História Surrogate Pregnancy - Bruno Mars - Capítulo Doze

22 DE FEVEREIRO DE 2021 

  Não sei como criei coragem para assinar um contrato tão intenso como era o acordo com  Bruno. Eu sinceramente não sabia o que esperar vindo de alguém tão intrigante, enigmático e incompreensível como Bruno demonstrou ser. Parando agora para refletir, não conhecia nada sobre ele, não sabia com quem ele convivia, o que ele fazia nos tempos vagos, qual era suas convicções e fantasias e nem o que ele esperava para sua vida. Eu apenas pulei no mar sem saber o que esperar dele, qual era o perigo de mergulhar às cegas nele ou então, a profundidade que ele era. 

 Novamente estava sentada em minha cadeira de escritório sem propósito nenhum. Minha mente viajava na noite anterior, quando nós dois estávamos um de frente para o outro, fazendo acordos sobre um contrato sadomasoquista. Eu estava com medo, mas ao mesmo tempo disposta a me entregar a algo tão novo quanto aquela relação. 

  Porém, havia algo que eu sabia com toda certeza: Eu não poderia me apegar à ele. Não poderia me apaixonar. Bruno estabeleceu aquele contrato com um único propósito. Sexo e fetiches. Nada mais que isso. Eu estava ciente e por enquanto, estava tudo sob controle. Eu só deveria continuar sabendo me colocar no lugar certo e diferenciar as coisas. 

  O telefone toca.

— Romeu? — Chamo ao atender. 

— Senhorita Clark, Bruno Mars ao telefone. — Romeu diz. 

— Pode passar… E Romeu, quando for Bruno que estiver na linha… Passe-o direto, não tem necessidade de questionar, ok? — Ordenei. Bruno agora seria alguém mais presente na minha vida e acredito que até mesmo na empresa, então não havia tanta necessidade de Romeu perguntar a mim toda vez que fosse transferir Bruno pra minha linha. 

— Sim senhora. — Ele diz e passa a chamada. 

— Bruno? — Chamei. 

— Oi meu bem, como você tá? — Aquela simpaticidade era incomum, porém não me pareceu estar sendo mal intencionado e sim me trantando informalmente, como se eu fosse sua amiga. 

— Tô bem Bru e você? — Devolvo o carinho em palavras. 

— Tô legal… É, queria te fazer um convite. — Ele diz meio sem jeito. 

— Pode fazer, não vou te morder. — Brinco. 

— O Phil e a Urbana vão fazer um churrasco só pra gente, e queria saber se você tá a fim de ir comigo… — Eu queria apertar o Bruno, eu estava estranhando aquele momento fofo. 

— Bruno mas, será que eles me querem lá? Eu meio que arranquei a Jéssica a força de você… Não sei se seria uma boa… — Digo receosa. 

— Se você estiver recusando meu convite só por causa desse medo bobo, fica tranquila. Eles me pediram para chamar você. — Ele conforta. 

— Bom, então não me resta outra desculpa a não ser aceitar né? — Ouço Bruno soltar uma risada. — Eu vou sim. 

—  Que ótimo, te pego às oito. — Ele diz e faz uma pausa. — Cuidado com o que você vai fazer naquele churrasco. Não esquece que as punições vão ser aplicadas a qualquer dia a qualquer hora. — Ele diz agora menos gracioso. 

— Estava demorando pro encantor cair né, Bruno? — Provoco. — Estava tão bom. 

— Desculpa, senhorita Clark… Mas graciosidade não é comigo. — Ele responde. 

— Não foi isso que percebi. — Provoquei. 

— Foi um deslize. — Ele ri baixo e eu retribuo. 

— Preciso desligar, até mais tarde. — Me despedi. 

— Até mais. — Ele diz por fim e a chamada é encerrada. 

   Trabalhei até mais tarde, um pouco além do meu expediente, mas finalmente o meu dia havia chego ao fim exatamente às seis e quarenta e sete, eu estava definitivamente morta e cansada. Fiz algumas reuniões à distância e comecei a auxiliar no fechamento da folha de pagamento, mas isso demandava bastante da minha cabeça que doía um pouco. Pego meu carro no estacionamento subterrâneo e dirijo finalmente em direção à casa. 

  Ao abrir a porta, Aly já estava de saída. Comuniquei à ela para onde me encontrar e adentrei o imóvel disposta a me preparar para o churrasco na casa de Philip Lawrence e Urbana. Não sabia o que aquele churrasco me traria, estava até meio receosa de encontrar Jéssica lá, já que Urbana e Caban eram amigas. Estava calor, então coloquei um vestido mais simples, discreto e sofisticado. Optei por um rodado florido, nas cores pastéis distribuídas entre o verde, amarelo, pêssego e azul. Uma rasteirinha mega delicada e o cabelo ondulado solto. Quando enfim terminei, ouvi a buzina do carro do Bruno soar do lado de fora de casa. 

  Bruno estava em pé encostado na porta do passageiro.

— Em uma hora você se veste como alguém segura de si, conhecedora de todas as posições possíveis do kama sutra e no outro se veste como se parecesse ingênua… — Ele dizia enquanto me analisava. — Eu gosto disso, gosto do seu jeito de enganar uma pessoa conforme sua aparência. — Ele diz perto demais quando paro ao seu lado. 

— Posso ter qualquer pessoa na palma da mão apenas usando um vestido rodado. — Provoquei. — Me faz parecer uma pessoa inocente. — Entro no carro e Bruno fecha a porta dando a volta pela frente e entrando em seguida. 

 Bruno me olhou mordendo o lábio inferior sem precisar dizer uma única palavra para eu já saber o que ele queria dizer, e só então arranca com o carro até a casa de Philip. 

  Ao chegar, fomos recepcionados por Urbana, que continha um sorriso contagiante no rosto e os braços abertos para receber os abraços da visita. Senti um frio na barriga que logo se dissipou ao conversar com ela. 

— Você é muito linda, Gale. — Ela me diz simpática me deixando sem jeito. — É um prazer conhecer você. — Urbana disse me abraçando. 

— O prazer é todo meu, e devo dizer o mesmo de você, muito linda mesmo. — Retribuo. 

— Muito prazer, Clark, Bruno falou muito de você. — Philip cumprimenta apertando minha mão. 

— Não precisa expor, Philip. Cala a boca. — Bruno brinca nos fazendo rir. 

  Urbana me puxa para a cozinha para ajudá-la com a comida para o churrasco. Philip e Bruno foram para o quintal acender a churrasqueira. Os filhos do casal estavam todos brincando na sala, então decidi não atrapalhar a brincadeira deles. 

— Muita correria ultimamente? — Ela pergunta enquanto temperava a carne. — Deve ter sido meio conturbado pra você. — Ela prossegue. 

— Foi bastante. Ainda estou meio atordoada com tudo que vem acontecendo… Esse lance do Bruno, do término dele, me sinto culpada. — Desabafo pela primeira vez. 

— Ah meu anjo, não precisa se sentir culpada. A melhor coisa que aconteceu foi eles terem largado. Só Deus sabe o quanto ela faz mal para o Peter. — Urbana diz e sinto pena. 

— Eu já sabia disso, Bruno estava cansado demais sabe… Mas eu não consigo me acostumar com isso, é tudo tão recente… — Digo novamente. 

— Vai ser difícil no começo, uma pressão imensa… Mas vão se acostumar com você, se eles realmente amam o Bruno, vão ver que você é melhor pra ele do que a Jess era… — Urbana diz se referindo aos fãs. 

— Mas você acha que eles sabem do problema que ele tinha com ela? — Pergunto. Eu estava com medo de sair em alguma mídia com o Bruno assim logo de cara. 

— Eles não são tontos, Gale… Bruno podia dizer pro mundo todo que amava ela e estava tudo bem na relação dos dois, mas eles sabem que era o contrário. Fica tranquila e curte os momentos com ele. — Urbana me acolhe. 

 Sorrio para ela. Aquelas palavras confortaram um pouco a agonia que se instaurou dentro de mim. Eu gostava da companhia do Bruno, ele era incrível, se preocupou comigo, me deu apoio após ter batido na ex mulher dele… Ele seria um amigo incrível pra mim. 

— Obrigada. Bruno é legal. Acho que vamos nos dar bem. — Dou risada e pego uma travessa de molho para levar até a área da piscina, onde seria o churrasco. 

  Bruno estava com uma garrafa de cerveja e havia trocado sua blusa para outra do Brasil. 

— Você que tá olhando a carne? — Pergunto pegando a garrafinha de sua mão e tomando um gole. 

— Essa cerveja é minha. — Ele ri pegando de volta. — E sim, você vai comer a melhor carne assada da sua vida. — Ele sorria enquanto mexia na grelha. 

— Aham. — Digo e reviro os olhos. 

— Aprendi muitas técnicas na minha viagem pro Brasil, tá pensando o que? — Ele ria. 

— Estou com fome. — Reclamo. 

— Senta naquela mesa e come algo. Agora. — Bruno ordena e eu ignoro. 

— Não estou com tanta fome, eu espero a carne ficar pronta. — Digo dando de ombros. 

— Faz isso de novo. — Ele diz bravo. 

  Olho em volta para me certificar que ninguém nos olhava. 

— Isso o que? 

— Balançar os ombros ignorando uma ordem minha, indiferente. — Ameaçou.

— Ou oquê? — Provoco.

 Bruno fecha os olhos e respira fundo. 

— Lembra que agora eu posso te punir por qualquer coisinha que você desobedecer, tá bom? 

—  Lembra que eu não ligo? —  Balbuciei e virei as costas para ir conversar com Urbana. 

BRUNO MARS 

    Lidar com Gale sendo minha submissa seria complicado mas ao mesmo tempo interessante. Clark não seria domada tão fácil, ela gosta de mandar e não ser mandada. Mas se ela estivesse disposta a começar um jogo, seria um prazer competir com ela. O primeiro castigo já estava sentenciado e como eu tinha um número quatro, estava disposto a fazer ela sentir prazer apanhando. 

— Como vai com a nova garota? — Philip era o único que sabia um pouco sobre meu outro lado. Eu não permiti ele a saber de tudo, apenas que eu gostava de um sexo mais pesado. 

— Vai ser complicado. Mas estou curtindo essa nova experiência. — Digo cortando os pedaços de carne para serem servidos. 

— Claro que vai ser complicado, você escolheu uma CEO. Ela manda, não é do tipo de obedecer. — Ele diz. 

— E é por isso que vai ser interessante. — Olho para ele e em seguida para Gale, que ria com Zahlia, filha de Phil. 

— Só toma cuidado, não deixa essa relação de vocês chegar ao extremo. — Phil estava certo em pedir para que eu tomasse cuidado, nada poderia sair do limite. — A garota não sabe muita coisa, então vai com calma com ela. — Phil pede pegando o prato de carne e levando até a mesa. 

  Eu não queria machucá-la em hipótese alguma, iria tomar todos os cuidados necessários para que isso não se tornasse algo traumatizante para ela. Ela era uma pessoa muito especial para mim.