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História Summertime - Capítulo 14 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Olá pessoinhas!!
Como vão?? Eu vou bem, obrigada hahahayaya e espero que vocês também estejam bem... ❤
Obrigada pelos novos favoritos e pelos comentários do capítulo anterior, vocês são uns amores <3 e seria muito legal se chegassemos aos 55 favs até o próximo capítulo, será que conseguimos? :)
Bom, não vou falar nada sobre o capítulo de hoje, então até lá embaixo ahhahayha
Amo vocês <3
Boa leitura

Capítulo 14 - Capítulo 14 - Frank


    Hoje era o dia da volta de meus pais. E eu não tinha uma boa sensação com isso, alguma coisa dentro de minha cabeça me avisava que eu deveria me preparar para o que estivesse por vir, não era comum eu sentir esse tipo de coisa, o pressentimento era tão forte que se tornava até angustiante.

 

   Eu realmente queria estar muito enganado dessa vez, meus últimos quatro dias haviam sido tão bons que pensar que tudo poderia ser um inferno hoje me aterrorizava, era possível que eu surtasse caso meus pensamentos se prendessem muito nisso. Mas era impossível me centrar em outra coisa quando eu só queria voltar para os dias que antecederam esse, eles haviam sido tão bons que eu nem ao menos vira o tempo passar.

 

    Eu amei o tempo que passei com Gerard em minha casa, principalmente acordar as manhãs ao seu lado e ver seu narizinho afilado junto ao travesseiro enquanto sua bochecha era pressionada contra o mesmo, era com certeza minha cena favorita durante a manhã. Um de meus outros pontos favoritos daquilo tudo é que a cama não era exatamente o que poderíamos chamar de grande, então todas as noites eu adormecia com seus braços em volta de mim e bem junto a ele… Outro dos melhores momentos era quando nós apenas relaxávamos e conversávamos sobre aleatoriedades que apareciam quando o papo começava e não acabava mais, só era interrompido por Pumpkin. Ah, sim! O animalzinho também entrava na lista de melhores momentos que eu estava fazendo mentalmente. Ele, ao contrário do que eu imaginava no primeiro dia, não deu trabalho algum, ele era o ser mais amável do universo, se meu pai não fosse tão insuportável ele ficaria comigo pelo resto da vida, mas como isso não era possível eu me contentava em visitá-lo diariamente na casa de Gerard. A última coisa que eu escalaria em meu  “top five” de momentos seriam os beijos, era ótimo beijar aqueles lábios sem preocupação alguma, nem mesmo no tempo era preciso pensar, poderíamos ficar naquilo horas que estava tudo bem, às vezes eram só selinhos breves, mas sempre era ótimo. Nós não chegamos a passar disso, quinta-feira de noite já havia sido constrangedor demais, então nós procurávamos nos controlar, quando as coisas começavam a sair de nosso controle nós parávamos por um tempo, até pelo menos nos acalmarmos o suficiente para não repetirmos a cena.

 

   Mas, voltando ao mau pressentimento, lá estava ele, crescendo cada vez mais, se ele fosse visível ele já estaria, sem dúvida alguma, maior do que eu… Não que isso fosse difícil, qualquer coisa era maior que eu. Voltando, eu só queria que o resto do dia que eu tinha pela frente passasse rápido, já era noite e meus pais deveriam estar perto de casa a uma hora dessas, então se eu estivesse certo não demoraria muito a descobrir.

 

   Mais algum tempo se passou e eu pude, infelizmente, escutar o som do motor do caro estacionando em frente ao jardim de casa, eram eles e eu tinha certeza disso pois foi rápido reconhecer a voz de Linda reclamando das malas pesadas, mas Frank era totalmente silencioso e isso não era um bom sinal para mim e meu bem-estar psicológico e físico. Eles adentraram a casa rapidamente, se deparando comigo deitado no sofá enquanto comia um pouco da pipoca de microondas que eu havia preparado há alguns minutos para acompanhar o filme de terror que passava aquela hora em um canal qualquer na televisão. Nem um dos dois foi capaz de falar um mísero “oi”, eu esperava isso de meu pai, mas por um instante eu imaginei que Linda pudesse agir como minha mãe, ou ao menos tentar, e parecer feliz em me encontrar lá, mas não, a única coisa que ela falou foi que iria subir para tomar um banho e descansar da viagem, e isso nem ao menos fora direcionado a mim, ela me tratou como se eu fosse um fantasma.

 

   – Frank, você é burro ou o que? – foi a primeira coisa que meu pai falou a mim assim que minha mãe adentrou o quarto do casal, desde aí eu soube, ele sabia que Gerard esteve em nossa casa, minha única esperança agora era conseguir convencê-lo de que não tínhamos nada – Acho que você deve ser surdo, não lembra o que eu te disse na última vez? Não quero ver você nem ao menos perto daquele viadinho do Way – como eu podia permitir que ele falasse daquele jeito do meu Gerard? Oh sim, porque eu era um covarde que não tinha um pingo de coragem de desafiar o papai, e se tinha ela havia sumido no momento em que ele se aproximou de mim e tirou bruscamente o pote de pipoca de minhas mãos – Você achou mesmo que ninguém iria me contar que aquele nojento esteve aqui? – então ele riu amargamente – Você sabe quanto isso suja a imagem minha e de sua mãe? – “foda-se!” pensei, mas só pensei mesmo, pois eu continuava calado enquanto ele dava mais um passo para a frente – O que esse bichinha veio fazer aqui? – o desprezo em sua voz fazia meu peito se apertar, Way era muito melhor do que qualquer outra coisa que eu conhecia, ele não merecia ser chamado por esses nomes tão baixos e humilhantes, principalmente quando eles saiam da boca de alguém tão desprezível quanto meu pai. “Nada” falei baixo porém firme, ainda com a cabeça baixa, eu não podia fitar Frank, mas eu poderia jurar que ele tinha um sorriso sarcástico nos lábios quando se fez de desentendido – Como? Eu não consegui escutar. – “Nada” repeti mais alto dessa vez, já perdendo a compostura e deixando o ar escapar pesado que acabou demonstrando, sem querer, o quão bravo eu estava para o homem à minha frente – Pode repetir? – o filho da puta estava se divertindo com aquilo, pra ele era engraçado me ver sem paciência. “Nada, porra!” então foi aí que as coisas mudaram, só não poderia falar que os papéis se inverteram porque, mesmo agora ele sendo quem estava irritado, eu senti medo – Você não deveria falar assim com seu pai… – seu tom ameaçador me fez estremecer dos pés a cabeça e, como eu deveria ser realmente burro, eu não me dei por satisfeito e soltei um “foda-se” em alto e bom som antes de tentar sair daquele ambiente e ir para o meu quarto – Ah não… Agora você vai aprender a ter respeito!

 

   Um, dois, três, quatro, não sei quantos socos foram desferidos em mim até que eu perdesse o equilíbrio e caísse no chão, e agora lá estava eu, totalmente vulnerável enquanto ele depositava pontapés por todo o meu corpo, por sorte nenhum acertava meu rosto, os socos já eram o suficiente para que eu ficasse com a face roxa, inchada e machucada por, pelo menos, uma semana e meia. Os que atingiam meu estômago eram os que mais doíam, os de maior intensidade e me faziam ter ânsia e tiravam todo o ar de meus pulmões. Não sei ao certo, mas tive impressão de que no meio de tudo aquilo eu cheguei a vomitar no chão da sala, eu só não tinha certeza porque com os chutes que eu levava era impossível prestar atenção em alguma coisa, mas se eu tivesse realmente expelido alguma coisa para fora de mim essa coisa seria sangue. Pensei até em gritar para que minha mãe me ajudasse… Ridículo! Eu já havia tentado isso quando mais novo e nada ela fez, apenas nos olhou horrorizada e depois agiu como se nada tivesse acontecido.

 

   – Vai, Frank, quer que eu pare? Então peça por favor e demonstre que aprendeu alguma coisa – ah sim, é claro que ele não estava satisfeito ainda, ele queria me humilhar de todos os jeitos enquanto ainda me agredia. Eu não aguentava mais, me rendi murmurando o pedido de desculpas que ele queria com as forças que eu consegui juntar e só então ele parou – E dessa vez vou acreditar em você, vou acreditar que o Way veio aqui ao acaso, mas só dessa vez – ele se pronunciou e, ao achar que ele já tinha acabado por hoje eu estava, mais uma vez, enganado. Ele cuspiu em mim, como se eu fosse um lixo qualquer e depois, sorrindo vitorioso, ele foi para o seu quarto dormir feliz com o dia produtivo que ele teve.

 

   E eu, é claro, fiquei lá jogado por um tempo, tempo o suficiente para ter certeza que eu conseguiria chegar até meu quarto sem mais acidente algum, não eram necessários mais hematomas. Subir as escadas foi a parte difícil, mas quando eu taquei meu corpo sobre a cama eu me senti aliviado, eu realmente precisava de um bom banho e uma longa noite de sono e eu até os teria se não fosse por mais pensamentos que como sempre começaram a me atormentar.

 

   Por que isso? Eu deveria ter feito coisas muito ruins na minha vida anterior para merecer uma família assim… Não que eu acredite nessas coisas, mas não havia outra explicação para eu ter nascido com um pai que me odeia e uma mãe que não dá a mínima. Ou eu apenas era um filho ruim? Eu merecia as coisas que aconteciam, eu havia feito alguma coisa errada para ser tratado desse jeito pelas pessoas que me colocaram no mundo, pelas pessoas que deveriam me amar acima de tudo? Se nem ao menos eles gostavam de mim como alguém poderia gostar? Como Gerard gostaria? Eu não fazia a mínima ideia, mas sabia que, quando as lágrimas mais uma vez começaram a cair, poderia contar com ele, então peguei meu celular, já com as mãos trêmulas por causa do choro que a cada segundo aumentava drasticamente, e procurei pelo seu nome em meus contatos, clicando na opção “ligar” logo depois.

 

   – Gee… – O sinal de espera parou de tocar, eu sabia que ele havia atendido, o apelido dele saiu tão embriagadamente dentre meus lábios que não foi preciso nem um segundo para que ele perguntasse a mim, super preocupado, o que estava acontecendo – O que tem de errado comigo? – Ah, sim… A dúvida que mais me atormentava foi pela primeira vez dita em voz alta, ele não deveria estar entendendo nada e eu não conseguia mais me controlar, os soluços saíam altos o suficiente para que ele percebesse que eu estava chorando. “Hey, pequeno, o que está acontecendo? Me conta, por favor” do outro lado da linha eu escutava ele quase se desesperar junto a mim, ele só se mantinha firme pois tentava me acalmar ao mesmo tempo – Meu pai, ele… – Eu tentei começar a explicar aquilo enquanto com as costas das mãos eu secava minhas lágrimas… Secá-las não mudava muita coisa, pois eram substituídas por outras logo em seguida, mas eu tentava – Ele chegou hoje, perguntando sobre você… – Dessa vez não havia opção minha parar de falar, mas eu o fiz pois Gerard me interrompeu e perguntou, com certa indignação, se ele havia descoberto sobre nós dois – Não! É só que uma hora eu acabei não sendo muito gentil com ele e… – Nessa hora eu não pude evitar soltar uma risada cheia de amargura pela pontada de ódio que me atingiu antes de eu pronunciar as seguintes palavras – E o filho da puta me bateu. – “Como assim te bateu, Frank?” foi isso que eu pude entender que o Way dizia, só uma pessoa sabia da verdade, Ray, mas eu não esconderia dele, eu sabia que ele estava lá para me apoiar, que eu poderia dividir mais isso com ele – É Gee, me bateu… Muito… Não é a primeira vez que isso acontece… – Então comecei a contar como tudo começou, como quando eu ainda era apenas uma criança ele me ameaçava e dava alguns tapas e, também, como, com o passar dos anos, as agressões foram piorando, se tornando o que eram agora. Falei sim, coloquei tudo pra fora enquanto me afundava em lágrimas, talvez algumas partes da história tenham ficado um tanto confusas porque os soluços às vezes cortavam minhas falas.

 

   – Frankie, meu pequeno… Ele é um monstro por ter encostado em você desse jeito, ele merece coisa muito pior – primeiramente ele pareceu chocado, depois preocupado ao extremo e por último cheio de raiva, pelo jeito que ele falava era possível perceber que se ele pudesse ele mataria aquele homem que eu chamo de pai agora mesmo – Eu não acredito que ele faz isso, você é a pessoa mais doce que eu conheço, você nunca fez nada de errado, você não merece o que esse nojento faz com você! – ele deu ênfase no “não” e mesmo que sua voz estivesse transbordando sentimentos negativos eu me acalmava enquanto ele falava, era bom escutar aquilo de alguém – Eu vou fazer esse filho da puta pagar pelo que ele fez a você. – Gerard Way estava ameaçando meu pai? Por mais que eu quisesse apoiar ele, falar para ele ir fundo e acabar com aquele homem, eu não poderia. Uma parte disso vinha do medo que no final das contas seria meu namorado quem sairia machucado daquilo e a outra era que… Frank ainda era meu pai e eu ainda era seu filho. Eu sei! Eu não deveria sentir pena e nem remorso, mas eu não conseguia.

 

   – Hey! Gee, você não vai fazer nada, okay? – Mesmo à distância eu pude sentir sua confusão, eu poderia imaginar ele franzindo o cenho enquanto fazia mais um de seus questionamentos do dia, no caso, ligação, “por que?”. Foram exatamente as palavras que eu pensei as que ele usou segundos depois, eu cheguei até a sorrir um pouco com aquilo – É complicado… Mas ele é meu pai…

 

   – Foda-se se ele é teu pai, eu não ligo! Você é meu namorado e eu não vou permitir que ninguém te machuque! – Ele explodiu, tive a sensação de que ele socou a parede pois eu ouvi um barulho muito similar a uma parede sendo socada, eu não queria deixá-lo daquele jeito, mas eu também não poderia concordar com aquilo. “Gerard…” o repreendi calmo e ele respirou fundo parecendo refletir sobre aquilo por um instante – Tá! Eu não vou fazer nada, mas só porque você pediu.

 

   – Obrigado, Gee – agradeci suspirando aliviado, eu realmente não duvidava que ele fizesse uma loucura qualquer. Parei de pensar nisso quando olhei para o relógio, já estava tarde e ambos tínhamos que trabalhar no dia seguinte – Agora é melhor desligarmos, eu ainda tenho que tomar um banho antes de dormir – ele resmungou alguma coisa em negação e eu apenas ri de sua reação, ele parecia um bebê manhoso fazendo birra – Então boa noite… Vampirinho! – “Vampirinho?” foi isso que ele disse em resposta em vez de responder-me corretamente – É, acabei de inventar, você parecia um quando era adolescente e ainda parece um pouco… Nem tanto, mas um pouco.

 

   – Okay… Boa noite, coelhinho!  


Notas Finais


O final foi fofo, não?
Okay! Só não me matem!
Esse capítulo merece comentários, mesmo que raivosos?
Eu vou dar o fora agora, semana que vem eu volto...
Bom, fiquem bem, comentem e até o próximo
Bjs <3


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