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História Supercorp- Destino - Mesmo ao passar do tempo...


Escrita por: CVPDanvers

Notas do Autor


Oi, voltei com mais um capítulo, talvez um pouco mais leve, que o anterior. Porém, cheio de emoção.

Boa leitura.

Capítulo 2 - Mesmo ao passar do tempo...


Fanfic / Fanfiction Supercorp- Destino - Mesmo ao passar do tempo...

♡Três anos depois♡ 

"O tempo vai passando e soprando coragem para enfrentar os novos caminhos que a vida traça."

Se com o tempo tudo muda, isso não diferiu na vida de Kara e Lena.

Acontecimentos foram peças chaves, para mudanças na vida delas. Não temos o controle de nossas vidas, então o que nos resta é viver cada dia e foi assim que Kara e Lena fizeram, seguir com a vida andando devagar cada uma em seu caminho, que as vezes se cruzavam.

No começo foi difícil para elas estarem juntas, apenas como amigas. Quando os seus amigos souberam do fim do relacionamento, ficaram tristes, pois pensaram que a relação das duas iria ser algo duradouro ou para sempre, mas se enganaram ao ver a peça de teatro que a vida é.

Ao passar dos dias, Kara e Lena foram se encaixando em uma amizade, tentando esconder os sentimentos que ambas sentiam uma pela outra, algo que não era segredo para ninguém.

Por muito tempo elas conseguiram isso, uma amizade, onde elas estavam ali uma para outra. Porém, com o passar do tempo, a vida foi mudando e acontecimentos tornaram tudo mais complicado, fazendo questão de querer separar as duas.

— Uh... eu poderia dizer que vocês estão roubando — Kara disse, enquanto estava sentada em uma poltrona de sua sala.

Ela estava sendo a juíza da noite de jogos, anotando a pontuação e ela poderia jurar que algo estava errado.

Claro, faltava a sua dupla perfeita.

— Isso se chama sintonia, Kara — Alex disse, quando Kelly se sentou ao seu lado no sofá, depois das duas ganharem mais uma rodada, em que estavam competindo com Brainy e Nia — Eu e Kelly estamos na mesma página.

— Ok, é claro — a loira disse irônica, pegando a sua taça de vinho sobre a mesa e bebendo um gole.

— Não duvide da sintonia, Kara — Kelly falou, abraçando Alex de lado — Ela existe.

— Talvez para alguns — Nia entrou na conversa. Ela estava sentada ao lado de Brainy, que segurava nas mãos algumas cartas de baralho — Pois eu julgo que para outros, ela é inexistente.

— Você diz isso porquê estar perdendo — Alex provocou.

— Garanto que na próxima à gente ganha — Brainy rebateu.

Kara gostava de estar assim com os seus amigos, porém ela sentia falta de alguém ali junto a todos. A sua dupla, que tinha a própria sintonia. A pessoa em que os seus amigos evitava dizer o nome, pois sabiam que ainda mexia de mil maneiras com ela.

— Pessoal, será que hoje podemos parar por aqui? — Kara questionou, revezando o seu olhar entre todos — Eu estou cansada do longo dia de trabalho e amanhã eu preciso acordar cedo — era verdade, mas também uma bela desculpa para ficar a só, para pensar em alguém.

Todos do recinto se olharam entre si, desconfiados, porém não iriam negar o pedido da loira.

— Claro — Alex disse e se levantou — Eu só vou pegar a minha filha em seu quarto, antes que você queira pegar para si — brincou, o que fez Kara sorrir.

Kara estava feliz, pela irmã. A ruiva tinha uma esposa e uma linda menina, que adotou. A irmã formou uma família, pela qual sempre sonhou.

Os primeiros a saírem do apartamento de Kara, foram Nia e Brainy, que se despediram da loira com um abraço acolhedor. Eles queriam tirar de Kara o sorriso triste que a mesma carregava, mas parecia impossível.

— Fique bem, Kara — Alex falou, com uma bela menina ao colo, de três anos, cabelos castanho claro cacheados. Ela dormia tranquilamente e parecia um anjo — E qualquer coisa me ligue.

— Ok — abraçou a irmã, um ato meio desajeitado por ter uma criança entre elas — Sonhe com os anjos, Esme — ela disse, passando a mão pelo rosto sereno da sobrinha.

Kelly foi a última a se despedir, então logo ela mais Alex também foram embora, deixando Kara sozinha no apartamento, que era pequeno, mas naquele momento parecia enorme.

Kara suspirou e seguiu até o quarto, onde se sentou na cama e abriu a gaveta da cômoda, tirando uma foto de dentro. Foto essa, que ela pegava quase toda a noite e lembrava do primeiro beijo que deu em Lena.

Porém, naquela noite, a sua mente voou para outra lembrança.

"Eu queria que esse momento durasse para sempre" Lena disse, deitada com a cabeça sobre o peito da loira, enquanto a mesma tinha um braço passando por suas costas, onde trilhava com as pontas dos dedos um caminho em sua coluna.

Foi a primeira vez que elas fizeram amor e foi algo incrível... perfeito.

"Então vamos esquecer do mundo e viver para sempre nesse apartamento" Kara disse, trazendo Lena para mais perto de seu corpo e sentindo o calor que emanava dela.

"Eu acredito que o mundo lá fora vai notar a nossa ausência" Lena deixou um beijo delicado sobre o peito de Kara e abraçou a cintura dela. "Mas podemos aproveitar esta noite a sós, sem a correria dos problemas que nos espera."

"Uh... isso parece ótimo" Kara levantou o rosto de Lena em sua direção e beijou com ternura os lábios dela, memorizando cada detalhe do ato. Ela deitou as costas de Lena sobre o colchão e ficou com o seu corpo parcialmente sobre o dela, enquanto distribuía beijos suaves pela face da morena. "Você comigo, parece um sonho, um qual eu não quero acordar" falou murmurando sobre a pele de Lena, não deixando de deixar beijos, por onde os seus lábios vagavam.

"Lhe garanto que isso não é um sonho" Lena tinha uma de suas mãos nas costas de Kara, sentindo o qual maravilhoso era o calor do corpo da loira, e a outra, os seus dedos brincavam na nunca da mesma, fazendo um leve carinho entre os pequenos fios da região. "É a mais bela realidade, em que eu estou muito feliz em está ao seu lado" disse olhando fixamente nos olhos da loira, que tinha um sorriso, a qual ela amava.

Kara se inclinou até os lábios de Lena, deixando um beijo demorado. Quando ela se afastou, levou um de seus braços até a cômoda, tentando abrir uma gaveta e Lena a olhava com curiosidade.

A morena sorria ao ver que Kara não deixava o seu corpo, ao tentar alcançar algo na gaveta e via que a mesma não iria desistir de pegar o que queria, sem lhe soltar.

"Consegui" Kara disse vitoriosa, com um sorriso estampado em seu rosto. Em suas mãos tinha uma foto, que ela entregou a morena.

"Nosso primeiro beijo" observou Lena, que olhava a foto com curiosidade.

"Na noite do beijo, como você sabe, Brainy e Nia estavam nos observando e ela tirou uma foto nossa" Lena lembrava bem do dia, era inesquecível. Foi a noite em que as duas admitiram o que sentiam e isso era uma lembrança marcada na mente de ambas. "Nia que revelou a foto e me entregou, dizendo que nós iríamos gostar de deixar registrado esse dia."

"É uma foto perfeita" falou, vendo os mínimos detalhes. A lua cheia ao fundo, que iluminava com o seu brilho a praia. Os lábios de ambas colados em um beijo, que ainda causava um friozinho na barriga de Lena ao lembrar dele. A delicadeza que as mãos de Kara segurava a cintura da morena, assim como o da mesma segurava o rosto de Kara... foi relmente um dia inesquecível. "Nia como sempre registrando os melhores momentos."

"Sim e esta foto é sua, para você sempre lembrar da gente."

"Eu vou guardar para sempre" Lena disse e deixou um beijo sobre a foto. "Assim como esse dia está guardado em meu coração."

As duas estavam felizes, por está ao lado de quem ama. Porém, elas não sabiam o que a vida lhe aguardavam.

Era assim, Kara a maioria das noites, desde quando Lena foi embora, pegava a foto e lembrava dos momentos felizes entre elas. Ficava emocionada ao lembrar e perguntas eram feitas ao silêncio, de como tudo mudou. Não era por falta de amor, isso ela tinha certeza.

♡♡♡

No outro lado do país, sentada na cadeira de um vasto escritório, Lena olhava a mesma foto que Kara. Lembrando do seu passado com a loira, vendo tudo que mudou, menos os sentimentos que ela carregava dentro de si.

O escritório era iluminado por uma luminária, que tinha sobre a mesa ampla de cor branca, e também pelas luzes do lado externo, dos imensos prédios da cidade. O assoalho era cinza, que combinava com as paredes brancas e a grande janela de vidro, que tinha a expansão do teto ao chão, com grandes cortinas em tom cinza-escuro.

Para opiniões de alguns, o ambiente era sem vida. Porém, Lena não queria mudar o escritório, colocar ou tirar algo. Tudo era o mesmo, desde quando saiu de National City para Metrópolis, onde ela começou a dirigir os negócios da família.

Lena observou por mais alguns minutos a foto em suas mãos, antes de se levantar e ir até à escrivaninha do lugar, abrindo uma gaveta e guardando a foto, dentro de uma agenda. Ela aproveitou e de cima do móvel pegou uma garrafa de Whisky e colocou uma pequena dose em um copo de cristal. Logo voltou para a mesa, onde se sentou na cadeira.

— Sabia que você ainda estava aqui- uma voz masculina ecoou no local, quando a porta se abriu e Lena olhou em direção a pessoa.

— Lex, eu pensei que você já foi embora — Lena disse calmamente e bebeu um gole do Whisky, vendo o irmão andar até a sua mesa e se sentar na cadeira de frente ao móvel.

O homem estava usando uma calça social cinza, uma camisa branca com as mangas arregaçadas até os cotovelos e um colete cinza por cima.

— Eu fui embora, mas para a minha surpresa, a nossa mãe me ligou e disse que você ainda não voltou para casa e são quase meia-noite — ele explicou, pontuando a última frase. Ele sabia a mania que a irmã tinha, de ficar até as altas horas da noite na empresa, porém as vezes ela exagerava — A vida não é apenas negócios, Lena.

— Seria mais fácil se fosse — suspirou, terminado com a bebida e depositando o copo sobre a mesa — Eu estou pensando na vida, não em trabalho.

Lex observou atentamente Lena, tentando desvendar o que passava pela mente da morena e como ele era um bom observador, logo soube o que era.

— Sabe, quando você voltou para a cidade, há quase dois anos, eu sabia que você sacrificou a sua felicidade — ele falou e Lena desviou o olhar dele, pegando uma caneta na mão e brincando com ela entre os dedos, como uma forma de se distrair — Nosso pai morreu e você veio para Metrópolis, para ficar por perto de mim e da mamãe. Então você assumiu junto a mim as empresas Luthor's e não voltou para National City, onde você já construiu uma vida.

— A Luthor-Corp precisava da minha ajuda, devido à morte do nosso pai a empresa perdeu muitos acionistas, e eu não podia fingir que nada estava acontecendo — Lena disse. Talvez sabia onde o irmão queria chegar com o assunto e isso já era o esperado, depois de muito tempo vê-lo sem se meter em sua vida — Eu não podia voltar para National City e ver que a empresa que o nosso pai construiu estava caindo gradualmente.

— Sim e eu agradeço por você ter ficado e me ajudado, porém faz quase um ano que tudo voltou ao rumo certo e você ainda continua aqui — por mais que as palavras fossem diretas dos dois, eles não estavam brigando, mas sim dizendo tudo com uma incrível paciência.

— O nosso pai morreu e eu queria está por perto, de você e de nossa mãe.

— Para isso você não precisava abandonar a sua vida — Lex afirmou — Como a L-Corp, a empresa que você construiu com o seu esforço, ou os seus amigos. Posso dizer com toda a certeza que você não estar feliz aqui.

— Onde você quer chegar com isso? — Lena questionou.

— Não gosto de ser uma pessoa sentimental, como você sabe — ele disse, com certo tom de brincadeira, e Lena abriu um sorriso tímido — Mas eu penso que estar com a Lana me faz um homem novo a cada dia — a morena via isso, o amadurecimento do irmão, e ela estava orgulhosa dele — Uma coisa que eu aprendi foi que, o destino une e separa. Mas nenhuma força é grande o suficiente para fazer esquecer pessoas que por algum motivo um dia nos fizeram felizes.

— Vai querer bancar o cupido agora? — ela questionou, pois, soube com a maior certeza onde Lex ia parar com aquela conversa.

— Volta para National City, pois é naquela cidade que está a sua felicidade — disse calmo — Eu e a mamãe estamos bem, então pense em você pelo menos uma vez na vida.

Lena pensou por alguns minutos, vendo ter motivos para voltar para National City e dentre todos, um, era o mais importante, alguém de olhos azuis. Mas como agir depois de muito tempo, quando o contato entre elas foi sumindo aos poucos. Ela tinha medo, da loira ter seguido com a vida amorosa ao lado de alguém e não iria culpa-la por isso, pois seria egoísmo.

Quando elas decidiram por um fim no namoro, isso foi algo que abalou ambas, porém pensaram que foi o certo a se fazer e por um tempo realmente foi. Talvez as duas precisavam seguir por um tempo separadas, para se redescobrirem.

Porém, após tanto tempo, os caminhos podem novamente se cruzarem.

— Será ser o certo a se fazer? — ela questionou, talvez com medo — Voltar?

Lex sorriu, sabia que Lena tinha alguém que ela guardava no coração e que o medo em si, era reencontrar essa pessoa, talvez uma covardia sentimental.

— Ainda a ama, não é? — ele perguntou e Lena o olhou, com os seus olhos verdes brilhando.

A morena não precisou de muito para pensar, pois sabia a resposta, que era óbvia.

— Não consigo imaginar o dia que eu não amarei.

"O que é verdadeiro o tempo não apaga, o que é verdadeiro o tempo eterniza."

♡♡♡

Kara estava atrasada para o seu trabalho na Catco, isso era óbvio para as pessoas por quem a loira passava.

O atraso foi devido ao fato que quando ela estava prestes a sair para o trabalho, uma encomenda exagerada de flores chegou em sua porta sem bilhete algum.

Talvez foi alguém do trabalho que as enviou ou algum fã. Ela pensou. Porém, ela sabia que não podia deixar as flores no corredor de frente a sua porta, então em uma correria ela as colocou para dentro do apartamento em jarras de água.

Kara torceu com toda a força do mundo, que a pessoa anônima das flores não fosse o seu colega de trabalho: William Dey. Ele era novo na Catco e chamou várias vezes Kara para sair em um encontro, porém a loira sempre negou as investidas do colega.

Kara deixou esse enigma de lado, quando pôs os pés na sala de redação da Catco, já vendo o trabalho rolando a solta pelo local.

Porém, segundos foram o suficiente para Kara ouvir a sua chefe gritando por seu nome.

— KARA!

A loira, sem tempo a perder, foi rápido em direção a sala que a poderosa Cat Grant estava, talvez com mau humor.

— Senhorita Grant, me chamou? — ela se amaldiçoou, por ter feito uma pergunta idiota a sua chefe.

Por sorte ou qualquer outra coisa, que existe no universo, para fazer Cat não usar o seu tom de voz irônico beirando a prepotência, as palavras ditas foram calmas.

— Eu tenho um trabalho para você hoje, então transfira alguns dos seus compromissos para a Senhorita Nal ou o Senhor Dey — Cat disse e Kara franziu a testa, confusa.

— E que trabalho seria, para eu ter que repassar a minha agenda para os meus colegas? — perguntou obviamente curiosa, pois era estranho tal caso acontecer.

— Eu quero você em campo, para uma entrevista — respondeu calma e Kara estava na defensiva, esperando o momento que alguma bomba caísse derrepente.

— Ok — disse um pouco hesitante — Quem eu devo entrevistar?

— A CEO da L-Corp.

Kara ficou realmente surpresa, não esperava por essa, pois fazia um bom tempo que ela não pisava na empresa.

—Uh... é... por que eu? Era a Nia quem cobria aquela área e ela tem mais intimidade com a Senhorita Arias — quando Lena deixou a cidade, ela deixou a sua empresa em posse de Samantha Arias, a qual ficou conhecida como o braço direito da morena e a mais nova CEO da L-Corp — Talvez seja melhor deixar esta entrevista para a Nia — talvez ela não queria estar no lugar onde conheceu Lena.

— Kara, não temos tempo a perder — Cat disse, batendo palmas — É apenas uma entrevista, a qual o assunto é sobre a nova tecnologia que a L-Corp estar desenvolvendo.

— Entendi — ela estava nervosa, mexendo em seus dedos tentando tirar a ansiedade naquele ato — Então eu estou de saída, para chegar na L-Corp e ter a exclusiva.

Cat assentiu, sendo assim, Kara se retirou da sala nervosa, com o coração disparado.

Algo dizia que não seria uma simples entrevista.

♡♡♡

L-Corp, pareciam décadas que Kara não passava pelo prédio, enquanto parecia que foi no dia anterior que esteve ali.

Olhando, para o alto do edifício, Kara estava na calçada, procurando o mínimo de coragem para entrar pela portaria e subir até o andar que era o seu destino.

Destino... parecia irônico a forma que ele agia.

Encontrando coragem do fundo da alma, Kara deu os primeiros passos, atravessando a portaria e com isso, uma corrente de emoções atravessou o seu corpo, a levando para o passado, o dia em que conheceu Lena.

O seu corpo estava no automático, enquanto seguia até o elevador. Sua mente a levava para os belos olhos verdes, que a hipnotizou em segundos. Era incrível como ela lembrava de tudo e continuava a sentir o mesmo.

Quando Kara deu por si, o elevador apitou, parado no andar desejado. Ela saiu daquele cubículo de metal e começou a andar pelo corredor.

A cada passo dado, por algum motivo o seu coração batia mais forte contra o peito, e o seu nervosismo aumentava.

Era algo simples, na área dela, o que ela foi fazer na L-Corp, uma entrevista. Então o porquê do nervosismo que escalava por sua garganta acima?

— Com licença — ela disse, ao se aproximar  da recepção que tinha naquele andar, onde se encontrava a assistente da CEO — Bom dia, eu tenho uma hora marcada.

— Ok, pode entrar — a jovem falou simpática — Ela está a sua espera — apontou para a porta há alguns passos dali.

— Obrigada — agradeceu e seguiu até a entrada do escritório da CEO.

Ela tinha que dar um jeito de mascarar o nervosismo que sentia, pois ele estava a flor da pele e tinha que fazer a entrevista.

Kara não era de ficar nervosa quando estava prestes a fazer uma entrevista, pelo contrário, sempre conseguiu ser profissional e séria, porém naquele momento algo era diferente.

Nas vezes que ela ficou nervosa, foi a primeira vez que ela pisou na L-Corp junto ao seu primo e nas entrevistas que fazia com Lena. Porém, isso tinha uma explicação, a morena a todo instante flertava com Kara, para vê-la nervosa e conseguia.

Antes de Kara abrir a porta, ela respirou fundo uma última vez. Não seria nada bom ela estar nervosa, na frente da CEO de uma das maiores empresas do país.

Com cuidado e devagar, ela empurrou a porta e a abriu, então olhou o local e sua atenção caiu para a cadeira, onde tinha uma pessoa sentada, porém ela estava virada em direção a janela de vidro, que ocupava uma parede de canto a canto.

Como Kara não ouviu nenhuma objeção sobre a sua presença, vindo por parte da pessoa que olhava para a cidade, ela trancou a porta atrás de si e começou a andar, atravessando a sala e ficou parada há alguns passos da mesa.

O que Kara não sabia era que, a pessoa sentada na cadeira era Lena, que estava nervosa por apenas está no mesmo ambiente que a loira após tanto tempo.

— Senhorita Arias, eu sou Kara Danvers, repórter da Catco e como deve saber, eu estou aqui para entrevista-la — Kara falou e recebeu o silêncio em troca. Ela deu mais um passo, sentindo as suas mãos suarem frio — Quando quiser podemos começar e...

Foi interrompida por uma voz doce e calma, que há muito tempo não ouvia, algo que fez o seu coração bater mais rápido.

— Quem inventou a distância nunca sofreu a dor de uma saudade — Lena disse e Kara poderia jurar estar ficando louca ou que estava em um sonho. A loira ficou sem reação, parada no mesmo lugar. Ela queria chegar mais perto e ver se a dona da voz era a pessoa por quem o seu coração bate ou era sua mente pregando uma peça, mas as suas pernas travaram — Talvez a culpa seja minha, por parte dessa saudade. Porém, uma coisa eu aprendi, o tempo deixa perguntas, mostra respostas, esclarece dúvidas... Mas primeiro: o tempo traz verdades. E a verdade que ele trouxe a mim... — ela virou a cadeira em direção a Kara, que ficou mais paralisada ao ver a morena na sua frente — ... É que, eu nunca deixei de te amar.

Kara ficou parada, olhando para Lena. A sua ficha gradualmente ia caindo e com isso, a certeza de que a morena estava ali na sua frente aumentava. Ela observou Lena, vendo cada detalhe dela. Os cabelos que eram lisos, agora estavam ondulados e tinha um tom meio ruivo, que Kara achou fascinante. Os lábios levava um baton de tom claro, muito diferente da característica que Kara conhecia, que era de vermelho sangue. No corpo, uma calça jeans, uma camisa social branca e botas, diferente dos vestidos de grife que a morena costumava usar. Ela não estava menos atraente, Kara achou mais linda. Uma simplicidade, que combinou com Lena. Kara pôde ver que a morena estava mais leve, parecia que não carregava o peso do mundo nos ombros.

Por outro lado, enquanto Kara ia se acostumando com a realidade, Lena ficou fascinada de como o tempo mudou algumas coisas na loira.

Uma franja? Lena pensou. Talvez isso era algo que nunca pensou ver em Kara. Porém, na opinião dela, a franja deu um certo charme no rosto angelical dela, assim também como o loiro mais intenso nas cascatas douradas sobre os ombros, que beirava ao ouro. Os óculos, que Lena achava algo atraente em Kara, deu lugar as lentes. Uma jaqueta jeans amarrotada cobria a blusa branca, que combinava com uma calça preta. O tempo que passou, deixou Kara com uma aparência mais nova, algo que não passou despercebido por Lena.

Aqueles minutos em silêncio, que pareceram horas, acabou e deu lugar a um ar cheio de emoção.

Kara olhou para o chão, sem saber o que dizer, apenas com a ideia que tinha que sair dali.

— Com linceça — ela disse e se virou para a saída.

Lena se levantou da cadeira, o mais rápido que o seu corpo pudesse processar, e seguiu Kara, que estava prestes a abrir a porta.

— Espera — ela falou, ao segurar com delicadeza o braço direito de Kara, que ao sentir o toque da morena, cada célula do seu corpo reagiu — Não vá, por favor — pediu, com medo na voz, pela possibilidade de Kara abrir a porta e sair por ela.

— Eu perdi as contas de quantas vezes eu imaginei você ao meu lado novamente e agora que você está aqui, eu tenho medo de ser tudo fruto da minha imaginação — disse sem olhar para a morena, que continuava a segurar o seu braço — Mas não é um sonho ou se sim, é o mais real que um dia eu pude chegar perto, pois eu sinto o seu cheiro, o seu toque, que continua o mesmo... eu sinto a sua presença.

Lena em ato devagar, colou o seu corpo em Kara, passando os seus braços pela cintura da mesma e descansando a testa nas costas da loira. Kara então segurou as mãos da morena, que estava em seu abdômen, entre as suas e levou até o coração, fechando os olhos, se deixando levar pelo carinho daquele ato.

— Eu estou aqui — Lena disse, ainda com a testa descansando nas costas de Kara e com os olhos fechados — Eu fui uma covarde por muito tempo e com isso eu te fiz sofrer, não era a minha intenção fazer isso com você.

— Não — Kara disse e se virou para Lena, segurando o rosto dela entre as suas mãos, a olhando nos olhos — Você precisava de um tempo e a nossa amizade, há pouco mais de dois anos, não estava nos melhores termos.

— Eu não estava falando da nossa amizade, que veio com o fim do nosso namoro — seus olhos marejaram — Eu estou falando do nosso namoro que veio a falhar devido aos meus erros e que te fizeram sofrer.

— Isso é passado — pontuou — Por muito tempo eu guardei as lembranças boas da gente e deixei os meus erros no passado, pois eu aprendi com eles que o tempo não volta para nós podermos corrigi-los. Amor é entender que erros aconteceram, mas foram esquecidos, e outros acontecerão, mas serão superados.

— Eu senti muito a sua falta, diariamente — Lena confessou, usando de apoio os ombros de Kara, descansando as suas mãos no local — Eu sei, nada me dá o direito de voltar depois de tanto tempo e jogar isso em você, mas eu te amo, Kara. Não teve um dia nesses anos, que eu deixei de te amar. Porém, eu sou uma covarde, que escolheu fugir a voltar para o seu lado. Mas eu estou aqui e... — parou de falar, quando um momento de clareza veio em sua mente. Ela voltou para National City e não procurou saber se Kara tinha seguido em frente. Ela estava jogando um monte de informações e nem sequer por um segundo se peguntou se tinha alguém na vida da loira. Um medo súbito lhe ocorreu, pela possibilidade de Kara ter uma pessoa. Não iria culpar ninguém, só ela mesma — Eu estou aqui despejando os meus sentimentos e nem sei se você está sozinha — ela se afastou de Kara e desviou o olhar.

Será que seria necessário Kara desenhar, para Lena saber que existe ninguém em sua vida? Que o que ela sente é eterno?

— Eu não estou namorando — Kara disse e Lena a olhou com alívio — Mas eu julgo que tenho um admirador secreto, pois hoje pela manhã tinha um número exagerado de flores em minha porta.

Lena abriu um sorriso tímido, que Kara não soube a razão.

— Foi eu — ela disse e Kara ficou com uma expressão confusa — Foi eu a pessoa que enviou as flores. Cinco categorias de flores diferentes e cinquenta de cada, um total de 250 flores na porta de seu apartamento — Kara abriu e fechou a boca, sem dizer nada, apenas processando o fato de Lena ter quase feito uma floricultura na sua sala de estar.

— Por um momento eu pensei que tivesse sido o William e eu iria jogar as flores nele, por ele ficar insistindo em querer sair comigo.

Quem é William? Lena pensou, com uma ponta de ciúmes.

— Um pretendente?

— Não, claro que não — respondeu rápido e Lena sorriu sem medo — Você já deveria saber que... — enlaçou a cintura de Lena com um de seus braços e a trouxe para perto, colando os seus corpos — Eu só tenho olhos para uma pessoa.

Lena continuava a sorrir, enquanto segurava com as suas mãos a gola da jaqueta de Kara e vendo a mesma aproximar o rosto do seu.

— Você não tinha uma entrevista para fazer? — ela perguntou e Kara parou o percurso que fazia até os lábios da morena, então a olhou — Aposto que a Cat não vai te perdoar com a sua falta de profissionalismo.

Então algo revisitou na mente de Kara. Como não pensou nisso antes?

— A Cat sabe que você voltou e vocês juntas armaram para eu me encontrar com você. Estou certa?

Lena mordeu o lábio inferior, predendo a vontade de rir.

Não foi difícil para Kara juntar as peças do quebra-cabeças.

— Agora eu e ela estamos quites — respondeu e Kara apenas observava com muita atenção a felicidade que radiava da morena, algo que ela sentia saudade — Porém eu espero que ela não sinta a sua falta pelo resto do dia — aproximou o seu rosto com o de Kara — Eu tenho alguns assuntos pendentes a tratar com você.

— Eu acredito que ela vai sentir e talvez eu posso correr o risco de ser demitida — disse e Lena deixou um beijo no canto de sua boca. Foi um ato rápido, mas que fez seu coração acelerar.

— Se isso acontecer eu compro a Catco apenas para você não ser demitida — Lena tinha coragem para isso, Kara não duvidava.

As duas se olharam e deixaram o silêncio falar por si. Kara sorriu, enquanto dedilhava cada centímetro do rosto de Lena, queria memorizar cada detalhe. Ela pôde ver que não era um sonho, Lena estava ao seu lado após tanto tempo e isso era maravilhoso.

Lena estava sorrindo de forma verdadeira, vendo Kara lhe observar com atenção. As covinhas nas bochechas era um charme dela, que Kara amava e viu que esse detalhe nunca mudou.

Kara dedilhou com atenção o rosto de Lena, vendo a pequena cicatriz que a morena tinha abaixo da sobrancelha direita, assim como a pintinha no pescoço. Eram esses detalhes, que fazia Kara se apaixonar cada vez mais pela morena.

Kara correu as pontas dos dedos pela bochecha, mandíbula, até chegar nos lábios perfeitos de Lena e lhe tocar, passando o polegar pelo local. Então ela deslizou mais para baixo e segurou o queixo de Lena, logo aproximou o rosto com o dela e fechou os olhos antecipadamente, antes de sentir as mãos delicadas de Lena segurando o seu rosto.

Então, algo que as duas ansiavam aconteceu, quando anularam o espaço entre elas, em um beijo tranquilo. Os lábios das duas se moviam lentamente e com delicadeza. Não foi preciso algum reconhecimento entre elas, pois elas sabiam e conheciam uma a outra, o tempo não foi capaz de apagar isso.

Vagarosamente, Lena contornou com a sua língua os lábios de Kara, que deixou a morena aprofundar o beijo e um suspiro audível escapou de ambas. Estavam com saudade uma da outra e queria aproveitar aquele ato.

Suas línguas dançavam em uma sincronia perfeita e genuína, e no momento não tinha nada que era mais importante a está nos braços da pessoa que ama. Duas pessoas que depois de muito tempo voltaram a se reencontrar. Tempo esse, que serviu para amadurecer e se tornarem pessoas com uma visão diferente do mundo.

"Nunca é perda de tempo se você consegue aprender algo."

Nada acontece por acaso, talvez a vida seja realmente uma peça de teatro: as pessoas, os protagonistas e uma força maior que observa o show, a platéia.

Talvez seja isso que todos chamam de destino.


Notas Finais


Mais um capítulo chega ao fim e espero que tenham gostado. Esse foi o penúltimo capítulo, o próximo vai ser o epílogo.

A fic era para ter terminado no capítulo anterior, onde ia ter um final aberto para interpretações, onde a Lena e a Kara poderia ou não estar juntas. Porém, eu amo tanto Supercorp e eu queria dá um final digno a elas, que vai ser no próximo capítulo.

Então, por fim, obrigada.

É gratificante escrever e proporcionar a vocês as minhas fic's e agradecendo aqui a @tamkkk pela ideia do plot.

Tchau.😘


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