História Surrogate Pregnancy - Bruno Mars - Capítulo Quatro

  O que eu mais queria no momento era a separação, não queria mais continuar com esse namoro de fachada que tínhamos para a mídia. Eu me sentia desanimado, triste e depressivo dando continuidade a algo sem nexo e sem valor algum. Todos os dias eu me fazia sempre a mesma pergunta: Por que? Por que viver uma vida que você tanto odeia? Por que viver uma relação que não te faz bem? Que só te deixa pra baixo? E a resposta? Eu não sabia. Eu simplesmente não conseguia sair disso e eu já havia aceitado. Minha vida seria assim, eu viveria para os shows, para meus fãs e para aumentar o ego da Caban, mas nunca viveria para mim.

  A história toda da gravidez é só mais um pretexto para me prender. Ela sabe que eu não poderei largar ela, isso geraria muita fofoca e mancharia minha carreira. "Nossa, Bruno Mars deixou ela sozinha com um bebê, como ele pôde?" Sei que é isso o que todos vão dizer. Jéssica sumiu das redes sociais, pois queria causar a impressão de estar guardando algum segredo que a mídia não podia descobrir. Mas ela só estava querendo causar tumulto. 

 Eu estava infeliz. Todo esse tempo mostrando ser o que não era por pura pressão dela, ou eu fazia o que ela queria, ou ela me ferrava de várias maneiras possíveis. 

— Sim… Por enquanto está tudo como a gente queria. Ela aceitou e parece que vai prosseguir com essa história. — Jess conversava com alguém ao telefone mas eu não conseguia distinguir quem era. — … Nada pode dar errado dessa vez. 

— O quê não pode dar errado, Jess? — Questiono entrando na sala e ela rapidamente desliga o celular após um susto. 

— Nada meu amor, estava falando com a Lore. Ela queria saber como estava indo o processo da gravidez. — Ela diz rindo nervosa. 

— Por que você se assustou quando entrei? — Aperto os olhos desconfiado. 

— Meu Deus baby, você me assustou, foi isso! Entra assim do nada na sala, comigo distraída ao celular… — Jessica argumenta saindo do cômodo. 

 Ela estava escondendo algo de mim, eu não era idiota o suficiente pra cair nesse papo dela. Só precisava saber o quê.

— Bom, se você diz... Acredito em você. 

— Sério, meu amor? — Ela sorri e vem me abraçar. 

  Antes que ela o fizesse, agarro os dois braços dela que iriam me rodear e os tiro com cautela, fazendo com que ela me olhasse com uma cara indignada. Com a testa franzida e a boca em O, ela diz:

— Você está diferente. — Jéssica cruza os braços e balança a cabeça devagar. 

— Eu não tô diferente porra nenhuma, só estou cansado desses seus joguinhos de merda. — Respondo me jogando no sofá da sala.

— Joguinhos de merda, Bruno? Olha, sinceramente…. — Ela já estava aumentando o tom de voz, porém eu não abaixaria a cabeça novamente. 

— Sinceramente O QUÊ, CARALHO? — Grito e ela recua. — Eu tô cansado, Jessica. Cansado de você me manipular, de você ter colocado essa merda de ideia na minha cabeça, de querer que eu adote uma responsabilidade que eu não estou pronto para ter ainda! Você me manipula, você é tóxica! Eu nem posso mais dançar nos meus shows, cara. — Grito erguendo as mãos para o alto. 

— Eu não coloquei merda de ideia nenhuma na sua cabeça! Nós decidimos isso juntos!!! — Ela gritava. 

— Juntos???? Desde quando me pedir pra te engravidar, justo na hora do sexo é "decidir juntos". — Gesticulo uma aspas com a mão. 

— Então você não quer ter esse bebê? — Jessica finge um drama desnecessário. 

— Você sempre soube que não! Eu não estou pronto pra isso Jess, você sabe! — Tento dizer mas ela me ignora. 

— Ser mãe é meu sonho, Bruno! E você não quer realizar ele comigo. — Jessica agora se encontra chorando, mas aquilo não me abala. 

— Sinto muito mas eu não posso. Não vou fazer algo que eu não quero, e deixar faltar o que essa criança mais vai precisar. 

— Eu te odeio, Bruno. Te odeio! — Ela grita e sobe as escadas correndo batendo a porta do nosso quarto em seguida. 

  Eu poderia ser egoísta, pensar só o meu lado, mas, eu não estava mesmo pronto. Eu não quero me submeter a esse tipo de responsabilidade agora. Sempre dizia para ela esperar eu amadurecer mais e estar preparado para ser pai, mas Jessica nunca quis dar ouvidos a isso. Ela nunca aceitou minha decisão. E isso foi me desanimando cada vez mais. A neura dela por ter esse filho agora não entrava na minha cabeça do porquê disso. Eu queria saber a razão pela qual ela não pode esperar o meu tempo. Nunca na vida Jess esteve tão fissurada para ter filhos como está agora. E isso era muito, muito estranho. 

  Após o surto, me permito um longo suspiro tentando amenizar o aperto que crescia gradativamente em meu peito. Eu queria gritar, chorar e até mesmo quebrar alguém de tanto ódio que eu sentia. Minhas mãos travadas em punho ia se abrindo a cada respirada funda que eu dava, a cada recuperada de fôlego meu coração ia ficando cada vez mais calmo. Me permiti pensar em coisas boas, nos meus fãs, nos meus amigos e familiares que nem sonhavam no que acontecia comigo de tão boa que era a jogada da Caban… Pensei em tudo que eu podia para tirar aquele pensamento ruim de mim. 

   Eu respirava fundo até começar a sentir tranquilidade e um sentimento diferente tomar conta de mim. Quando me dei conta eu pensava em Gale. Nós nem conversamos direito mas ela me transmitia uma paz fora do comum. Quando ela estava presente perto de mim todo ódio e raiva acumulado se transformavam em vitaminas para que eu me sentisse mais animado e vivo. 

   Gale havia aparecido na minha vida por um propósito e que pelo jeito se transformara em outro no momento em que trocamos a primeira risada. Eu gostava da sensação de tê-la perto de mim. Não era algo mal intencionado, era o oposto disso. Eu precisava dela para ter o melhor de mim despertado e sentia isso. Gale não podia mais ficar tão longe assim