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História Summer Nights - Capítulo 07


Escrita por: tenmei

Notas do Autor


Então... O Araki não chegou a dar nomes aos pais do Kakyoin no anime nem no mangá, então eu tomei a liberdade poética de escolher os nomes pra eles.
E eu sei que o George Joestar não é assim como eu retratei ele nesse capítulo (apesar de ele ainda ser bem severo com o Jonathan). Mas de qualquer forma, esse é um universo alternativo. Não me odeiem por isso. lol
Boa leitura!

Capítulo 8 - Capítulo 07


- Abaixa o volume dessa merda! - Joseph gritou enquanto passava pelo corredor, dando um chute na porta do quarto, que estava fechada, antes de se afastar. 

Deitado em sua cama, olhando para o teto e com a cabeça apoiada sobre os braços cruzados, Jotaro suspirou com irritação. No aparelho de som que havia em seu quarto, a voz de Jon Bon Jovi proferia os versos de You Give Love A Bad Name

“Whoaa! There’s nowhere to run! No one can save me, the damage is done!” 

Jotaro cantarolou junto com a música enquanto se colocava em pé. Buscou nos bolsos da sua jaqueta de couro, que estava jogada no chão do quarto, até encontrar sua carteira de cigarros. Levou um aos lábios enquanto se aproximava do aparelho de som e girou um dos botões, aumentando o volume da música. O som, que até então não estava tão alto assim, agora estava quase no máximo.  

Joseph chutou a porta novamente quando passou pelo corredor outra vez. 

Após acender o cigarro que estava em seus lábios, Jotaro foi se apoiar no peitoril da janela do seu quarto. Do segundo andar da casa, podia ver toda a extensão do pátio atrás da residência. Era um sábado de clima fresco, o céu estava começando a se encher de nuvens carregadas, indicando a chuva que cairia mais tarde. Na grama do pátio, Danny, o cachorro da família, corria de um lado para o outro. 

No aparelho de som, o álbum Slippery When Wet continuava tocando. A música Livin’ on a Prayer estava quase na metade quando Jotaro ouviu uma batida na porta do quarto. Firme, porém educada. Antes mesmo que a pessoa abrisse a porta, ele já sabia quem estava ali. Só havia uma pessoa naquela casa que bateria na porta do seu quarto daquela forma. 

- Com licença, Jotaro. - Jonathan falou no instante em que abriu uma fresta da porta do quarto e deixou a cabeça aparecer por ali. - Você pode abaixar um pouco o volume, por favor? Eu estou estudando pra uma prova. 

Jotaro esticou o braço para alcançar o aparelho de som, girando o botão para diminuir o volume da música. 

- Obrigado. - Jonathan esboçou um sorriso gentil.  

- Não sabia que você estava em casa. - Jotaro falou, dando uma última tragada no cigarro e deixando seus restos no cinzeiro que havia li no peitoril da janela.  

- Eu cheguei logo depois do almoço. - o irmão mais velho se escorou na porta, sua mão ainda segurava na maçaneta. - Alias, a Erina vai vir mais tarde pro jantar. Eu queria apresentar vocês dois oficialmente. 

- Não vou jantar em casa hoje. - Jotaro falou. - Vou sair daqui a pouco. 

- Ah... - Jonathan não deixou transparecer sua decepção por trás do seu sorriso educado. - Tudo bem então. Quem sabe uma outra hora, né? 

O mais velho não demorou a fechar a porta do quarto após sair dali. Jotaro voltou seu olhar ao pátio novamente. Danny agora estava deitado em uma porção de sombra feita pelas árvores, a cabeça apoiada nas patas dianteiras enquanto ele dormia. 

Jotaro não fazia oposição em conhecer a namorada do irmão mais velho, mas também não iria desmarcar o que já havia combinado para aquele sábado. No que se referia a Jonathan, Jotaro era receptivo a quase tudo. Eles não tinham uma relação tão próxima quanto a que ele mantinha com Joseph. Mas ainda assim, por vezes ele sentia que Jonathan era a única pessoa da família que, de algum modo, conseguia compreendê-lo. 

Ele acendeu outro cigarro, movido pela leve sensação de ansiedade. Não demorou a fechar a janela após sair dali, juntando sua jaqueta de couro e suas chaves e então saindo do quarto. Caminhou pelo corredor até atingir o quarto de Joseph, cuja porta estava aberta. O irmão estava sentado na cama, as costas apoiadas na parede atrás dele. Em suas mãos, uma revista em quadrinhos. 

Quando Jotaro entrou em seu quarto, ele ergueu o olhar e arqueou as sobrancelhas em uma expressão questionadora. 

- Não faça escândalo na porta do meu quarto. - Jotaro falou, jogando o cigarro que estava entre seus dedos no chão do quarto do irmão e então pisando sobre ele com seu coturno pesado. 

- Vai à merda! - Joseph falou, agarrando um dos travesseiros de sua cama e jogando na direção do irmão mais novo. Mas ele errou. O menor já havia lhe dado as costas e já estava saindo dali. 

Aquilo era só um sábado comum na residência dos Joestar. 

Jotaro desceu as escadas com certa pressa. Quando já estava indo direto para a porta da frente, uma voz vinda da sala de estar ao lado do hall de entrada chamou a sua atenção. 

- Aonde você vai? - era a voz do seu pai que o questionava. 

Ele suspirou, dando meia volta e indo até a sala de estar. George Joestar estava sentado em uma das poltronas que haviam ali. Com seus óculos de leitura no rosto, ele baixou o livro que estava em suas mãos no instante em que o filho se aproximou. 

- Vou sair. - Jotaro se limitou a dizer, enfiando as mãos nos bolsos da sua jaqueta e constatando, com certa satisfação, o olhar de reprovação estampado no rosto do homem à sua frente. 

- Esteja de volta cedo. O Jonathan vai trazer a Erina hoje, vamos ter um jantar em família. - George falou, ajeitando os óculos em frente ao rosto e voltando a dar atenção ao seu livro. 

- Não vou voltar pro jantar. - Jotaro falou de forma incisiva. 

O homem suspirou enquanto fechava os olhos por alguns instantes. De forma impaciente, ele retirou os óculos e deixou o livro de lado, erguendo os olhos azuis para encarar o filho. Jotaro odiava perceber a semelhança que ele próprio tinha com aquele olhar gélido do velho Joestar. 

- Por que você tem que tornar tudo tão difícil? - o homem falou.  

- Porque eu não sou como o seu filho preferido que faz tudo pra te agradar. - Jotaro respondeu no mesmo tom de voz ríspido usado pelo pai. 

- Você sabe que eu não tenho preferidos. - George falou em um tom de voz tão brando que Jotaro quase riu com deboche. - Mas se você está falando do Jonathan, realmente... Você não é nada como ele. 

- É. Eu sei, George. Você já deve ter dito isso umas mil vezes. - o rapaz revirou os olhos de forma impaciente, se virando para ir embora e deixar o pai ali falando sozinho. 

- Não dê as costas quando eu estiver falando com você! - George esbravejou, indo atrás do filho. 

- O que está acontecendo aqui? - Mary acabava de chegar, sendo atraída até a sala pelo tom de voz exaltado dos dois. 

- Nada, mãe. - Jotaro levou uma das mãos ao ombro da mulher, em um gesto apaziguador. 

O som dos passos de Joseph descendo as escadas ecoou pela casa. Ele se aproximou da mulher para deixar um beijo de despedida estalado em sua bochecha. 

- Eu tô indo lá, volto antes da noite. - Joseph falou. 

- Claro. Pode chamar ele pro jantar, se quiser. - a mulher falou ao se despedir do filho. 

- Vai pra onde? - Jotaro perguntou ao irmão. 

Só então, Joseph notou o ar denso que pairava entre todos ali presentes. 

- Ahn... Vou no cinema com o Caesar. - Joseph respondeu enquanto já abria a porta da casa. 

- Me dá uma carona. - Jotaro foi atrás do irmão. 

- Claro, ‘bora. - Joseph falou, saindo na frente e retirando do bolso as chaves do carro. 

Jotaro se apressou em segui-lo, deixando para trás o pai, que o observava com um olhar de decepção, e a mãe, que tentava acalmar os ânimos do marido. 

- Por que ele tem que ser assim? - George falava com a mulher e Jotaro conseguiu ouvir suas palavras antes de sair da casa e fechar a porta com força atrás de si. 

 

. . . 

 

Jotaro respirou fundo antes de tocar a campainha. Ele sequer tinha noção dos motivos que o levavam a se sentir tão ansioso por aquela visita. Nunca havia se sentido na obrigação ou no desejo de agradar qualquer pessoa que ele estivesse encontrando pela primeira vez. Mas por não conseguir manter uma relação minimamente saudável com seu próprio pai, ele sequer sabia o que esperar quando se imaginava conhecendo os pais de Kakyoin. 

Demorou apenas alguns instantes para que o ruivo abrisse a porta da residência. Jotaro não sabia se ele o estava esperando ou se por acaso havia sido ele quem havia atendido ao chamado, mas ainda assim se sentiu aliviado em ser recepcionado pelo rapaz. Um sorriso amplo se desenhou no rosto de Kakyoin quando ele avistou a figura do rapaz à sua frente. 

- Você veio. - Kakyoin falou. 

- Eu disse que viria. - Jotaro deixou um sorriso discreto se desenhar em seu rosto. 

Kakyoin se aproximou dele e ficou nas pontas dos pés para deixar um beijo breve em seu rosto. Jotaro envolveu o corpo do outro em um abraço carinhoso. Era como se todo e qualquer sentimento ruim que houvesse lhe atingido naquele dia acabasse de sumir instantaneamente.  

- Pode entrar. - Kakyoin falou ao dar espaço ao maior. - E fique à vontade.  

No instante em que entrou na casa, Jotaro ouviu o som de música vindo de um algum lugar. Kakyoin passou por ele e o guiou até o local de onde a música estava vindo.  

Ali no cômodo, haviam alguns livros no chão, perto de uma prateleira parcialmente vazia. De um lado, uma escrivaninha muito organizada, com papeis e materiais de escritório e uma cadeira estofada colocada à sua frente. Do lado oposto do cômodo, uma outra escrivaninha, sobre a qual haviam poucas coisas. O restante dos objetos que deveriam estar sobre ela estava em uma caixa de papelão ao seu lado, no chão. Perto dali uma cadeira de escritório escorada na parede ainda estava envolta em plástico protetor.  

O casal que estava ali dentro, organizando o ambiente, cantarolava junto com Jim Morrison a música Touch Me, da banda The Doors, que vinha de um toca-discos posicionado perto da porta do cômodo. 

- Minha mãe vai dividir o escritório com o meu pai. Eles estão organizando as coisas dela. - Kakyoin explicou, então se aproximando do toca-discos para diminuir o volume e atrair a atenção do casal. 

Ambos se viraram na direção da porta no instante em que a música diminuiu e eles notaram a presença dos dois adolescentes. 

- Mãe, pai. Esse é o Jotaro. - Kakyoin educadamente o apresentou aos seus pais. 

- Ah, você chegou! - a mulher, que até então retirava as coisas da caixa de papelão e organizava sobre a mesa, soltou o porta-canetas que estava segurando e se aproximou dos dois rapazes com um sorriso amplo. Jotaro não teve tempo de recusar ou esquivar do abraço que a mulher lhe deu, de forma calorosa e gentil. - Seja bem-vindo, Jotaro. Não dê bola pra esse caos, nem sempre a nossa casa é assim. 

- Ok, isso é mentira. - Kakyoin falou ao seu lado, de modo divertido. 

- Cuidado, Jotaro! Ou ela vai te colocar pra organizar as coisas dela também! - o homem, que estava ocupado em colocar os livros na prateleira, falou e emitiu um riso descontraído, então se aproximando para cumprimentar Jotaro com um aperto de mão. 

- Eu não faria isso, não se preocupe. - a mulher falou e novamente sorriu para o rapaz recém-chegado. - Eu sou a Naomi. O meu marido engraçadinho aqui é o Hiroki. É um prazer te conhecer. 

Jotaro se sentia um tanto atônito com aquela recepção tão calorosa e espontânea. Levou apenas alguns instantes para que o casal fizesse com que ele se sentisse acolhido ali naquela casa. Ele não estava nem de longe acostumado a se sentir daquela forma, uma vez que nem em sua própria residência ele conseguia se sentir completamente à vontade o tempo todo.  

- Muito prazer. - foi tudo o que Jotaro conseguiu dizer diante do casal que o observava com um sorriso caloroso. Ele não pôde deixar de admirar a semelhança dos cabelos ruivos de Kakyoin com os da sua mãe. 

- Nós vamos pro meu quarto enquanto vocês terminam aqui. - Kakyoin falou, segurando gentilmente em uma das mãos de Jotaro para guiá-lo novamente pela casa. 

- Tudo bem então. Eu vou preparar o nosso jantar assim que eu terminar de organizar essas coisas. - Naomi falou e voltou aos seus afazeres enquanto os rapazes se afastavam. 

O pai de Kakyoin foi ao toca-discos e novamente aumentou o volume do som assim que os dois saíram do cômodo. Não demorou para que o casal voltasse a cantar junto com a música. 

 

. . . 

 

À medida que as horas passavam, Jotaro conseguia se sentir ainda mais à vontade, passado o estranhamento inicial de estar em um lugar novo, com pessoas que ele não conhecia. No final das contas, estar na presença de Kakyoin era mais do que o suficiente para que ele conseguisse se sentir em paz. Era como se o restante do mundo simplesmente entrasse em harmonia pelo simples fato do rapaz de cabelos ruivos estar ali presente. 

Quando a noite chegou, trazendo com ela uma chuva agradável, Jotaro já não sentia qualquer traço daquela ansiedade que havia o acompanhado durante o dia.  

Kakyoin lhe mostrou seu quarto, adornado com desenhos feitos por ele mesmo grudados em um mural na parede, vários livros, mangás e jogos em uma estante e luzinhas coloridas colocadas logo acima da cabeceira da sua cama, onde também havia um pôster do músico Sting. 

Eles passaram boa parte do tempo jogando videogame até que a mãe de Kakyoin os chamasse, avisando que o jantar estava pronto. Para a alegria de Jotaro, que havia perdido quase todas as partidas de F-Zero para Kakyoin.  

- O Nori não me disse qual é a sua comida preferida pra que eu pudesse preparar pra você. - Naomi falou em certo momento do jantar, enquanto eles terminavam de comer. 

“Nori?” - Jotaro pensou, observando o ruivo do outro lado da mesa. 

- Isso é porque eu não sei qual é a sua comida preferida. - Kakyoin falou, se voltando para Jotaro enquanto falava. 

- Mas o jantar estava muito bom. - Jotaro falou com sinceridade, desviando o olhar por alguns segundos logo em seguida. - E a minha comida preferida é a da minha mãe... 

Kakyoin e Naomi se entreolharam com um sorriso discreto, concordando em silêncio que aquilo era, no mínimo, adorável.  

- Bem, acho que eu não poderia preparar isso de qualquer forma. - a mulher falou, se colocando em pé logo em seguida e chamando a atenção do filho. - Você me ajuda a tirar a mesa, querido?  

Kakyoin assentiu, se colocando em pé também. Jotaro até cogitou a possibilidade oferecer ajuda a eles dois, mas o pai de Kakyoin se aproximou dele e pousou a mão em seu ombro para lhe chamar a atenção. 

- Vem, vamos sentar lá na varanda. - Hiroki falou. 

- Isso, vão lá. Nós já vamos levar a sobremesa. - Naomi falou, de costas para eles enquanto organizava as louças na pia. 

Jotaro seguiu o pai de Kakyoin até a varanda. Eles se sentaram em duas das quatro cadeiras de jardim que haviam ali, em torno de uma pequena mesinha. Àquela altura, a chuva já havia parado completamente e uma brisa fresca soprava de forma suave. O clima estava extremamente agradável. 

- Então Jotaro. - o homem falou após algum tempo. - Vocês dois estão se dando muito bem, não é? 

- Sim... - Jotaro concordou, lançando um olhar intrigado ao homem. 

- Não estou falando isso por nenhum motivo especial, não se preocupe. - ele sorriu de forma gentil. - Só quero que você saiba que eu e a Naomi sabemos que vocês são... Mais que amigos. E que nenhum de nós dois vê nenhum problema nisso. 

Jotaro permaneceu em silêncio. Não imaginava que Kakyoin tivesse uma relação tão aberta com seus pais. Ainda assim, de certa forma, aquilo lhe trouxe uma sensação incomum de alívio. 

- Nós dois estamos bem felizes, na verdade - o homem continuou a falar. - Acho que você não sabe disso, mas... Por muito tempo o Noriaki teve dificuldade em se aproximar das pessoas, fazer amigos. A nossa mudança de cidade foi como uma oportunidade pra que ele conseguisse superar essas dificuldades. - Hiroki virou o rosto para encarar o rapaz. - E agora nós sabemos que além de ter feitos amigos na escola nova, ele ainda encontrou uma pessoa especial pra ele, que tem feito ele tão feliz. Eu, como pai, não poderia estar mais satisfeito. E sei que a mãe dele está também.  

Novamente, Jotaro permaneceu em silêncio por algum tempo. Uma sensação estranha tomou conta do seu interior. Uma comoção causada por aquelas palavras vindas de um pai que aceitava, amava e acolhia o seu filho. O tipo de sentimento que Jotaro não lembrava de ter experienciado com George. 

- Ele é muito especial pra mim também. Muito. - Jotaro sentiu a necessidade de falar. 

Um sorriso cresceu no rosto do homem ao seu lado. 

- É bom saber disso, Jotaro. - ele falou, esticando o braço para deixar alguns tapinhas nas costas do jovem em um sinal de reconhecimento e conforto. - Que bom que você veio hoje. Nós estamos muito felizes de ter você aqui.  

Não demorou para que Kakyoin e sua mãe se juntassem a eles ali na varanda, trazendo taças com a sobremesa que a mulher havia prometido.  

Jotaro baixou o rosto, não conseguindo sustentar o olhar de orgulho que Hiroki lhe direcionava sem que aquela comoção crescesse em seu interior. Por um lado, ficava feliz em perceber como Kakyoin era sortudo pelos pais que tinha. Por outro lado, sentia-se triste por si mesmo.  

“Por que ele tem que ser assim?” - as palavras ditas por George ecoavam em sua mente e faziam com que sua tristeza se convertesse em revolta.  

 

. . . 

 

- Obrigado por ter vindo. Eu fiquei muito feliz. - Kakyoin falou, erguendo o rosto com um sorriso. 

Os pais dele já haviam ido dormir e os dois rapazes haviam ficado na sala de estar, assistindo televisão até tarde da noite. No entanto, seria mais correto dizer que a televisão havia ficado ligada enquanto eles trocavam beijos e carícias no sofá da sala, sem dar qualquer atenção ao filme que estava passando. 

- Eu gostei de ter vindo. - Jotaro falou, aproximando o rosto para beijar os lábios de Kakyoin novamente enquanto o abraçava pelos ombros. 

O ruivo pousou uma das mãos na nuca do mais alto, seus dedos se infiltrando entre os fios do seu cabelo preto e dedicando ali uma carícia suave. Naquele momento, Jotaro não conseguia pensar em nenhum outro lugar no mundo onde gostaria de estar. A sensação de estar com Kakyoin deveria ser a mesma sensação de poder parar o tempo. O mundo ao seu redor congelava e, naqueles instantes, somente eles dois existiam e somente eles dois importavam.  

- Não quero que você vá embora... - Kakyoin sussurrou quando seus lábios se afastaram.  

- E eu não quero ir... - Jotaro também sussurrava. 

Kakyoin sorriu, voltando a se aconchegar ao corpo do mais alto. 

- Então fique. - o ruivo falou, fechando os olhos. 

Jotaro também se aconchegou ao corpo do outro, o trazendo para mais perto de si no abraço e escondendo o rosto entre os fios do seu cabelo ruivo no instante em que Kakyoin deitou a cabeça em seu ombro. 

- Eu fico. - Jotaro falou por fim. 

Ele fechou os olhos. Sua cabeça cheia de pensamentos intrusivos. Pensamentos sobre seu pai, sobre o pai de Kakyoin. Sobre a chuva que voltava a cair lá fora. Sobre o cachorro Danny correndo no pátio da sua casa e alguma música do Bon Jovi tocando ao fundo. 

Pensamentos sobre o mundo se movendo em câmera lenta com Kakyoin em seus braços e o perfume dos seus cabelos que inebriava seus sentidos. Pensamentos sobre os desenhos em seu quarto e sobre a certeza que ele tinha, agora mais do que nunca, de que Kakyoin e ele eram muito diferentes. 

Eventualmente, Jotaro caiu no sono. 


Notas Finais


Os sentimentos do Jotaro com relação ao pai dele podem ou não ter sido levemente inspirados nos meus próprios problemas com a figura paterna. Não nego nem confirmo...
Até o próximo capítulo.


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