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História Summertime - Capítulo 36 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


oioioioioioi
Eu sei, eu sei, estou atrasada, massssss hoje ainda é quinta, quase sexta, mas ainda sim quinta! hauahuahaua de qualquer jeito, me perdoem pelo pequeno atraso, amo vocês!
Então, acho que alguns de vocês estavam ansiosos para esse capítulo, por isso vou deixar vocês lerem!
Até lá embaixo, boa leitura!
Bjssss

Capítulo 36 - Capítulo 36 - Frank


   Hoje eu havia acordado com uma imensa dor no estômago, para amenizar ela eu chegava a ter de me curvar sobre o banco no qual agora eu estava sentado, mas eu sabia que ela não era uma dor real. Não, não era. Era totalmente psicológica, toda minha ansiedade e nervosismo se juntavam e reviravam meu estômago de cima a baixo, ele parecia ser socado violentamente várias e várias veze até me causando enjôos. E o porquê de tudo isso? Simples. Eu estava na sala de espera para ver minha mãe, minha verdadeira mãe.

 

   Kat sabia disso, eu não deixei de falar um dia com ela, conversávamos pelo menos alguns minutos por dia, ligações e mensagens nos ajudavam a manter o contato frequente que, mesmo eu não dando muito valor ou ressaltando-o muito, tinha me ajudado a me manter relativamente bem esses dias. Até com Gerard ela havia falado, o fazendo prometer que mais tarde me faria um chá de alguma erva que me ajudaria a relaxar e acalmar, pois, como ela mesma disse, eu precisava.

 

   Logo que eu cheguei ao hospital perguntei se eu poderia a ver, me deram o número do quarto e o andar a qual ele pertencia, mas me pediram que eu ficasse esperando sentado onde eu agora estava até que o difusor deixasse o quarto pois ela estava passando por alguns de seus exames diários. Então esperar era minha única opção, Gerard ao meu lado, nossas mãos juntas em uma tentativa meio falha minha de acalmar meus nervos, e eu apertava com todas as minhas forças minha palma a sua e tentava respirar fundo, contando até dez e soltando o ar depois de mante-lo aprisionado por esse pequeno espaço de tempo.

 

   E, sim, eu estava sentindo isso desde o momento em que eu abrira meus olhos, em milésimos segundos eu lembrei da difícil missão que eu enfrentaria e essa sensação ruim me atingiu.

 

   – Coelhinho, quer um café? – Perto de meu ouvido Gerard me perguntou baixinho, com seu tom totalmente calmo, tentando passar o mesmo sentimento a mim, mas infelizmente isso não era possível… Não agora. E muito menos comer ou beber algo, era algo impossível por conta da ansiedade, eu sabia que eu não conseguiria comer nada até que aquela visita acabasse – Você não comeu nada hoje Frankie, precisa se alimentar…

 

   – Eu sei, meu amor, mas… Não dá – ri nervoso, eu não queria negar, mas não seria possível aceitar. E Gerard me olhou daquele seu jeito duvidoso, como se esperasse que minha opinião e apetite mudassem, mas ainda assim eu mantive minha posição e tentei despreocupá-lo um pouco. – Juro que assim que sairmos daqui eu como um prato enorme do que você quiser… Claro, que não tenha carne – ele concordou e, sorrindo, eu beijei seus lábios e beijaria por mais um tempo se não fosse a porta à nossa frente sendo aberta, o doutor de lá saindo, e dando passagem para que eu entrasse.

 

   Então eu me levantei devagar, e, com o coração disparado, andei em passos largos até a entrada do quarto, onde, antes de finalmente ver a figura de minha mãe, me virei para trás e olhei uma última vez para Gerard, que ia ficar do lado de fora me esperando. Seus lábios se moveram, e sem deixar que som nenhum escapasse ele me desejou boa sorte, então eu finalmente tomei coragem para continuar o que eu tinha de fazer.

 

   As paredes do quarto eram totalmente brancas, as janelas estavam abertas, sem cortinas, assim a luminosidade do cômodo era imensa, talvez maior que a do corredor no qual eu anteriormente me encontrava. No centro havia uma cama, e nessa cama minha mãe.

 

   Ela estava idêntica, olhei tudo que eu pude, mas ainda assim cheguei à conclusão de que ela não mudou nesses últimos três anos, apenas emagrecera e seu cabelo estava mais claro por conta dos fios brancos que tinham vindo junto à idade. Seus olhos estavam um pouco opacos, e isso era, com certeza, triste, pois ela sabia que seu tempo estava se esgotando a cada hora que passava, todo mundo sabia.

 

   Mesmos olhos que agora pousavam sobre mim, com um carinho que eu não me lembrava de ter presenciado nesse vida, me incentivando a andar em sua direção e sentar na poltrona ao seu lado.

 

   – Meu filho… – Sua voz era fraca, quase não tinha força e volume para que eu entendesse o que falava, mas felizmente eu pude identificar suas palavras e compreender que ela me chamava de filho depois de tanto tempo, depois de tantas coisas ruins que eu havia passado também por sua ignorância, fez com que o ar fugisse de meus pulmões e, sem a intenção de o fazer, eu a chamei de mãe, quase chorando totalmente cheio de incertezas e medos… Por que ela havia me chamado lá depois de tudo? – Não chore meu filho, por favor… – Aos poucos ela tomava mais força para falar, e eu já tinha mesmo lágrimas em meus olhos, não era possível acatar a seu pedido quando finalmente ela fazia, me chamava, do jeito que eu sempre havia sonhado. Sem pensar eu acabei perguntando a ela o que ela queria com tudo aquilo, mas antes que eu pudesse começar a falar sem parar, deixasse que todos os meus sentimentos transparecessem, ela me interrompeu  – Eu te chamei, Frank, porque sei que fui uma mãe horrível para você, e… Estar tão perto da morte me fez perceber que eu e seu pai fomos muito injustos contigo – ela parecia estar realmente arrependida e, por incrível que pareça, isso me fez feliz naquela situação tão difícil  – Sabe… Com todo o tratamento forte que eu tenho passado eu comecei a pensar mais na vida e percebi que não tem nada de ruim em você gostar de homens… O que importa é ser feliz e amar… Então me desculpa? Me desculpa por tudo que eu fiz e não fiz durante toda a sua vida?

 

   Por mais que eu tivesse desejado ouvir essas palavras por muito tempo, eu nunca imaginei que isso realmente aconteceria algum dia. Era difícil de até mesmo imaginar, mesmo que tudo estivesse se passando em frente aos meus olhos… E ao mesmo tempo que era inacreditáve,l era incrível, finalmente sentir o peso que a desaprovação da minha verdadeira mãe me causava indo embora era maravilhoso, então eu sorri, apenas sorri. Com lágrimas nos olhos eu assenti, deixando claro que eu a perdoava, e, não me preocupando com nada a mais eu me levantei e, de alguma forma, a abracei, eu não esperava que ela retribuísse tão repentinamente o gesto, mas ela o fez, e com muito mais força do que eu julgava possível no estado dela. Muitos segundos depois eu comecei a me afastar dela, a ajudando a se acomodar novamente em sua cama hospitalar, fiz de tudo para deixa-la o mais confortável possível, então um beijo foi deixado em minha testa como agradecimento, um beijo cheio de ternura, carinho e amor.

 

   “Me conte então, querido, o que aconteceu nesse tempo com você? Para onde foi, tem estado seguro, feliz?”

 

    Linda nunca me perguntara essas coisas, nunca em minha vida ela se preocupou com que eu sentia ou com o que eu deixava de sentir, era algo realmente estranho ter isso agora, já adulto, mas como uma pequena criança eu me pus a contar tudo para ela. Sem esconder nada eu detalhei esses últimos três anos, desde o dia em que fui para Nova York até o dia de hoje, tudo que eu passara. Até sobre Gerard falamos, ela escutou como as coisas entre nós dois haviam acabado e como as coisas haviam recomeçado, e, por incrível que pareça, eu não podia ver insatisfação em tocar nesse assunto, na verdade eu fui apoiado e parabenizado por Linda.

 

   O mais inusitado foi quando, ela, ao saber que ele estava do lado de fora, pediu que ele entrasse para que eles pudessem ao menos uma vez ter uma conversa amena, ela como minha mãe e ele como meu namorado. Então eu o chamei, seus olhos cresceram ao que escutou minhas palavras, um sorriso satisfeito cresceu em seus lábios, deixando seus pequenos dentinhos à mostra e fazendo que eu o imitasse totalmente extasiado.

 

   – Senhora Iero… Quanto tempo, como a senhora está? – Era claro, por seu tom de voz, que Gerard estava receoso, ele não sabia ao certo como começar aquela interação com a mulher que sempre o julgou errado, mas eu ficava feliz por eles estarem tentando, tentando deixar o passado para trás por mim – Precisa de alguma coisa, ajuda?

 

   – Não querido, estou ótima… Na medida do possível… – ela respondeu – Eu só quis que Frank o chamasse para te agradecer, eu sei que vocês passaram por muitas coisas, ele me contou, mas eu fico feliz e em paz que agora vocês estejam felizes juntos… – Okay! Ninguém naquela sala esperava por essas palavras, eu imaginava algo mais leve, descontraído, mas ela parecia estar de certa forma se despedindo… Talvez ela estivesse fazendo sua despedida, mesmo que inconscientemente – Eu sei que errei muito, mas eu só queria que me desculpassem por qualquer coisa que eu já tenha feito…

 

   – Mãe, não precisa se preocupar com isso agora, vamos só relaxar, que tal? – Ela talvez fosse assentir, mas não, todo o clima bom em que estávamos, toda a harmonia acabou quando a porta foi aberta bruscamente e de lá meu pai surgiu. Pisando forte, bufando, tremendo de raiva por ter escutado o que sua mulher falara, totalmente fora dos princípios estúpidos em que eles sempre se mantiveram, gritou com minha mãe, a perguntou como ela estava aceitando que seu filho fosse tão nojento, como ela havia permitido que Gerard adentrasse o quarto… E eu perdi a paciência, ele poderia falar assim comigo, mas não com ela, não naquele estado, debilitada como estava. Ela só sabia se manter acuada em seu canto, tendo medo de que em algum momento ele se tornasse mais animalesco e a agredisse como provavelmente já havia acontecido – Cala a boca! – Gritei e ele parou de falar, mais pela surpresa do que por me respeitar, mas tendo sua atenção sobre mim uma vez eu falaria tudo que estava rondando minha mente – Quem você pensa que é para falar assim com ela? Ela sempre te apoiou, e não é porque agora ela tomou um pouco de consciência e percebeu que o que vocês acreditam é ridículo que você tem o direito de tratá-la assim! – Uma enxurrada de palavras saiu de minha boca, tão rapidamente que eu perdi o fôlego, parei um pouco de falar, mas segundos depois tomei mais fôlego, eu ainda não havia terminado de falar… “Eu posso falar como eu quiser, e você, seu bichinha, abaixe o tom de voz quando se dirigir a mim!” Frank, meu pai, retrucou – Não! Eu não faço mais o que você quer, eu não sou teu filho, não te devo respeito… Não quando a pessoa nojenta e suja aqui é você, que não entende o que é amor, que se diz cristão mas não faz porra nenhuma pra ajudar ninguém! – Cuspi aquelas palavras nele, sem me importar em estar gritando, e, mesmo sabendo que o andar inteiro provavelmente me escutava, eu não dava a mínima.

 

   – Graças a Deus que você não é meu filho! Ter um gay em minha família seria uma vergonha imensa! E agora que já deu seus showzinhos, deixe-me aqui com minha mulher, pois essa sua doença já está a afetando… Onde já se viu, apoiar uma coisa como a que você e esse outro aí tem! – Eu não acreditava que estava escutando aquilo, não mesmo, ele havia passado de quaisquer limites que já existiram, chegava a ser ridículo o quanto ele acreditava em suas palavras, e isso só me dava certeza de uma coisa. Ele era doente.

 

   – Quer saber? Eu não me importo com o que você acha ou deixa de achar… Eu só espero que algum dia você perceba o quão idiota o senhor é… – Eu falava isso enquanto tentava regular minha respiração, Gerard acabara de colocar sua mão em meu ombro, puxando-me para perto de si com a intenção de me conter – E caralho, eu só espero que algum dia você veja o quão horrível você é e ainda seja tempo de mudar…

 

   – Você vai se arrepender de falar assim comigo – ali estava ele de novo, se revelando agressivo novamente, levantando o punho e estudando o peito para me amedrontar, mas eu não recuei, confrontei ele. “Vou? Como?” Perguntei cheio de sarcasmo, a raiva me consumindo enquanto ele chegava mais perto, se preparando para, mais uma vez, descontar sua raiva em mim… Mas essa seria a última.

 

   Seria.

 

    –Parem! – Minha mãe gritou, eu não sabia que ela tinha força para isso, mas o que importa é que sim, nós dois acatamos ao seu pedido, voltando a nós mesmos antes que algum segurança tivesse de ser chamado para tirar aquele homem de cima de mim – Frank, meu filho, por favor, vá embora e me deixe aqui com teu pai… – Ela me pediu, eu tentei contestar mas ela insistiu – Por favor, eu não sei se nos veremos mais, mas não se esqueça que você é sim meu filho, e que eu te amo – Depois de ouvir essas palavras eu assenti, não queria causar mais problemas a ela, então eu disse que também a amava e, depois de Gerard também se despedir dela, me dirigi à porta, sendo acompanhado por ele, e finalmente abandonei o quarto, escutando uma última coisa de sua voz feminina – Seja feliz, querido, não importa o que os outros pensem.

  

 


Notas Finais


e então??? espero que tenham gostado desse reencontro, pelo menos da parte de mamis iero, o pai continua sendo um filhos da puta, mas okay....
Acho que eu não tenho nada pra falar, só que só faltam 4 capítulos para summertime acabar, não sei se fico triste ou feliz :/
Até o próximo, amores!
Bjssss


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