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História Summertime - Capítulo 35 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Hey bebês!! Tudo bem com vocês??? Espero que sim!
Hoje não vou enrolar aqui em cima pq estou ocupada, só queria passar para deixar essa Capítulo com vocês... Espero que gostem!
Até lá embaixo, boa leitura ❤

Capítulo 35 - Capítulo 35 - Frank


    Estávamos há algumas horas no carro, Gerard ao volante, guiando o carro pela estrada, enquanto eu me encontrava no banco do passageiro, olhando pela janela, observando a paisagem pela qual passávamos. Eu não conseguia admirá-la pelo simples fato de que, além de estarmos em alta velocidade, eu ainda tinha lágrimas escorrendo por meus olhos mesmo que a ligação tivesse sido feita há mais de vinte e quatro horas. Era difícil raciocinar tudo isso, lidar com todos esses fatos e tentar não chorar, essas eram três coisas que eu não consegui fazer desde o momento em que eu atendi o telefone, minhas lágrimas estavam muito mais controladas, mas por algum motivo elas não paravam de escorrer por meus olhos.


   A única coisa que eu queria fazer era dormir, durante toda a noite eu fiquei abraçado a Gerard, quieto, tentando dormir, mas minha mente estava muito barulhenta para que eu o fizesse. Então eu apenas me mantive grudado ao corpo de meu namorado, por horas ele tentou se manter acordado comigo, mas eu implorei para que ele dormisse pois, primeiro, eu não queria que ele perdesse uma noite de sono por conta de meus problemas, e segundo, hoje ele iria dirigir durante boas horas, sendo assim ele tinha de estar descansado para aguentar a viagem acordado.


   – Hey, coelhinho, daqui meia hora já estaremos lá… – Gerard explicou assim que eu desviei meu olhar da paisagem, eu não falei nada, não consegui, então apenas confirmei com um mover rápido de minha cabeça e o sorriso que ele tentava manter firme sumiu de seu rosto – Você prefere ir para casa de minha mãe, ou quer ir direto ao hospital?


   Agora eu teria de me esforçar para fazer com que algum som saísse por meus lábios, isso era difícil, eu falei tão poucas vezes depois da notícia pois cada vez que eu abria minha boca eu sentia ainda mais vontade de chorar, era como se eu tirasse um pouco meu foco da parte de não chorar e o fazer ficava ainda mais difícil. “Não… Eu prefiro descansar um pouco…” minha voz saiu fraca, mas pelo menos ele entendeu, pois ele confirmou e voltou a prestar atenção na estrada, para não correr o risco de nos perdermos entre as várias entradas para outras vias e cidades que começavam a se aproximar.


   Logo, depois de vinte minutos, avistamos a placa que indicava que estávamos chegando a nossa cidade natal, alguns quilômetros e eu estaria de volta àquele lugar que já me trazia muitas memórias e falta de ar… Sim, meu peito começava a doer pela dificuldade que eu tinha de trazer ar para dentro de meu organismo, vários arrepios me atacavam repentinamente e eu não conseguia nem ao menos piscar. Era estranho estar voltando depois de tanto tempo, eu nunca imaginei que iria acontecer alguma coisa que me fizesse colocar os pés novamente naquele lugar, mas aconteceu, aconteceu e eu realmente não estava pronto. Eu só queria que Gerard pegasse o primeiro retorno e que eu nunca mais tivesse de enfrentar aquela realidade, era horrível, extremamente horrível tudo o que estava acontecendo, mas infelizmente eu não poderia fazer nada para mudar todos os fatos que estavam me abalando.


   E como eu não fiz nada para mudar nosso caminho ele rapidamente adentrou a cidade, as ruas pareciam nada terem mudado, tudo nos mesmos tons acinzentados de antigamente, cada canto que meu olhar alcançava era extremamente sem graça e cheio de lembranças ruins que me causavam dor no estômago. Era realmente uma dor, parecia que a sensação dolorida que eu sentia após as milhares de brigas com meu pai voltassem, mas tudo concentrado em uma só área, me dando enjoos e me deixando um tanto desesperado.


   Mais algumas curvas e quarteirões a frente chegamos a casa de Donna, a mesma casa de anos atrás, e antes que eu pudesse colocar meus pés para fora do carro eu escutei uma coisa que, mesmo naquele turbilhão de emoções, me trouxe um pouco de felicidade. Um latido. Pumpkin. Corri a entrada do jardim onde já pude avistar meu pequeno cachorro que já não era tão pequeno assim. Ele estava muito maior do que a última vez que eu havia o visto, com as patas apoiadas na cerca enquanto também tentava me alcançar, ao que minha mão entrou em contato com ele eu pude sentir seu pelo macio entre meus dedos, mas rapidamente Pumpkin, brincalhão do jeito que sempre foi, passou a lamber e mordiscar toda a extensão de meu braço. E eu só pude sorrir quando Gerard parou do meu lado, com nossas malas o acompanhando, e abriu o pequeno portão para que eu pudesse realmente entrar em contato com aquele ser de quem só agora eu percebi que sentia imensa saudade.


   Aquele pequeno portão não existia antigamente, isso provavelmente era a única coisa que mudara na casa, a senhora provavelmente havia o construído para que o cachorro tivesse mais espaço para se divertir e não corresse o risco de fugir. E isso valera a pena, pois lá estava ele, grande, saudável e feliz, abanando o rabo freneticamente enquanto se esfregava em minhas pernas e eu o acariciava.


   Eu poderia continuar o dia inteiro assim, mas Donna saiu pela porta, provavelmente por escutar a voz de seu filho a chamando, e depois de ela e Gerard se separarem de um abraço demorado, foi minha vez de ter a atenção de minha sogra. “Frank, que saudades que eu estava de você” foi o que ela falou antes de passar seus braços em volta de minha cintura e me apertar assim como eu fazia com ela, sendo totalmente sincero eu a respondi, falei que ela tinha feito falta a mim por todo esse tempo, e a frase que ela falou em seguida realmente fez com que eu me sentisse mais seguro, “Estou tão feliz que meu filho finalmente fez a coisa certa e se acertou com você… Sabe, eu gostava de Bert, mas, você Frank, você é especial…”, essas palavras me fizeram sentir instantaneamente mais seguro em minha relação com Gerard, se ela me preferia, por que ele não o faria?


   – Mas agora vamos entrar meninos, eu fiz o almoço, vegetariano para Frank e nós temos companhia… – okay, foi apenas eu ouvir que teriam mais pessoas presentes que meu sorriso se desfez… E se fosse alguém que, sei lá, não gostasse de mim? Com tudo que estava se passando em minha vida no momento eu não precisava ser tratado mal por qualquer pessoa que fosse. Mas mesmo assim seguimos em frente, adentramos a casa, andamos até a cozinha, e eu perdi o ar quando vi quem nos faria companhia durante a refeição.


   Ray.


   Jam.


   Meus dois melhores amigos lá, me olhando totalmente receosos, como se eu fosse algum desconhecido ou coisa do tipo. E talvez eu realmente fosse, eu havia os afastado de maneira tão cruel, me modificado tanto nesse tempo, que talvez agora fosse como se eles nem ao menos me conhecessem. Mas uma onda de esperança me tomou, e se as coisas voltassem a ser como antes entre nós? E se nos tornássemos novamente amigos? Eram muitas possibilidades para meu cérebro raciocinar, e por isso eu decidi me concentrar apenas na chance de um recomeço que estava sendo dada a mim, um recomeço simples e fácil, mas ainda assim arriscado.


   – É… Oi… – Eu era um desastre. Puta merda. Três anos sem falar com eles e era assim que eu queria me redimir? Parabéns Frank, você é um grande idiota! Mas, pelo mais incrível que pudesse parecer, ao eu falar apenas essas duas coisas eles sorriram pra mim, provavelmente notando todo meu nervosismo por conta da situação inesperada, e eu retribui o gesto, sendo mais uma vez surpreendido por Jamia que se levantou eu correu em minha direção, abraçando-me com todas as forças que possuía… E como se não bastasse isso, Ray vaio atrás, claramente sem correr, mas ainda assim se juntou a nós dois, fazendo com que ficássemos os três envoltos naquele contato. Antes que eu pudesse ao menos perceber eu já estava chorando, apertando meus dois amigos o máximo que eu conseguia e suplicando varias e varias vezes para que eles me desculpassem por ter sido  extremamente idiota anteriormente, Jam ria e chorava ao mesmo tempo enquanto falava que sim, que ela me perdoava e que sim, eu havia sido muito babaca ao interromper nosso contato daquela forma como eu tinha feito.


   – Nós também te amamos, anão – essas exatas cinco palavras foram ditas por Ray, aquele cara grandão com cabelo afro que me suportou por tantos anos, ele quem me ajudou a passar por muitos momentos difíceis, a primeira pessoa a saber sobre as agressões que eu sofria, o primeiro e único melhor amigo que eu poderia ter, que eu poderia querer. Não rir foi impossível, era tão bom ter aquele humor estranho dele de volta que eu, ainda em meio às lágrimas sorri, dei uma pequena risada e sim, afirmei que os amava porque era a mais pura verdade, eu sentia isso por eles, dentro de mim era como se, além de melhores amigos, fossemos irmãos.


   Irmãos que depois de muitos minutos finalmente desfizeram aquele abraço cheio de carinho, se encarando logo em seguida, rindo um da cara do outro pelo tamanho de nosso drama, e depois de trocarmos mais algumas palavras de reconciliamento eles se voltaram a Gerard. Eu não consegui decifrar os olhares que eles dirigiram ao mais velho, eu poderia dizer que era alguma coisa entre raiva e gratidão, se é que isso era possível, mas eu poderia jurar que senti o clima carregado dessas duas emoções, quase palpável. “O que eu havia falado sobre cortar suas bolas fora se magoasse o nosso pequeno, hein, Way?” Claro que dessa vez a pessoa a falar foi Jamia, com todo aquele seu jeito indelicado, totalmente engraçado e que, como eu já havia ressaltado alguma vez antes, encantava todos ao seu redor. O tom ameaçador que ela usou com certeza deixou Gerard um tanto assustado, surpreso, seus olhos se abriram ao máximo e sua respiração se trancou junto ao seu maxilar, ele estava tenso, e eu lembrava exatamente do dia em que ela tinha dito isso a ele, dentro daquela capela durante o casamento, a primeira vez que eles se viram, havia sido tão cômico que, junto ao momento de agora, eu e mais todos os presentes ali, com exceção de meu namorado, tivemos um acesso de risos que fez até com que meus olhos lacrimejassem.


   – Olha, eu sei que fiz merda, que vocês devem me odiar por ter feito o Frank sofrer, mas caralho… – paramos ao que Gerard pronunciou essas palavras, ele levara Jam realmente a sério? Provavelmente sim, isso era estranho pois qualquer um presente poderia perceber que era apenas mais uma das piadas indelicadas de minha amiga – Eu estou tentando consertar tudo, tentando me redimir com ele, porque eu o amo, mas… – o que estava acontecendo? Minha cara de confuso deveria ser inacreditável agora, pois, se ela demonstrasse o quanto eu realmente não entendia nada, chegaria a ser algo hilário – Parece que ninguém me deixar esquecer, seguir em frente… Eu me sinto incapaz de fazer ele feliz de novo quando todo mundo me lembra que eu não sou bom o suficiente, que eu estrago tudo!


   Então antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ele saiu da sala, andou rapidamente até a porta que dava passagem ao quintal de trás da casa, e por mais que eu ainda estivesse tentando raciocinar o que acabara de acontecer eu fui atrás dele, pedindo licença aos meus amigos eu me coloquei a andar rapidamente ao encontro de Gerard que agora estava sentado no pé de uma árvore, as pernas cruzadas, cotovelos apoiados nos joelhos, e suas mãos apoiando sua cabeça enquanto puxava para trás os cabelos negros.


   – Gee… Meu amor, o que foi aquilo lá dentro, o que aconteceu? – a preocupação que eu sentia era tanta que ela poderia ser sentida por minha voz, eu me sentei ao seu lado e passei a encarar seu perfil enquanto esperava uma resposta para aquilo.


   – O que aconteceu? – A pergunta era retórica, ele mesmo se responderia, mas seus olhos foram aos meus e eu vi que eles estavam avermelhados e marejados – É que, Frank, eu te amo tanto, e parece que isso nunca é o suficiente… Parece que eu nunca vou conseguir te recompensar por tudo que eu te fiz passar e isso me faz fraco… Me faz sentir medo de que, como ninguém conseguiu perdoar meu erro, você também não o faça… – depois de escutar essas palavras eu pude compreender sua reação, por um momento eu considerei esse medo tosco, mas ao olhar novamente para ele eu pude perceber que não era, que na verdade ele estava sofrendo por isso – Eu tenho tentado fazer tudo certo, mas as pessoas parecem não ver isso, elas me culpam o tempo todo por eu ter feito aquilo… Eu sei que sim, é minha culpa, mas eu já não me mostrei arrependido? Já não mostrei que sou capaz de ser o cara certo pra você, o cara que vai te fazer feliz, ajudar sempre que preciso, ser seu pilar para todos os momentos? Parece que ninguém acredita que eu me arrependa, ninguém acredita que eu posso te fazer feliz de novo! – Gerard falava tudo aquilo muito rápido, algumas lágrimas escorrendo por suas bochechas, e eu não sabia nem o que pensar… – Tudo isso me faz crer que eu não vá conseguir Frank, que eu não vou fazer o homem que eu amo feliz…


   – Gee… Não pense assim, nunca, porque eu te juro, não importa o que os outros acham, o que importa é que eu te amo… – Tentei ao máximo falar aquilo com um sorriso dócil nos lábios, passar confiança a ele, porque eu estava sendo totalmente sincero no que eu falava, e eu não conseguia acreditar que ele se sentia desse jeito, ele se mostrava tão seguro em todo o tempo que ele ter confessado isso foi um choque para mim, e agora eu teria de fazer com que ele acreditasse em minhas palavras – E eu te perdoei, eles vão também, e enquanto você estiver do meu lado eu juro que nada, nunca mais, vai poder me derrubar, porque nós somos melhores e mais fortes juntos, okay? – Ele fez um gesto com a cabeça demonstrado que tinha entendido, então juntei nossas bocas, selei nossos lábios com ternura e sorri para ele, percebendo que ele já estava melhor – Agora vem, vamos entrar…


   Quando voltamos à sala o clima se manteve tenso por algum tempo, mas logo as coisas foram esclarecidas e passamos o resto do dia conversando como antigamente, como se nunca tivéssemos nos afastado, Gerard e eles se acertaram e eu fiquei extremamente feliz com isso, almoçamos e jantamos todos juntos. Ray e Jam só se foram tarde da noite, deixando eu e Gerard sozinhos com Donna, com a senhora passamos mais algumas horas até irmos para a cama dormir, já se passavam das três da manhã e eu infelizmente voltei a pensar em minha mãe. E antes de deixar o sono me levar eu tive certeza de uma coisa, amanhã o dia seria difícil, mas com ele ao meu lado as coisas ficariam bem no final das contas.


Notas Finais


E aí? O que acharam? Nossos amores apareceram, tinha uma gente falando que sentia falta dele, espero que esse reencontro não tenha decepcionado ninguém...
Agora tenho que ir!
Até o próximo, bjssss ❤


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