

— Quer aparecer na tv, hyung?

— Já pensou? — Ele sorriu.

— Você vai ser o jornalista mais lindo do mundo.

Preparei a panela para fritar os bolinhos e enquanto isso, Jimin fazia um café.

Será que vai ser desse jeitinho quando morarmos juntos?

Minha mãe e o Junseok apareceram na cozinha assim que começamos a arrumar a mesa.

— Eu pensei que vocês iriam acordar bem tarde por já estarem de férias. — Ela sorriu. — Bom dia.

— Bom dia mãe. — Respondi. — Dormiu bem?

— Muito.

Mamãe me abraçou e em seguida abraçou o Jimin.

— Meu genro sempre tão bonito. — Ela tocou os cabelos rosados dele.

— E a senhora sempre tão maravilhosa. — Ele sorriu e puxou a cadeira para que ela sentasse. — Jungkook fez bolinho de chuva.

Junseok se sentou ao lado da minha mãe, e eu e o Jimin nas cadeiras de frente para eles.

É claro que eles perguntaram como foi a festa, contamos todos os detalhes, menos sobre a parte da bebida. Jimin contou super animado sobre a minha declaração de amor para ele, Junseok e a minha mãe ficaram me zoando.

Eu obviamente fiquei envergonhado, mas ver o meu amor falando com um sorriso no rosto e um brilho nos olhos me deixou tão feliz a ponto de ignorar a minha timidez.

Eu o abracei e deitei em seu ombro, ficando de grude com ele até terminarmos de comer.

— Jimin, você ainda teve pesadelos? — Junseok perguntou, enquanto juntava as louças sujas da mesa.

— Não tenho a um bom tempo. — Ele sorriu. — Estou dormindo mais tranquilamente e só tenho sonhos bons.

— Não vai se sentir solitário quando for morar sozinho?

— Você vai morar sozinho? — Minha mãe perguntou.

— Como sabe disso, tio?

— Yusheng me contou.

— Ah, tinha que ser. — Ele olhou para a minha mãe. — O Yusheng e a mamãe querem alugar um apartamento para mim perto da faculdade, pra não gastar tanta gasolina e ficar mais fácil pra ir e voltar sem me atrasar.

— Isso é ótimo querido. — Ela sorriu. — Que bom que eles pensaram nisso, é uma ótima ideia.

Eu deveria falar sobre morarmos juntos?

Ela havia dito que era uma ótima ideia, então era provável que deixasse.

Eu estava meio receoso, mas só iria saber a resposta se perguntasse.

— Mãe, quero falar com você sobre isso.

— Iiih. — Ouvi Junseok dizendo enquanto lavava a louça.

Minha mãe me encarou e fez uma pose de "mãe séria", o que não funcionou nadinha pois ela era muito fofa.

— Mãe, dá pra atuar direito?

Ela riu.

— Estou dando o meu melhor aqui. — Respirou fundo e voltou a ficar séria. — Pode dizer, embora eu já tenha uma noção do que você vai pedir.

Olhei para o Jimin.

— Eu posso morar com o hyung?

— Por que eu deixaria? — Ela perguntou. — E como eu vou saber que você não quer ir para fazerem coisas erradas?

— Mãe!

Jimin cobriu os lábios com a mão para segurar a risada, já Junseok gargalhou alto.

Minha mãe também riu, se levantou e abraçou nós dois.

— Tudo bem, eu confio em vocês.

— Você deixa? — Arregalei os olhos.

— Deixo.

— Tão fácil assim?

— É claro que vai ter condições, mas eu deixo sim.

Eu tive que me levantar para abraçá-la.

No ano seguinte eu iria morar com o meu namorado.

Tinha coisa melhor que isso?

Depois de ouvir todas as suas condições e prometer para ela que iria vir ajudar quando o bebê nascesse, eu e Jimin fomos para o meu quarto e trocamos os pijamas por roupas casuais.

Iríamos sair e aproveitar o dia, afinal era verão novamente.