História Summer Love - Lost without you

O nascimento de Darcy foi motivo de comemoração para toda a turma. Era uma criaturinha pequena e perfeita, cercada de amor por todos os lados.

Pietra ainda estava em coma, Harry pode levar a filha para casa mas nunca pareceu tão perdido na vida como agora. Estava feliz com a chegada de sua linda filha mas apavorado com a possibilidade de perder a mulher que amava. Não conseguia imaginar sua vida sem Pietra.

Anne e Sophia ajudaram muito com os cuidados com a pequena, coisas que Harry não tinha a menor ideia de como fazer, embora ele sempre estava por perto, aprendendo máximo que podia. Mesmo em meio a sua dor, sabia que Darcy era sua responsabilidade e ele teria que aprender pelo menos o básico para cuidar dela. Sabia que todos tentavam ajudar para deixa-lo mais tranquilo e evitasse que a pressão e o stress causassem outro colapso.

Nesse momento, ele olhava filha adormecida no berço. A pequena tinha dado um show durante o banho e chorado tanto enquanto ele a vestia que sua cabeça doía, mas ao mesmo tempo amava os sons que ela fazia. Depois de banhada, trocada e alimentada, ela finalmente se acalmou e dormiu. Talvez ela sentisse tanta falta da mãe dela como ele sentia.

Ficou acariciando a mãozinha pequena dela e sacudindo o berço, lembrando do quanto ele e Louis se atrapalharam tentando montar aquela coisa. Lembrando da risada de Pietra quando eles falharam miseravelmente e tiveram que aceitar ajuda de Nathan, que o montou rapidamente e Pietra riu ainda mais. Sentia falta da risada dela enchendo aquele quarto.

Lembrava de todos os planos que fizeram juntos, desde que descobriram sobre a gravidez. Harry até permitiria que Louis e Nathan  ensinassem futebol para sua menina, se isso significasse que Pietra teria que ir aos jogos e admitir que gostava sim de futebol...Harry queria a chance de ainda poder realizar todos os seus planos ao lado daquela garota que era parte vital dele mesmo, queria as coisas simples como observar Darcy começar a engatinhar, dar o primeiro passo, falar a primeira palavra, ter o primeiro dentinho, cair o primeiro tombo, primeiro aniversario, primeiro dia de aula...queria poder segurar a mão de Pietra e observar a filha brincar no playground ou se lambuzar de sorvete na barraquinha da esquina. Queria poder fazer todas essas coisas com Pietra ao seu lado, queria vê-la entrando na igreja vestida de noiva e se tornando sua esposa para sempre, queria envelhecer junto e ver sua filha crescer, formar sua própria família e encher as casa deles de netos...queria Pietra de volta ou morreria!

_ Filho...precisa descansar... – Anne tocou seu ombro e ele secou uma lagrima apressado – está parecendo um zumbi Harry!

_ Não vou conseguir fazer isso sem a Pietra, mãe.

_ Não vai precisar fazer nada sem ela. – Anne sentou-se ao seu lado – Pietra é jovem e forte e não vai desistir. Vocês terão uma vida plena juntos, criarão Darcy e quantos filhos mais desejarem ter. Mas agora, sua filha precisa de você. Precisa ser forte Harry, por ela!

_ Eu estou tentando... – ele segurou as lagrimas – estou tentando...

_ Todos estamos aqui por você filho. – ela o beijou na bochecha – agora vai tomar um banho, comer alguma coisa e depois tenta dormir um pouco. Eu fico de olho na Darcy.

Harry suspirou diante da expressão suplicante da mãe. Resolveu atender ao pedido, afinal estava mesmo muito cansado. Não queria que Pietra o visse dessa forma quando acordasse.

Pouco depois, Harry estava profundamente adormecido, vencido pela exaustão e varias noites sem dormir.

_ Mãe, como ele está? – Nathan o observava preocupado.

_ Quase desabando... – Anne pegou a neta e levou para a sala, fechando a porta do quarto atrás de si – praticamente o obriguei a descansar um pouco e estou muito preocupada com ele Nate. Harry não reage muito bem ao excesso de stress.

_ Estamos de olho nele, todos nós. Nem posso imaginar como ele está sofrendo com essa situação toda. Harry é louco pela Pietra, nunca vi duas pessoas tão dependentes um do outro, tão complementares. Todos nós a amamos, mas Harry sente isso de maneira intensa e assustadora. Nem quero imaginar se algo der errado...

_ Nem diga isso, temos que manter a esperança. Harry já sofreu demais, a vida já tirou muita coisa dele e meu filho é um guerreiro. Mas perder Pietra, vai matá-lo. Darcy precisa dos dois pais!!

_ Harry já estava estressado com aquela história do reaparecimento do pai de Louis. Se sentia culpado por todos nós estarmos na mira desse maluco – Tyler entrou na conversa – Harry não fala nada, mas depois de tanto tempo de convivência, aprendemos a identificar os sinais. Por que as coisas nunca são fáceis pra ele?

_ Harry é a pessoa mais generosa, mais pura que eu conheço. – Nathan disse olhando Darcy, agora em seus braços – aquele tipo de pessoa que irradia paz e amor e contagia as pessoas ao seu redor. Ele é como nosso sol e toda a turma gravita em torno dele. Harry merece ser feliz, mas parece que a vida sempre tira um pouco mais dele. Não é justo!

_ Eu fico mais tranquilo sabendo que ele tem vocês. – Anne acariciou o rosto de Nathan e da neta – vocês são o que o mantem forte e protegido.

_ Fazemos qualquer coisa por aquele seu sorriso bobo. – Tyler riu.

_ Só posso agradecer por amarem tanto o meu menino. – ela disse emocionada.

_ Harry nos amou primeiro, nos trouxe para sua vida e não existe melhor amigo no mundo. – Tyler a abraçou – ele vai ficar bem, todos nós vamos...

Louis entrou no quarto de hospital e sentou-se próximo a cama de Pietra. Tão linda como a Bela Adormecida. Segurou a mão dela e sentiu seu peito apertado.

Medo!

Esse era o sentimento que tomava conta dele naquele momento. Um medo assustador de perder Pietra para sempre. Medo de nunca mais voltar a ver aqueles lindos olhos verdes novamente. Medo de nunca mais ouvir aquela sua risada doce. Medo de nunca mais poder abraça-la e sentir seu nariz roçando em seu peito, como ela sempre fazia. Medo de nunca mais ouvir suas piadas maliciosas ou comentários desnecessários sobre sua vida sexual com Harry. Medo de Harry não aguentar a barra se algo de ruim acontecer com ela. Medo de desabar junto com Harry...

Louis precisava de sua melhor amiga por perto, para gritar com ele sempre que fizesse merda. Para dizer aquelas verdades que ele precisava ouvir as vezes, mas nenhum dos outros parecia ter coragem de dizer. Para chama-lo de Lancelote e sempre contar com ela para tudo...

Harry precisava de sua amada, sua parceira no crime, seu porto seguro. Sem ela, o amigo era como um barco a deriva e se perderia no mar furioso e jamais encontraria novamente o caminho pra casa...

Darcy precisava da mãe para orientá-la naquelas coisas de mulher que Harry certamente faria e falaria alguma coisa estupida.

Deus não seria tão cruel a ponto de levar aquele anjo embora, deixando tantas vidas devastadas pra trás... acariciou aquele lindo rosto e beijou seus lábios levemente. Sempre amaria essa diabinha!

“ Ei Guinevere...isso já perdeu a graça. Não se atreva a deixar seus dois cavaleiros sem sua rainha. Abre esses olhos Pietra e volte pra nós... volte para seu Lancelote, para seu Rei Arthur e para sua linda princesa.

Minha afilhada é linda, uma ótima combinação de você e Harry. Ela vai precisar da mãe dela por perto, porque Harry é um desastre trocando fraldas. ( ele riu consigo mesmo...). Sem falar que ele vai trancar a menina numa redoma de vidro e afastar, com uma espingarda, todos os garotos que se atreverem a olhar pra ela. Você sabe bem como ele é super protetor. Precisa salvar sua filha de ser sufocada por tanto amor...

Eu quase posso imaginá-lo chorando junto quando ela cair o primeiro tombo e acabar tendo que consolar o pai ou quando ela for para o primeiro dia de aula, e ele ficar chorando no carro se segurando para não leva-la de volta pra casa. Imagina isso?

Quando descobrir que ela deu o primeiro beijo na adolescência, vai caçar o garoto até os confins do mundo e dar uma bronca. Isso se não desmaiar, do mesmo jeito que ele desmaiou quando você o beijou pela primeira vez. Lembra disso? Eu lamento não ter estado lá para ver a cara dele. Harry odeia ser zoado por causa disso, mas aqueles olhos brilham cada vez que conta essa história de como se conheceram. Tenho certeza que vai contar isso pra Darcy na primeira oportunidade que tiver.

Harry está fazendo o melhor que pode, tentando ser forte para não nos deixar preocupados. Mas está perdido sem você Pietra. Você precisa acordar e resgatá-lo, antes que caia nas sombras novamente. Harry é um homem pela metade sem você. Eu sinto que falta um pedaço de mim também.

Não sei se está me ouvindo diabinha...mas se estiver, abre seus lindos olhos e volte pra nós.

Eu amo você...todos nós amamos!”

Louis secou uma lagrima teimosa que escapou de seus olhos.

Beijou-lhe a testa com carinho e saiu do quarto.

Não notou as lagrimas escorrendo no cantos dos olhos da garota...

Pouco depois, andava distraído pelo estacionamento do hospital, quando sentiu seu corpo ser puxado e jogado contra uma parede com violência. A cabeça começou a rodar pela força do impacto. Piscou diversas vezes tentando clarear a visão e seus olhos azuis encontraram os olhos acinzentados de seu pai, que o pressionava contra a parede quase o sufocando.

_ Sentiu falta do papai? – ele ria sarcástico.

_ Me solta seu idiota! – Louis se debatia.

_ Você cresceu Louis e pelo jeito esqueceu a boa educação que eu tentei lhe dar – Troy o esbofeteou – ainda sou seu pai, garoto estupido e ainda sou mais forte do que você!

_ O que você quer? – Louis parou de se debater e o encarou furioso – vai me bater de novo? Vai me matar? Me sequestrar?

_ Matar...ainda não! – ele arrastou Louis, jogando-o dentro de um carro preto – vamos dar um voltinha e passar um tempinho de pai e filho juntos...talvez nos divertirmos um pouco. O que acha?

Louis sentiu arrepios com a maneira como ele disse isso e aquele sorriso maligno em seu rosto não melhorou a impressão de que estava muito encrencado. Tentou desesperadamente sair do carro, mas congelou quando ouviu o “click” da arma sendo destravada e apontada para ele.

Seu maldito pai estava lhe apontando uma arma?

_ Não tente nenhuma gracinha. – Troy disse ameaçador – não tenho nenhum problema em explodir seus miolos aqui mesmo.

_ Você é mais doente do que eu imaginava! Um covarde que sequestra crianças inocentes e tem a coragem de ameaçar o próprio filho! – Louis não conseguiu segurar a língua – seja homem e me enfrente no mano a mano. Não sou mais aquele garotinho frágil que você costumava espancar.

_ Calado! – o homem o socou com força, fazendo seu corpo cair sobre o bando traseiro do carro – você e o maldito Styles vão me pagar caro por cada dia que eu passei na cadeia nos últimos dez anos!

_ Você mereceu cada dia que passou lá e se dependesse de mim, morreria em uma cela escura e sem janelas, exatamente como fez com Harry durante anos...

Outro tapa atingiu seu rosto e Louis sentiu o sangue escorrendo.

_ Por que nos odeia tanto? Já não nos fez sofrer o suficiente? – Louis retrucava entre gemidos – você traumatizou Harry e a mim, para o resto de nossas vidas.

_ Você nunca cala a boca? – ele apontou a arma novamente – e quanto ao seu amiguinho Harry, ele era uma linda putinha que me rendeu muito dinheiro. Eu tinha uma enorme lista de espera, todo mundo queria aquele garoto! Imagina meu prejuízo depois que você o encontrou?

Louis arregalou os olhos e Troy se deu conta de que ele não sabia o que realmente acontecia naquele sótão. Sorriu maldoso, saboreando aquilo.

_ Parece que Harry não contou nada sobre nossas brincadeirinhas no sótão, não é? – ele viu Louis ficar vermelho e apertar os punhos furioso, estava adorando aquilo – não faz ideia de como aquele garoto era desejado pelos meus clientes, ele era bonito demais coitado. Pagariam qualquer quantia para se enfiarem entre aquelas pernas macias e inocentes. Eu assistia tudo e os gritos dele a cada sessão era como musica para meus ouvidos e deixavam os clientes ainda mais excitados e socavam o pau nele com ainda mais vontade...eu devia ter feito alguns vídeos e vendido na internet!

Louis sentiu o estomago embrulhando, tinha a impressão que ia vomitar a qualquer momento. Só de imaginar seu pai oferecendo a criança inocente que Harry era para velhos nojentos abusarem dele, sentia a bile subindo em sua garganta. Harry nunca teve coragem de contar o que realmente tinha acontecido naquele sótão durante os anos que ficou preso. Agora Louis entendia porque. Isso explicava os pesadelos e a maneira como ele acordava gritando e se debatendo sempre. Seu ódio por aquele que se dizia seu pai, aumentou ainda mais naquele momento, a ponto dele perder o medo e toda a prudência e saltar sobre o homem, socando-o sem parar, cego de fúria. Queria que ele sentisse pelo menos 1% da dor que havia causado a Harry!

_ Dessa vez eu vou matar você, seu desgraçado! – ele continuava socando a cara de Troy como um cão raivoso – Harry era só uma criança indefesa e inocente. Qual o seu maldito problema? Você destruiu a vida dele, da família dele. Destruiu a minha vida...e tudo isso por dinheiro? Por causa de velhos tarados e nojentos que não conseguem ter uma relação normal com uma mulher qualquer e precisam estuprar crianças! Eu te odeio seu demônio e toda essa sua corja de pedófilos malditos...

E então, um tiro...

O corpo de Louis tombou no chão, enquanto uma poça de sangue se formava abaixo dele.

Troy levantou-se cambaleando, entrou no carro e saiu em alta velocidade, deixando o filho ali para morrer...

Louis fechou os olhos e tudo virou escuridão...