História Summer In Love - (JIKOOK) - 63: home

J E O N  J U N G K O O K

Era uma tarde ensolarada e eu estava carregando duas caixas escada acima para o nosso novo apartamento.

Eu e Jimin já estávamos cansados de tanto subir e descer os degraus para ir buscar as caixas da mudança, poderíamos simplesmente parar e deixar tudo para o dia seguinte, mas queríamos levar tudo para cima logo e organizar o apartamento antes que as aulas da universidade começassem.

Yusheng e Junseok nos ajudaram por um momento, mas saíram para ajudar as nossas mães a fazerem as compras do supermercado para nós.

Já Chenle estava tão cansado que se deitou no chão em meio às caixas e não conseguiu mais levantar.

Mudança era algo bem cansativo, mas eu estava tão feliz que aquilo tudo passou a valer a pena.

Abri a porta do nosso novo apartamento e deixei as caixas que estava carregando no chão. Ele não era tão grande, mas era o suficiente para nós dois.

O apartamento tinha dois quartos, um banheiro, uma sala compartilhada com a cozinha e uma pequena varanda. Ele também era próximo à universidade, então poderíamos ir e voltar a pé com tranquilidade.

Nós não chegamos a demorar muito para achar aquele lugar, nos bairros próximos à universidade sempre apareciam alguns apartamentos para aluguel, então depois que fomos fazer a nossa matrícula, só uma volta por aquela região nos fez encontrar alguns lugares.

Foi assim que encontramos o apartamento perfeito.

Rapidamente nossos pais acertaram tudo sobre o contrato, então logo nos organizamos para a mudança.

Olhei em volta.

Eu mal podia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

Senti alguém me abraçar por trás e pousar o queixo em meu ombro.

— Feliz? — Jimin hyung perguntou, deixando um beijinho na minha bochecha logo em seguida.

Olhei para ele e assenti com a cabeça.

— Eu não posso acreditar que vou te ver todas as manhãs e todas as noites, vou começar e terminar o meu dia com você.

— Eu também. — Ele aninhou sua cabeça em meu pescoço.

— Vou poder dormir aqui? — Chenle perguntou.

— Claro, você é sempre bem vindo. — Respondi.

Jimin hyung se afastou, soltando um suspiro longo.

Ele parecia bem cansado, estava suado e seu rosto estava vermelhinho por causa do sol.

Era incrível como ele conseguia ficar lindo até daquele jeito.

— Vou pegar o restante das caixas logo.

— Vou te ajudar. — Eu o segui.

Ainda faltavam quatro caixas no mini caminhão baú que o Junseok havia pegado emprestado com um amigo, então assim que as pegamos de lá de dentro. Jimin trancou o veículo e cada um de nós pegou duas caixas, voltando a subir as escadas até o quarto andar.

Como a porta estava só encostada, Jimin apenas a empurrou com o pé e nós entramos, colocando as últimas caixas ao lado das outras e nos deitamos no chão ao lado de Chenle.

— Eu simplesmente estou morto de cansaço. — Jimin choramingou.

— Eu também. — Falei.

A porta da frente foi aberta e Yusheng entrou ao lado de Junseok e nossas mães, todos segurando várias sacolas de supermercado.

— Trouxemos hambúrgueres pra vocês lancharem.

Eu, Jimin e Chenle nos sentamos em círculo no chão e pegamos os nossos hambúrgueres, começando a comer em silêncio.

Minha mãe e a minha sogra relembraram a conversa que tiveram com a gente antes de nos mudarmos, dizendo para cuidarmos do apartamento, para fazermos uma limpeza pelo menos uma vez por semana, para não nos esquecermos de lavar as nossas roupas e para comermos comidas saudáveis ao invés de porcarias.

Elas escreveram uma lista de compras, com tudo o que iríamos precisar para fazer as compras do mês. Eu e Jimin pedimos essa lista pois achávamos que não saberíamos nem o que fazer quando fossemos ao supermercado pela primeira vez para fazer isso sozinhos.

— Não queremos encher vocês de regras, afinal vocês já estão bem grandinhos. — Disse a mãe do Jimin hyung. — Só queremos que vocês vivam bem e saudáveis, já que vão passar a morar sozinhos.

— Isso mesmo. — Minha mãe concordou.

— A gente entende. — Jimin se levantou e abraçou as duas. — Obrigada por tudo, vocês nos ajudaram bastante.

— Então acho melhor deixar os dois se virarem agora, não é? — Disse Yusheng. — A maioria dos móveis já estão montados e as caixas já estão aqui dentro, então vamos deixar tudo por conta deles agora.

— Ok.

Nossos pais nos abraçaram, nos desejaram boa sorte e falaram para não esquecermos de irmos visitá-los. Obviamente não iríamos esquecer, já que eu e o Jimin hyung combinamos de irmos dormir na casa deles nos finais de semana.

Perguntamos ao Chenle se ele gostaria de ficar conosco, mas ele negou, dizendo que só iria pisar os pés naquele apartamento novamente quando estivesse tudo arrumado.

Jimin deu um peteleco na cabeça dele e o chamou de pirralho, todos rimos, enquanto nos despedíamos da nossa família.

Assim que ficamos sozinhos, eu tirei as caixas que estavam em cima do nosso pequeno sofá e me sentei ali com hyung ao meu lado.

Eu logo o puxei para um abraço, deixando um beijinho em seu rosto em seguida.

— Estou tão feliz que encontramos este lugar. — Jimin sorriu.

Eu olhei ao redor do cômodo, onde o sol deixava faixas de luz ao longo do piso enquanto brilhava através da porta aberta da varanda.

— Eu também. — Segurei a sua mão, apertando os meus dedos contra os dele e descansando a cabeça em seu ombro.

Eu estava tão cansado que me permiti fechar os olhos por um momento. 

Já estava quase dando cinco horas da tarde e não paramos quietos desde as nove horas da manhã, pois queríamos mudar todas as nossas coisas em um dia. Ainda tínhamos que tirar coisas de dentro das caixas, montar alguns móveis pequenos e tínhamos que pensar em como iríamos decorar cada canto do apartamento.

Até pensar sobre isso era cansativo.

— Não adormeça agora, querido. — Jimin cutucou a minha cintura. — Você pode dormir à noite.

— Eu não estou dormindo. — Respondi, embora mantivesse os olhos fechados. — Só estou descansando a minha visão.

—  Vamos organizar pelo menos alguns cômodos, aí poderemos deixar os outros para o dia seguinte. — Ele sussurrou. — Se você quiser, a gente pode até tomar um banho juntinhos depois. 

— Tá bom. — Falei, já me levantando e indo para a cozinha.

Primeiro, nós pegamos as sacolas com as compras que os nossos pais fizeram e guardamos algumas coisas na geladeira e nos armários. Então pegamos as caixas onde estava escrito "cozinha" e guardamos o que havia ali dentro.

Passamos um bom tempo organizando a cozinha e limpando ela depois.

Aquele foi o primeiro cômodo que terminamos de arrumar. Claro que iríamos mudar algumas coisas ao longo dos dias, mas já não havia mais nada nas caixas e os móveis já estavam montados.

Isso nos deixou animados para continuar, então fomos esvaziar as caixas onde estava escrito "sala". 

Não tínhamos muita coisa, afinal a maioria era tudo recém comprado. Guardamos tudo em seus devidos lugares, o que não nos fez gastar muito tempo.

Eu e Jimin tínhamos um móvel específico para colocar nossos discos e fitas, então ficamos surpresos ao ver o tanto de músicas que nós tínhamos.

Jimin olhou para mim enquanto segurava a fita do ep da minha banda, e eu ri me lembrando do dia em que ele chegou a implorar para eu lhe dar um autógrafo. Eu não sei porque, mas fiquei muito tímido naquele dia e ele fez questão de rir e me provocar sobre isso.

Em uma das caixas, peguei uma lembrança bem legal da época em que eu e o Jimin nos conhecemos. 

O cartaz de um show antigo dos Beatles que ele havia comprado para mim em um festival na praia, eu até havia mandado enquadrar para ficar intacto.

Jimin sorriu com aquela lembrança e nós decidimos colocá-lo ao lado da nossa vitrola, no móvel de discos.

Já estava dando oito e meia da noite quando terminamos de arrumar a sala, então decidimos deixar os outros cômodos para o dia seguinte. Pedimos uma pizza e fomos tomar aquele banho juntinhos, depois nos vestimos e fomos para a sala assistir alguma coisa na TV enquanto esperávamos o nosso jantar.

Quando a pizza chegou, eu fui atender o entregador e como estávamos com muita fome, conseguimos comer tudo enquanto assistíamos um filme de comédia qualquer na TV.

Após o nosso jantar, lavei as poucas louças e fiz uma massagem nos pés do Jimin para aliviar a dorzinha que ele estava sentindo, o que o fez pegar no sono ali no sofá mesmo.

— Amor. — Eu o chamei suavemente. — Vamos pro quarto.

Ele coçou os olhinhos, e depois de muita insistência da minha parte, se levantou para irmos escovar os dentes no banheiro.

Fui para o quarto arrumar a nossa cama enquanto Jimin fechava as janelas e a porta da varanda na sala.

Me inclinei para colocar o lençol no colchão da cama do nosso novo quarto.

As paredes estavam recém pintadas e vazias, mas eu e Jimin resolvemos pendurar alguns quadros e até colocar uma ou duas plantas para decorar o ambiente.

Quando comecei a esticar o elástico ao redor da borda do colchão, fui abraçado por trás.

Cai na cama, ouvindo a risada do Jimin atrás de mim e em um movimento rápido, consegui deixá-lo por baixo de mim, segurando os seus pulsos acima de sua cabeça.

Ele ria tanto que algumas lágrimas começaram a se formar em seus olhos. 

— Seu atentado, eu estava arrumando a cama.

— Não podemos nos divertir um pouco? — Ele murmurou em um tom divertido, conseguindo se soltar e envolver os seus braços ao redor do meu pescoço.

— Pensei que estivesse cansado e quisesse dormir.

— Diversão me parece mais interessante agora do que uma soneca. 

Eu sorri e ele também, então me inclinei para beijá-lo.

E caramba, quando os nossos lábios finalmente se encontraram, eu me senti tão satisfeito que parecia até que eu havia passado dias sem os seus beijos.

Senti as pontas de seus dedos correndo suavemente pelos meus cabelos, e suspirei ao sentir aquele carinho tão bom e familiar. 

Meus braços estavam apoiados na cama, mas eu logo abracei a sua cintura, me deitando na cama e o puxando para ficar em cima de mim sem desgrudar os nossos lábios.

Era incrível pensar que estávamos no nosso quarto, compartilhando um beijo na cama que iríamos dividir dali em diante.

Mordi suavemente o seu lábio inferior, em seguida deixando vários beijinhos demorados em seus lábios, o fazendo rir enquanto retribuía todos os selares.

Me afastei depois de alguns minutos, meu peito subindo e descendo por causa da minha respiração ofegante.

O garoto acima de mim estava adorável, seus olhinhos brilhavam enquanto me olhava.

Senti o meu coração batendo mais forte.

O efeito que Park Jimin tinha sobre mim ainda me surpreendia mesmo depois de tanto tempo juntos.

— Você é tão lindo. — Falei enquanto o encarava com adoração.

— Você também. — Ele deixou um beijo na pontinha do meu nariz.

— Podemos dormir de conchinha?

— Por mim tudo bem. — Ele respondeu. — Vamos dormir logo, já que apenas alguns beijinhos foram capazes de te deixar cansado.

Ele tinha um tom de provocação em sua voz.

Arqueei a minha sobrancelha.

— Está questionando minha resistência?

Jimin riu.

— Estou brincando, bobo. — Ele me deu um último selinho, então se levantou. — Eu te ajudo a terminar de arrumar a cama.

— Deixa que eu faço isso. — Levantei, voltando a ajeitar o lençol no colchão. — Seus pés estão doendo, vou terminar rapidinho e você poderá se deitar.

— Você me mima demais.

— É porque você é o meu bebê. — Sorri.

— Eu sou seu hyung.

— Você é meu hyung e meu bebê. — Peguei dois edredons dobrados e os coloquei em cima da cama. — Está pronto.

— Obrigado. — Jimin logo se deitou e se embrulhou com um dos cobertores. — Vem cá. 

Eu me deitei ao seu lado, entrando debaixo do edredom e o puxei para um abraço. Jimin quis ser a conchinha de dentro, e ele se aconchegou em meus braços enquanto eu deixava alguns beijinhos leves no seu pescoço e na sua nuca.

Estávamos contentes, pois a nossa primeira noite no apartamento novo foi incrível. Aproveitamos para conversar um pouquinho, planejamos como iríamos decorar os cômodos que faltavam.

Não demoramos para pegar no sono, o cansaço do dia agitado tomando conta de nós dois.

Dormimos muito bem naquela noite.

♡

No dia seguinte acordamos um pouquinho preguiçosos, mas estávamos felizes.

Felizes porque fazia um bom tempo que estávamos esperando por aquele momento.

Era muito bom ver Jimin todo sonolento, com os cabelos bagunçados, os olhinhos que denunciavam que ele havia acabado de acordar e a voz rouquinha de sono.

Ficamos deitados pelo resto da manhã, Jimin aconchegado em meus braços enquanto conversávamos de forma sussurrada.

Quando decidimos levantar, escovamos os dentes, então eu fiz um misto de presunto e queijo, e achocolatado para o café da manhã.

Assim que terminamos de comer, eu e Jimin fomos desempacotar as caixas que restavam.

Coloquei um disco do Queen e começamos a trabalhar enquanto cantávamos juntos. Começamos arrumando o nosso quarto, organizamos as nossas roupas no armário, guardamos algumas coisas nas mesinhas de cabeceira e penduramos alguns quadros na parede.

Decidimos usar o outro quarto como um local de estudos, por isso colocamos uma escrivaninha ali e uma estante de livros.

Desmontamos todas as caixas quando terminamos de esvaziá-las, então fizemos uma limpeza no chão, tirando todo resquício de poeira e de sujeira que havia ali. 

Assim que terminamos de arrumar tudo, eu e o Jimin olhamos ao redor, satisfeitos com o resultado no nosso trabalho.

Olhei para Jimin e ele sorriu, vindo me abraçar para admirarmos o local juntos.

Eu sentia o meu coração cheio de amor, completamente feliz por estarmos em um lugar só nosso.

Nosso cantinho, onde iríamos passar a maior parte do tempo juntos.

Finalmente tínhamos o nosso lar.

Jimin parecia compartilhar do mesmo sentimento, ele não tirava o sorriso bonito de seu rosto e eu tive que beijá-lo para mostrar a ele como eu estava me sentindo. O beijo foi doce e suave, as mãos de Jimin seguravam as minhas bochechas, fazendo um carinho ali. Meus braços estavam ao redor da sua cintura, mantendo-o o mais próximo possível.

— Parece que finalmente terminamos. — Jimin sussurrou contra meus lábios. — Como você está se sentindo?

Eu sorri para ele e beijei a sua têmpora.

— Me sinto feliz.

— Eu também, essa é a nossa casa agora.

— É a nossa casa. — Repeti. — É muito bom falar isso.

— Sim… — Ele voltou a dar uma olhada no cômodo. — Faltam algumas coisinhas, mas por enquanto está perfeito assim.

— Pouco a pouco vamos melhorando, amor.

— Você está certo.

— Quer saber de uma coisa?

— Hm?

— O que eu mais amo na minha casa agora, é estar com a pessoa com quem eu posso compartilhá-la.

 O seu sorriso aumentou.

— Essa é a minha parte favorita também. — Jimin disse antes de voltar a beijar os meus lábios.

Não sabíamos como seriam as coisas a partir daquele momento. Se a convivência entre nós dois seria fácil ou se iríamos brigar a cada cinco minutos.

Mas aquilo realmente não importava. 

Havíamos confiado um no outro no momento em que decidimos morar juntos e estávamos assumindo o risco de que as coisas nem sempre iriam ser um mar de rosas.

A confiança e amor que sentíamos um pelo outro foi o principal motivo que nos fizeram dar aquele grande passo.

Estar ali, naquela sala com Jimin ao meu lado, me fez sentir exatamente o que eu esperava.

Eu estava me sentindo em casa.