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História Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 37


Escrita por: Khonami

Capítulo 37 - Capítulo 37


Fanfic / Fanfiction Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 37

Sakura arregalou os olhos para a afirmação de Shikamaru. Ele engoliu seu lámen esperando por sua resposta.

- Quer que eu vá para a TV? – Perguntou, esperançosa de que se tratasse de uma pegadinha.

- Você entende que precisamos acalmar a população? Vi no jornal que até Sasuke está levando a culpa pelos importados intoxicados.

Sakura estreitou os olhos, curiosa.

- Mas o que Sasuke-kun tem a ver com isso?

- A população alvoroçada quer encontrar um culpado, e como Sasuke investiga as áreas afora de Konoha, eles pensam se tratar de sua responsabilidade.

- Mas Sasuke-kun investiga as dimensões, quando está em outra vila, é numa investigação com propósito, não algo banal. De onde saiu isso?

- Sei tanto quanto você, isso é um saco.

Sakura bufou.

- Antes de terminarmos, como tem se sentido?

- Estou bem – Lembrou-se de Shizune e sua pergunta pertinente – Cansada apenas.

- Ainda sente dores?

- Não... Estou bem, de verdade.

- Por quê desmaiou sobre o cadáver aquele dia?

Sakura olhou para o resto de lámen dentro do copo, já sem fome, pensou em descartá-lo.

- Constatei que os gases que saíram do cadáver me fizeram ficar tonta. Tem a ver com o jutsu. Shizune também passou mal depois, quando foi manuseá-lo.

- Entendo – Shikamaru se levantou, jogou seu copo de lámen no lixo e voltou para recolher suas coisas – Você é a médica. Cuide-se.

Abriu a porta e sem convites formais esperou que Sakura se juntasse a ele no batente.

- Estou produzindo remédios a partir de amanhã, então se quiser falar comigo me procure no laboratório, você sabe onde é – Informou ela – caso seja algo relacionado ao atendimento e procedimento, procure a Shizune.

- Espero não precisar, esse trabalho está sendo um saco.

Apesar de ser um reclamão, Sakura tinha que concordar.

- Obrigada pela conversa – Agradeceu, estendendo a mão para o velho amigo – Qualquer coisa estou a disposição.

- Digo o mesmo – Respondeu, apertando a mão de Sakura.

Queria acompanha-la até sua casa. Uma mulher não deveria andar sozinha pelas ruas escuras quando um cavalheiro podia acompanha-la, mas infelizmente para ele o dia ainda não tinha acabado. Como era uma questão de urgência, entrou na sala do Hokage e enviou por FAX o documento assinado por Sakura, endereçado ao líder do País da Erva.

- Que saco – Praguejou.

Virou-se para contempla Konoha e seu negrume da noite já madura. Viu sob a luz do poste a mulher de cabelos rosa seguindo seu caminho até sua casa.

Desconfiado, pensou em Temari. Sakura estava esquisita mas ao mesmo tempo parecia bem, apesar de se lembrar bem que dias atrás pensamentos lhe sobrevieram, mas deixou-os de lado. Ele não tinha nada a ver com a vida dos Uchiha, Sakura era médica, era mais do que instruída para cuidar de si mesma.

*

Caminhou pela noite estrelada de Konohakagure. A penumbra do céu noturno cravejado de pontos brilhantes remetiam boas memórias. Riu e achou-se uma boba por estar sorrindo sozinha numa rua deserta.

Suspirou, seus pensamentos voaram para o passado, quando ainda era uma menina ao lado do homem que amara a vida toda. Os dois viajam tanto que estavam sempre debaixo de uma imensidão de estrelas diferentes, e apesar de saber que eram apenas esferas de plasmas mantidas no céu por causa da gravidade, pressão e radiação, e que não importava onde estivesse, seriam sempre as mesmas, a ideia de estar com Sasuke faziam todos os dias serem novidade. Nunca era um dia igual ao outro, eram sempre felizes e com muitas descobertas, até que um dia a mais bela descoberta foi feita.

Era uma menina quando se olhou no espelho e viu-se magra pela ultima vez em nove meses. Ainda se lembrava, apesar de treze anos terem se passado, de quando descobrira sua gravidez. Depois do choque inicial Sasuke via constantemente o ponto de chakra concentrado em sua barriga. Eram como as estrelas, o ponto brilhante dentro dela crescia, Sasuke dizia sempre que o ponto parecia maior do que da ultima vez, e aquele sentimento unia seus corações ainda mais, dia após dia.

Mas ao olhar para as estrelas Sakura se lembrou não somente de quando estava grávida de Sarada, mas dos momentos preciosos que passara ao lado de seu amado, deitados sob as estrelas, elas eram as únicas testemunhas das vezes que Sasuke abrira o coração para ela. Nada mais do que o som da brisa balançando suavemente a copa das arvores, ocasionalmente os grilos que cantavam no meio da vegetação e o som de sua voz, que era evidente seus momentos de devaneios perdido em lembranças. Ela o escutava atentamente, observando o cintilar das estrelas, enquanto deixava seu intimo exposto, somente a ela.

- Sasuke-kun...- sussurrou num suspiro apaixonado.

Abriu a fechadura da porta de seu apartamento. Era como se tivesse pisado naquele imaculado metro quadrado há centena de anos. A cada passo que dava seu corpo ficava mais leve, como depois de uma longa viagem. Dentro do chuveiro não pensou em nada, beliscou o queijo que comera pela manhã para preencher o espaço que o lámen não ocupara, e agora na cama, pensara brevemente nas palavras de Shizune e Shikamaru.

Andava tão cansada desde que a vila fora invadida que não tivera um dia de folga. Queria dormir sem ter hora para acordar, poder descansar sabendo que no dia seguinte não teria que fazer nada além de postergar em cima da cama.

Fechou os olhos e imaginou-se nesta situação. A viagem que a muito queria fazer, num futuro onde conseguisse convencer Sasuke de tirar uns dias de folga, somente eles, sua filha e uma praia formosa, cujo sol aquecia sua pele.

- Hmmm – A onomatopeia saiu de sua boca como se sentisse o calor do sol queimando-a na esteira. Sasuke ao lado dela, contente, mas sem esboçar a famosa reação de felicidade, Sarada sentada no chão apenas observando as ondas. Apesar de não serem uma família super divertida, estarem juntos, somente os três, num lugar longe dos problemas da vila, era um sonho que por hora podiam ser vividos apenas dentro da mente fértil de Sakura.

Vestida apenas com uma blusa larga e calcinha, estirou-se na cama de casal preenchida somente por seu corpo no momento. Puxou as cobertas sobre ela quando sentiu que as mesmas estavam ficando quentes, e agora no lençol gelado, estava pronta para ter seu sonho preferido: Sasuke, Kakashi, Naruto, e as crianças, reunidos no natal, brincando de amigo secreto, rindo e comendo o máximo que podiam. As crianças dormindo no andar de cima depois que o novo dia começasse, e o time sete conversando sobre a vida adulta, até que fosse preciso que ela e Sasuke carregassem o amigo bêbado para junto das crianças no quarto.

Infelizmente para Sakura não tivera nenhum sonho na noite anterior. Acordara como sempre, antes do despertador. Banhou-se e fez seu café, não queria ligar a TV e emprestar seus ouvidos para o noticiário que não tinha mais de onde tirar invenções, mas por curiosidade, pensando no que Shikamaru dissera sobre Sasuke, permitiu-se ligar na emissora.

“A situação em Konohagakure continua alarmante, são mais de setecentos casos dos mais variados, existindo até mesmo ulcera intestinal e gástrica” Disse a repórter, parada em frente ao hospital “Até o momento não sabemos do estado dos pacientes internados, pois a diretora do Hospital Público de Konohagakure ainda não chegou ao local” “Diretamente de fontes próximas a doutora Uchiha, foi nos informado que a mesma, sabendo do quase esgotamento da reserva de medicamentos para o tratamento estomacal e intestinal dos pacientes mais graves, nada fez para restaurar os níveis dos armários médicos” Fazendo cara de desgosto, ela prosseguiu “Continuaremos aguardando o pronunciamento do Hokage, que até agora não retornou de sua viagem ao País da Neve” Para concluir, fez sua pior cara de desgosto e disse “Até quando seremos dominados por líderes desinteressados em seu povo? Muito obrigada Akury-san, sou Saroi Haroshi, diretamente do hospital de Konoha, para a TVFolha”.

O cereal em sua boca não parecia tão mais doce. Continuou comendo para manter-se ocupada enquanto assistia ao noticiário da manhã. A imagem a seguir foi uma foto de Sasuke e Sarada pegando o trem para o País da Neve, sendo comentada como “Passeio de Família” pelo ancora do jornal, seguida de uma imagem de Shikamaru falando ao telefone saindo de um mercadinho nas redondezas do escritório de Naruto.

“Vejamos nessas imagens o descaso dos homens que deveriam ajudar nossa vila” Comentou o homem grisalho, puxando assunto agora para outros acontecimentos, após ter destruído todas as expectativas de Sakura de começar bem o dia.

Engoliu o restante de seu café e causou seus sapatos. Apressada, reuniu-se com Shikamaru em frente ao escritório, subiram juntos ao gabinete de Naruto, onde uma equipe a esperava.

- Uchiha Sakura – Chamou uma mulher, cumprimentando-a com a mão – Queira se sentar, vamos te maquiar para entrar ao vivo – Disse, apontando para a cadeira reclinável em sua frente.

- Agradeço, mas irei ao ar da maneira que estou.

A mulher examinou Sakura. A aparência de quem acabara de acordar e mal se arrumara para vir não era pior do que as olheiras e a cara de cansada.

- Tem certeza?

- Poupe seus produtos – Sakura estava transtornada, casada e irritada com tudo o que ouvira.

Shikamaru a observava encostado no móvel rente a parede, onde o quadro da família Uzumaki ficava. Sabia o que Sakura estava tramando, por isso não se intrometera, deixaria que ela fizesse o serviço. Seus olhos se encontraram e ele soube, assim como ele Sakura também vira o jornal.

Ajeitaram a roupa de Sakura e seu corpo, que se negou a vestir algo mais do que seu próprio jaleco. Tentaram instruí-la do que dizer, certificando-se que não gaguejaria em frente a vila toda, onde centenas de televisores estavam antenados na emissora agora.

- Estamos ao vivo, não se esqueça de pensar com coerência antes de terminar suas frases. Leve o tempo que precisar – Disse um homem com um crachá no pescoço. Era o diretor do pronunciamento, o responsável por toda aquela produção.

Sentada na mesma cadeira que Naruto passava maior parte do tempo, Sakura colocou seu estetoscópio ao redor do pescoço e pressionou a surpresa que trouxera dentro do bolso do jaleco. Trocou breves olhares com Shikamaru, que nada significavam, até que o homem disse “Estamos ao vivo!”.

Uma corrente elétrica de nervosismo passara por seu corpo, estava nervosa, suas mãos suaram frio enquanto olhava para dentro da enorme lente da câmera em sua frente.

“Bom dia a todos, sou Uchiha Sakura, diretora do hospital público de Konohagakure. Como sabem, estamos passando por um momento difícil. Mas assim como nossos antepassados enfrentaram diversas situações conflitantes no passado, estou certa de que passaremos por esta vitoriosos, mais uma vez” O sorriso caloroso de Sakura desapareceu, tornando-se uma expressão séria e confrontadora “Entretanto, precisamos manter nossos olhos e ouvidos purificados, distantes de tudo aquilo que roupa nossa esperança por dias melhores. Da mesma forma que lutei na quarta guerra ninja para proteger nossa vila e o mundo, também estarei lutando para protegê-los no hospital. Também sei que meus companheiros continuarão fazendo o mesmo. Não se esqueçam de quem é Naruto Uzumaki e do quanto fez por todos nós, e como foi desprezado desde criança, pela população que agora ele protege. Uchiha Sasuke também vem nos protegendo há anos, abdicando de ter uma vida normal para que vocês tenham um futuro. Por favor, deixem de consumir qualquer coisa que tenha o símbolo do País da Neve imediatamente, e continuem confiando em nós. Sou Uchiha Sakura – Neste momento Sakura retirou sua surpresa de dentro do jaleco. Sua bandana com o símbolo de Konohagakure no Sato no centro, polida e brilhante, para que todos os que tem olhos saudáveis pudessem ver – e juro solenemente proteger minha nação, custe o que custar”.

Com o juramento ninja, Sakura encerrou seu discurso. Não falou sobre a situação da saúde publica, nem do sumiço do Nanadaime da Folha, mas nada disso importava. Shikamaru sorriu ladino, e os demais desconfortáveis na sala. Agradeceram e levando seus equipamentos, saíram, deixando apenas o assessor do Hokage e Sakura, que somente trocaram palavras quando estavam completamente sozinhos.

- Sabia que não me decepcionaria – Shikamaru sorriu de leve novamente, assumindo a cadeira de Naruto – Fez um belo discurso, até eu me emocionei.

- O objetivo não era emociona a população, mas reacender a chama na Nação do Fogo. Passamos por poucas e boas, e não será isso que irá nos derrubar.

- Seu nacionalismo me lembrou que tenho reunião depois do almoço. O Senhor Feudal confirmou sua presença hoje. Caso precise de você, posso mandar te chamar?

- É claro- Confirmou ela – Agora, se me dá licença, preciso retornar para a minha pesquisa.

Deixando Shikamaru com seus próprios problemas, Sakura apressadamente chegou ao hospital. A equipe já estava trabalhando, mas pararam seus afazeres para aplaudi-la.

- Mandou bem, Sakura-chan! – Gritou um deles de longe.

- Arrasou!

- Acabou com eles, doutora!

Com o rosto rubro, adentrou seu segundo lar, o laboratório. Os estudantes agora familiarizados com o procedimento, já haviam iniciado a produção do medicamento.

- Shikamaru-san fez o requerimento. Precisamos produzir o suficiente até os remédios chegarem.

A boa noticia fez os ombros dos estudantes relaxarem.

- Eeei, shannaro! Mãos a obra!



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