História Sunagakure: Shin Kumin. - Capítulo IV - Tanabata Matsuri parte I

Os dedos pálidos e finos torciam os hashis de forma impaciente, várias pessoas ao seu redor a olhavam de forma diferente. Era quase como estar de volta ao passado quando todos no clã a desprezavam por ser fraca. Ao seu lado Ko falava sobre o festival que estava sendo organizado para aquele dia.

Hinata sorriu fracamente para ele enquanto observava Temari passar pela porta de entrada do restaurante onde tomavam seu café. Ela torceu internamente para que a loira não notasse sua presença ali, mesmo que fosse quase impossível já que todas as atenções estavam voltadas para si.

– Hinata. – A voz da loira foi ouvida, fazendo sorrisos forçados tomarem o rosto de todos.

– Temari-chan.

Temari observou o lugar que havia acabado de entrar e notou o olhar acusatório que era direcionado para a Hyuuga. Sabia que a população de Suna não iria aceitar uma estrangeira como noiva e futura esposa do Kazekage, porém esperava o mínimo de respeito. Talvez devesse contar a Gaara que sua noiva estava recebendo esses tipos de olhares, porém não seria uma boa idéia ter a ira do Kazekage durante o festival.

– Fui procurá-la e me falaram que tinha saído para comer. – Disse Temari enquanto sentava-se ao lado de Hinata.

– Hai, Ko resolveu me mostrar um pouco mais de Suna.

Desconfortável, era assim que Hinata podia definir como se sentia no momento. Além dos olhares acusatórios agora teria que olhar para a irmã de seu ‘noivo’ e conversar normalmente como se não tivesse nada errado nisso tudo.

– Meu irmão iria vir pessoalmente convidá-la para o festival, mas houve imprevistos que apenas o Kazekage seria capaz de resolver. 

Dessa vez Hinata apenas assentiu, não era como se estivesse realmente triste por não ter a companhia de seu noivo, na realidade era o contrário. Não saberia como olhar novamente em seu rosto depois de ter sua mão entrelaçada a dele por uma noite inteira e na frente de todos os convidados de Temari e Shikamaru. Por kami, o ‘rap’ de Bee ainda lhe rondava a cabeça como um pequeno pesadelo particular. Seu rosto tornava-se avermelhado apenas pela lembrança constrangedora da noite do jantar.

– Então eu mesma decidi vir convidá-la. – Prosseguiu Temari sem notar o rosto avermelhado da Hyuuga. – Também gostaria de sua ajuda na escolha da minha yukata.

Estava animada porque dessa vez teria alguém para lhe ajudar a escolher sua roupa, já que nos preparativos de seu casamento apenas Gaara parecia estar realmente lá, Kankurou e Baki apenas procuravam uma maneira rápida de fugir de si.

Ko olhou para as feições das duas mulheres a frente, a irmã do Kage parecia radiante e ele não se lembrou de nenhuma vez tê-la visto tão feliz e disposta, geralmente ela apenas causava medo em todos. Já Hinata tinha o rosto com vários tons de vermelhos nas bochechas e outros pontos, ela parecia estar nervosa com a presença da loira. Não que ele a culpasse, na verdade deveria ser difícil já que estava noiva de seu irmão. Como seu guardião desde a infância Ko conhecia a Hyuuga muito bem, sabia que ela estava constrangida por tudo que aconteceu durante o jantar. Hinata sempre demonstrava ser doce, meiga e tímida diante de todos até mesmo os que a conheciam bem, ela não era nada como Hiashi ou até mesmo Hanabi. Mesmo que ele entendesse os motivos de seu líder ter dado Hinata para um casamento com o Kage com a intenção de que a filha finalmente ficasse bem, ele ainda assim não concordava com o ocorrido.

– Seria uma honra, Temari-chan. – A voz doce e calma da Hyuuga foi ouvida mesmo que baixo o suficiente para passar despercebida por todo o resto do lugar.

Ambas levantaram e seguiram até a porta, deixando apenas Ko para trás já que esse ainda estava comendo e pagaria a conta a seguir. As ruas de Suna estavam movimentadas, barracas estavam sendo montadas, era estranho Hinata não ter percebido antes. Talvez estivesse muito concentrada em seus problemas para olhar ao redor, mais realmente parecia bonito. Crianças corriam enquanto carregavam lanternas coloridas, os mais velhos estavam todos reunidos escolhendo tecidos e cores das flores de papel. Os jovens e fortes shinobis cortavam e empilhavam vários bambus em pequenos montes. Todos trabalhavam juntos para dar inicio ao festival. No fundo Hinata nunca imaginou que Suna pudesse parecer tão acolhedora assim.

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A loja estava estranhamente vazia, apenas Temari olhava em volta escolhendo várias yukatas diferentes para si. Hinata apenas olhava ao redor, não era como em Konoha, não havia flores espalhadas por toda a loja, o ar frio da mudança de estação não entrava pela porta cada vez que um cliente chegava. Suna era quente, era pouco colorida e um pouco assustadora. Pensava se teria que viver para sempre em um lugar tão pouco confortável como aquele.

– O que acha desse, Hinata? – Temari ergueu uma yukata branca, flores lilases eram desenhadas por toda a peça. Era realmente bonita.

– É muito bonito, Temari-chan. – Hinata limitou-se a dizer.

Temari sorriu internamente deixando a peça escolhida em cima de um dos balcões de madeira marrom. Teria que convencer Gaara a acrescentar branco ao seu traje para o festival. O que seria consideravelmente difícil já que geralmente ele só usava algo ‘branco’ por conta do traje de Kage, normalmente sua cor escolhida era vinho escuro ou até mesmo preto. Uma yukata totalmente vermelha com detalhes brancos estava em sua mão esquerda, dessa vez teria que convencer certo preguiçoso a adicionar vermelho em seu próprio traje. Temari sorriu pra uma pequena senhora que estava atrás do balcão, quase totalmente escondida por uma montanha enorme de tecidos.

Hinata olhou adiante, um tecido totalmente lilás chamou sua atenção, por baixo de vários outros e até mesmo escondido. Ao puxá-lo pode admirar todo o traje, era bonito de se olhar, o lilás era claro e detalhes em branco e flores de um lilás escuro eram bordadas minimamente e pintadas no tecido. Nunca havia visto algo tão bonito, nem mesmo todas que havia em sua posse. O obi era um pouco maior que o normal e também detalhado e pintado.

– Vejo que gostou desse, mocinha. – Disse uma voz doce atrás de si.

Ao olhar de súbito pode ver uma senhora de cabelos grisalhos, baixinha e sorridente. Seu olhar era tão bondoso que fez Hinata sorrir de volta em consideração. Talvez fosse uma das únicas pessoas em Suna que haviam olhado realmente para ela, sem nenhum receio ou raiva aparente.

– Hai. E-eu gostei bastante. – Respondeu a morena enquanto recriminava-se completamente por ter voltado a gaguejar. – Quanto custa?

– Ah, não se preocupe, mocinha. – A velhinha colocou alguns fios brancos de volta ao lugar e deu as costas a Hinata. – Pode levá-lo.

O rosto de Hinata brilhou em confusão. Uma yukata tão bonita assim não poderia ser dada, não para uma completa desconhecida. Isso era mesmo o que ela havia escutado? Quem sabe poderia ter ouvido errado o que a mulher lhe falou.

– Aproveite o festival.

Antes que ela pudesse impedir a mulher se afastou para dentro de uma das salas da loja, provavelmente para voltar ao trabalho que ela estava interrompendo. Novamente Hinata olhou para o tecido entre seus dedos e sorriu. Quando se deu conta, Temari voltava para a sala de entrada totalmente vestida em uma yukata vermelha realmente bonita. Era quase como ver Ino experimentando todos os vestidos da loja.

– Acho que definitivamente vai ser essa.

A Hyuuga sorriu ao ver que o leque de Temari estava em suas costas e a postura que ela tinha era de defesa e ataque, como se estivesse prestes a entrar em um sério combate. Um riso irrompeu dos lábios de Hinata ao notar que ela não era nada como Ino. A vaidade aparente da Yamanaka não estava nada presente em Temari, pelo contrário, ela era bonita sem mesmo se preocupar em ser e uma shinobi excelente. 

– Ficou realmente muito bonita Temari-chan.

Temari sorriu para a Hyuuga enquanto notou que havia recolocado o leque como de costume, esse poderia ser um dos motivos que a fez rir. Dessa vez ela puxou o leque para baixo, abrindo-o o suficiente para exibir as luas desenhadas. Esse vai ser o melhor festival, pensou enquanto era acompanhada por Hinata que se colocava em posição de ataque dos Hyuuga. Pareciam estarem prestes a lutar, porém ambas riram abertamente. Estavam se divertindo como nunca tinham se divertido. Pelo menos Temari pensava assim.

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Era a quinta vez seguida que Hanabi a chamava, a porta adiante estava fechada como sempre, evitava ter que encontrar seu pai em um dos cômodos ou que o mesmo viesse atrás de si. Era melhor tentar aproveitar o melhor que pudesse desse festival. Hinata resolveu voltar sua atenção para os preparativos, em sua cama estavam enfeites variados que havia comprado durante a tarde com Temari.

A yukata lilás que havia ganhado estava totalmente ajustada em seu corpo, embora acentuando algumas curvas que a deixaram desconfortável de inicio. Seus longos cabelos estavam presos acima de sua cabeça em um coque firme, fios azulados desprendiam facilmente do penteado e enfeitavam sua face levemente corada.

Observou atentamente um pequeno kanzashi por baixo dos outros. Era uma flor branca e em pequenas partes de pedras transparentes como cristal que ficariam a altura de seu rosto. Ela não esperou muito para adequá-la ao seu cabelo preso. Finalmente estava pronta.

Ao sair do quarto avistou Hanabi em uma yukata rosa, esperando-a. Seus cabelos agora mais longos estavam soltos e realmente muito bonito. Um sorriso involuntário surgiu sem mesmo que Hinata pudesse impedir. Era bom vê-la animada e feliz para algo, isso não acontecia com frequência desde que ela havia sido levada por Toneri. Algo tinha mudado em sua rotina, ela treinava mais, se esforçava e constantemente queria aprender jutsus novos ou ter alguma aula extra com os mais sábios do clã. Talvez ela tenha ficado traumatizada após o ocorrido. Porém pensar sobre isso também trazia para si pensamentos ruins que ela preferia esquecer completamente e não lembrá-los nunca mais se possível.

– Você demorou demais Nee-san. – Hanabi queixou-se pela demora da mais velha.

Um riso fraco escapou dos lábios da Hyuuga enquanto ela andava em direção a irmã mais nova, deixando sua mão direita tocar o topo de seus cabelos escuros. Os olhos da menor arregalaram-se com o contato inesperado, mas logo após um rubor quase imperceptível tomou-lhe a face.

– Agora que estou pronta podemos ir. – Hinata disse como se explicasse a um bebê. – Você esta muito bonita, Hanabi-chan.

O rosto da menor tornou-se cada vez mais avermelhado, causando alguns risinhos entre os membros do clã que apreciavam a visão da irmã mais velha cuidando da mais nova. No fundo Hanabi odiava ter que ficar longe de Hinata, mesmo que nunca fosse admitir. Ao descobrir sobre o casamento durante o jantar passou toda a noite em uma briga terrível com seu pai. Sabia que se Hinata casasse com o Kage de Suna ela não poderia voltar para a Aldeia da Folha, teria que morar com seu marido.

Porém nunca poderia competir com os argumentos do pai. Ele tinha razão com o fato de que Hinata estava constantemente em missões arriscadas, após entrar para o esquadrão de elite ANBU parece que a situação apenas piorou a ponto de que a mesma voltasse com quase todo o braço dilacerado. Lembrava-se vagamente de Tsunade falando a seu pai que por muito pouco ela não o perdeu e se fosse qualquer outro nin médico a tratá-la poderia ter sido irreversível. 

Então a situação tornou-se complicada, nesse ponto seu pai tinha razão e o plano até que não foi dos piores. Logo após o rompimento do namoro com o Uzumaki tudo mudou em Hinata, ela tornou-se mais determinada, mas infelizmente não tinha a menor vontade de permanecer na aldeia, aceitando qualquer missão que a deixasse o mais longe possível e por maior tempo. Se ela viesse para Suna definitivamente não precisaria ficar constantemente fugindo de Konoha para evitá-lo.

Se fosse esse o motivo, Hanabi entenderia e aceitaria ficar afastada da irmã. Mesmo que não planejasse abrir mão de sempre estar viajando para vê-la enquanto não se torna a líder do clã Hyuuga. Porque após isso ela terá que aguardar que a esposa do Kazekage de Suna a visite. Ao pensar isso um pequeno sorriso tomou seus lábios. Até que esse não tinha sido um negocio ruim.

– Vamos logo antes que comece. – Hanabi disse alto, fugindo do carinho que recebia de sua irmã.

Hinata apenas sorriu e virou-se para os outros membros do clã e após uma pequena reverência ela correu para fora atrás do pequeno corpo de uma Hanabi tão impaciente que nem mesmo parecia sua irmã.

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Havia tanta gente para dar saudações, que poderia ser facilmente confundido com uma avalanche de humanos ou um exército cheio de zetsu. Quando Gaara finalmente teve a chance de escapar, ele fechou os olhos. Agora poderia vislumbrar um pouco melhor as ruas de Suna, tudo estava completamente iluminado. Parecia tudo em ordem para o festival, porém por mais que tentasse escapar as pessoas ainda o rodeavam.

 – Gaara-sama. – Disse alguém do conselho atrás de si. – Sua noiva acabou de chegar.

Gaara assentiu em um pequeno agradecimento e seguiu para onde se dava inicio o festival. Enquanto andava pelas ruas iluminadas por lanternas e pessoas sorridentes a imagem do seu pai durante a guerra invadiu sua mente. Gostaria profundamente que ele pudesse ver Suna agora, queria que ele visse o trabalho que estava desenvolvendo e as tradições que estava trazendo de volta para a vida da nova geração. Quem sabe talvez ele ficasse orgulhoso de si, e era tudo isso mesmo que ele esperava.

Enquanto passava por cada barranca as pessoas acenavam e lhe convidavam para voltar lá assim que pudesse. Todos o agradeceram muito, todos estavam sempre a sua volta. Sentia-se menos sozinho que o de costume. Um pouco a frente pode observar Temari ao lado de Shikamaru. Ela estava realmente bonita nessa ocasião, a yukata usada era vermelha e acompanhava a roupa de seu noivo que tinha traços avermelhados.

– Gaara. – Ela o chamou, empurrando minimamente seu noivo para o lado contrário.

– Temari.

– Você demorou, não podia só hoje deixar aqueles papeis de lado? – Temari insistiu.

Gaara parecia realmente bonito nessa ocasião. A roupa de cor vinho usada não era a tradicional do próprio festival, porém não deixava nada a desejar. Ele abandonou sua cabaça que normalmente estava em suas costas, optando apenas por uma menor que podia estar provavelmente presa em seu sinto. Lembrava que tinha desesperadamente tentado fazê-lo usar algo claro que desse contraste a roupa de Hinata, mas o irmão foi inflexível quanto a isso.

– Eu não podia, algumas coisas estranhas estão acontecendo. – Disse ele pensativo. – Provavelmente terei que investigar pessoalmente mais tarde.

– Temari-chan. – Uma voz doce chamou a atenção do Kage. – Kazekage-sama.

Ao olhar para o seu lado pode vislumbrar melhor de onde vinha a voz. Seu cabelo preto brilhava com fios azulados. O quimono que ela usava parecia simples e puro, à primeira vista. Sua pele era clara e justa, e ela era magra, mas não muito, podia ver o contorno de seu corpo naquela yukata. Era simples o fato de que o rosto pouco maquiado da Hinata parecia tão adorável como o brilho dourado de um lírio. Ela era uma mulher muito bonita. Uma explicação muito simples para sua aparência, mas infelizmente, Gaara não tinha um vocabulário suficientemente extenso para mais que isso.

– Hinata. – Temari disse animada. – Você realmente esta muito bonita.

Hinata sorriu abertamente para a mulher que agora estava ao seu lado, a yukata antes vista agora moldava o corpo bonito da kunoichi, o vermelho a deixava ainda mais radiante. Ao notar que era fortemente observada pelo Kazekage sua pele arrepiou, lembranças desagradáveis da noite do jantar saltaram em sua mente pouco confusa e ela finalmente forçou um sorriso direcionado a ele junto a uma pequena reverencia.

– Kazeka...

– Você não precisa ser tão formal, Hinata. – Disse ele interrompendo-a. – Pode me chamar apenas de Gaara.

O rosto pálido da Hyuuga ganhou vários tons escarlates enquanto ela apenas assentia algumas vezes pensando em como conseguiria chamá-lo tão intimamente sem ao menos conhecê-lo direito. Após alguns minutos intermináveis de constrangimento ela pode só então perceber que Temari e Hanabi haviam deixado-a sozinha com ele.

– Hai, Gaara.

Ele notou por alguns instantes que o rosto da mulher diante de si variava em vários tons de vermelho, possivelmente devido ao constrangimento que estava sentindo ou algo parecido com isso. Talvez fosse a melhor hora para falar sobre o casamento antes que o festival realmente desse inicio. Talvez ele devesse explicar um pouco mais do que faria a seguir, mas ao vasculhar sua própria mente não havia encontrado palavras adequadas que pudesse dizer para ela. Então concluiu que seria melhor agir de forma rápida.

Em um simples movimento ele segurou a mão esquerda da Hyuuga e começou a conduzi-la em meio a todas as pessoas que estavam em volta deles. Por breves instantes ele sentiu-a trêmula, mesmo que não fosse parar de levá-la onde desejava para conversar, pensou se não deveria deixá-la ir por conta própria. Na realidade ele já tinha visto Temari fazer isso com Shikamaru tantas vezes quantas pudesse contar. Era mais prático que perguntar alguma coisa, tinha que admitir.

Os olhos da Hyuuga estavam levemente arregalados, esperava ansiosamente que ele não virasse de súbito para si, ou se assustaria com sua expressão. Seu rosto ardia contra o vento frio de Suna, estava tão envergonhada que preferia uma luta ao ter que continuar segurando a mão quente o Kazekage. Ao pensar sobre isso notou que a mão dele estava quente mesmo com o frio que fazia durante o cair da noite, e ao se dar conta de seus pensamentos seu rosto apenas ganhou novos tons, era humilhante, mesmo que fosse seu noivo que a arrastasse de forma tão rápida em meio a pessoas.

Todos que olhavam para ambos pensavam que era um casal realmente bonito. Eles haviam ganhado a atenção de todos que passavam que trabalhavam nas barracas e até mesmo dos convidados de outras vilas.

Naruto notou ao longe Gaara levar Hinata por sua mão em uma direção pouco iluminada da vila, para longe do festival. Seu interior sacudiu, pode ouvir claramente algo dentro de si estalar. Desde o dia do jantar em que foi anunciado o casamento ele não tinha tido a oportunidade de falar com Hinata. Perguntar por que ela não tinha lhe dito sobre casar com um de seus melhores amigos. Sabia que não tinha o direito de saber sobre isso, não quando terminou o relacionamento entre eles há meses atrás, mas sentiu que merecia saber o porquê daquilo. No fundo ela tinha sido a única que se preocupou e o amou antes de todos na vila, quando ele era desprezado e julgado como um monstro.

Quando Sakura havia se declarado para ele foi estranho, estava voltando de uma missão quando ela o surpreendeu esperando-o no velho campo de treinamento. Ela falou sobre seus sentimentos e disse que o amava desde o dia que tinha admitido e ele não havia acreditado. Tinha sido um belo susto para ele, no entanto as palavras que ele sempre desejou ouvir da Haruno foram claras. Após isso ele pensou no que fazer, terminar com a Hyuuga lhe pareceu ser o certo a fazer até que ele começou a sentir sua falta. Sentia falta dos pequenos detalhes como o ‘kun’ que ela sempre usava quando dizia seu nome, seus sorrisos sinceros ou as comidas que ela fazia dando-lhe como desculpa que ele não podia comer apenas ramén. No fundo ele sentia falta dela em tudo, mesmo que nunca fosse admitir para ninguém.

– Você viu Naruto? – Sakura chamou sua atenção, desviando seus pensamentos.

– O que, Sakura-chan?

– Parece que o Gaara chamou o Teuchi para o festival, você não vai precisar reclamar sobre a falta de ramén. – Disse a Haruno com o rosto um pouco assustador, pensando na quantidade de vezes que o loiro tinha pedido ramén em toda Suna.

– Finalmente uma boa noticia, ‘ttebayo!  

Sakura observou o namorado correr em direção a cada barraca a procura do seu prato favorito, aquilo poderia ter lhe deixando um pouco feliz e aliviada, vê-lo animado assim. Mas era o contrário, estava constantemente nervosa desde o dia do noivado. Lembrou de quando Naruto viu o estado que Hinata estava depois da missão que ela havia feito, no fim sabia que ele tinha se sentindo culpado, Kakashi tinha dito que ela estava sempre em missões, que quase nunca estava na vila. Parecia que ela tentava evitar qualquer contato com todos, ela até havia entrado para o esquadrão da ANBU e de acordo com seu velho sensei ela logo seria promovida a líder do esquadrão de rastreamento. Ela não parecia com a Hinata que todos conheciam, era uma pessoa diferente, as pessoas tinham notado. E mesmo que ele não falasse sobre isso, Sakura sabia que Naruto sentia-se culpado pela mudança repentina.

De qualquer jeito pensar sobre isso não mudaria nada, então resolveu seguir o namorado antes que ele causasse um tumulto enorme. Sempre causava algum tumulto. Ela acabou sorrindo ao lembrar que apesar de tudo eram felizes.