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História Supercorp - The Selection - Capítulo 11


Escrita por: grey_nanda

Notas do Autor


Atualização Surpresa!!!

Arranjei um tempinho e escrevi esse capítulo, para vcs lerem nesse momento de quarentena. Ele é um pouco menor que os outros mas nas notas finais, explico o porquê.

Boa leitura :)

Capítulo 11 - Capítulo 11


Kate, Sara e Andrea foram embora dali a horas. Ninguém saberia dizer se era pela eficiência de John ou pelo estado de nervos das garotas. De repente só restavam dezenove, e tudo parecia progredir muito rapidamente. Ainda assim, nem mesmo Lena poderia ter previsto a velocidade com que as coisas iam se mover dali pra frente.

Na segunda-feira depois dos ataques, a rotina habitual foi retomada. O café da manhã estava delicioso. Em meio ao caos que rondava seus pensamentos e, apesar de não ter comido quase nada, Kara ainda conseguia se perguntar se chegaria um dia em que deixaria de gostar daquelas refeições espetaculares.

- James, não é divino? – Nia que também aproveitava a refeição perguntou ao rapaz ao lado

Lena mordiscava uma fruta em formato de estrela. James estava com a boca cheia, mas assentiu para Nia concordando. Havia um clima cálido de irmandade naquele dia. Após terem sobrevivido a um grave ataque rebelde juntos, pareciam que os pequenos laços que os uniam se tornaram indestrutíveis. Perto de Lena, Brainy perguntava a ela sobre alguns artigos científicos que ambos haviam lido. O clima a lembrou dos jantares da sua família onde Lex sempre lhe contava suas descobertas e lhe fazia perguntas sobre as mesmas.

Apesar de não ser muito amigável, Lena se deu conta que gostaria de manter contato com vários ali ao longo dos anos. Ia querer saber novidades sobre eles, e talvez mandasse até cartões de Natal. Ela já tinha se habituado a doçura de Nia, a ingenuidade de Brainy, a teimosia de Maggie enfim. Seriam boas memórias para se lembrar num futuro distante.

Mas, apesar do clima agradável, Lena percebeu que havia uma pessoa com aparência perturbada e, incrivelmente era Kara. Ela mal tinha tocado na comida. Em vez disso, corria os olhos pelas fileiras dos garotos e garotas com uma expressão de quem estava concentrada. De tempos em tempos, parava para pensar e parecia discutir consigo mesma sobre alguma coisa. Depois continuava.

Quando chegou a vez da mesa de Lena, a princesa a flagrou olhando para ela e abriu um sorriso fraco. Tirando o breve diálogo da noite do ataque elas não conversavam desde a sua pequena discussão, e algumas coisas ainda precisavam ser ditas. E Lena sabia que tinha que tomar a iniciativa. Com uma expressão que revelava tratar-se de um pedido, e não uma exigência, Lena mexeu em sua orelha. O rosto de Kara permaneceu distante, mas ela também mexeu na dela.

Lena respirou aliviada, em reflexo ela olhou para as portas daquela sala enorme e um leve calafrio percorreu sua espinha quando notou um par de olhos fixos nela. Otis, a olhava como se a vigiasse, no entanto Lena não teve tempo para processar aquilo.

Pois, a princesa se levantou. Aquele movimento repentino fez a cadeira chiar contra o chão. E esse barulho foi suficiente para atrair a atenção de todos. Ao ver todos aqueles rostos voltados em sua direção, Kara queria sentar novamente sem que ninguém percebesse. Sabendo que isso seria impossível, ela começou a falar:

- Senhores, senhoritas – saudou, fazendo uma breve reverência com a cabeça. Lena percebeu que ela parecia estar sofrendo. – Receio que depois o ataque de ontem eu tenha sido obrigada a repensar profundamente o funcionamento da Seleção. Como sabem, três garotas pediram para sair ontem, e eu cedi. Não quero ninguém aqui contra sua vontade. Além disso, não me sinto confortável mantendo no palácio, sob constante ameaça de risco de vida, pessoas com quem eu tenho certeza de que não terei futuro.

Pela sala, a confusão deu lugar à compreensão infeliz e inequívoca dos fatos.

- Ela não vai... – murmurou Brainy

- Sim, ela vai – Lena respondeu.

- Embora me doa tomar essa atitude, conversei com minha família, e decidi proceder ao afunilamento da Seleção para a Elite. Contudo, - Kara olhou para o chão em busca de força para dizer a última sentença. – Em vez de dez, decidi dispensar todos vocês, com exceção de seis – afirmou Kara num tom extremamente formal.

- Seis? – perguntou James, num tom impressionado.

Lena correu os olhos pela sala de jantar conforme o burburinho de reclamações crescia e diminuía. Ela percebeu que Monel juntou coragem, como se fosse lutar por uma vaga. Siobhan fechou os olhos e cruzou os dedos, talvez na expectativa de que aquela pose lhe angariasse alguma simpatia. Samantha, que tinha admitido não querer com a princesa, parecia muito tensa. Lena se perguntava o por quê dela querer tanto ficar?

- Não quero estender o assunto além do necessário. Assim, apenas os seguintes permanecerão aqui: senhorita Samantha, senhorita Nia...

Samantha suspirou aliviada e levou a mão ao peito. Nia ensaiou uma dança feliz e contente na cadeira, olhando para as pessoas ao redor esperando estivessem felizes também. Lena estava até se dar conta de que duas das seis vagas já tinham sido preenchidas. Ao longo de todo esse tempo, Lena tivera nas mãos o poder de decidir sobre sua saída. Naquele instante, ela percebeu o quanto era importante para ela continuar.

- ... senhor James, senhor Monel... – continuou Kara olhando para cada um deles. -... senhorita Eve... – ela anunciou.

Toda a sala prendeu a respiração à espera do último nome. Lena e Brainy estavam de mãos dadas.

- ... e senhorita Lena.

Kara olhou para Lena e ela sentiu cada músculo do seu corpo relaxar. Algumas garotas começaram a chorar. A listinha de Kara provocou muitos soluços.

- A todos os demais, meu sincero pedido de desculpas. Espero, contudo, que acreditem quando eu digo que fiz isso para seu bem. Não quero alimentar esperanças nem arriscar suas vidas à toa. Se alguém quiser falar comigo, vou estar no fim do corredor. Podem me encontrar lá assim que terminarem de comer.

Kara se retirou o mais rapidamente possível, sem correr. Nem bem passou um segundo e Siobhan e Maggie já estavam correndo atrás da princesa, sem dúvida em busca de uma explicação. Alguns choravam claramente com o coração partido. E recaiu sobre os que ficavam a responsabilidade de confortá-los.

Brainy cumprimentou Lena de uma maneira como se a parabenizasse pela sua “vitória” e Lena o abraçou, pois ia sentir muita falta das suas conversas.

Todos deixaram a sala em poucos minutos, já sem fome. Ninguém sabia como lidar com aquela torrente de emoções.

O restante da manhã foi esquisito. Lena nunca em sua vida tivera amigos que sentira saudades. Todos os quartos ocupados no segundo andar estavam abertos, e os – agora ex– Selecionados e Selecionadas corriam de um lado para o outro, trocando bilhetes e pegando endereços. À tarde, o palácio já era um lugar muito mais sério do que quando eles chegaram.

Não restou ninguém da parte do corredor onde Lena ficava. Não se ouvia mais criadas ou mordomos passando de um lado para o outro, nem o abrir e fechar das portas. Lena se sentou à mesa para ler um livro enquanto Jess tirava o pó dos móveis.

De repente, ouviram batidas na porta. Jess correu para atender com os olhos em Lena para garantir que ela estava preparada. Lena assentiu com a cabeça.

Quando Kara entrou no quarto, Lena se levantou calmamente.

- Senhorita – a princesa disse, olhando para Jess – nos reencontramos afinal.

Jess fez uma reverência. Kara a cumprimentou e se voltou para Lena. Até então Lena não fazia ideia de como estava ansiosa para vê-la. Estava em êxtase ao lado da mesa.

- Eu preciso falar com a senhorita Lena. Você nos daria um momento?

Mais uma reverência, Jess perguntou à princesa se podia lhe trazer algo. Kara recusou, e Jess saiu. A princesa estava com as mãos na cintura e ambas permaneceram em silêncio por uns instantes.

- Tive medo que você não me deixasse ficar – Lena admitiu, por fim

- Por quê? – Kara perguntou, soando realmente confusa.

- Porque brigamos. Por que eu te irritei...

Kara diminuiu a distância entre elas aos poucos, escolhendo as palavras conforme caminhava. Quando finalmente chegou até Lena, pegou nas suas mãos e explicou tudo:

- Eu sinto muito Lena. Não devia ter me afastado de você – seu tom de voz era totalmente sincero – É que alguns dos comitês do meu pai já me pressionaram, e eu quero ser capaz de me decidir sozinha. Foi muito frustrante deparar com outra situação em que minha opinião não é levada a sério.

- Outra situação? – Lena perguntou.

- Bom, você viu minhas escolhas. Nia e Sam são as favoritas do povo, e eu não posso desprezar isso. Monel é um jovem muito poderoso que vem de uma família com que seria ótimo me alinhar. James é muito agradável e o preferido de alguns membros da minha família. Eve tem alguns contatos importantes que podem nos ajudar a acabar com a maldita guerra contra os Kaznianos. Enfim, eu fui praticamente massacrada por opiniões e encurralada por todos os lados nesta decisão.

Kara não explicou nada sobre Lena, e Lena quase não pediu que ela explicasse. Ambas sabiam que no caso de Lena a amizade vinha em primeiro lugar, já que agora Lena não tinha nenhuma serventia política. Mas Lena precisava ouvir essas palavras para decidir por si mesma.

- E por que eu ainda estou aqui?

A voz de Lena saiu um pouco mais alta que um sussurro. Ela sabia que ia doer. No fundo, ela tinha certeza de que só estava ali porque Kara era boa demais para quebrar uma promessa.

- Lena, pensei ter sido clara – Kara disse calmamente.

A princesa respirou fundo para demonstrar sua paciência e levantou o queixo de Lena com a mão. Quando finalmente os olhos verdes encontraram os azuis, Kara confessou:

- Se o assunto fosse simples, já teria eliminado todos os outros. Sei o que sinto por você. Talvez seja impulsivo da minha parte, mas acho que seria feliz com você.

Lena corou. Ela sentiu lágrimas brotarem, mas as conteve. O rosto da princesa tinha uma expressão apaixonada que Lena não queria perder.

- Há momentos em que penso que rompemos todas as barreiras. E há outros... em que eu não tenho tanta certeza disso... – Kara fez uma pausa e balançou a cabeça como se não quisesse chegar ao final da frase.

Kara sabia que estava se precipitando ao falar dos seus sentimentos para Lena, ela sente que está se precipitando ao se sentir assim, mas ela não consegue se controlar. A razão para ambas se darem tão bem é a simplicidade do seu relacionamento, baseado um uma amizade genuína. Mas a corda que o coração de Kara envolveu ao redor de Lena têm ficando cada vez mais grossa. Ainda assim, ela não quer apressar Lena. Lena pode estar confusa as vezes e ela sabe que para isso dar certo ambas têm que ter plena certeza de seus sentimentos. E Lena, cujo o coração está tão despedaçado, não pode dar essa certeza para a princesa, porque ela não pode privá-la de fazer uma escolha melhor no futuro.

Lena não queria magoá-la, mas tinha que ser honesta:

- A vulnerabilidade, confiança e intimidade... tudo isso me aterroriza Kara...

Kara assentiu, se lembrando das coisas que Lena passou por toda sua vida.

- Então eu não estaria errada se dissesse que você ainda não tem certeza sobre mim... – Kara disse com um sorriso triste

- Infelizmente não... – Lena respondeu enquanto abaixava a cabeça

Kara se aproximou dela e a abraçou

- Ei, tudo bem. Eu vou continuar com a Seleção... Mas por favor, não duvide por um segundo da sua importância para mim.

Lena não conteve as lágrimas, a princesa a abraçou mais firmemente e começou a limpar suas lágrimas.

- Me perdoe Kara...

- Perdoar o quê? Nossa briguinha besta? Já é passado. Seus sentimentos demoram mais para passar do que os meus? Sem problema. Estou pronta para esperar, não há nada que você possa fazer que eu não possa perdoar. Se lembra do tapa?

Lena não conseguiu segurar a risada. Kara também riu, mas depois ficou séria de repente.

- O que foi? – Lena perguntou

- Eles foram tão rápidos dessa vez. Estou ficando cada vez mais preocupada. Cadmus e Agentes, os dois estão cada vez mais determinados, parecem que não vão parar até conseguirem o que desejam. – Kara parecia confusa e triste – tenho medo deles destruírem alguém importante pra mim.

A princesa olhou nos olhos de Lena e prosseguiu.

- Lena, você ainda pode escolher. Se tiver medo de ficar, pode dizer

Lena arqueou a sobrancelha

- Já te disse que sou uma Luthor? Medo não é permitido no meu sobrenome

Kara sorriu, mas voltou a pensar

- Ou... Se chegar à conclusão de que nunca vai me amar... e quiser ser só minha amiga...

Antes que Kara pudesse continuar, Lena se libertou lentamente do abraço e, quando seu rosto pareceu se aproximar do de Kara, os braços ainda em volta do pescoço da loira, seu corpo se moveu por vontade própria. Olhando diretamente nos olhos de safira, seu olhar caiu momentaneamente para convidar os lábios macios. Sua respiração ficou presa na garganta quando a boca de Kara pareceu atraí-la. Fechando as pálpebras, Lena fechou a distância entre elas e deu um beijo lento e delicado nos lábios de Kara. Era casto e hesitante, uma lenta exploração de sentimentos.

Então Lena se afastou para de pudesse olhar a princesa nos olhos.

- Kara, não tenho certeza do que somos, mas sem dúvida somos mais que amigas.

A princesa finalmente deixou escapar um suspiro aliviada. Lena encostou a cabeça sobre seu peito e ouviu as batidas aceleradas do coração da princesa. Sua mão acariciava a bochecha de Lena. E ao olhar em seus olhos, percebeu que um sentimento inominável crescia entre elas.

Isso não significa nada, mas esses gestos inocentes, toques e algo sobre esse momento - é muito amoroso, doce e agradável - E Kara gostaria de se afogar nele para sempre.


Notas Finais


Esse capítulo foi menor, pois é um capítulo de transição.
Estamos na Elite agora!

No fim de semana volto com um capítulo maior. Bjs :)


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