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História Surpresas da Vida - SasuNaru - Capítulo IX


Escrita por: JupiterCaine

Capítulo 9 - Capítulo IX


Kushina se preparava mentalmente para retornar a Konoha. Até tentou persuadir Minato para desistir da parceria com o tal Jiraya, mas foi em vão, seu marido disse que já estava na hora de enfrentar o passado.

Ela sabia que ele tinha razão, mas o que podia fazer se fora naquele lugar que ela perdeu seu tesouro, seu menino.

Limpou as lágrimas que já começavam a cair, caminhou pela sala de estar e sentou-se no sofá de cor creme, passou a mão pelos cabelos tirando o prendedor de ouro, em formato de rosa, dos fios ruivos. Mexeu os ombros, sentindo a tensão ali presente. Era até irônico, sendo donos de uma linha de pousada SPA ela estar naquele estado.

Mordeu os lábios tentando controlar os soluços, lembrar-se de Konoha era lembrar-se do seu bebê que tinha nascido morto.

Estava tudo muito nítido em suas lembranças.

A noite era chuvosa e ela não pode ir ao hospital, então sua mãe optou por uma parteira que morava próximo. Foi difícil, tinha perdido muito sangue e estava sem forças. Estava quase desmaiando quando ouviu a parteira dizer que era um menino, a mulher havia dito algo mais, mas ela não ouviu, pois o cansaço a fez desmaiar. Quando acordou, desejou estar morta...

Era uma moçoila jovem quando engravidou, namorava as escondidas com Minato e quando descobriu que estava grávida ele não pestanejou em assumir a criança. Porém, sua mãe jamais aceitou ela namorar uma pessoa pobre como Minato. Não que ela fosse rica, mas sua situação era um pouco melhor. Sua mãe desejava um casamento bem-afortunado com um homem rico.

Minato trabalhava como carteiro, não ganhava muito, mas o suficiente para seu sustento. Não tinha família e alugava um quartinho no fundo do mercadinho do senhor Tazuna.

Kushina se apaixonou de primeira pelo garoto de cabelos cor do sol e olhos azuis vibrante. Ele havia levado uma carta para sua mãe e foi ela que o recebeu. Minato usava as típicas roupas dos carteiros de Konoha, nas cores verdes e azul, ele trazia nos lábios um sorriso lindo. Sorriso esse pelo qual ela se apaixonou.

Perguntava-se o bebê que tinha perdido teria o mesmo sorriso dele, já que Deidara e Karin eram parecidos com ela.

Depois daquele encontro ela contou sobre o menino carteiro para sua melhor amiga, Mikoto. A outra deu jeitinho de arrumar um encontro para eles. Fugaku, marido de Mikoto, era amigo de Minato.

O encontro foi na pracinha. Eles tomaram sorvete de chocolate e depois disso, tudo começou. Os primeiros beijos e depois de quase um ano o contato mais íntimo. Não sabia nada sobre sexo e acabou seguindo seus instintos, naquela época pouco se falava sobre o assunto nas escolas ou em casa pelos pais, ela nunca tinha visto uma camisinha. Mikoto muito menos, pois se casou jovem e já tinha um filho. Então, na sua primeira vez, ela engravidou. Escondeu até o sexto mês de sua mãe, não se sentia confortável para lhe contar. Mito era uma mulher rígida e fria, tinha perdido o marido há alguns anos, mas ainda vivia o luto.

Quando não pode mais esconder contou... Contou depois de conversar com Minato e ele lhe convencer que era o melhor a se fazer, reforçou que assumiria a criança e que eles casariam. Minato estava radiante, radiante pelo filho e por ter recebido uma proposta de trabalho melhor em Suna, poderia sustentar sua família.

Mito quando soube, faltou lhe bater... Se não fosse por Minato ela teria sido espancada naquele dia. Sua mãe disse horrores, tanto pra ela como para Minato, só não a expulsou de casa por ser sua única filha, mas a convivência, depois da descoberta, ficou insuportável.

Era para ela ter ido ao hospital, sua bolsa estourou e Mito se recusou a chamar alguém ou pedir que avisassem Minato. Somente, quando sua mãe notou que ela já estava cedendo, pediu pro vizinho chamar à parteira. Kushina desejou tanto que Minato estivesse ao seu lado, mas só tinha a mãe que não desejava o neto.

Quando retornou do seu desmaio, descobriu que o neném tinha morrido. Gritou, chorou, tentou se levantar e só se acalmou ao ver o loiro passar pela porta e lhe abraçar. Até os dias de hoje, ela não conseguia aceitar que Mito tenha enterrado seu filho sem que o visse antes. Mito se recusou a dizer onde estava o túmulo dele, alegando que ela se prenderia aquilo e sofreria ainda mais.

Até tentou descobrir algo no cemitério de Konoha, mas ninguém soube lhe informar. Minato e ela permaneceram juntos.

Mikoto havia dado a luz, alguns meses atrás, ao segundo filho com Fugaku e pediu que eles o apadrinhassem. Além de serem melhores amigas, foi um meio de tentar confortá-la da perda recente. Depois do batismo eles partiram. Minato havia aceitado o emprego em Suna, era um novo recomeço uma nova vida e depois de alguns anos tiveram Karin e Deidara. Porém, nada substituiria aquele vazio dentro de si e agora ela retornaria onde tudo começou. Veria sua mãe novamente e exigiria que ela lhe contasse onde seu filho havia sido enterrado.

Fazia alguns anos que Mito estava em uma casa para idosos, sentia mágoa por sua mãe e não a visitava, no entanto mandava dinheiro para que ela fosse bem cuidada. Os responsáveis pelo local sempre a mantinha informada de como a mulher estava, na última ligação disseram que, talvez, Mito não tivesse muito tempo de vida já que não havia se recuperado bem da última gripe por conta da idade muito avançada. Mito se recusou a morar com ela e Minato quando os dois partiram de Suna e a convidaram para ir junto. Kushina tentava enxergar algo bom na mãe, mas qual foi a surpresa quando a mulher disse que nunca aceitaria Minato como genro. Para ela, ele sempre seria um maldito carteiro. Mito tinha uma raiva terrível de Minato, sabia que a mãe culpava seu marido pelo ocorrido, dizia que ele era o causador de todo seu sofrimento. Kushina questionava-se a qual sofrimento a mãe se referia? Sendo que os únicos que mais sofreram e, ainda, sofrem era ela e Minato.

― Mãe está tudo bem? – viu a filha sentar ao seu lado.

― Sim minha querida. – acariciou o cabelo longo e ruivo de Karin. ― Que carinha é essa? – percebeu que a filha queria lhe contar algo. Desde que anunciaram a viagem para Konoha a garota estava mais agitada que o normal.

― Eu preciso te contar uma coisa. – ela apertou os dedos na barra da blusinha de seda que usava e desviou o olhar.

― Pois me conte Karin. – pegou-a pelo queixo e a fez lhe encarar.

― Lembra daquela médica que eu conheci no grupo do face e nós passamos a conversar? – Kushina acenou em confirmação. ― Então, ela mora em Konoha e nós combinamos de nos encontrar quando eu for pra lá.

― Não vejo problema, querida. Óbvio que não deixarei que vá sozinha, ou melhor, irei tirar informações com Mikoto a respeito dela.

― Mãe!

― Não adianta. Não deixarei que se encontre com uma pessoa que eu não faço ideia de quem seja. - disse firme e Karin fez bico. ― É somente isso? – a garota negou com a cabeça. ― Então continue.

― Eu... Ah, mãe! Eu to gostando dela. Não sei o que a senhora acha disso. Começou como uma amizade, mas a verdade é que já faz algum tempo que eu quero beijá-la. – Kushina suspirou.

― Eu não acho nada filha. Desde que você saiba por onde anda e se responsabilize pelos seus atos. Eu, como mãe, só quero que seja feliz, mas esteja ciente que pra ser feliz não precisa sair e dormir com várias pessoas. Independente da sua orientação sexual, felicidade vai muito além de bebida e sexo, Karin. – a garota suspirou.

― Obrigada mãe. Tive medo da senhora não aceitar. Ainda não disse nada pro papai.

― Não se preocupe eu falo com ele meu bem. – abraçou e beijou a filha. ― Espero que essa mulher seja uma boa pessoa. Como é o nome dela mesmo?

― Ino... Ino Yamanaka.

― Yamanaka. Esse sobrenome não é estranho, provavelmente Mikoto deva saber de qual família ela é. Mais alguma coisa que devo saber? – Karin ponderou se falava ou não, optou por contar.

― Ela é separada e tem um filho de doze anos.

― Hm! E posso saber por que ela se separou?

― Ela e o ex-marido casaram porque ela engravidou e como era jovem o casamento foi meio que uma obrigação, entende? – sim, Kushina entendia, embora o dela não tenha sido por obrigação, mas na sua época isso era muito comum.

― Entendo. Quero conhecê-la também.

― Claro mãe.

― Hein, suas piranhas. O que estão fazendo aí? Tem um sol lindo lá fora e uma piscina maravilhosa pra nós. – as duas olharam para Deidara. Ele usava apenas sunga azul, cabelo preso em um coque e o corpo brilhando a óleo.

― Olha como fala comigo menino. – ralhou Kushina.

― Desculpa mamis. – beijou o rosto da matriarca. ― Mas é verdade, vamos aproveitar a piscina. A senhora precisa pegar um bronzeado, dona Kushina. – brincou. ― Papai está lá, todo estatelado sob o sol. – Kushina sorriu, o marido adorava manter o bronzeado, nem todo loiro ficava bem como ele. ― Temos que aproveitar antes de ir pra Konoha, com certeza o pai só terá tempo para reuniões e mais reuniões.

― Não fale assim, você pode passear com os filhos de Mikoto, já avisei que estaríamos indo pra lá no próximo mês.

― Até parece mãe. Sasuke até que vai, mas aquele entojo do Itachi. Deus me livre.

― Itachi não é assim ni-san, você que vivia o provocando. – rebateu Karin.

― Não sei, e não me interessa nada daquele lá. Vou fingir que ele não existe.

― Acho difícil irmãozinho andei sondando o face dele e ele está um gato. Sabe aqueles galãs de filme, aqueles homens maravilhosos de trinta e cinco anos, pois é Itachi está assim. Aliás, ele e Sasuke. Céus, se eu gostasse disso, com certeza, me jogaria pra cima deles.

― Você é muito fácil Karin... E gosta só de porcaria. – debochou Deidara.

― Já chega os dois. – Kushina levantou e seguiu para as escadas. ― Volto logo, vou pegar minha roupa de banho.

― Espera mãe vou com você. – gritou Karin.

― E eu vou voltar pra piscina. – disse Deidara.

Era óbvio que já havia fuçado o face de Itachi e por Deus ele estava magnífico, mas ele jamais diria aquilo em voz alta.

As palavras de Itachi, ainda estavam nítidas em sua lembrança . "Acorda Deidara. Você é um pirralho eu jamais sentiria atração por você e duvido que um dia sinta." Foi isso que Itachi tinha lhe dito. 

Como fora bobo e ingênuo ao ter se apaixonado por aquele imbecil. Era apenas um adolescente e aquela paixonite já tinha ficado para trás. Bom, pelo menos era o que pensava.

*****

― Izuna. Vai para dentro trocar de roupa.

― Mas papai o Sasuke acabou de chegar.

― Izuna, por favor.

― Está bem. – Sasuke viu o garoto fazer biquinho e seguir para dentro.

― Ele te molhou todo Sasuke. – somente naquele momento Sasuke se deu conta que a camisa social estava, parcialmente, ensopada e com areia.

― Tudo bem Naruto.

― Não, vem vou te arrumar uma toalha e secar sua camisa. – viu o loiro caminhar para dentro e o seguiu.

Depois de secar com a toalha que Naruto lhe deu, aguardou a camisa que estava na secadora. Com a toalha envolta do pescoço observou o local. Era amplo e com alguns móveis antigos. Não se atentou muito aos detalhes, pois Naruto se fez presente. ― Fui checar se ele estava no banho, esse garoto é muito espertinho. – sorriu minimamente, era a primeira vez que Sasuke via Naruto sorrir.

― Por que não quer ele perto de mim?

― O que? – Naruto o encarou assustado e quase perdeu o ar ao vê-lo sem camisa. Os dedos formigaram pela vontade que teve de percorrer o braço musculoso e deslizar os dígitos pela tatuagem de cobra. ― Eu não... Eu... – balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos. Sasuke sorriu ao perceber suas intenções. Ter aqueles olhos azuis cravados em seu corpo era maravilhoso.

― Está tudo bem Naruto? – se aproximou de forma perigosa, mantendo o mínimo de distância.

― Sasuke... O que? – sentiu o calor vindo do corpo alheio e não evitou lembrar-se da noite que passaram juntos. De como foi gostoso ser penetrado e cavalgar sobre o pênis de Sasuke. Engoliu em seco ao perceber que sentia vontade de tê-lo dentro de si mais uma vez. Aliás, não teve como não imaginar os dois juntos depois que se reencontraram.

― Eu perguntei por que não quer ele perto de mim? – disse em voz baixa e sexy. Estava se segurando para não tocá-lo. Desejava muito sentir a pele de Naruto em contato com a sua.

― Não é isso, eu... – sentia-se encurralado.

― Então o que é? – manteve o tom baixo e quase colou seu corpo ao do outro. Naruto o olhou nos olhos. ― Você não tem ideia de quantas vezes pensei em você durante esses anos. – confessou e sentiu o corpo do loiro tremer em seus braços. Sim, ele o havia segurado. Sentia perfeitamente os músculos sob seus dedos.

― Sasuke o que está fazendo? – Naruto sentiu o corpo tremer ao ouvir a confissão, sua pele queimava onde Sasuke mantinha as mãos pressionadas, segurando-o firme.

― Estou louco pra beijar você... Na verdade desde que te vi sinto essa vontade insana de te beijar, de tê-lo em meus braços, Naruto. – roçou o nariz pela pele do pescoço bronzeado e sorriu ao sentir o mesmo cheiro, o cheiro que o deixava louco, que o deixava enfeitiçado. ― Céus, como eu adoro seu cheiro, ele ainda é o mesmo. – suspirou em êxtase.

― Para, por favor, não faz isso. – Naruto pediu num sussurro, mas no fundo não era o que queria, tanto que se agarrou nos bíceps de Sasuke.

― Me diz se não se lembra daquela noite? Você lembra, não é? – beijou de leve o maxilar do loiro e Naruto fechou os olhos por instantes.

― Claro que me lembro seu bastardo, eu jamais esqueci. – ambos se encaravam. Sasuke se aproximou vagarosamente, sentia o hálito quente de Naruto contra seus lábios. Os lábios dele estavam vermelhos e convidativos. Ele não conseguiria se conter necessitava experimentar o sabor daquela boca. Era tudo o que mais desejava no momento.

― Pai, a máquina está apitando. – afastaram por impulso e olharam para Izuna. Ele sorria matreiro, parado na escada. ― O que estavam fazendo?

― Nada Izuna. – disse Naruto que seguiu apressado para a lavanderia.

― Você não perde tempo, hein tio Sasuke. – sorriu pegando a mochila que estava no sofá e seguiu para a escrivaninha no canto da sala. ― Posso te chamar assim? De tio?

― Não sei do que está falando. – piscou cúmplice para o menino. ― Claro que pode. – disse, porém gostaria de ser chamado de pai, mas sabia que Izuna não fazia ideia do parentesco de ambos.

― Aqui está, Sasuke. – Naruto tinha as bochechas coradas e Sasuke adorou aquilo.

― Obrigado. – apanhou a camisa e a vestiu.

― Eu preciso ir tenho uma massagem marcada agora. – apanhou o jaleco do sofá e o vestiu.

― Deve ser com a Ino. – comentou, encarando Naruto fixamente enquanto abotoava a camisa.

― É a mãe do chato do Inojin. – disse Izuna sentado à mesa, enquanto fazia a tarefa escolar.

― Izuna, por favor! – ralhou Naruto. ― Veio com ela?

― Está com ciúmes? – Sasuke sorriu.

― Cala a boca Sasuke é obvio que não. – Naruto seguiu até o filho e o beijou na cabeça. ― Já volto. Se comporte. Vamos Sasuke. – Sasuke também seguiu até o pequeno e o beijou no mesmo lugar que Naruto.

― Até mais campeão. – disse sorrindo e Naruto observou a cena tentando controlar a mistura de sentimentos que lhe consumia.

― Até tio Sasuke.

*****

Andaram pela grama rasteira em direção a pousada.

― Por que está fazendo isso? – perguntou Naruto, antes de chegarem ao local. ― Não sabia que gostava de crianças.

― Sempre gostei, aliás, tem muita coisa que não sabe sobre mim. – retrucou.

― Qual é a sua Sasuke? Não entendo essa sua aproximação, eu tenho namorado e o que aconteceu entre a gente não vai se repetir.

― Será? – Sasuke se aproximou. ― Não foi o que pareceu minutos atrás caso Izuna não tivesse nos interrompido. – disse firme. Em seguida suspirou e tentou controlar sua ansiedade. ― Eu quero te conhecer melhor Naruto... Minha intenção, depois que transamos, era ficar com você mais vezes, mas você sumiu e na formatura não falou comigo.

― Aconteceram tantas coisas Sasuke. – lembrou-se de Kabuto. ― Eu não estava bem naquele dia, à verdade é que só fui à formatura porque Iruka insistiu.

― Me conta, me conta o que aconteceu... Por favor, eu preciso saber. – segurou o outro pelos bíceps. Naruto olhou para aqueles olhos negros, queria tanto contar. Contar que Izuna era filho dos dois. Contar tudo que tinha passado até aquele momento, mas será que Sasuke o aceitaria? Será que ele estava disposto a assumir uma criança com outro homem?

― Sasuke eu...

― Naruto. A senhora Yamanaka o está esperando.

― Oh! Claro. – afastou-se. ― Obrigado Clarice. – a moça sorriu constrangida e se retirou.

― Nós precisamos conversar e você sabe disso, Naruto. – sua voz saiu firme. ― Estarei viajando, mas quando voltar irá me contar tudo. – viu o outro concordar e sair sem dizer nada.

 


Notas Finais


Em breve teremos atualização.
Beijos!


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