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História Surreal (Klaus e Caroline) - Nova casa, novos mistérios


Escrita por: OliverLestrange

Notas do Autor


E ai gente, tudo bem com vocês?
Uma pequena e rápida passagem de tempo! Aviso já que agora o tempo vai voar porque estamos nas emoções finais de nossa bela fanfic *0*
Boa Leitura <3

Capítulo 44 - Nova casa, novos mistérios


Pov. Caroline
Já pensei em morar no Texas, Paris, Londres, até cogitei Tóquio. Mas nunca, nem mesmo quando Klaus me contava sobre ela, eu imaginei que um dia poderia lhe chamar de casa.
Minha casa agora é Nova Orleans.
Ainda não compreendi os motivos de Klaus para residir aqui, confesso que achei que não fosse abandonar Nova York nunca mais, sentirei falta da animação e do fato de as pessoas lá serem malucas, apressadas e frias. Você podia perceber facilmente o amor lá, porque tudo era tão indiferente se não houvesse isso.
Nesses quase três meses que estou aqui, simplesmente engordei, juntando o fato de ter amado a cidade: um ar místico, música quase o dia todo e a noite dormia quem podia, tirando que se você sair a rua é levado por uma animação como se você estivesse no Halloween. 
Klaus andou comigo pela cidade e me mostrou tudo o que mais gostada, e também os lugares que eu deveria evitar como a floresta que rodeava o norte da cidade, ali ficavam os lobos. O centro da cidade e principalmente o cemitério era dominado por bruxas, vários clãs misturados. Eles odiavam vampiros, mas mesmo assim acabaram sendo dominados pelos mesmos já que principalmente com a chegada de Klaus, os vampiros voltaram ao comando da cidade agora de forma total.
Daniel Morris antes da chegada de Klaus, era quem comandava o quartel, onde é fisicamente a minha casa. Moram vampiros de todos os estilos, etnias e culturas, dos recém-criados até vampiros com mais de três séculos. É interessante eu me sentar para jantar, enquanto todos se voltam para me olhar, sou a única humana ali e consigo perceber a fome no olhar daqueles que não conseguem se controlar, mas conto com o fato de ser a mulher de Klaus, me atacar seria uma sentença de morte.
Rebekah me contou certo dia, que quando eles moraram ali na década de oitenta, Klaus também morou no quartel, mas naquela época ali era apenas a fortaleza dos Mikaelson, onde abrigava unicamente eles próprios.
Eu só torcia para Klaus não ter consigo lembranças indesejáveis, já que ele podia muito bem se lembrar de Violet ali. Já não me preocupava com a ex morta, o híbrido me contou sobre a conversa deles no casamento, não pude descrever a onda de alívio que me atingiu.
- Caroline! - Klaus berrou do lado de fora do banheiro, fazendo com que eu quase derrubasse o que parecia um termômetro dentro da privada. 
- Já vou, só falta vestir minhas roupas, você sabe que eu engordei e que agora tenho uma dificuldade a mais! - berrei de volta, um pouco deprimida, sempre me orgulhe da cintura que tinha.
- Você quer emagrecer, e mesmo assim marcou um jantar no Mattew's? - ele perguntou sarcástico - Bela maneira de começar uma dieta.
- Niklaus Mikaelson - disse em tom de reprovação - Cale a boca e me deixe trocar de roupa. 
- Como quiser madame. - mesmo sem a audição ampliada pude ver os passos dele se afastando do banheiro, o assoalho denunciava muitos barulhos... 
Realmente eu havia engordado e só fui perceber dias atrás ao tentar usar um vestido que Klaus me deu no ano passado, eu havia engordado o suficiente para estourar o zíper. Tirando que demorou algumas semanas para mim rememorar o que houve encima daquele prédio, Marcel me disse que eu estava grávida. Grávida.
Afinal como ele poderia saber? Talvez tenha sido algum médico em sua longa vida... 
No começo eu dei de ombros, tudo bem que eu e Klaus tentamos muitas vezes, mas... não iria acontecer tão rápido não é?
Mas então um belo dia, quando eu resolvi tomar meu café da manhã de sempre, que consistia em café e ovos mexidos, senti uma onda de enjoo ao descer metade das escadas e sai aos tropeços de volta ao quarto. Acabei passando o dia todo no banheiro, pondo para fora o que eu já nem sequer tinha no estômago. Minha sorte foi que Klaus não estava em casa, e havia viajado para resolver problemas com bruxas.
Sempre as bruxas.
Três dias antes tomei coragem de comprar os exames de gravidez, cinco diferentes para ter certeza. Klaus havia ido visitar os vales dos lobos, digamos que a chegada dele balançou totalmente a organização da cidade. Descobri então que eu estava realmente grávida, a fitinha rosa escura de todos os exames me deram a confirmação. 
- Amor, vamos perder a reserva! - Klaus bateu na porta dizendo em um tom mais delicado.
- Estou pronta, só um minuto. - avisei jogando um dos testes para dentro da minha bolsa, iria fazer aquela típica surpresa para Klaus. 
O mais tradicional seria um sapatinho, mas não tive tempo de sair explorando a cidade em busca de artigos infantis. 
- Aleluia! - ele bufou enquanto eu abria a porta, ele estava jogado na cama se sustentando pelos cotovelos.
- Você é muito apressado senhor Mikaelson.- peguei os saltos que estavam do lado de fora da porta e os calcei.
- E a senhora está linda! - Ele se levantou e me pegou pela cintura, me dando um selinho demorado. - Senhora Mikaelson.
- Você não se cansa de dizer isso não é? - murmurei roçando meu nariz no dele.
- Jamais. - ele riu pelo nariz e me soltou - Melhor irmos, antes que você arrume outra coisa que nos atrase. 
- Lamento lhe dizer que iremos para outro lugar antes de ir ao restaurante. - sorri vitoriosa, Klaus odiava se atrasar para absolutamente qualquer coisa.
- Não teremos mais reserva quando chegarmos lá. - ele disse chateado.
- Você é influente o suficiente para resolver isso. - saímos do quarto e descemos as escadas, o refeitório do quartel que era nossa cozinha, estava cheia de vampiros, todos conversando. 
- Boa noite. - Klaus cumprimentou a todos que acenaram com a cabeça, os olhos mais cravados em mim do que no próprio híbrido, arriscava dizer que era em uma área entre a cabeça e meus ombros.
- Vai sair Carol? - Valentine era a minha mais nova amiga, uma ruiva estonteante e feminista fabulosa, havia sido transformada na segunda guerra e desde então vem lutando e protegendo os direitos das mulheres. É incrível como você sabe pouco de história quando se conhece alguém que a viveu. 
- Jantar romântico. - murmurei lhe dando um rápida piscadela, ela entendeu no mesmo instante do que se tratava. 
- Ah - ela fez uma careta cômica - Hoje teremos fogos pessoal! 
- Vale! - arregalei os olhos e ela riu.
- Do que vocês estão falando? - Klaus franziu o cenho para a ruiva e depois moveu os olhos em minha direção.
- Você não estava com pressa? - falei o puxando para irmos - Então vamos logo.
Fomos até o carro, um belíssimo porsche preto. Sinto em dizer ao ego de Klaus, que inflava pelo carro, mas teríamos que trocá-lo já que o mesmo só tinha dois lugares. 
- Para onde vai madame? - ele perguntou com seu mais lindo sorriso de lado.
- Krun's. 
- Krun's? - ele quase parou o carro, fazendo com que meu rosto quase batesse no parabrisa. - O que raios você vai fazer lá?
Klaus tinha uma richa com quase todos da rua cinco, digamos que eles não queriam aceitar as ordens que ele impôs, mas devido a opressão, eles tiveram que aceitar. Mas a um pedido de Bonnie e  um próprio desejo meu, eu iria ao Krun's em busca de alguns livros. Eu ficava o dia todo sem fazer absolutamente nada. Já que tirando Valentine, ninguém mais conversou comigo porque temiam Klaus demais para se aproximar. 
Sobrou então que eu começasse a ler livros e depois de dez romances seguidos, comecei a achar tudo tão chato e repetitivo que chegava a me dar tédio. Então um belo dia, Bonnie me pediu para mandar por correio um exemplar sobre feitiços e eu visitei pela primeira vez o Krun's, e levei comigo dois livros: "Feitiços de Salém" e "Misticismo de Nova Orleans".
Acabei ganhando muito conhecimento através dele, e desde então faço visitas semanais a loja. Escondida de Klaus é claro. 
- O que você quer ir fazer lá? - ele me perguntou sério, tomando novamente a mesma velocidade de antes. 
- Bonnie me pediu para lhe comprar um livro. - não pediu não, mas eu estava começando a entrar no tema "imortalidade" e não gostaria que Klaus soubesse disso, tipo, alguma coisa daquele livro poderia ter haver com ele. E para falar a verdade, será bem capaz de ele me compelir para que eu não lesse esse tipo de livro. 
- Com tantas lojas por ai, você escolheu justamente lá? - ele me olhou com os olhos arregalados, era como se dentro da loja houvesse um dragão que me comeria assim que eu passasse pela porta. 
- Eu procurei em todas as outras - mentira - Mas não achei o exemplar em lugar algum.
A grande verdade era que a única loja que tinha um isolante contra qualquer coisa vampira era o Krun's, os vampiros não ouviam o que acontecia do lado de fora, tirando que não podiam entrar lá dentro porque também era uma residência, nem mesmo Klaus poderia adentrar lá. E Klaus tinha informantes por toda a cidade, e o único lugar em que eu consiga ir despercebida era lá.
Sempre fazia o seguinte esquema: saia com Valentine, íamos a um café, eu saia pelos fundos enquanto a mesma ficava esperando minha volta. Sempre usava um sobretudo preto e amarrava meus cabelos, eu poderia muito bem passar em frente a um vampiro do quartel que ele não me reconheceria. 
E porque eu não esperei até o dia seguinte onde eu poderia muito bem ir sozinha?
Porque segundo Vale, nosso esquema foi comprometido pelo Morris que não era tão burro, e contou a  Klaus que eu andava sumindo as tardes, deixando ela sozinha no café.
- Tenho que ter uma conversa séria com Bennet. - ele entrou na rua cinco - Ela não sabe o que é internet?
- Qual a utilidade de se ter uma amiga que mora na cidade mística de Nova Orleans, e não a aproveitar? - ele me fuzilou com o olhar e em seguida estacionou o carro em frente ao Krun's. - Eu sei me cuidar sozinha. 
- Sabe é? - ele arqueou a sobrancelha, estava nitidamente preocupado - Não me agrada você entrar lá. 
- E não me agrada você estar fazendo esse auê todo por nada.
- Você sabe que eu tenho problemas com elas e além do mais eu não posso ouvir ou entrar lá dentro! - ele estava tentando argumentar comigo para que eu não entrasse, ah mais eu não deixaria!
- Eu vou. - disse séria e ele se virou para frente, totalmente tenso. Ficou em silêncio por cinco minutos e eu me cansei daquilo, abri a porta e quando fui sair ele segurou minha mão - Tome cuidado.
- É só uma loja. - sorri enquanto ele soltava demoradamente minha mão.
O sininho agudo e chato indicou minha entrada na loja, como sempre parecia vazia e assustadora, e não era pra menos, eles colocavam luzes vermelhas e um enorme lustre marrom no centro da loja. Qualquer um que tivesse medo de assombração, correria só de entrar ali.
- O que vai hoje Caroline? - Junnie saiu detrás de uma prateleira carregando consigo o livro "Bruxas de Salém", se tem uma coisa que eu entendi depois de ler livros místicos, é que tudo girava em torno de Salém.
- O que tem sobre imortalidade? - perguntei me debruçando sobre o balcão. 
- Já chegou nesse nível? - ela arqueou as sobrancelhas em surpresa - Você conseguiu ler todos aqueles livros?
- Eu te disse que eu não faço nada além de ficar em casa. - sorri. 
- Esses livros de imortalidade eu nunca sei onde ficam, quer subir comigo para chamar mamãe? Ela vai amar conhecer uma leitora árdua como você. - Junnie era uma adolescente negra de olhos azuis, azuis como o céu. 
- Contanto que seja rápido, meu marido está me esperando do lado de fora. 
- Ele não quis entrar?
Como eu era humana, eles não desconfiaram que eu pudesse ter algo ligado a Klaus, e eu pretendia manter isso por um bom tempo.
- Não, odeia livros. - eu ri junto com ela.
- Vamos, fica no segundo andar. 
Subimos a escada acompanhadas pelos rangidos dos degraus, me vi em uma sala de paredes marrons e teto branco, um sofá verde musgo e vários quadros esquisitos, e ao invés de lampadas normais, haviam candelabros que ao invés de velas tinham lâmpadas pequeninas.
Havia uma mulher negra, com o rosto apresentando uma boa quantidade de rugas. Ela segurava um livro, mas não o lia, ela olhava pela janela, o olhar perdido atrás dos óculos de meia lua. 
- Mãe. - a garota chamou baixo, parecia estar com medo de assustar a mãe. 
- Quem é essa, Junnie? - ela não desviou os olhos da janela.
- Caroline mãe - ela se aproximou da senhora - Aquela que busca vários livros e os lê super rápido.
- Qual seu sobrenome? - a mulher se dirigiu a mim, mas ainda olhava pela janela.
- Forbes. - como disse, pretendia manter minha identidade ocultada.
- Quer se sentar? - a senhora indicou a outra poltrona a sua frente.
- Desculpe pela indelicadeza mas estou com pressa. - falei sem graça.
- Ela quer livros sobre imortalidade - a mulher virou a cabeça vagarosamente - Pois é mamãe, ela já chegou nesse nível. 
- Está na seção 3, busque os cinco exemplares de Carmel. - a mulher sequer olhou para a filha, agora me olhava com seus olhos cinzas como um céu nublado, e senti no fundo do peito que gostaria muito que ela voltasse a olhar pro lado de fora da janela.
- Junnie me fala muito de você. - ela me olhou de cima a baixo - É muito interessada em magia. 
- Pra ser sincera, tenho uma amiga bruxa e a primeira vez que vim aqui foi por um pedido dela - sorri forçado - E acabei pegando um livro para mim e então não parei mais.
- Então você sabe de nossa existência. - ela me fitou séria - É uma bruxa?
- Não, mas minha amiga é. 
- Sua amiga mora aqui? 
- Não, Mystic Falls. - ela arqueou a sobrancelha alguns centímetros, a deixando com ar de presunção.
- Qual o nome dela.
- Bonnie Bennet. - a mulher arregalou os olhos, e eu estava começando a achar aquela situação muito, mas muito, desconfortável. 
- Os livros Caroline. - Junnie apareceu para salvar minha vida.
- Muito obrigada Junnie. - sorri - Me acompanha até embaixo para que eu possa pagar?
- Clar...
- Eu vou. - a mulher interrompeu a menina se levantando, sua estatura era mediana e ela estava um pouco acima do peso. - Pode ir dormir.
- Mas mãe...
- Vá! - ela arregalou os olhos pra menina que se calou e seguiu em direção ao corredor escuro do lado da sala. - Vamos senhorita Forbes. 
A mulher indicou a escada para que eu descesse primeiro, e sentia minhas costas queimarem pelo olhar da mulher grudado sobre mim. Fomos até o balcão, e do balcão para o caixa.
- Você tem algum parentesco com a Bennet? - ela me perguntou enquanto se colocava atrás do caixa. 
- Como disse lá encima, apenas boas amigas. - respondi enquanto colocava os livros no balcão para procurar minha carteira na bolsa, ela me disse o preço enquanto eu ainda buscava pela mesma e ao achar lhe dei um puxão, que trouxe consigo o teste que caiu no chão. 
- Você está grávida? - ela me olhou com uma curiosidade constrangedora. 
- Descobri a poucos dias. - sorri enquanto me abaixava para pegar o teste. 
E quando retornei não sei direito o que aconteceu, a mulher simplesmente agarrou a minha mão que segurava o dinheiro.
Não sei de onde veio o vento, mas ele esvoaçou meu cabelo e os dela. 
Não sei que força fez com que as lâmpadas se aquecessem e explodissem em mil pedacinhos.
Os livros da prateleira foram jogados para longe e eu arregalei meus olhos, por mais que eu tentasse puxar minha mão ela não me soltava, de repente sua iris ficou branca.
- Filho do mal, concebido pelo mal - ela gritava - Trará discórdia para todos! 
E então eu consegui, puxei meu braço e a mulher voltou a si. 
- Não vá, preciso falar com você. - ela disse séria, o rosto mais assustado que o meu. 
- Não, eu tenho que ir. - joguei o dinheiro sobre a mesa, não me importando se havia mais ou menos do que o valor que eu deveria pagar.
Peguei os livros e deixei a loja, o que havia acontecido ali?

Pov. Klaus
Descobri que Caroline estava grávida, duas semanas depois da nossa chegada. Marcel me ligou e disse que ela havia engravidado, não pude conter minha felicidade naquele dia, enfim eu teria minha fonte de poder.
Não contei a ela, deixaria que ela mesmo descobrisse.
Ela não entendia porque estava engordando, eu sim. Pensou que eu não sabia de seu enjoo e nem de quando ela foi a farmácia comprar os exames, foram cinco, eu vi quando ela estava dormindo. Todos dizendo que ela havia engravidado. 
Até um cego perceberia, já que ela ficou mais feliz e no dia saiu do banheiro com os olhos marejados. E quando me convidou para jantar nesta noite, eu já sabia muito bem sua intenção: a típica cena do sapatinho, onde ele vem dentro de uma bandeja.
Porém me sinto extremamente incomodado com o fato de ela ter ido ao Krun's, aquelas bruxas não estão para brincadeira quando se trata do meu governo na cidade. Ouvi boatos de que elas passariam por cima de tudo para me tirar do poder, e isso claramente incluía Caroline.
Soube que ela entrou aqui algumas vezes, e comecei a desconfiar cada vez mais do motivo, o que Caroline poderia querer no Krun's?
Tirando que o meu histórico com a velha bruxa Eloise é bem traumatizante, na revolta das bruxas de 75 eu invadi uma casa no subúrbio de Nova Orleans, passo por passo eu subi as escadas, ouvindo uma mulher tentando fazer sua filha parar de chorar. Eu entrei no quarto e vi a mulher com uma criança de, que soube depois, três anos. Eu simplesmente cortei a cabeça da mulher antes que ela pudesse me implorar qualquer coisa,  e a garotinha de olhos cinzas me olhou assustada gritando sua mãe, mas eu a hipnotizei e ela se acalmou. Estava então muito claro, de que ela não seria uma bruxa, por isso a levei até um orfanato e nunca mais soube notícias dela.
Até a minha chegada, ela é matrona das bruxas daqui. E o meu mais novo pesadelo.
- Caroline... - falei comigo mesmo ao ver a loira sair da loja ofegante, os olhos arregalados. Sai imediatamente do carro e fui até ela. - Você está bem? Está tremendo e está branca como um papel. 
- Não é o melhor elogio para se dar a uma mulher. - ela tentou ser engraçada, mas soou uma grosseria. 
- Não foi um elogio, o que houve? - segurei sua mão.
- Me assustei com um gato. - ela falou rapidamente - O idiota pulou sobre uma prateleira e derrubou um livro sobre a lâmpada que estourou, quase que sai sem pagar.
Analisei seu rosto pelos vinte segundos seguintes, eu deveria acreditar nessa história idiota? Pelo menos os livros eram verdade, ela estava com eles na mão. 
- Você ainda quer ir jantar? - perguntei a olhando preocupado, está bem que Caroline era fácil de assustar, mas raramente a via pálida.
- Claro, não vou deixar um gato esquisito estragar nossa noite. - ela engoliu em seco e deu um passo a frente, quando estávamos no carro a vi olhar para trás com o cenho franzido. No andar de cima a mesma mulher de sempre, com o óculos meia lua, olhava a rua de sua poltrona.
O que estava havendo?
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- Já te vi se assustar até com o escuro, mas com um simples gatuno, nunca. - resolvi que não insistiria para que ela me contasse a verdade, mas esperaria que ela o fizesse logo. 
- O que vai querer de sobremesa? - ela perguntou com expectativa, o jantar até o momento foi absolutamente normal, apesar da palidez de Caroline só ter sumido agora. Talvez a hora do sapatinho seja a hora da sobremesa.
- Escolha você. 
- Estava esperando mesmo por essa resposta. - ela sorriu e levantou a mão para o garçom - Pode nos trazer uma daquelas famosas tortas de limão? - ela lançou um olhar ao garçom que indicava "traga a surpresa".
- Claro mademoiselle. - ele piscou para ela e se retirou, seria interessante atuar para alguém que me conhecia tão bem. 
Caroline sequer percebeu que eu estava de olho nela quando ela fingiu ir ao banheiro, e foi até o garçom lhe dizer o que pretendia com o jantar. Depois de estarmos conversando sobre o quartel por quase dez minutos, o garçom retornou com o prato. Primeiro entregou o de Caroline e depois o meu, ambos fechados por uma tampa.
- Espero que apreciem as tortas. - o garçom olhou para Caroline em um olhar cúmplice e eu senti vontade de cair na gargalhada, eles eram tão amadores assim, ou é porque eu já sabia sobre o teatro?
- Irei adorar, já que foi minha linda mulher que escolheu. - elogiei Caroline que colocou o guardanapo em frente a boca, ruborizando. 
Esperei que o garçom se fosse, e que Caroline abrisse sua bandeja, ela não desviava os olhos de mim nem por um segundo. 
- Normalmente não sou fã de torta de limão - abri a bandeja e encontrei lá, não um sapatinho, mas sim o teste de gravidez que indicava que ela estava grávida - Pensei que a torta fosse verde e mais grande...
- Amor! - não consigo descrever a alegria que eu sentia quando ela me chamava de amor, sensação que ganhei só depois do casamento - Você sabe muito bem o que quer dizer.
- Sei é? - me fingi de desentendido para a fazer ficar maluca. 
- Niklaus. - ela me censurou, toda vez que dizia "Niklaus" era porque ela estava a ponto de me dar um soco. 
- Caroline... Não posso estar mais feliz! - sorri radiante, não era de tudo mentira afinal, ela estava esperando a fonte do meu poder que havia ido embora quando Elena se tornou uma vampira. Seria triste para Caroline, ela provavelmente iria gostar dessa criança, mas nada que ela esqueça ao longo dos nossos intermináveis anos, ela seria imortal também. - Confesso que presumi que iria demorar mais que isso, mas estou tão feliz agora... - segurei suas mãos - Eu vou ser pai.
- Vai. - ela sorriu, os olhos marejados.
E olha que nem estava atuando tão bem.
- Meu filhão ta ai Carol - apontei com a cabeça para seu ventre - Crescendo a cada dia.
- Ou filhona. - ela corrigiu.
O garçom retornou com o prato de bolo e me felicitou pela paternidade, paternidade que não duraria mais do que o necessário. 
Agora o relógio era quem mandava no prazo da minha plena felicidade: minha mulher livre de todas as ameaças que puderem a fazer morrer, um exército de híbridos poderoso e meu pleno poder sobre Nova Orleans e qualquer outro lugar do mundo.
Só é uma pena que eu faça isso da maneira mais cruel possível.
 


Notas Finais


E ai gostaram gente?
Quem é louca do Krun's?
Fará algum mal a nossa Caroline e o bebê?
Vocês querem menino ou menina?
Klaus continuará mesmo com isso de "fonte de poder"?
Marcel está mesmo do lado de Klaus?
Caroline estudando sobre misticismo, o que esperar disso?
Esse e mais mistérios serão revelados no próximo capítulo de Surreal, isso mesmo, aqui na Social Spirit.
Um beijo, um queijo e até lá!


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