Serena P.O.V
Lá estava eu, em um carro, indo para Atherton. Uma cidade que ficava a 5 horas e meia de Los Angeles, lugar que nasci e morei com meu pai e meu irmão, até o dia que deu a louca no meu pai e ele decidiu que queria ir morar em uma cidade menor e "menos turbulenta", palavras dele. E bom, lá vamos nós.
Tenho 16 anos e amigos que conheço praticamente a vida inteira, então não foi fácil sair de LA, mas também não acho que vai ser ruim.
Nate: você quis ir na frente, agora liga a música, peste! -Revirei os olhos e liguei o rádio, deixando em uma estação qualquer, meu irmão conseguia ser bem irritante quando queria
-Porque você não ouve no seu celular? -Perguntei como se fosse obvio
Nate: acabou a bateria, tapada!
Peter: eu admiro tanto esse carinho que vocês têm um com o outro -meu pai se intrometeu revirando os olhos- Nathan, nós ja estamos chegando, aí você carrega seu celular!
Nate: tá! -Diz indiferente
***
Peter: a sorte de vocês é que jaz vieram descarregar as caixas, então vocês só terão que colocar as coisas no lugar -disse enquanto parava o carro na frente da casa e um pouco antes de eu e Nathan pularmos de dentro do carro com pressa.
Nathan: caralho, não aguentava mais ficar sentado! -Disse pra mim enquanto se esticava e eu apenas revirei os olhos- eu vou escolher o melhor quarto -disse e começou a correr em direção a casa, eu logo comecei a correr atrás dele.
Entramos na casa e subimos a escada sem reparar em nada, quando chegamos no corredor, cada um foi para um lado, entrando em portas diferentes. Eu abri e olhei o quarto, tinha duas portas. Abri uma e era um banheiro, abri a outra e era um pequeno closet.
-EU QUERO ESSE! -Eu e Nate gritamos juntos
Então descemos de novo, para pegar umas coisas que estavam no carro.
-Nate, caralho, dá para você me ajudar!? -Disse com dificuldade enquanto pegava uma caixa pesada, levei o olhar na mesma direção que ele, que estava vendo uma menina- seu nojento! Me ajuda logo! -Disse dando um tapa na cabeça dele, que reclamou algo que eu não entendi e pegou algumas coisas na mão, levando para dentro.
***
-Quero pizza! -Me joguei no sofá
Nate: também! -Ele disse se jogando em cima de mim, me apertando
-Aff seu gordo! Sai! -Disse, em uma tentativa falha de o empurrar
Então ouvimos uma campainha.
Nate: acho que Deus ouviu nossas preces e mandou uma pizza -eu comecei a rir- amem senhor! -Ele saiu de cima de mim, e deitou no outro sofá, ótimo eu que tenho que atender.
Abri a porta e dei cara com a menina que Nate estava olhando hoje.
Xxx: Oi, meu nome é Katheryn, mas pode me chamar de Kath! Eu sou a sua vizinha!
-Meu nome é Serena! É um prazer te conhecer! -Estendi a mão e a cumprimentei
Nate: Serena, quem é que... -ele chegou na porta e viu Kath- não é pizza, mas Deus ouviu minhas preces de todo jeito... -revirei os olhos
-Esse é o idiota do meu irmão, Nathan!
Nate: mas pode me chamar de Nate, de seu, do que você preferir...
Kath: não! Vou te chamar de Nathan! Obrigada! -Deu um sorriso falso
-Ja gostei de você! -Disse com um sorriso no rosto- você quer entrar? -Perguntei logo depois que Nate saiu
Kath: não, não. Obrigada. Eu vou ter que encontrar uns amigos. Mas a gente se vê. Você vai estudar na Atherton High School, certo?
-Sim, começo amanhã.
Kath: ótimo! Foi um prazer te conhecer!
***
Meu celular desperta com Legend do Drake, as 6 horas da manhã, desligo e viro para o outro lado em uma tentativa falha de voltar a dormir, o que não funciona, ja que Nate se joga em cima de mim e começa a cantar (leia-se gritar)
When I pull up on a nigga
Tell that nigga back back
I'm too good with these words
Watch a nigga backtrack
Eu solto um sorriso e o acompanho.
If I die, all I know is I'm a mother fuckin legend
It's too late for my city
I'm the youngest nigga reppin
Oh my God, oh my God
If I die, I'm a legend
Terminamos de cantar e começamos a rir.
-Isso não vale! Drake é mozão! -Ele soltou um sorriso, mostrando suas covinhas e me puxando pra levantar
***
Nate já dirigia, então fomos com o carro dele. Chegando na escola, Nate parou em uma das vagas livres e saímos do carro. Todos os olhares caíram sobre nós e apenas ignoramos, quando se mora muito tempo em LA, você se acostuma com algumas coisas. Nos dirigimos a secretaria. No meio do caminho encontramos Kath com o seu grupo, ela apenas acenou e eu retribui.
Mas meu olhar se encontrou com um par de olhos azuis que também me encaravam. Eles guardavam um mistério tão doloroso e ao mesmo tempo tão doce e sutil. Ele usava um topete que o deixava com uns dois metros de altura e um piercing no lábio inferior. Ele mordeu o lábio antes de abaixar a cabeça e quebrar nosso contato visual.
Nate: cuidado pra não babar! -Disse tomando minha atenção e me fazendo olhar pra ele
-Oi? -Eu realmente não havia entendido o que ele disse, ele apenas revirou os olhos e continuou andando me deixando pra trás, o que me fez bufar.
***
O diretor quis conversar um pouco com a gente, o que fez eu me atrasar para a primeira aula. Bati na porta e a abri, entrando um pouco com o corpo para dentro.
-Desculpe o atraso é que...
Professor: ah, você é a aluna nova, certo? -Assenti- sendo assim, tudo bem! Entre e se apresente.
Soltei um sorriso falso e entrei, parando na frente do quadro e encarando aquelas pessoas que me olhavam com total desinteresse, eu até queria mostrar minha total reciprocidade, mas ele tomou minha atenção, o mesmo par de olhos da hora do corredor. Dessa vez, ele não recuou, mas eu tive que fazer isso.
-Bom... -comecei depois de um tempo- meu nome é Serena Maloley, e eu vim de Los Angeles. -Soltei um sorriso sem mostrar os dentes e então um menino levantou a mão, e eu assenti para que ele fizesse a pergunta
Xxx: qual é o seu nome completo? Tipo, Maloley é um nome tão legal! É seu mesmo? -Soltei um riso pelo nariz
-Meu nome completo é Serena Ava Hill Maloley, então, sim, Maloley é o meu nome mesmo! -Ele assentiu sorrindo
Professor: pode se sentar senhorita Maloley! -Disse com um sorriso falso apontando para um lugar no fundo, o único lugar disponível e ao lado dele.
Me sentei e continuei olhando para frente, mas percebi olhares sobre mim, então olhei para lado e ele me encarava. Ele não disfarçou, nem olhou para frente, continuou me encarando. O que fez eu parar de prestar atenção em qualquer outra coisa que não fossem seus olhos.
Professor: Senhorita Maloley, será que poderia responder para nós? -Disse chamando minha atenção, o que causou alguns risinhos pela sala
-Hum... -dei uma rápida olhada na equação que estava no quadro- X é igual a três negativo
Todos olharam para mim com cara de espanto, inclusive o professor, que tratou de logo resolver a equação para conferir a resposta.
Professor: está certo! Parabéns! -Assenti sorrindo fraco
Evitei olhar para o lado o resto da aula, e quando o sinal bateu, não demorei para sair da sala sem nem olhar para trás.
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