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História SummerSun (Adaptação G!P) - Beijo


Escrita por: cabeyodalari

Notas do Autor


Boa leitura!!!

Capítulo 8 - Beijo


Fanfic / Fanfiction SummerSun (Adaptação G!P) - Beijo

Anteriormente em SummerSun:

Lauren levantou e carregou o pássaro até a beira da água com Camila e Bob, bastante interessado, seguindo logo atrás. Livrando-se da rede, ergueu os braços com grande esforço e jogou o pelicano para cima.

As vigorosas asas se abriram de imediato e começaram a bater. O pássaro manteve-se no ar, circulou e então rumou em direção ao céu infinito. Bob, latindo com entusiasmo, se atirou na água correndo atrás dele. Lauren e Camila ficaram olhando, até a grande ave desaparecer de vista.

— Obrigada — disse Camila, enfim. — Foi uma experiência… emocionante.

— Acontece muito — explicou Lauren. — Os pelicanos ficam enredados nas linhas de pescar. Nem todos têm a sorte do nosso amigo de hoje. A infecção causada pelo anzol se espalha rapidamente e eles acabam morrendo. Ou então o gancho prende em seu olho…

— Que horrível! — Camila estremeceu.

— Um pelicano caolho não pode competir pelos peixes com seus companheiros saudáveis.

A maré mudara e a água batia em seus tornozelos.

— Não há o que se fazer para evitar esses incidentes? — ela perguntou, visivelmente preocupada com a sorte dos pobres bichinhos.

— Muito pouco. Tentamos educar os pescadores que vão ao SummerSun para que tomem cuidado com os pelicanos e os peixes-bois. Muitos deles se arrebentam de encontro aos hélices dos barcos.

— Eu nunca havia pensado nisso.

Atualmente em SummerSun:

— Pois é… Temos de ser mais cuidadosos. Afinal, o oceano pertencia a eles antes de aparecermos.

Camila olhou para ela de um jeito engraçado, com a cabeça inclinada para um lado e a testa levemente franzida.

— Não é muito lisonjeiro — falou Lauren.

— O que?

— O modo como me olha… Estou me sentindo um ser do outro mundo.

— Desculpe. É que… — Ela ainda não conseguira organizar os pensamentos. — Fiquei surpresa ao ver que você… que você parecia tão interessada…

— Interessada em quê? — Os olhos dela brilharam.

— Em salvar o pelicano, é claro.

No que mais poderia ser, pensou Camila. Lauren desviou o olhar.

— Surpresa porque eu demonstrei um pouco de afeto e decência? Seria mais típico de uma pessoa como eu ter batido no pássaro com uma enxada?

— Não, claro que não! Quero dizer… — A voz dela foi sumindo. Não estava certa se gostara de ver esse lado-humano e vulnerável de Lauren. Aquilo interferia fortemente na imagem que tinha dela. — Faz isso com freqüência?

— Isso?

— Essa espécie de resgate — explicou ela, na falta de outra coisa a dizer.

— Sempre que possível.

— É… é…

— O que, Camila?

Lauren chegou mais perto, fitando-a. O ar estava quente e úmido, sem vestígios da brisa marinha. Camila notou o suor brotar na testa de Lauren e sentiu-lhe o calor da respiração contra a sua pele.

— É uma bela ação — ela falou, enfim.

Lauren riu. Ela tentou desviar o olhar, mas os olhos dela a hipnotizavam. Bob voltou e deitou-se a seus pés. Camila mais sentiu a presença do cachorro do que o viu. Na verdade, só conseguia ver Lauren.

— Sou uma pessoa legal. — Ela ergueu a mão, passando-a suavemente no rosto dela. — Não sabia disso, não é? — Camila sacudiu a cabeça numa negativa, dando-lhe a chance de acrescentar: — No fundo, você não sabe nada sobre mim. Mas eu sei muito a seu respeito. Sei o que pensa de mim, por exemplo.

— Não, não sabe. Eu…

— Sei, sim.

— Bem, eu lhe disse…

— Isso não interessa, Camila. O que se diz e o que se pensa, muitas vezes, são coisas completamente diferentes.

Ela tentou dar uma resposta rápida, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Lauren estava tão perto… perto demais. A mão dela tocou seu ombro, depois deslizou-lhe pelo braço.

Então, ela sussurrou em voz rouca:

— Neste exato momento, está pensando que não sou uma pessoa tão ruim quanto posso parecer. Está se perguntando se me julgou mal. Está se perguntando se não poderíamos ser amigas.

— Bom… — Ela não conseguia articular um pensamento.

— Esta pensando se não poderíamos ser mais do que amigas. — A voz dela era hipnótica.

— Não, não estou — Camila conseguiu dizer.

— Sim, está.

Sempre acabavam negando o que a outra dizia. Mas uma coisa era negar palavras ou afirmações: outra, muito mais perigosa, era negar sentimentos.

— Talvez até esteja pensando em como seria se eu a beijasse.

Camila se pôs em estado de alerta.

— De jeito nenhum.

Recuou um passo. Infelizmente, recuar implicava em adentrar o mar ou afundar ainda mais na areia. Ela não teve escolha, senão voltar para onde Lauren estava, num terreno mais firme.

Sem perda de tempo, Lauren a tomou nos braços e procurou-lhe a boca com lábios gulosos. O efeito foi eletrizante.

O beijo atingiu Lauren como um raio. A pele de Camila, o seu gosto, o seu perfume… Toda a ironia com que a vinha desafiando desapareceu, perdendo por completo o significado. Agora, era só a presença suave e feminina que importava.

Os lábios dela eram macios, doces, saborosos… Lauren sentiu-lhe a boca úmida, o calor do corpo e os seios firmes contra si. Seus braços a apertaram com força e de repente, ela experimentou a sensação de estar perdida.

Camila não encontrou disposição para resistir. No momento em que a língua de Lauren encontrou a sua, abriu ainda mais os lábios, entregando-se e retribuindo o beijo.

Nenhuma das duas notou a água batendo em seus tornozelos. Bob se esfregava em suas pernas e mesmo assim, ambas só tinham atenção para aquele beijo arrebatador. Passando a perna em torno das pernas dela. Lauren fez com que seus quadris se encontrassem num contato atrevido. Depois, abraçou-a com força e fez menção de intensificar os carinhos com os lábios e as mãos.

— Não! — gritou Camila de repente. Desvencilhou-se e firmou o pé como pôde na areia instável. — Não, não quero beijá-la!

Mesmo antes de terminar a frase, percebeu que esperara tempo demais para um protesto tão veemente.

Lauren balançou a cabeça e sorriu.

— Querida, você já me beijou, e acho que gostou tanto quanto eu. Na verdade, acho que gostou até mais — zombou.

— Você é uma aproveitadora, Lauren Jauregui. Pegou-me de surpresa, só isso — replicou ela, afastando-se em busca de um maior apoio para o pé. — Eu não tinha para onde escapar, exceto o oceano. E não ia me afogar por sua causa, certo?

Ela riu.

— Quanto ao beijo… Bem, eu é que sei o que senti ou deixei de sentir! — acrescentou, furiosa.

— Claro, você é quem sabe.

Camila estava finalmente recuperando o fôlego, e seu coração parara de bater loucamente. Notou que Lauren também respirava com uma certa dificuldade, além de ter o rosto corado. Com certeza, isso não era resultado, somente do calor da tarde.

Dando-lhe as costas, ela seguiu em direção ao SummerSun, chutando com raiva a areia antes de pisá-la. Bob ia atrás.

Ao perceber que Lauren também a seguia, comentou entre dentes:

— De qualquer modo, esse beijo é irrelevante.

— Irrelevante? — Lauren tentou agarrar-lhe o braço e impedir-lhe a caminhada, mas não conseguiu.

— Não significou nada. Não tem importância.

— Achei que foi quente, Camila. Para falar a verdade, você me surpreendeu. Beija muito bem, sabia?

Ela parou abruptamente e o cachorro trombou de encontro a seus pés. Começava a perder a calma.

— Não estou disposta a ouvir suas opiniões, Lauren. Nem hoje, nem nunca. O único relacionamento que vai existir entre nós — acrescentou, agitando o dedo diante de seu rosto irônico — será de negócios. E isso só enquanto você insistir em ficar zanzando por aqui.

— É você quem está zanzando por aqui. Eu moro aqui, lembra-se?

Camila se virou e continuou a chutar a areia.

— Estou aqui para ficar — Lauren acrescentou.

— Também tenho forças para ficar, Lauren. É imaginação… algo que nem todo mundo tem.

— Do que está falando?

— Estou talando que certas pessoas só pensam com seus corpos.

Irritada, reiniciou a caminhada rumo ao bar. Não tinha a intenção de dizer aquilo, mas a frase simplesmente fugiu de sua boca.

— E você não é assim? — indagou Lauren.

— Não. Penso com a cabeça.

— E em que estava pensando, enquanto me beijava? — perguntou ela, provocante.

Haviam chegado à escada do terraço. Camila subiu dois degraus e parou para encará-la.

— Contratei uma nova assistente. Ela é incrível. Nem você vai encontrar defeito nela.

— É?

— Bom, talvez eu me engane a esse respeito. Você dá jeito de achar defeito em tudo e todos. Mas ela é uma cozinheira experiente, uma mulher de muita competência. Vai cuidar do cardápio do salão, fazer as compras…

— E quem é esse modelo de virtude?

— Chama-se Verônica Iglesias e…

— Maldição! — berrou Lauren. — Contratou Verônica Iglesias? Oh, Camila, não posso acreditar.

Camila subiu ao terceiro degrau para fugir à força da reação dela.

— Qual é o problema com ela? Conhecia meu pai e achei que…

— Que me conhecia?

— Conhece? — indagou Camila, timidamente.

— Conhece. E conhece Arthur também.

— Eu não sabia… — Camila sentia que algo mais estava por vir, mas não tinha muita certeza.

— Pois é. Ela o conhece muito bem. Foram casados.

— Oh, não — gemeu Camila.

— Oh, sim.

— Bem…

Camila precisava de tempo para pensar. Só que Lauren não estava disposta a lhe dar esse tempinho.

— Divorciaram-se há alguns anos — Lauren explicou. — A briga foi feia e ela saiu da cidade.

— Bem — repetiu Camila. — Tenho certeza de que isso não tem nada a ver com o restaurante…

— Claro que tem, Camila.

— É possível que ela nem saiba que Arthur ainda está aqui.

— Duvido!

Terminaram de subir as escadas. Verônica não estava em parte alguma.

— Bem — disse Camila pela terceira vez. — Ela se foi. Com certeza, mudou de idéia quando soube que Arthur estava aqui. Então, como vê, está tudo certo. Vou contratar outra pessoa e…

— Não é dela a bolsa aí, em cima da mesa, com essa flor enorme? — perguntou Lauren. — Verônica ainda está aqui e tem um motivo para isso. E eu aposto que esse motivo não tem nada a ver com sanduíches e saladas.

— Lauren, contratei a melhor pessoa para a função. Admito que fiquei um pouco intrigada ao ver alguém com tanta experiência querer trabalhar aqui, num restaurante tão modesto, mas achei que isso não era da minha conta. E continua não sendo. Ela preenche todas as minhas exigências.

— O que está querendo dizer, Camila?

— Que Verônica fica.

Não tinha certeza se era mesmo o que queria. Afinal, tudo acontecera com muita rapidez. Porém, já havia se comprometido e não tinha outra escolha, senão se aferrar à decisão inicial.

Meio sem graça, procurou tranqüilizá-la:

— Tudo acabará bem, você vai ver. Eles vão se entender… na cozinha.

Lauren duvidava.

— Não os viu juntos antes. Este lugar não é grande o bastante para aqueles dois. Não era antes e não será agora.

— Está exagerando, Lauren.

— Pelo contrário. É impossível exagerar a animosidade existente entre os dois. Por que acha que ela voltou?

— Não tenho a menor idéia — declarou Camila com firmeza —, só sei que Verônica queria um emprego e eu dei um emprego a ela.

Camila se atirou numa cadeira do terraço e Lauren ficou em pé diante dela.

— Acho que nunca vi teimosia maior do que a sua em toda a minha vida. Primeiro, vem aqui e começa a mudar tudo contra a opinião de todos…

— “Todos” quer dizer você e Arthur — observou Camila.

Lauren ignorou o comentário.

— Aí contrata a ex-mulher de Arthur para trabalhar ao lado dele na cozinha. E quando descobre o que fez, diz que ela fica e ponto final. Não dá para acreditar!

— Quem sabe ele fica contente ao vê-la de volta — sugeriu Camila.

— Oh, sem dúvida. Tão feliz quanto se visse um enorme tubarão branco na sua sopa de mariscos.

— Arthur não faz sopa de mariscos, mas coloquei o prato no cardápio e Verônica vai prepará-lo.

— Sabe muito bem do que estou falando. Não tente ser espertinha comigo.

— Não tente você ser espertinha comigo — retrucou. — Contratei a melhor pessoa para o serviço. Como ia saber que fora casada com o cozinheiro-chefe?

— Você mesma disse que teve suspeitas. Talvez devesse ter-lhe perguntado por que ela veio aqui.

— Perguntei. Verônica falou que gostava da costa do Golfo.

— E você aceitou essa resposta? — perguntou Lauren, sem acreditar.

— Não acha que seria um pouco estranho se eu perguntasse a todas as candidatas se elas haviam sido casadas com o cozinheiro-chefe? — Camila tinha dificuldades para se defender. — Estou certa de que quando perceber que ninguém a quer aqui, Verônica irá embora.

— Você não conhece Verônica Iglesias!

— Talvez Arthur fique contente em revê-la — tentou ela de novo.

— Você não conhece Arthur!

— Vou explicar a situação a ambos separadamente. Você verá, Lauren. Tudo se resolverá.

— Claro. Tudo se resolverá.

Ela mal completara a frase, quando ouviram uma algazarra terrível vinda da cozinha. Parecia que panelas e vasilhas estavam sendo varridas e derrubadas por uma rajada de vento.

O rosto de Lauren adquiriu um ar de superioridade.

— Tenho a ligeira impressão de que Verônica e Arthur estão reatando seu bom e velho relacionamento.



Notas Finais


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