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História Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 27


Escrita por: Khonami

Capítulo 27 - Capítulo 27


Fanfic / Fanfiction Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 27

Rapidamente sua mão agora enluvada encontrara uma kunai e arremessara em direção ao pássaro. Cravando a lâmina no peito da ave, fizera-a cair morta ás raízes da árvore. Sarada levou a mão a boca.

- Fique atenta- Disse Sasuke, de modo que parecia mais uma advertência.

Agora sem clima paternal, Sasuke saltara para o outro lado da nascente e escalara o morro com facilidade, pisando nas raízes sobressalentes das árvores e dos desníveis do solo que ajudava na locomoção. Sarada atrás dele, apoiou-se nas cochas enquanto subia, e respirando fundo, alcançou o toco do primeiro desnível, e continuaram a caminhada.

Por volta de vinte minutos depois conseguiam ver a fumaça entre as árvores. Sasuke certificou-se rapidamente que Sarada continuava a segui-lo, e então disse:

- Suba em uma das árvores ao redor e me diga se falta muito para chegarmos.

Obedecendo ao seu pai, Sarada subiu na árvore mais alta que encontrou e procurou pela fumaça, que parecia estar perto, enquanto Sasuke olhava ao redor com seu doujutsu.

- Pelo menos dez metros de onde estamos. Estamos perto.

- Yoosh- Concordou Sasuke.

Continuaram a caminhada até mais um precipício. Este por sua vez não tinha cerca nem nada para assegurar alguém de cair. Aproximaram-se de vagar da visão aberta e observaram o bar em meio a neve com cavalos “estacionados” e presos aos tocos de madeira. O tecido grosso e quente sobre os dorsos dos animais possuía o símbolo do País da Neve. Com o sharingan Sasuke notara ser como um símbolo militar.

- Abaixe-se- Disse Sasuke para Sarada, ao notar do que se tratava.

- Estamos rodeados de militares- Disse ela, que também notara o brasão do país.

- Estão se reunindo em um bar, provavelmente estejam comemorando algo.

- É melhor que fiquemos do lado de fora, eles podem notar nossos chakras- Completou ela.

- Exatamente... Os pássaros devem ser militares. Se sabem que estive aqui ontem, devem estar tomando medidas para me encontrar caso eu resolva voltar.

- O que vamos fazer?

-Vamos observar o movimento. Ainda precisamos falar com o dono do bar antes que ele feche.

- E o Nanadaime?

Sasuke e Sarada falavam baixo, quase sussurrando.

- Kakashi está no controle do caso... Nossa missão é investigar o que não pude fazer ontem. Temos que descobrir o plano dos soldados e falar com o ex guarda real.

Sarada olhou para o céu. Apesar de estar fechado e cinzento, a luz não era mais tão intensa. Estava sem relógio, mas julgava ser quase fim de tarde.

Sasuke notara a inquietação da filha.

- Vamos ter que passar a noite aqui.

Sarada o fitou, surpresa.

- É quase fim de tarde, não vamos conseguir realizar tudo o que queremos... dependendo do rumo das coisas aqui, talvez falemos com o dono do bar amanhã- Concluiu ele.

- Não trouxemos nada para passar a noite.

- Veja como uma oportunidade para aprender a sobreviver em climas extremos como esse. Já passei por situações como essa diversas vezes, desde que eu tinha a sua idade.

- E você estava sozinho?

- Sakura e Naruto sempre estavam comigo, até que decidi trilhar meu próprio caminho.... Em ambas ocasiões tive que me alimentar do que encontrava e dormir onde achava mais confortável. Nas primeiras vezes não era incrível, mas depois parei de reclamar.

- Eu e o time sete também já tivemos que passar a noite em lugares desconfortáveis, mas sempre tínhamos nossas mochilas com sacos da dormir...

Sasuke olhou aos arredores, alguns soldados entravam e saiam, mas ainda nada suspeito. Nesse momento Sarada falava sobre as experiências dela no time sete, e ele gostaria de ouvir.

- Venha a cá- Interrompeu ele, chamando-a para se esconder antes de continuar.

Os dois se debruçaram atrás de um arbusto, cujos espaços entre os ramos permitiam que o bar fosse visto sem dificuldade.

Deitados no chão, Sasuke fez sinal para que Sarada continuasse a falar.

- E é só isso. Nunca tive que dormir no chão sem proteção.

- Pra tudo tem sua primeira vez- Comentou Sasuke, sem saber como continuar a conversa.

Evidentemente vendo a dificuldade em prolongar diálogos de seu pai, continuou- Por quê não me conta sobre suas missões no inicio. Posso aprender muito com isso.

- Minhas primeiras missões? Bom, na realidade minha experiência ninja começara ainda na Vila Uchiha, quando eu saia para treinar com Itachi...

Os olhos de Sasuke encontraram os de Sarada, que o assistia atentamente. Ela conhecia algumas das histórias do antigo time sete, sua mãe lhe contara algumas. Mas ouvir do ponto de vista de seu pai, e ter a oportunidade de ter este momento com ela, a deixava entusiasmada.

- Mas as coisas ficaram mais serias e profissionais quando me juntei a Sakura e Naruto. Não era fácil, eu estava obcecado em seguir com meu plano, e viver com os dois não era a melhor coisa do mundo...

- Você não gostava do seu time?- Uma ruga nascera entre as sobrancelhas de Sarada.

- A principio não. Para mim Sakura e Naruto me atrasavam... Eu tinha que ficar os protegendo, tomando a frente de nossas missões e corrigindo os erros do Naruto... Enquanto eu podia estar levando as coisas a sério, tinha que me preocupar com eles...

Sarada o olhou com um pouco de surpresa e desgosto.  Ouvira muito sobre o time sete original, e saber que a principio não se davam bem a decepcionava um pouco, entretanto o mesmo acontecera com ela, por isso não o julgava.

- Mas é claro que não era de todo ruim- Tentou melhorar a expressão da filha ao contar sobre seus verdadeiros sentimentos, os quais demorou para aceitar- Eu até gostava de estar com eles. Naruto era um idiota, mas as vezes era engraçado e descontraia o ambiente, e também era muito esforçado, eu o invejava. Sua mãe era muito inteligente, eu não precisava me preocupar com essa parte... E também era atenciosa...- As bochechas de Sasuke coraram, e tentou disfarçar. Porém Sarada já estava sorrindo maliciosamente- Enfim, tive tempos agradáveis com o time sete- Mudou de assunto.

- Você não se arrepende de não ter aproveitado até o final?- Perguntou ela.

Sasuke suspirou. De repente sua mente voou para seu passado obscuro. Reviver aquilo em sua mente não era algo muito agradável, mas que volta e meia visitava sua memória.

- Certamente se eu tivesse a oportunidade teria feito tudo diferente- Disse, com certo pesar na voz.

Sarada engoliu em seco ao ver a expressão do pai. Ele nem parecia estar ali... Parecia ser um assunto difícil para ele.

- Ah... eu também tive problemas com o time sete no inicio- Sarada tentou começar um assunto diferente, esquivando-se de deixar seu pai sem jeito novamente.

- Certamente eu teria reclamado menos e aproveitado mais- Continuou ele, ignorando-a- Infelizmente estive cego durante muito tempo, mas Naruto me ajudou a enxergar novamente. Se eu pudesse voltar no tempo, muita coisa seria mudada, mas muitas delas eu faria exatamente igual- Ao fim da frase, Sasuke olhou com doçura espontânea para filha, que corou. Ele não havia notado, mas estava sendo bastante atencioso.

Era diferente para ambos a experiência de estarem completamente sozinhos. Sasuke nunca estivera completamente só com Sarada, mesmo quando ainda era um bebê, antes de Sasuke deixar a Vila e partir em uma longa jornada de dez anos. Agora estava sentindo a verdadeira experiência paternal e estava gostando. Precisava cuidar de Sarada, que era esperta e obediente, não precisava pedir duas vezes ou explicar mais do que uma, era rápida e ágil, o que deixava Sasuke seguro do que estava fazendo. Mas ainda assim era uma criança em faze de aprendizagem, que precisava ser lecionada e acompanhada, precisava que alguém a mostrasse como fazer as coisas como os adultos fazem, e Sasuke aos poucos, ao longo da missão, ao invés de estar ensinando, estava aprendendo. Ele ensinava sobre a missão, e Sarada o ensinava a ser mais paciente, generoso e verdadeiro com suas emoções. Basicamente, Sarada estava o ensinando como ser pai.

- A vida é feita de erros e acertos, e isso nos molda, diz quem somos- Sorriu ela, levemente para o comentário de Sasuke- E que bom que você pode cair e se levantar, pois isso te fez do jeito que você é hoje.

- E isso é bom?- Quis saber Sasuke.

A atmosfera mudou, o assunto mais sério e intenso deixava os dois sem graça, por causa da falta de intimidade gerada com uma distância de dez anos, mas que agora sobrava apenas centímetros, que separavam Sasuked e sua filha.

Sarada corou, envergonhada, mas sabia que este momento era importante. Apesar de não estar falando a verdade completa, estava sendo sincera. Seu pai tinha algumas atitudes que a irritava, mas em sua maioria, Sarada tinha orgulho de ser sua filha- Bastante, papai. Eu não mudaria nada em você.

Tentou descontrair, mas Sasuke a olhava surpreso e constrangido pelo repentino momento intenso e intimo.

Desde que Sakura engravidara pensava em que tipo de imagem seus filhos teriam dele. Sabia que havia cometido muitos erros, e que não importava o que fizesse, nada apagaria o que ficou para trás, por mais que ele tentasse, seu passado era sombrio e repleto de maldade, mas agora que mudara, Sasuke pensava seriamente na impressão que seus filhos teriam dele. E quando Sarada nasceu, lhe veio o questionamento, a menina o veria como um bom pai? Desde que deixara Konoha e pedira a Sakura que não contasse a Sarada sobre seu passado, Sasuke pensava neste momento, o qual teria a certeza se sua boa conduta afim de reparar seus erros estava valendo a pena. E agora ele tinha a certeza, estava fazendo a coisa certa.

Sem saber o que dizer, apenas balbuciou em onomatopeia- Hm.

Sarada o encarou esperando por uma reação normal, mas então Sasuke se virou repentinamente para o arbusto e com os olhos agora vermelhos, assistiu o se aproximar de uma grande biga sendo puxada por dois cavalos.

“Que antiquado” pensou Sasuke.

-Shhh- Mais uma onomatopeia, esta para advertir Sarada o óbvio silêncio.

Os olhos da menina também ficaram vermelhos. Seguiu a direção do olhar de Sasuke e juntou-se a ele quando a biga parou. Como se estivessem esperando por ela, os homens de dentro do bar saíram para fora. Eram homens e mulheres fardados, traziam seus copos imensos de bebidas, alguns estavam sendo carregados para fora. O homem na biga era forte e vestia um elmo com pelos sobre ele, como um moicano. Vestia ombreiras de prata e uma capa vermelha sobre as grossas camadas de roupa preta.

- Saudações!- Cumprimentou- Muito me agrado que já estão comemorando nossa vitória antes dos grandes combates serem iniciados. Festejem nosso progresso, que é eminente! Aguardamos a aprovação de Kyuudame-sama, para iniciarmos a Operação Poder. Cada base militar, seja das montanhas, naval ou civil, estejam preparados, estudem sobre os inimigos e estejam prontos para a conquista!- Bradou em alta voz- E não se esqueçam, ninjas de Konohagakure estão pelas redondezas, não esperem por um ataque, sejam mais rápidos do que eles! Recebemos informações de que Uchiha Sasuke estivera em nossas terras ontem, provavelmente planeja voltar, uma vez que foi visto por nossas aves retornando para sua Vila depois de uma missão fracassada por causa da nevasca. Fiquem alertas, se o virem, matem-no! E qualquer um que estiver com ele!

- HAI!- Bradou a multidão de bêbados.

O homem montou em sua biga novamente e refez o caminho de volta. Sarada olhou para seu pai, totalmente compenetrado. Os tomoyos em seus olhos giravam e ele estava inerte e inexpressivo. Viu que Sasuke estava procurando por chakra, observou o homem desaparecer, e enquanto os muitos homens e mulheres retomavam seus lugares novamente dentro do bar, Sarada podia ver fumaça saindo dos ouvidos de seu pai. Pensativo, sabia que captara alguma coisa.

- Papai...- Começou ela, preocupada com as palavras ditas pelo homem. Conhecendo Sasuke, sabia que não haviam lhe realmente preocupado, mas sabia que as coisas não iam ficar da mesma maneira.

- Não sei se foi uma boa ideia eu ter te trazido- Disse ele, duro em suas palavras. Direto como sempre.

Sasuke se levantou ao mínimo sinal de que estavam novamente sozinhos. Sarada o acompanhou com o olhar, ainda com rugas entre os olhos, mas dessa vez com um pouco de mágoa.

- Vamos ter que ser cautelosos- Recomeçou Sasuke- Você ouviu o que ele disse, estão me procurando e vão matar seja quem for que esteja comigo, e isso quer dizer que não vão te poupar. Precisamos redobrar nossos cuidados, e isso também quer dizer que nossos disfarces precisam ser mudados... Se as coisas ficarem mais perigosas, pode ser que eu te mande para o País do Fogo. Espero que entenda.

Na realidade não entendia. Sasuke havia dito várias vezes que confiava no potencial da filha e que esta missão seria ótima para que ele lhe ensinasse numa operação real, como se portar diante de situações. Acabara de ter uma conversa intimista com seu pai e ele parecia estar realmente tocado, a ponto de abrir seu coração. E momentos depois estava advertindo sobre a possibilidade de coloca-la no primeiro trem de volta para Konoha.

- Hai...- Concordou ela sem graça.

Sarada fingiu não estar chateada com a situação. Falava normalmente com seu pai conforme refaziam o caminho até uma parte mais fechada da floresta que haviam passado antes. Seu coração doía num sentimento amargo, mas que para não piorar as coisas e parecer fraca, preferiu ignorar o sentimento.

- Faça um jutsu de transformação, não poupe chakra. Você pode alterar seus traços, mas ainda assim temos que ficar parecidos... Seremos pai e filha de férias nas montanhas.

Sarada achou engraçado. Acabara de a ameaçar e estava sugerindo que fingissem ser uma família normal. Fez selos e se transformou numa garotinha ruiva e de sardas. Sasuke se transformou num lenhador ruivo e com belos olhos verdes.

- Está ótimo- Elogiou ele- Agora vamos.

Sasuke não tirava os olhos das árvores e do céu. Apesar de prestar atenção também onde pisava, estava atento aos passados que podiam estar o perseguindo.

- Não vejo nenhum pássaro- Os olhos vermelhos desapareceram e voltaram ao verde- Não nos viram nos transformando, isso é bom.

Relaxado neste sentido, terminou a caminhada até a nascente do rio em que estivera antes. Olhou ao redor e tentou se decidir por onde seguir.

- Para a esquerda- Sugeriu Sarada- Vi que há um caminho de pedras que podemos seguir até o centro novamente.

Sasuke e Sarada seguiram pelo caminho sugerido. Era um caminho sobre uma colina íngreme, como um barranco, feito de paralelepípedos, assim como as ruas do bairro nobre. Subiram com um pouco de dor nas pernas, mas chegaram ao começo do bairro, onde os grandes muros começaram a surgir. Refizeram o caminho até o centro onde o aglomerado de pessoas já havia se dissipado. O tempo parecia mais limpo, mas ainda fazia frio.

- Por aqui- Guiou Sasuke.

Não muito longe dali ficava uma taberna a qual Sasuke não sabia se a decoração imitava a medieval ou se realmente era a decoração disponível. Diferente da outra vez a qual estavam apenas Sasuke e o barman, havia outros três homens: Um deles bebia numa mesa de canto, onde podia ver todos os que entravam e saíam, e outros dois que silenciosamente jogavam cartas, ambos bebendo.

- Este lugar não é para crianças- Advertiu rispidamente o barman assim que os viu entrar.

- Estamos de passagem- Informou Sasuke, sem vontade alguma de discutir.

Igualmente cansado, o ruivo atrás do balcão suspirou fundo, incomodado- O que você quer?- Perguntou a grosso modo.

- Eu e minha filha estamos turistando, gostaríamos de saber se há possibilidade de visitarmos o castelo- Mentiu ele, de uma forma muito normal e convincente. Sarada olhou brevemente para seu pai- Que não se parecia em nada com ele mesmo graças ao disfarce- e o admirou por sua inteligência.

- Está brincando? Existem muitos guardas em toda parte. E o castelo não está aberto para visitação, o rei e sua família vivem lá.

- Que pena, minha filha sempre sonhou em visitar um castelo...- Sasuke acariciou a cabeleira ruiva de Sarada casualmente.

- Vai ter que aprender a lidar com isso- Respondeu o homem- Infelizmente este não é um bom momento para se visitar essa vila. Caso não tenha notado, há militares por toda parte, e estamos na época do inicio das nevascas... Esse país já é frio naturalmente, na época das nevascas, nem os ursos polares aguentam viver aqui. O trenó no papai Noel congela ainda no dia vinte e quatro. Lamento por sua menina, mas de qualquer forma o que há naquele castelo não são princesas, são duas bruxas! E o rei nem sequer é rei de verdade, qual país ainda tem rei? Eles falam tanto em progresso mas não entendem que eles mesmos são os atrasos do nosso país!- O homem parecia ter se animado com a discussão. Sarada notara que os homens nas mesas escutavam a conversa e não pareciam felizes.

- Papai...- Sussurrou ela, puxando a capa de Sasuke, que a ignorou.

- Você parece saber muito sobre a vida no castelo...- Supôs ele.

- Sei mais do que deveria saber. Aquela família é louca! Quer um conselho? Vá embora antes que os trilhos congelem e vocês fiquem presos neste lugar assombrado.

- Todos aqui são muito nacionalistas, me espanta ver que nem todos pensam assim.

O homem suspirou mais uma vez, mas dessa vez parecia bem mais calmo.

- Olha cara, eu amo meu país. Amo tudo o que somos e o que conquistamos, nossa nação teve grandes liders, lideres realmente bons e altruístas, mas o que temos agora é uma coisa que todos nós sabemos que não é mais útil e eficiente. As grandes nações que Kyuudame amaldiçoa possuem lideres e governos democráticos e diplomáticos. Aqui ainda vivemos em carruagens! Me espanta termos trens! O que eles sentem na verdade é um orgulho patriota desnecessário... Veja a nação do fogo, eles sempre falam coisas como “Vontade Do Fogo” com muito patriotismo, e são a maior nação que conhecemos. Entende meu desgosto pelo governo atual?

- E essa produção de não sei o quê, também vem do patriotismo desnaturado?- Ousadamente perguntou Sasuke.

O homem olhou para os três clientes sentados que olhavam com expressões sérias, e depois para Sarada, que olhava para os homens.

-É difícil dizer... É algo cultural. Meus bisavós tomavam chá de Xemerite, quando ainda era saudável consumir. Mas isso era o que ela dizia... Porém, como podem ver, nossa nação não produz muita coisa, para sustentar nossos filhos, é o que nos resta.

- Lamento vocês terem que viver do tráfico por causa de uma gestão delinquente e uma cultura atrasada e usurpada- Comentou Sasuke, casual. Pensou estar fazendo apenas um comentário comum, de acordo com o que estava sendo falando, tentando ganhar a confiança do dono do bar, entretanto seu comentário surtiu efeito contrário. Os três homens que estavam bebendo se levantaram e vieram furiosos em direção a Sasuke.

- Papai!- Exclamou Sarada, fechando os punhos em sua capa e puxando com força. Olhou ferozmente para os homens, mostrando os punhos também para eles.

Sasuke olhou surpreso para Sarada, e depois notara o motivo. Virou-se para os homens sem emoção alguma.

- O que você disse, babaca? Chamou nosso líder de delinquente e nosso povo de traficantes?- Urrou um deles. O homem devia ter quase dois metros de altura e muitos músculos.

- Não vamos ter piedade de te bater por causa da sua filhinha... – Urrou o outro.

- Não quero brigas dentro do meu estabelecimento!- Exclamou o dono do bar, que também era o barman.

- Fique tranquilo, não vai ter briga- Disse Sasuke com toda calma.

- Que ousado este desgraçado!- Urrou novamente o mais alto.

Ele veio para cima de Sasuke com um soco que poderia ter o desmontado se Sasuke não fosse um excelente ninja. Desviando com maestria, Sasuke fez com que o homem caísse de jelhos em frente ao balcão.

- Ninguém derruba os homens da Neve!- O segundo veio para cima do ninja, que parou seu soco e torceu seu braço. Empurrando-o para trás, fez o homem vacilar e cair por cima da mesa onde outrora jogava cartas.

- Temeeee!!!- O outro homem que restara ainda não havia se manifestado. Este berrou quando seu companheiro caiu sobre a mesa desnorteado e partiu para cima de Sasuke. Enquanto corria, fez selos que Sarada rapidamente os reconheceu como sendo do elemento vento.

“Ninja” pensou ela.

Colocando-se na frente do pai, Sarada preparou um golpe com o elemento raio. Por causa da umidade do ar, a descarga se propagaria potencializada e rapidamente.

-Raisen!- A kunai em sua mão propagou uma forte descarga elétrica vindo de um ponto especifico em sua mão. O jutsu ensinado por seu pai já era dominado por ela, que no ambiente propicio, ficava ainda mais forte.

O homem pulou por cima de Sarada e disparou uma corrente de ar violenta em direção ao ninja agora de olhos vermelhos. A menina se virou e disparou. A kunai cravou em suas costas, fazendo cair sobre os joelhos.

- Bakaaaa!- Xingou, gemendo de dor enquanto saliva escorria de sua boca e os olhos tremiam dentro das cavidades oculares. Caiu para o lado, a fumaça que saia de seus cabelos sugeria que havia se queimado bastante.

Os dois homens que Sasuke haviam derrubado correram em direção ao homem desmaiado.

- Você o matou!!!- Exclamava um deles desesperado.

- Não matei- Respondeu Sarada.

- Koyosh responda!- Implorava o outro.

- É melhor que vocês o levem logo para o hospital- Sugeriu Sasuke.

Os homens sibilaram de raiva, e sem dizer nada colocaram o homem desmaiado sobre os ombros e o levaram para fora.

Assim que passaram, o dono do bar perguntou:

- Ninjas?- Quis saber enquanto terminava de sacar o copo em sua mão, como se nada tivesse acontecido.

- A menina está aprendendo. Enfim, você disse que muitos soldados estão espalhados pela Vila, mas por quê exatamente?- Sasuke tentou retomar o assunto.

- Não te direi mais nada, pegue sua filha e suma daqui- Rosnou o homem.

- Espere...- Sasuke tentou fazer o homem mudar de ideia, mas este já estava bastante irritado.

- Primeiro você entra num ambiente hostil como esse com uma criança, depois faz a maior baderna no meu estabelecimento por causa de um comentário idiota, e quer que eu te dê informações que nem mesmo eu sei? Fora da minha taberna!

O homem deu a volta no balcão para expulsar Sasuke e Sarada, que antes dele se aproximar já tinham seguido pela porta.

Do lado de fora Sasuke suspirou. Não estava em seus planos ser expulso do bar onde tinha certeza que conseguiria informações preciosas, nem que Sarada fosse expor suas habilidades bem em frente ao informante. Não era bom que ninguém soubesse que existem shinobis circulando normalmente por ai quando a maior parte da população não domina jutsu algum. Estavam chamando atenção demais, agora três homens saíram pela Vila enraivecidos dando entrada no hospital por causa de um jutsu do elemento raio. Certamente nesse momento as autoridades estavam procurando o causador da confusão, pedindo a Deus que tivesse algo a ver com Sasuke Uchiha. E certamente tinha.

Suspirou mais uma vez, pensando com seus botões.

Sarada não estava se sentindo bem. Sentiu que ter vindo com seu pai tinha sido um erro. Agora teria que corrigir sua atitude impensada não sendo mais um tormento para seu pai.

- Yoosh, para cá- Chamou Sasuke, pensativo.

Sarada engoliu em seco.

Sasuke não estava bravo, estava apenas pensando em hipóteses e meios de fuga para caso alguma coisa inesperada acontecesse. Ele precisava ser mais esperto e estar passos á frente de seus inimigos caso quisesse ter êxito.

Primeiramente precisava saber como entrar no castelo. Certamente agora era a hora de ir atrás das informações direto da fonte, já que seu informante não cairia na mesma conversa mesmo se ele voltasse como outro disfarce. Precisava pensar em algo, e precisava ser logo.

- Sarada, quero que me escute- Disse ele, trazendo-a para uma viela antiga em meio às casas em seu caminho- Vamos até o castelo. Preciso que preste atenção no que vou dizer... Seja cautelosa, e de forma alguma tire seu disfarce, apenas se seu chakra estiver acabando e sua vida depender disso. Se eu disser para se esconder, se esconda. Não quero você em conflitos, os delinquentes daqui não são como os delinquentes do nosso país, eles não vacilam em derramar sangue.

- Ok- Concordou ela, sem graça.

Sarada sabia que precisava falar com seu pai sobre o acontecido. Embora soubesse que tinha feito a coisa certa, estragou o plano de Sasuke de tirar o maior numero de informações do ex guarda real. E se antes já estava se sentindo mal com relação a seu pai, agora as coisas tinham piorado.

Rapidamente chegaram ao castelo. A estrada até lá era levemente assustadora por causa do clima e da vegetação praticamente morta por causa do frio. As pedras eram esbranquiçadas por causa da neve e escorregadias, o caminho era elevado ao topo das montanhas, ficando cada vez mais alto. Um lugar propicio para se esconder um castelo.

A medida que se aproximavam, os guardas passavam por eles com mais frequência. Quando não podiam mais ignorar a presença deles, os guardas os pararam.

- Identificação e o que vieram fazer aqui, por favor- Pediu o guarda que vinha montado em seu cavalo.

-Kimimaro Tesune e minha filha Kami. Viemos trazer as romãs da princesa- Respondeu Sasuke. Seus tomoyos giravam, projetando um genjutsu poderoso.

- Romãs... ah sim, a princesa Mamy pediu romãs. Podem entrar.

Com a entrada autorizada, Sasuke apertou contra sua cintura a caixa com pedras dentro. Por causa de seu genjutsu quem olhasse veriam romãs suculentas. Sarada estava ao seu lado, impressionada com a beleza do enorme palácio que os rodavam.

-Uau...- Disse baixinho.

- Você gosta?- Perguntou Sasuke. Ela desanimada fez que sim.

Normalmente Sarada gostava de palpitar. Era uma menina inteligente que fazia as coisas depois de pensar nas possibilidades, era lógica mas também tinha emoções afloradas. Era uma boa menina. Sasuke estranhou o desconforto da filha, mas não tinha tempo para questionamento chatos.

Ao se aproximar do ultimo portão de madeira com ponte levadiça, Sasuke deu as mesmas desculpas para entrar. Agora oficialmente dentro do castelo, Sasuke viu muitos homens armados circulando por todos os lados, preparando catapultas e flechas. Os cavalos eram alimentados num estábulo improvisado e alguns homens afiavam suas espadas ao canto da parede. Passou por eles sem chamar atenção. Entrou facilmente pela porta da frente e deu de cara com a linda escada que em seu topo se dividia para dois lados distintos, esquerda e direita.

Cercado por quatros e esculturas, Sasuke reparou que o saguão principal onde estavam se parecia muito com o local do enterro do rei que vira em sua viagem espiritual do tempo quando tomou o famoso chá de Xemerite.

Som de pequenos saltos ecoaram pelas paredes amplas e pelas pedras do chão. Os passos se aproximaram do topo da escada, onde bifurcava para ambos os lados. Uma mulher de meia idade e boa aparência perguntou:

- Como posso ajudá-los?- Quis saber ela. Provavelmente a governanta do castelo.

Os tomoyos de Sasuke giraram- Viemos trazer a encomenda da princesa Mamy- Respondeu.

- Ah sim, me sigam por favor.

Sasuke e Sarada subiram os degraus acompanhando a mulher. A cada degrau que subiam, Sasuke pensava onde estaria Naruto e como fora tão idiota em deixar-se ser pego.



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