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História Surrender ( SeongJoong ) - O amor não impõe limites


Escrita por: supremacy_kingdom

Notas do Autor


「 Então... não sei mesmo o que dizer aqui, porque estou extremamente sentimental. Eu amo demais a história que eu criei aqui e em como eu consegui desenvolver cada um dos personagens e enfim, tudo! E saber que está acabando... não tô bem.

Nosso penúltimo capítulo está aqui. Eu precisei de mais tempo para refazer uma parte, porque ela era muito essencial. Acho que agora as grandes maiores emoções estarão no capítulo final. Eu estou muito confiante de que ele vai ser algo legal e que ele vai fechar a história de uma maneira muito boa.

Música do capítulo: Without you – Bomi (ato1) 」




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Capítulo 13 - O amor não impõe limites


Fanfic / Fanfiction Surrender ( SeongJoong ) - O amor não impõe limites

CAPÍTULO XII

╔════ ≪ •❈• ≫ ════╗

O amor não impõe limites


Mingi estava estranhamente quieto, comia lentamente a sua carne e parecia muito pensativo. Isso deixava Seonghwa inquieto. Ele sentia necessidade de saber mais sobre tudo que afligia seu filhote, de tentar ajudá-lo e de fazê-lo se sentir bem, por mais que já imaginasse que todo esse silêncio era devido ao último e recentíssimo acontecimento. 

Com esse pensamento, depois de quase nem sequer tocar na própria refeição, o ômega levou a mão até a do pequeno, mas, antes que a segurasse, teve a mão de Wooyoung cobrindo a sua por cima e o parando. Iria questionar no exato momento que vidrou o olhar no do alfa mais novo, contudo, apenas o viu negando com a cabeça, como se dissesse para ele falar depois.

E assim o fez. 

Bom, a mesa também não era um dos melhores locais para se ter uma discussão ou uma conversa. 

Já na cabeça barulhenta, Mingi continuava repetindo constantemente as palavras do irmão:

"─ Eu, mais do que qualquer outra pessoa aqui, entendo vocês dois. Também já tive medo, já pensei inúmeras vezes que a falta de laço de sangue acabaria levando nosso pai a nos deixar, que isso tornaria muito mais fácil nos substituir por um filho… legítimo. – as mãos do irmão alfa nunca abandonado as menores. ─ Só que eu parei para pensar em tudo que Seonghwa já fez por nós, em tudo que continuava fazendo e em tudo que ele parecia disposto a fazer. – os olhos de Wooyoung estavam brilhando, estavam molhados, o que era raro, já que ele dificilmente chorava em frente aos mais novos. ─ Ele é diferente, sempre foi. Ele é nosso pai aqui – soltou brevemente a mão de Jongho para apontar e tocar o indicador no peito esquerdo, em cima de onde fica o coração, tanto do mais novo quanto do mais velho, quanto o próprio, voltando a segurar a mãozinha depois. ─ e nada nesse mundo vai superar isso e tirar a gente do coração dele, porque é isso que ele é, nosso pai. O que tivemos antigamente foram pessoas que nos trouxeram para este mundo, nada mais, o que temos agora não é somente uma, mas são duas pessoas dispostas a tudo pelo nosso bem e felicidade. – o mais velho derramava sem vergonha aquelas lágrimas pelo rosto, enquanto apertava as mãos dos dois. ─ Algum dia isso tudo vai passar de vez para vocês também, esse sentimento estranho e agonizante, mas até lá… Confiem em mim e na certeza de que somos uma família. Nunca vamos nos separar". 

A história de Wooyoung ainda era um segredo para os mais novos, ainda era um completo mistério, mas, assim como os dois irmãos, sabiam que ele havia tido um péssimo relacionamento com o antigo "pai".

Hongjoong ainda estava ali ajudando-os a conhecer um pouco mais sobre si mesmos. Inclusive, havia terminado o bendito treino do irmão alfa, mas continuava o incentivando a nunca deixar de treinar sozinho. Mingi e Jongho estavam, volta e meia, aprendendo algo, até mesmo já sabiam escrever vários nomes e palavras, caçar animais de pequeno porte e pescar. 

Bom, Mingi entendia que a família que eles haviam construído, cada um encaixando a própria peça danificada no centro daquele problema, os tornavam únicos e mais fortes, os tornavam as pessoas que eles eram. 

─ Pai, pode me desculpar pelo o que eu disse?

De repente a voz do filho do meio despertou Seonghwa dos próprios pensamentos barulhentos, até mesmo Hongjoong não conseguiu disfarçar quando parou de puxar a carne do osso em mãos para dar na boca de Jongho e ficou estático. Wooyoung apenas deu um mínimo sorriso de lado, porque não esperava uma atitude diferente dessa vindo do irmão que tanto conhecia bem. 

O rosado balançou a cabeça levemente para os lados e sorriu gentilmente, limpando as mãos no pano que tinha ao seu lado na mesa e indo esticá-las para segurar as de Mingi. 

─ Está tudo be-

─ Não, eu não deveria ter dito aquelas coisas, nem pra você e muito menos pro Jongie. 

O garoto parecia muito certo do que falava e isso até assustava o alfa que não conhecia bem esse lado do garoto. Hongjoong sentiu mais orgulho ainda do próprio filho, ah, sim, ele sempre soube que aquelas crianças eram suas, tanto quanto aquele ômega, e seu coração de pai não os enxergava como frutos de outras pessoas, pelo contrário, a diferença física entre todos não causava estranhamento no lobo.

O ômega demorou três segundos para conseguir responder o menino. 

─ Eu compreendo você, meu amor. O papai sabe que seu coração ainda tem cicatrizes mal fechadas, assim como também sabe que me ama, hn? – fez carinho com os dedos nas mãos menores. ─ Não foi fácil ouvir aquilo, confesso, mas não irei de forma alguma julgá-lo e culpá-lo, Mingi. 

O moreno assentiu, sentindo os lábios tremerem e prestes a chorar. 

─ A dor que sente sequer sou capaz de imaginar, mas sei que não é algo simples para se livrar em tão pouco tempo. – o rosado parecia até mesmo um anjo aos olhos dos outros com toda aquela calmaria ao falar. ─ Não estou magoado ou triste com você, apenas estou chateado por não ser capaz de arrancar tudo isso que tem de ruim dentro da sua cabeça, todas as más memórias, todo o sofrimento e tudo que o faz não ser feliz por completo de dentro de você. 

E realmente havia dias em que Seonghwa sonhava poder ter algum tipo de bruxaria no sangue para poder mudar a realidade daqueles três, fazê-los esquecer cada segundo de aflição que já viveram.

─ Entretanto, precisa entender que não sou eles… Nenhum deles. – os olhos do omega foram de um para outro. ─ Nunca serei capaz de imaginar uma vida na qual eu não os tenha ao meu lado. – afirmou, como sempre. ─ A minha maior felicidade foi ganhar um presente dos Deuses, um não, três, que foram seus irmãos e você.

Hongjoong nem sequer ousou respirar mais alto para não atrapalhar aquilo. Era o alfa da casa, mas não agia como se precisasse ser a única voz a ser ouvida ou o único a ter razão e sabedoria. Na verdade, o alfa achava que Seonghwa era incrivelmente mais esperto. 

─ Eu amo vocês. – o rosado sorriu para os três e de repente até mesmo encarou Hongjoong. ─ Ainda que um dia eu envelheça, que a minha hora chegue, nunca deixarei de cuidar de vocês, meus maiores tesouros. – mandou um beijinho para Jongho e soltou uma mão de Mingi para tocar o cabelo de Wooyoung. ─ Ficarei aqui, sempre ao lado dos três e nem mesmo a morte será capaz de me afastar, ouviu bem? – seu tom era mais divertido, a fim de espantar aquela melancolia da mesa. 

Um pouco depois, voltaram a comer, mas Seonghwa ainda conversou um pouquinho com Mingi em seu colo na cama do garoto, brincando com seus fios negros com os dedos, aproveitando o contato e o tempo. Bom, antes de Jongho entrar e se jogar em seu colo também, até mesmo Wooyoung começar uma briga por quem iria receber cafuné do ômega, alegando que era mais velho que os três e tinha prioridade. 

Hongjoong assistia tudo de fora do quarto, enquanto ria e terminava de limpar e organizar as coisas da refeição. 


━━━━❰・❉・❱━━━━


─ Quero beijá-lo o tempo todo. 

Hongjoong não parava de repetir, enquanto Seonghwa suspirava em meio a todo aquele calor. 

O ômega  estava sozinho com o moreno no mato, em meio à floresta, longe das crianças que brincavam com San e mais um amiguinho de Jongho e Mingi.  Wooyoung estava lá cuidando deles.

 O alfa andava com o rosto grudado na nuca do ômega, beijando-o enquanto seguiam em direção a uma árvore. Os olhos do rosado tentavam ficar atentos ao caminho para que não caíssem, só que era impossível ficar indiferente aos lábios quentes em sua pele e as mãos famintas tentando passar em toda parte de seu corpo com pressa e selvageria.

─ Eu te amo… tanto… – afirmou, gemendo com certa manha ao ter as presas do Hongjoong beliscando sua pele. ─ Prometa que cuidará sempre de nós.

Suas mãos espalmaram contra um tronco grosso e seu corpo logo depois foi girado, ficando assim de frente para o moreno. Os braços magros rodeando o pescoço e uma das coxas suspensas agarradas contra a lateral do corpo de seu macho alfa. 

─ Nunca irei para longe, Seonghwa, você mesmo disse: "nem mesmo a morte poderá separar nós dois". – ouviu-o dizer em meio a um arfar pesado. O pênis grande esfregou contra o tecido na ereção menor. ─ Serei seu eternamente… Apenas seu. Serei somente seu, meu amor… – o nariz bem delineado passou pela bochecha corada do rosado e o cheiro viril arrematou-lhe o olfato. ─  Abra as pernas. 

As mãos firmes agarraram-o pelo quadril com inúmeras intenções. O rosado sequer pensou em negar, não naquele instante, preso em um vórtice de feromônios. Sentiu o nó de sua calça ser desfeito e ela escorregar por suas coxas roliças. Ofegou bêbado por Hongjoong enquanto o deixava suspendê-lo segurando-o pelas ancas fartas e o apoiando contra o tronco novamente. 

─ Está lambuzando meus dedos sem eu ao menos tocá-lo. Está escorrendo para eles, Seonghwa.

O ômega prendeu o lábio inferior entre os dentes, segurando um fino gemido que queria soltar. 

Não era incomum uma cena assim acontecer entre eles. Chegava a ser suspeito o fato de que todos os dias se embrenhavam pela floresta, ou demoravam demais nos banhos noturnos. Quer dizer, estranho para o mais novo da casa, porque para os outros dois isso tinha um singular motivo. 

─ Os garotos estão po-por perto… – pareceu finalmente se dar conta de que estavam se arriscando muito em pleno meio de tarde. ─ Eles vão sentir o-ou ouvir…

─ Apenas controle sua voz e gema baixinho.

Com apenas uma mão, o alfa manteve o corpo magro estável enquanto tirava apenas o membro teso e os testículos pesados para fora da própria roupa incomoda. Gemeu de dor apenas por ansiar estar dentro do aperto do marido. 

─ Hongjoong… – o rosado sequer se continha de fato, movimentando o quadril atrás de senti-lo. 

─ Calma, Hwa. – em um sussurro ao pé do ouvido, incitou-o. ─ Vou meter em você… – a língua quente lambeu toda a orelha, foi descendo por detrás dela, voltou e se aventurou pela lateral do pescoço, salivando cada canto. ─ Não faça barulho. 

Disse, antes de encaixar-se de uma vez e estocar até o final, causando um solavanco no corpo do ômega, esse que tapou a boca com as próprias mãos ao se soltar dos ombros do moreno, tentando abafar aquele grito rouco.

─ Hnhg… – o lobo dominante afundou o rosto contra a curva do pescoço, tentando abafar os próprios sons indecentes também. ─ Trepamos todos os dias, mas continua sempre estreito. 

As investidas começaram imediatamente fortes, fundas e incisivas, e com pouco tempo rápidas demais. Os corpos se esfregando colados, mesmo que a roupa ainda estivesse sendo usada na parte de cima, os murmúrios sendo abafados pelos beijos afoitos e molhados, ou pelas próprias mãos. Foram minutos proveitosos.

─ Hunf! M-Mn-Mnhnnm… 

Ambos se olhavam enquanto se beijavam, olhos caídos de desejo e brilhantes de excitação. As unhas crescidas de Seonghwa quase rasgaram a camisa e a pele de seu homem. Aquela brutalidade comum era algo que não abriam mão, ainda que fizessem, às vezes, com calma e com um romance meloso, os dois concordavam que era melhor quando mais selvagem. 

─ Se conseguisse ver como eu te vejo daqui… Ah, Seonghwa, não existe nada mais belo.

O alfa olhava encantado para o rostinho suado e vermelho, ofegante e extasiado. Estavam prestes a gozar. Bastou mais umas poucas investidas para que Seonghwa o sentisse inflar dentro de seu corpo e "enganchar", atando novamente. Os dois lobos gemeram um contra os lábios do outro. O rosado veio no segundo depois, sujando a própria roupa e a do alfa. Agora precisariam passar escondidos para dentro da casa e se trocar, além de lavar logo aquela sujeira. 

Ficaram abraçados e sorrindo, fitando um ao outro com paixão, enquanto sentiam o nó se desfazendo aos poucos. 

─ Se eu precisasse passar por tudo de novo para chegar até aqui, eu passaria, só para estar novamente em seus braços desta maneira. – o ômega disse, passando a palma macia contra a bochecha rosadinha, acariciando-o. Sorriu ainda mais ao notar Hongjoong levando o rosto em direção à sua mão, buscando por mais. ─ Não posso viver mais sem você também, alfa… Não sei mais imaginar meus dias longe disso tudo que temos. 

─ Então, não imagine, – o moreno virou um pouco o rosto em direção à palma do rosado e a beijou, olhando-o ainda. ─ pois eu nunca estarei em outro lugar que não seja com você e com as nossas crianças. 


━━━━❰・❉・❱━━━━


Um ano inteiro se passou. Sequer tinham noção de como descrever a felicidade que estavam tendo. Jongho agora parecia uma miniatura do irmão mais velho, apenas sete anos, mas sabendo sobre tudo e deixando os pais em apuros com suas falas. Não que fosse de todo mal, pois, se estivessem certos sobre a sua classe, ele seria um ômega não muito fácil e extremamente seletivo. Isso era algo que, internamente, Hongjoong amava, pois seu lado protetor paterno não queria ao menos imaginá-lo sendo cortejado por um lobo. Um leve ciúmes de pai.

─ Vocês são muito barulhentos quando estão "fazendo"...

─ Jongho!

Seonghwa gritou, olhando totalmente encabulado para o menino passando com uma bola de tecido em mãos para brincar. Hongjoong riu e parou no mesmo instante que teve os olhos claros ameaçadores em cima de si. 

Mingi estava um mocinho cada vez mais lindo, inclusive, parecia muito à vontade na presença de Yunho, o lobo dois anos mais velho que o garoto e que era novo na vila, que agora vivia encontrando-o para brincar e conversar. Ambos pareciam ter quase o mesmo tamanho, ainda que Yunho fosse mais velho, e o mesmo gosto para muitas coisas na vida. A família Jeong era mercante, pessoas que conheciam muitas terras a fora, eram quase como aventureiros, e isso fascinava o filho do meio.

─ Waaah! Incrível! E o que existe do outro lado da ilha?

─ Existem peixes que não tem para esses lados. Eles são diferentes e enormes! A carne tem um sabor muito delicioso. ─ Yunho continuava contando animado. 

Ambos  estavam sentados em um galho grosso de árvore de frente um para o outro. 

E Wooyoung, ah, esse era um dos orgulhos maiores de Hongjoong. Não que o amasse mais ou o quisesse mais bem, mas porque havia sido parte de todo aquele desenvolvimento. Sequer podia acreditar no dia em que o viu, pela primeira vez, assim como todos os outros, se transformar em seu lobo de pelagem marrom escura e brilhosa. Era lindo.

─ Ele acha que está perto do cio… Estou com medo de que tentem o forçar a se casar. 

─ Então esteja pronto para ser o alfa que sempre disse que seria e proteja San de qualquer um que queira fazer mal a ele, Wooyoung. – foi o conselho de Hongjoong naquela noite escura. 

O bebê tão esperado ainda não havia chegado. O rosado até mesmo passou a se sentir culpado por não entregar um herdeiro a Hongjoong, contudo, como sempre ele ouvia:

"─ Tudo vem na hora que tem que vir, meu amor. Se nosso filho ainda não está aqui é porque ainda não é o momento."

De fato, Hongjoong nunca se importou muito em recriar linhagem ou ter herdeiros, mas compreendia a vontade do ômega e o ponto de vista dele. Só que sempre soube como poderia ser e como poderia não ser, contudo, amava Seonghwa independente de qualquer coisa e nunca colocaria nada como obstáculo para ser feliz por completo ao seu lado. Já tinham três filhos lindos, saudáveis, espertos, inteligentes e amorosos. Já eram completos. 

Mas, aguardariam a tão esperada hora do destino em abençoá-los com mais um filhote. 


━━━━❰・❉・❱━━━━


Dois meses a mais, algumas coisas mudaram. Naquele dia… Seonghwa sentiu um peso ser soltado em sua cabeça e coração. 

─ Precisamos fugir!

Seonghwa sentiu o chão abaixo de seus pés sumir, o peito apertar em um tipo de dor de baque misturado a aflição e as mãos tremerem. Wooyoung estava nervoso, elétrico e parecia muito apreensivo. Olhou para San, que estava parado ao lado de seu filho, tentando buscar respostas e viu o ômega se encolher, mas o que chamou a sua atenção foi a mão levada à própria barriga.

Seria possível que…

Hongjoong apareceu ao seu lado,  perguntando o que estava acontecendo, contudo, Wooyoung apenas continuou:

─ Se eu e San ficarmos aqui, se… – parou por alguns instantes e segurou a mão do garoto ao seu lado. ─ se ele ficar, vão tirar o nosso filhote de nós, talvez casem ele com um qualquer e depois venham atrás de mim para me matar.

O rosado se segurou ao alfa e respirou com dificuldade. Mirou certeiro para a barriga de San, olhou para o filho, novamente para a barriga de San, depois para o próprio, até finalmente abrir a boca para dizer algo.

─ Está… grávido…? – questionou, mas apenas porque queria ouvir do outro ômega.

─ Estou, senhor… – a resposta veio baixa. ─ E-Eu não quero tirar e também não quero que levem meu bebê para longe mim! – encolheu-se atrás de seu alfa.

Era de se esperar que uma hora acontecesse, ainda mais quando soube do primeiro cio do garoto. Seonghwa avisou sobre os riscos, avisou também sobre as consequências, sobre tudo que poderia acontecer, mas sabia que ambos tinham ciência disso e ainda assim prosseguiram. 

─ Vamos dar um jeito. – Seonghwa piscou algumas vezes, olhando em volta e nitidamente abalado. ─ E-Eu- Nós! Nós vamos dar um jeito. – olhou para o alfa ao seu lado. ─ San pode morar aqui e-e-e… Apenas… Nós-

─ Não! – Wooyoung negou, aparentemente mais calmo do que o outro. ─ Não vou colocá-los em perigo assim. 

─ Não pode se aventurar por essas terras com um ômega grávido, Wooyoung! Você não vai! Não vai! Eu não permito! Eu o proíbo! – o rosado se exaltou, já tendo parte da bochecha vermelha e dos olhos molhados. ─ Não posso deixá-lo ir, isso é loucura!

San, nessa altura do campeonato, já estava apreensivo e completamente desnorteado. Sentia-se culpado por ter permitido o garoto de se aproximar, de se colocar em risco por eles e de tê-lo deixado atar, pior, ter pedido para que ele fizesse isso dentro, logo em um período de cio. Agora o alfa estava ali, brigando com o pai e com o pescoço a prêmio pela própria família. Contudo, só conseguia chorar e se sentir amedrontado, com medo de perder a pessoa que amava e também a família que considerava tanto. 

─ Hongjoong, diga alguma coisa! Fale para ele, diga que não deve tomar uma decisão tão… tão… perigosa como esta!– Seonghwa pediu ao moreno a seu lado.

Todavia, o lobo apenas encarou os dois à sua frente, mantendo-se mais firme em olhar para Wooyoung, que devolvia o olhar na mesma intensidade. Sentia emoções vindo em cargas pesadas diretamente para si. A bendita marca o permitia compartilhar disso com seu ômega. Era dolorosamente sufocante.

─ Hongj-

─ Deixe ele ir, Hwa.

Aquela frase entrou como golpes certeiros de facada em seu coração. O rosado olhou em pânico e desacreditado para o marido. Não, ele não poderia estar aceitando aquilo daquela maneira. Como podia? Como podia não ficar ao seu lado em uma decisão tão crucial? Era a vida de três pessoas em jogo, era a união de sua família, era tudo!

─ O… que? – Seonghwa ficou bem de frente para o moreno. ─ O que está dizendo, Hongjoong?! Ficou completamente fora de si como seu filho?! – bateu no peito do alfa. ─ Não! – negou compulsivamente com a cabeça. – Meu filho… e-ele precisa de mim, ele… – as mãos do ômega se agarraram à camisa do lobo em um gesto de pedido de socorro. ─ É perigoso, Hongjoong! Duas crianças e um bebê!

Lidar com essa situação era como afundar em um abismo. Seonghwa era tão importante para ele, era a peça fundamental da sua felicidade, entretanto, também tinha os três filhos, tinha os garotos e eles também eram parte de sua trajetória ali, eram igualmente relevantes quando se tratava de necessitar da felicidade deles para se sentir bem. 

─ Wooyoung não é criança há muito tempo, sabe disso. – levou as mãos até o rosto molhado do rosado, segurando-o para que mantivesse os olhos nos seus. ─ Antes mesmo de trazê-lo para sua casa, de cuidar dele… Ele já era um homem em formação. – deu um beijo demorado em sua testa. ─ Além do mais, olhe bem para o lobo à sua frente. – falou e se afastou para vira-lo novamente de frente para o filho. ─ Ele é forte, corajoso, leal e já é um homem que sabe o que quer. – o moreno encarou o alfa mais novo por cima dos ombros do ômega. ─ Mesmo que o ache novo, Wooyoung já é maduro e esperto. 

Seonghwa soluçou e levou as mãos até o próprio rosto, tentando conter aquele estrondo de emoção absurda. Enquanto isso, Wooyoung continuava quieto, segurando e engolindo a própria vontade de chorar ao ver o ômega daquela maneira. Não era a sua intenção, mas não podia, não podia deixar de amar San com todo o seu coração e muito menos podia evitar de fazer tudo para que permanecessem juntos. 

─  Mas é meu filho, Hongjoong… – Seonghwa suspirou e voltou a olhar para o alfa mais novo. 

─ Meu também. – Hongjoong tocou-lhe o ombro e parou ao lado de seu corpo. ─ Wooyoung me lembra muito o meu eu jovem. – comentou. ─ Olhando-o agora, ele está mais do que pronto para ter a sua própria vida, não acha? 

Estava tentando aninhá-lo, dar a ele um afago e um porto seguro para se acolher.

─ Woo… Filho… – Seonghwa ainda tentava. 

─ Precisa deixá-lo ir, meu amor. Ele agora tem um ômega e também um filhote. – ambos olharam para a barriga coberta de San. ─ Wooyoung precisa escrever a própria história. – desceu a mão até segurar firmemente a do rosado, entrelaçando seus dedos. ─ Ele já está pronto. 

O silêncio se fez presente. Apenas o vento trazia o som através das folhas das árvores que balançavam e também das folhas caídas na grama. Seonghwa, no fundo, ele sabia bem que seu alfa estava mais do que certo, que estava sendo imparcial, estava sendo justo, afinal, se precisasse se afastar também do homem que amava e de seus filhotes, seria capaz de tudo para que não acontecesse. Contudo, obrigar Wooyoung a ficar poderia ser um erro que acabaria em morte, morte de seu neto e do ômega que enxergava de certa maneira como um filho também. San era incrível e um lobo maravilhoso, viu o amor de ambos nascer e crescer, sempre forte e verdadeiro. Não podia dizer não. 

─ Está tudo bem, pai… – pela primeira vez em tempos Wooyoung falou, aproximando-se e tocando delicadamente os braços do pai ômega. ─ Serei forte o suficiente.

O garoto teve o corpo empurrado para o lado com força e logo depois viu o pai segurar San pelos ombros. Andou para tentar afastá-lo, mas Hongjoong o segurou pelo antebraço antes mesmo disso. 

─ Prometa – a voz do ômega já estava dando dó há muito tempo, mas ele estava firme enquanto encarava San. ─ Prometa que cuidará do meu filho! – era intenso em olhá-lo nos olhos, como um pai pronto para até mesmo matar pelo filhote. ─ Prometa que ficará ao seu lado até o último suspiro que derem! – era uma parte que o Choi sequer havia tido dele. ─ Prometa que irá amá-lo com todo o seu coração e nunca o deixará sofrer! – as mãos do rosado se prenderam com certa brutalidade, mesmo que não fosse a intenção machucar. ─ Prometa a mim, San, para que eu possa sentir meu coração um pouco menos desesperado! Me dê a sua palavra!

San piscava lentamente, surpreso, mas ao mesmo tempo compassivo daquela reação. Wooyoung sempre falou com brilho nos olhos de como seu pai era, e não precisou apenas de palavras, sabia disso. Todos da vila sabiam. 

─ Wooyoung, e agora meu filho, são tudo para mim. Darei minha vida, se preciso, o que for, tudo, para eles. – o ômega mais novo o respondeu tranquilo. ─ Prometo!

E então seu corpo foi solto e o do filho agarrado em um abraço apertado. 

─ Ah, Woo… Meu Woo… Nunca imaginei que precisaria vê-lo partir para longe de mim, mesmo que sempre soubesse que em algum momento tudo poderia acontecer. – acariciava os fios sedosos da cabeça do jovem, aproveitava aquele momento como se precisasse gravar até mesmo o cheiro do garoto. 

─ Pai… – e nesse instante, Wooyoung parou de lutar contra si mesmo e se deixou levar pela avalanche que era se despedir de quem nunca imaginou ficar longe. ─ Obrigado por me amar tanto… – se afastou para olhar o pai nos olhos, de pertinho, detalhando cada parte que compunha o ômega mais incrível que conheceu. ─ Por me defender sempre que pôde e por me dar uma família.

O peso das palavras eram dois: leve e ao mesmo tempo árduo.

─ Eu imploro, por favor, não deixe que nada aconteça. Permaneça vivo, mantenha-os a salvo e, mesmo que nunca mais eu possa ver o seu rosto lindo, – as pontas leves dos dedos do de cabelos rosas deslizaram pele tez macia. ─ cuide-se e não se esqueça de mim ou de Hongjoong, nem de Jongho e Mingi, pois eles o amam muito, assim como seus pais. – aproximou e beijou a pontinha do nariz do alfa, da mesma maneira que costumava quando passou a cuidar dele. ─ Viva feliz, feliz como nunca, Wooyoung, pois é isso que merece. Meu precioso filho… O amarei até o dia que meus olhos se fechem para sempre.

─ Prometo que voltarei para te ver, pai… Eu juro! – Wooyoung o abraçou e escondeu o rosto choroso contra o peito do pai, sentindo-se confortável naquele ato de afeto. ─ Eu o amo. 

¹Estavam naquele instante, prestes a se afastarem, quando ouviram a voz do mais novo chamando pelo irmão:

─ Woo! Wooyo!

Todos olharam na direção da casa e viram o garotinho de sete anos correndo com os olhos inchados e as bochechas cheinhas coradas. Mingi vinha logo atrás tentando pará-lo.

 ─ Woo! – Jongho chamou mais uma vez, nitidamente chorando. 

Havia escutado boa parte de tudo. 

─ Jongie… – o irmão mais velho se ajoelhou no chão e abriu os braços para poder abraçá-lo. 

─ Não vai embora! – se jogou contra os braços do alfa e se agarrou no pescoço dele. ─ Não vai não, Woo… Não quero ficar longe de você… – fungou.

─ Jongie… – Seonghwa tocou o garotinho, mas Hongjoong o chamou.

─ Deixa, ele dirá o que for necessário. 

O rosado apenas assentiu. Mingi parou ao lado do pai alfa e foi segurado no colo, ainda que estivesse com doze anos, se acalmava com mais facilidade assim quando tinha alguns momentos de muito abalo emocional. 

─ Jongie, o hyungnim não pode ficar agora, é perigoso para vocês. San e eu precisamos proteger o filhotinho dentro da barriga dele. – Wooyoung sorriu e apontou com a cabeça o ômega parado mais atrás. 

─ Wooy será papai? – os olhos grandes do mais novo escanearam a barriga de San e aparentemente foi o suficiente para fazê-lo se distrair por um tempo. 

─ Vou. – San se aproximou quando Wooyoung o chamou com a mão. ─ Isso não é maravilhoso? Tem um bebê aqui dentro… – fez carinho na barriga lisa do moreno. ─ Só que tem gente malvada querendo levar ele pra longe de mim e eu não quero que tirem meu filhote dos meus braços.

─ Então você precisa se esconder. – falou pensativo. ─ Você é bom em esconder. Pode fazer da mesma maneira quando a gente brinca. – passou a mão gordinha contra o nariz que escorria. ─ Você vai voltar mesmo…? 

─ Eu prometo. Sei que jurei nunca ir para longe de vocês, mas… vai ser por um tempo e logo logo eu vou estar de volta. 

─ Mas eu vou sentir saudade…

─ Eu também… de todos vocês. – ficou em pé e andou até onde Mingi estava, agarrado à Hongjoong como se fosse um coala. ─ Mingi-yah… Eu sei que está chateado comigo, mas também sei que entende. – tocou as costas do mais novo em um leve acariciar. ─ Precisa cuidar do Jongho enquanto eu estiver fora e se cuidar também. 

Viu o irmão do meio girar o rosto em sua direção e ficar olhando-o atento. Mingi era assim, observador, acreditava mais em olhares e gestos do que em palavras. Notou que ele estava estudando as suas feições. 

─ Se você não voltar, irei odiá-lo para sempre! – foi o que disse baixinho. ─ E quando voltar, irei chutar a sua canela com força por me fazer sofrer!

O alfa mais novo riu. Hongjoong colocou o filho no chão, que segurou a mão do ômega rosado, assim como Jongho. Voltou-se para o alfa e suspirou pesado. 

─ Estou orgulhoso, tão orgulhoso de você… Espero que se lembre de seu pai alfa e que mantenha sua família que ficou aqui em seu coração. – sem aviso, levou a mão até o cabelo negro e o bagunçou. ─ Boa sorte em sua nova jornada, garoto.

─ E você, cuide do meu pai… – Wooyoung corou e deixou mais uma lágrima cair. ─ Pai.

Sem mais tempo para despedidas, deu um abraço no homem que havia o ajudado a superar barreiras invisíveis, mas tormentosas, de sua vida, afastou-se vendo o sol querendo desaparecer, piscou para o lobo negro e então… se transformou, virando um animal de médio porte. Hongjoong encarou os pedaços de pano espalhados pelo chão, depois olhou para o lobo e negou. Como podia esquecer algo tão simples? Mas, não foi surpresa, a única coisa que Wooyoung fez em sua forma selvagem foi revirar os olhos e colocar a língua para fora, parecendo se divertir. 

San se curvou por alguns segundos, agradeceu, se despediu dos mais novos em um abraço apertado e fez o mesmo com os dois mais velhos. Rapidamente montou em cima do bicho peludo e se agarrou com força. 

Seonghwa acariciou a parte de trás da orelha do lobo, mirando seus orbes enormes e atentos, aproximou a testa da do animal e encostou na sua, ambos fecharam os olhos momentaneamente e sussurrou:

─ Adeus, Wooyoung…

Dando passos para trás, o rosado e os outros viram-no emitir alguns grunhidos e então disparar com o ômega grávido em cima de suas costas. Aquela sensação de espaço vazio, de buraco sendo perfurado no peito atacou o ômega com tudo. Hongjoong sabia que teria muito trabalho para conseguir ajudá-los a seguir em frente com a falta que Wooyoung deixaria naquela casa e na própria vida, mas estava disposto a segurar essa barra enquanto o filho não voltava.


━━━━❰・❉・❱━━━━


A vida estava andando em uma certa vagareza. Talvez fosse só o fato de que uma pessoa com a aura de Wooyoung estivesse deixando claro o quanto sua energia era imensa. Agora a casa estava um pouco mais silenciosa. Um ano inteiro havia passado e nenhuma notícia sequer. O pior era sempre cogitado. 

Seonghwa passou os primeiros dois meses dormindo no quarto com os dois mais novos abraçados a eles. Hongjoong acabou também colocando mais proteção na janela e na casa, principalmente no quarto dos menores. 

Mingi estava bem, sentia saudade do irmão, mas pelo visto estava completamente interessado em Yunho. Ah, Hongjoong nunca imaginou como seria sentir tantos ciúmes por ter sido trocado pelo filho. Seonghwa vivia brincando e implicando, dizendo que ele deveria se acostumar a dividir o coração do filho com outros. 

Apesar de tudo, estavam bem. 

Porém, em um começo de tarde, muitas coisas mudaram. 


Notas Finais


SIM!! A DORAMEIRA QUE HABITA EM MIM EACOLHEU A PLAYLIST!

Eu ia postar no final de semana, mas ultimamente estou passando por umas coisas pessoais que as vezes me deixam, literalmente, esgotada. Mas, não se preocupem, que escrever é exatamente o que me ajuda a espairecer, então, tá tudo certo.

Bom, sobre o capítulo: eu sei, muita nuances, mas eu precisava dela. Inclusive, eu revisei a história e ajustei o capítulo 9 que o Hongjoong fala sobre o passado dele em questão da idade, colocando em 7 anos a época em que o pai morreu, porque era uma inconsistência em alguns quesitos pra mim. Voltando, acho que até aqui as coisas foram explicadas, mas outras ainda estão em aberto porque ficarão para o último capítulo. Estou completamente boiola por esse plot, por essa família, por tudo que foi desenvolvido aqui. O Woo foi embora, mas vocês sabem que ele volta, né? Não seria nem surpresa. Só que eu também deixei muitas surpresas pro final, então, não deixem de ler, por favorzinho.

Pretendo postar o último capítulo de Surrender até sexta, o de Dominates nesse final de semana, ou ao contrário. Novos capítulos de Orion's Belt e Masmorras sairão no final de semana que vem provavelmente.

Estou curiosa demais e ansiosa pra saber o que vocês acharam...

Agora, até nosso último encontro com nossa familia linda de lobos *chorando em posição fetal* 💙🤸🏻‍♀️🌈

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