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História Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 6


Escrita por: Khonami

Notas do Autor


A novidade da vez são as capas de capítulos que estão enfeitando nossa estória desde o capítulo 1 e serão postadas até o final, espero que tenham gostado, fiz com muito amor.

Muito tem se especulado nos comentários sobre o motivo das reclamações de dores de Sakura, e tudo o que eu tenho a dizer á vocês é: SE ACALMEM! kkkkkk Tem muita água pra passar por debaixo da ponte, estou tramando algumas coisas que vão deixar vocês pirados!!

Desde já agradeço pelo carinho que vocês tem tido até agora, se estão gostando do que tenho transmitido, por favor, repassem e indiquem aos amigos!
Muito obrigada pelos comentários carinhosos <3
Beijos da Kho <3

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Survivor: Quando dois corações batem juntos. - Capítulo 6

Sasuke saiu de seu esconderijo entre as sombras e caminhou tranquilo até o alcance dos olhos da dupla que seguia. Eles sorriram com malícia e Sasuke notou quando eles fitaram seus olhos, tanto o Sharingan quanto o Rinnegan escondido sob a franja.

- Vocês me notaram- Começou Sasuke- Que surpresa.

- Você é bom mas não é invisível, Batman- Respondeu a mulher.

- Batman. Gostei. O homem morcego- O homem de sobretudo caminhou ao redor de Sasuke o medindo e calculando, como se estivesse interessado numa exposição de museu- Infelizmente não me recordo de ter visto o sharingan nos quadrinhos. Não devo ter lido essa edição.

- Edição limitada essa, Tetsuga- Disse Karumi. A mulher rodopiou ao lado de Sasuke e o mediu com os olhos da mesma forma que o colega- Mas será que é exclusiva? Seria uma pena se fosse...- Ela se aproximou da mão esquerda de Sasuke procurando por uma aliança mas não a encontrou, nem a aliança e nem o braço.

- Que tristeza!- Exclamou ela- Essa bela edição de Batman o homem morcego veio com defeito.  Sorte que esse lindo rosto anguloso e esse maxilar perfeito compensam a falta de um braço...

- Não me diga que o nosso herói das sombras só tem um braço!- Tetsuga assumiu o lugar ao lado da colega e tentou ver o local onde o braço esquerdo de Sasuke deveria estar, mas o Uchiha se moveu, se afastando da dupla e puxando sua espada da bainha.

-Vocês falam demais.

- Já quer partir para os finalmentes, bonitão? Antes eu preciso ficar animadinha- A garota riu com sua própria piada e Sasuke franziu o cenho.

- Tsc- grunhiu ele- Chidori Nagash!

Flashes de luz e eletricidade saíram da mão de Sasuke atravessando a espada até a dupla de inimigos tagarelas. Eles pularam para as paredes atrás deles, um para cada lado, esquivando-se do poderoso jutsu de Sasuke, mantendo-se presos na parede por chakra.

Sasuke saltou em direção ao mais próximo, Tetsuga puxou sua adaga metalizada da bainha e com um perfeito Taijutsu esperou que Sasuke se aproximasse ainda mais com seu pulo para que com a perna invertida conseguisse chuta-lo para longe. Porém ele havia se esquecido do Doujutsu que Sasuke dominava, o Sharingan mostrou os passos que o rival daria, dando margem para que Sasuke usasse o ataque a seu favor. Quando pulou sobre Tetsuga e este tentou o acertar com a perna, Sasuke desviou seu percurso para aterrissar ao lado dele e cravar o Chidori em seu peito. O homem arfou de dor e sangue pulou de dentro para fora, sujando a mão de Sasuke e gotejando sobre seu rosto.

Numa tentativa frustrada de se desvencilhar de Sasuke, Tetsuga tentou tirar o braço que o penetrava e causava tanta dor, mas sua tentativa serviu apenas para machucar as mãos que ainda não recebera tanta descarga elétrica.

- MALDITO!- Tetsuga berrou de dor. Sangue escorria por sua camisa branca e seu sobretudo verde militar.

Antes de poder sair de cima de Tetsuga, Sasuke recebeu o peso de Karumi sobre suas costas. Ela se pendurou, forçando a cabeça de Sasuke para trás. Ele não entendeu o que ela estava fazendo até sentir a lamina em seu pescoço. A adaga da mulher era idêntica a primeira que o Uchiha havia visto com o homem. Sasuke sentiu quando a mulher largou um de seus ombros e mexeu nos bolsos de seu sobretudo de mesma cor que o de Tetsuga, ela pegou algo parecido com uma ferramenta ninja que dava choques. Ela posicionou o eletrodo sobre a garganta de Sasuke, que acabou soltando o homem, que caiu no chão com um estalo de um de seus ombros. Ele berrou de dor mais uma vez e tentou se sentar.

- O que você pensa que está fazendo, seu idiota!- Berrou a mulher ainda sobre as costas de Sasuke.

Agora com sua mão livre ele podia revidar. Girou seu corpo em anti-horário fazendo com que Karumi tivesse que pular para não ser esmagada pelo peso do corpo de Sasuke.

- Está tentando me prender debaixo de você, gatinho?- Sorriu ela- Eu gostaria que fosse numa cama!

Os pés de Karumi tocaram o chão e logo após Sasuke também estava no nível do solo. Ela correu em direção ao Uchiha e ele a seguiu. Quando estavam próximos demais, Karumi tentou lhe dar um soco em alta velocidade, mas Sasuke rolou por baixo de suas pernas e a chutou para frente, fazendo a mulher rolar metros a diante, batendo a cabeça no chão por duas vezes antes de olhar para ele.

Sasuke se aproximou e a mulher tentou se levantar, mas assim que as mãos dela começaram fazer jutsus, a resposta imediata de Sasuke foi para-la com Chidori Nagash.

- Hi Chen!

Sasuke se virou a tempo de ver o jutsu de Tetsuga se materializar em sua frente. Com o Susano’o Sasuke reprimiu a corrente de fogo que voou em sua direção, abraçando a forma do deus com duas voltas inteiras antes de ser estraçalhada pelo abrir de braços do Susano’o.

Com paços largos Sasuke percorreu o espaço entre ele e Tetsuga, agora com o ombro deslocado por causa do impacto da queda, ele se aproximou e com as mãos do Susano’o pegou o inimigo e o manteve preso entre os dedos do deus, apertou-o um pouco até que ele gemesse, então parou e disse:

- Muita propaganda para pouco conteúdo- Riu Sasuke- Agora me diga, quem são vocês, o que fazem e porque estão aqui, debaixo da rua no nível do esgoto, e porquê há corrente de chakra passando por toda a extensão do subsolo.

Tetsuga gemeu mais uma vez e lágrimas de dor brotaram em seus olhos.

- Me ponha no chão e eu contarei tudo.

- Não ouse dar um pio, Tetsuga-kun!- A mulher berrou em advertência. Havia dor em sua voz. Sasuke quase se esquecera dela.

- Esse cara vai nos matar, Karumi-chan - Gemeu ele.

- Hidori-sama vai ficar furioso!

Sasuke se virou para fitar a mulher- Quem é Hidori?

Karumi engoliu em seco.

- Não piore as coisas, Karumi-chan!- Disse Tetsuga- Prometa-me que não vai nos matar e conto tudo o que sei.

- Dou minha palavra- Afirmou Sasuke. De fato ele não estava afim de matar nenhum dos dois, porém ele precisava que eles acreditassem que Sasuke era um maníaco sedento por sangue.

Tetsuga tentou encontrar força entre as costelas que ardiam.

- Fale logo antes que eu perca a paciência- Rosnou Sasuke, apertando ainda mais o homem entre os dedos do Susano’o.

-AAAH!- gemeu o homem- Está bem, está bem! Só me deixe respirar.

- Vocês são fracos demais para ninjas...

- Não somos ninjas- Respondeu Karumi, se colocando de pé- Somos traficantes.

- Explique.

- Vendemos drogas, seu otário!- Respondeu Tetsuga. Sasuke o apertou mais um pouco.

- Filho da puta! Pena você não ter morrido no massacre!

- Que bom que vocês sabem sobre o massacre- Respondeu Sasuke- Mas eu não me importo. Agora me respondam, o que vocês fazem, com detalhes, onde atuam e sob a supervisão e ordem de quem? Quem é esse Hidori que ela mencionou.

- Hidori é o supervisor do lado sul, os bairros entre os vales pertencem a ele.  Eu e Karumi entregamos as encomendas até os ajudantes. Não conhecemos o líder, conhecemos apenas esse que foi citado, Hidori Yukasa.

- Ele mora ente os vales ou apenas administra?

- Ele mora lá. Mas não me pergunte onde.

- Ele tem alguma coisa a ver com o incêndio de uma casa nesta manhã?

-Incêndio? Por que está me perguntando isso?

- Apenas me responda.

- Hidori mandou que ateassem fogo na casa de um usuário. Acho que ele devia e não pagou pela mercadoria- Respondeu Karumi no lugar de Tetsuga.

Sasuke se virou para ela.

- Como sabe?- Perguntou ele.

- É assim que os administradores do topo da hierarquia fazem com quem deve... Fazem coisa piores com os que são X9- Os olhos de Karumi e Tetsuga se encontraram- Não sabemos se a ordem veio de Hidori ou de um superior.

- Em quantos vocês são?

- Temos mulas, administradores, produtores, vendedores, ajudantes e peões em toda a parte da vila e em outras também- Respondeu ela.

- Vocês fazem comércio em Konoha?

Tetsuga e Karumi trocaram olhares e se silenciaram. Aparentemente Sasuke havia tocado num assunto perigoso.

- Não sabemos nada sobre Konoha.

- Está mentindo.

Os olhos de Sasuke assumiram uma postura tenebrosa.

- Você não parece tão mais galanteador desse jeito- gemeu a mulher.

Ele apontou a espada em direção a Karumi e ela deu alguns passos para trás.

- Me conte sobre o comércio de entorpecentes em Konoha agora, e deixarei que você saia viva daqui- Ameaçou Sasuke. Seu chakra estava gélido como um iceberg e aterrorizante.

Sarada bateu na porta do Hokage três vezes antes de entrar e quando seus olhinhos escuros percorreram o escritório, viu um Naruto bem diferente do que estava acostumada. Nesse momento Sarada repensou sobre sua decisão, ou melhor, seu sonho de se tornar Hokage. Vendo Naruto, o sétimo e sorridente líder da Vila transtornado, de cabeça baixa e escondida entre as mãos, desejou do fundo de seu coração poder fazer mais para acabar logo com esse mistério que rodeava a até então quieta Konoha.

- Sétimo?- Chamou Sarada, aproximando-se da mesa.

- Sarada-chan- Naruto levantou a cabeça para olha-la- Não percebi ninguém entrando, estou completamente perdido, Dattebayo!

- Está tudo bem, Sétimo-sama?- Perguntou ela, franzindo as sobrancelhas de preocupação.

- Estou bem, um pouco preocupado mas bem- Respondeu Naruto. Ele abaixou o olhar e começou a arrumar os papéis sobre sua mesa.

- Você parecia abatido, seu rosto escondido entre as mãos...

- Não é nada, não se preocupe- Interrompeu ele-  O que veio fazer aqui?

Os argumentos de Naruto não conseguiram melhorar a expressão da menina, mas ela preferiu deixar de lado sua preocupação por um momento e se concentrar na missão.

- Sétimo- Começou ela- Eu e meus pais estivemos na Vila Ocultas dos Vales, a vila vizinha a Konoha. Estivemos investigando uma explosão que escutamos enquanto voltávamos do acampamento dos ninjas no meio da floresta. Lá descobrimos que eles vendem e produzem um chá alucinógeno.

- Chá alucinógeno?- Repetiu Naruto, tentando compreender Sarada.

- Sim, e ele se chama Xemerite. É feio a partir de uma folha que é dissecada no sol, encontrei uma grande porção delas no acampamento. O papai voltou para investigar mais a vila enquanto eu e a mamãe viemos para Konoha falar com você.

- E onde está sua mãe?

- Tivemos um imprevisto no meio do caminho- Respondeu Sarada- enquanto vinhamos para cá presenciamos um homem convulsionando no meio da rua. Mamãe prestou os socorros necessários e agora ele está internado. A mamãe não deixou ele ir para casa sem antes fazer muitos exames para descartar as suspeitas.

- E quais são essas suspeitas?- Os olhos azuis de Naruto se estreitaram.

- Mamãe acha que o que está causando esses colapsos é o chá de Xemerite.

- Huum...- Naruto suspirou fundo e abaixou a cabeça novamente. Ele não sabia se agradecia por finalmente ver que a investigação estava dando resultados ou se amaldiçoava por ter que lidar com traficantes- E seu pai ainda não voltou?- Continuou ele.

- Esperava encontra-lo aqui, mas se ele não está aqui e nem com a mamãe então deve estar investigando.

- Entendo- Naruto empurrou sua cadeira de rodinhas até o armário de metal com múltiplas gavetas fundas e forradas de papéis- Ainda não tenho informações para contribuir com vocês, Sarada-chan. Mas assim que eu tiver novidades da perícia entro em contato, tudo bem? Agradeço por sua ajuda, você é mesmo brilhante!

Sarada corou. Sua admiração por Naruto era sem fim.

- Estou a postos, Sétimo sama!

- Me chame de Naruto, Sarada-chan!

Sarada sorriu, mostrando seus dentes idênticos aos de Sasuke.

- Até mais!- Ela acenou e disparou pela porta, passou por muitos shinobis conhecidos, entre eles Ino Yamanaka, amiga de sua mãe a muitos anos, Shikakamaru Nara, o pai de seu colega Shikadai e também assistente e conselheiro do Sétimo Hokage. Sarada imaginou que estava colaborando juntos para as investigações.

Sarada corria a todo valor por todo o prédio até trombar com uma figura loira e muito conhecida por ela. Após recolocar seus óculos que havia ido ao chão com a trompada que deram, Sarada se recompôs e encarou a face loura de Boruto Uzumaki.

- Que belo reencontro, Sarada-chan- Boruto afagou seu braço esquerdo após o acidente.

- Olhe por onde anda!- Rosnou ela.

- O que está fazendo aqui?- perguntou Boruto.

- Vim falar com o Sétimo.

- Meu velho babaca saiu cedo de casa hoje. Digo, mais cedo do que o habitual... Sabe de alguma coisa sobre a invasão?

Sarada contou a Boruto tudo o que sabia tendo a sensação que se arrependeria logo depois, mas ela acabou se esquecendo que Boruto era um problema enquanto falava e observava seus olhos ainda mais azuis do que os do pai.

- Você está me dizendo que está acontecendo tráfico de drogas ao redor de Konoha?

- Ao que tudo indica sim. Até então só conhecíamos Tererék e aquela bala colorida, o Polonesy. Aparentemente essa nova droga, Xemerite, vem ganhando espaço entre as vilas menores e eu temo que logo sejamos obrigados a ver pessoas usando essa porcaria em Konoha! O pior de tudo é que podem estar usando esse chá para causar pânico e facilitar a invasão.

- Meu pai não vai permitir- Disse Boruto cheio de certeza e determinação- Ele não sabe cuidar da própria família mas sabe cuidar da vila como ninguém. Não se preocupe Sarada-chan, logo prenderemos os culpados e as ruas estarão seguras de novo. Ninguém vai invadir Konoha com meu velho aqui.

Sarada sorriu sem graça.

- Espero que você esteja certo...

Boruto sorriu com determinação e estendeu o polegar para Sarada, que sorriu de canto da mesma maneira que seu pai costumava fazer. Ela não sabia o motivo mas sentia-se segura quando estava com Boruto, apesar de conseguir irrita-la completamente com certas atitudes.

- Yoshi!- Concordou ele entusiasmado- Venha comigo, eu e os meninos estamos investigando no lado sul.

- Não posso ir com você, Boruto-kun, preciso ver minha mãe...- Sarada respondeu educadamente- Preciso checar se minha mãe tem mais alguma informação e se posso ajuda-la de alguma maneira. De qualquer forma, se vocês descobrirem alguma coisa me avisem.

Os olhos azuis de Boruto observavam atentamente a amiga enquanto ela falava e concordava com a cabeça- Tudo bem, me avise se souber de alguma coisa também.

- Pode deixar- Concordou Sarada.

A menina ficou no mesmo lugar observando as costas de Boruto cobertas pelo casaco preto e vermelho se afastarem cada vez mais e cruzar a porta do saguão principal do escritório do Hokage. Ela ajeitou o cabelo, o óculos e os adornos dos braços antes de passar pela mesma porta e apressar-se a chegar no hospital.

Entrou direto, pois conhecia muito bem o local de trabalho da mãe e todos ali a conheciam. Cruzou o pronto socorro com velocidade e correu até o fim do corredor, virou a direita e depois a esquerda até encontrar as portas estilo francesas com círculos nas extremidades de cima que permitia que as pessoas de fora vissem o que acontecia dentro da sala.

Bateu duas vezes antes de entrar, não para pedir licença, mas para avisar que estava fazendo.

A sala em que a herdeira Uchiha havia entrado era o laboratório de análises clínicas onde dois outros ninjas trabalhavam além de sua mãe e Shizune. Antes de se aproximar delas e seja lá o que elas estavam fazendo, calçou luvas, protetores para os sapatos, mascara e jaleco, e então caminhou até as ninjas e espiou sobre os ombros estreitos da mãe o que elas tanto observavam.

Suas mãos vieram á boca quando se deu conta do que estava acontecendo. Sakura estava abrindo o corpo de um dos ninjas que havia morrido, provavelmente o corpo que seu pai trouxera mais cedo ao escritório do Hokage. Entretanto Sarada não podia mais reconhece-lo, estava muito mais inchado e azulado do que da ultima vez, mas tinha que ser ele, a menos que Sakura houvesse descoberto alguma coisa.

- É o homem que o papai levou para o escritório do sétimo?- Perguntou ela, ainda olhando por cima dos ombros da mãe.

- Sim, ele mesmo- Respondeu Sakura sem se virar. Notara a presença da filha assim que entrou na sala- Pedi para a perícia trazer o corpo para que eu e Shizune pudéssemos comparar nossas descobertas. Estou estudando o corpo e ela fazendo as análises dos exames do homem que convulsionou, como você sabe, e do outro guarda que conseguimos manter vivo.

- Vocês querem saber se existe uma ligação, certo?

- Exatamente- Concordou Shizune- Já sabemos que o ninja fez uso de drogas naquele dia, mas o que queremos saber é: Como foi parar no estado de paralisia, um jutsu? O homem que você e sua mãe socorreram convulsionou por causa do uso de alguma substancia? E o morto? Sabemos que foi assassinado, mas ele havia feito o uso de entorpecentes como o outro ninja? – Shizune explicava sem tirar os olhos das amostras dentro dos tubos de ensaio e nas placas de vidro sobre a mesa. Seus olhos estavam ocupados analisando cada uma delas no microscópio- Há tantas coisas que precisamos descobrir em tão pouco tempo...- Suspirou ela- Sem contar que sua mãe está reclamando de dor, e agora preciso prestar atenção na minha pesquisa e na sua mãe.

Sarada olhou para sua mãe e a analisou. Sentia que estava tudo bem, as bochechas rosadas mostravam saúde, olhos esmeralda brilhantes e muita atenção no que fazia. Para Sarada, Sakura parecia bem, mas nunca ouvira durante toda sua vida sua mãe reclamar de dor. Geralmente nas raras vezes que Sakura adoecia ninguém ficava sabendo; aplicava os próprios jutsus médicos em si mesma, receitava os próprios medicamentos e melhorava sem que ninguém tivesse notado, mas por que justamente agora Sakura começou a entrar em pane?

Continuou a observar a mãe que estava em silêncio, talvez Sakura não tivesse prestado atenção ao que Shizune dissera sobre ela pois estava concentrada no que estava fazendo. Sarada assistiu as mãos habilidosas e firmes de Sakura romperem a primeira camada de pele do peitoril do cadáver, e depois a camada de gordura, depois a de músculos, e assim fora escavando até chegar nos órgãos.

Sarada pressionou a máscara  com ainda mais força sobre o nariz para afastar o mau odor que as entranhas sem vida ou sangue exalavam.

Sakura não parecia se importar com o mau cheiro, continuou e parou perto do umbigo e com a ajuda de um extensor médico abriu a cavidade na medida certa que sua mão pudesse passar. Procurou pelo órgão certo e o abriu também, da mesma forma que fizera com o peito e abdômen.

- Você está...- Sarada não terminou. Se deteve ao ver que Sakura abria cuidadosamente o estomago do cadáver e com o auxilio de uma grande haste de plástico com algodão nas pontas fez a limpeza do órgão, retirou o conteúdo e o cortou, colocando somente a ponta com algodão molhado pelas substancia gástricas na placa de vidro ao lado.

- Amostra estomacal recolhida- Avisou Sakura.

- Certo- Concordou Shizune.

Sarada maravilhou-se com o que via. Sua mãe parecia dez vezes mais inteligente quando trabalhava dessa forma. Além de Sakura ser muito bonita, também era forte e inteligente. Sarada estreitou os olhos enquanto contemplava Sakura dando pontos no órgão exposto com tanta prática e facilidade, quase pensou que fosse fácil demais pela destreza que Sakura fazia tudo, ela fazia parecer que estava amarrando um tênis e não um estômago recém aberto.

Ela olhou ao redor, não havia decoração alguma naquele oceano de cor branca além de uma placa que dizia “Faça Silêncio” e “Proibido entrar sem equipamento de higiene e segurança" e “Proibido Fumar”. A coisa mais colorida ali eram as roupas de Sarada sob o jaleco. As paredes eram brancas, as bancadas também, todos vestiam branco de ponta a ponta, usavam os equipamentos de segurança que eram da mesma cor, e seus cabelos estavam todos bem presos no topo da cabeça. E apesar de admirar o trabalho da mãe, sentia-se muito mais confortável num ambiente onde pudesse decorar da forma que queria, sentar-se de forma confortável e esticar as pernas. Sarada sonhava em ver todos os dias seu rosto esculpido na montanha Hokage e sentar-se na poltrona que outrora fora de Naruto, o sétimo Hokage.

Sakura saturou o órgão para que não ficasse aberto- embora não fizesse diferença para um cadáver- e começou a fechar as camadas de pele que abrira para chegar até ali. Uma pós outra ia se fechando como se Sakura estivesse costurando sobre uma roupa rasgada. Sarada observou tudo de perto e tentou aprender caso um dia fosse necessário costurar alguém, ou a si mesma, e a medida que ia se acostumando com o odor de carne em decomposição e a imagem de um corpo aberto não notara que as mãos de Sakura começaram a ficar bambas até que ela acabou apagando sobre o morto.

- Mamãe!- Alarmou-se Sarada. Ela segurou os ombros da mãe e a retirou de cima do corpo gélido ainda exposto.

Shizune alcançou Sakura em instantes e ajudou Sarada, abanou a amiga com uma pequena bandeja de metal enquanto a menina tentava reanimar a mãe, que abriu os olhos de forma desorientada e encarou as duas antes de se recompor.

- O-o que...?

- Você desmaiou- Respondeu Sarada, encontrando os olhos esverdeados da mãe que agora não pareciam tão saudáveis.

- Impossível- Retrucou Sakura, desacreditada. Fazia isso todos os dias desde que tinha a idade de Sarada. Como pode ela desmaiar sobre um corpo frio e sem vida?

- Você definitivamente não está bem, Sakura-chan- Advertiu Shizune, olhando com preocupação para a mulher de cabelo rosa em sua frente.

- Definitivamente que não!- Sakura não queria admitir que precisaria de um médico. Ela era o médico.

- Mamãe...- Sarada a olhou com súplica e Sakura suspirou.

- Vamos fazer o seguinte, terminamos de analisar o que precisamos e depois faço exames, tudo bem?

As sobrancelhas de Sarada se juntaram e seus olhos formaram o combo de preocupação que Sakura estava evitando olhar. Shizune olhava com o mesmo pesar para a amiga que fingiu não se importar com a reação coletiva. Estava zangada demais consigo mesma que pensou que não conseguiria se concentrar pensando no que acontecera, e os olhos curiosos dos outros médicos e biomédicos na sala não ajudavam em nada.

- Tá- Respondeu Shizune deixando-se ser vencida pela necessidade. Ela fez uma nota mental para não deixar de espionar Sakura e seu trabalho o tempo todo.

- Ótimo- Respondeu Sakura sorrindo para quebrar o gelo. Ela se virou e retornou ao trabalho, ignorando a Sarada descontente atrás dela.

- Sabe do seu pai, Sarada-chan?- Perguntou Sakura de forma trivial.

- Ainda não vi o papai.

- Ele não estava com o Naruto?

- Não. Acho que ele ainda está na Vila Oculta dos Vales.

Sakura franziu as sobrancelhas.

- Bom... seu pai sabe se cuidar. Deve estar fazendo alguma coisa importante.

Sakura terminou de costurar a derme no cadáver sentindo desconforto na boca do estomago, e é claro, não contaria para ninguém. Decidiu que faria exames em si mesma depois que tudo acabasse, mas até lá tentaria se manter calma. O mundo ninja precisava dela e ela precisava colaborar com tudo o que tinha.

- Mamãe, já estou indo- Avisou Sarada- Se precisar de mim é só chamar. E aliás, por quê está costurando alguém que logo será enterrado?

- A família vai velar o corpo e por isso é preciso que esteja apresentável...- Sakura estendeu o lençol branco e liso sobre o corpo e o cobriu por inteiro- Cuidado e cuide-se, Sarada-chan.

- Você também- Sarada penetrou os olhos da mãe com o olhar intenso dos Uchiha, e logo se afastou.  Apesar de amar profundamente sua filha até mais do que sua própria vida, agradeceu quando a garota a deixou sozinha. Agora sentia-se segura para poder contorcer o nariz de dor á vontade.

- Desembucha- começou Shizune- O que está acontecendo?- Shizune se colocou ao lado de Sakura e a encarou até que a rosada desviasse os olhos do que estava fazendo.

- Está se referindo ao quê exatamente?- Quis saber Sakura apesar de já saber do que se tratava.

- Das suas dores e desse desmaio ridículo sobre um cadáver. Te conheço desde que você tinha a idade da sua filha...

- Shizune-chan- Começou Sakura- Não se preocupe, sei me cuidar sozinha. Só estou cansada. Cheguei tarde em casa e tive que acordar de madrugada por causa da invasão. Ainda não comi nada e estou cheia de coisas para fazer... Não há com o que se preocupar, só preciso de uma boa noite de sono e uma grande tigela de Temporas.

Shizune sustentou seu olhar para Sakura como se suspeitasse de algo. Era inteligente e muito vivida apesar de sua aparência jovial graças ao seu jutsu que preservava sua pele com a mesma textura de quando tinha vinte e três anos. Sakura voltou-se ao seu trabalho que estava cada vez mais complicado.

- Já terminou de recolher as amostras da garrafa que eu trouxe do acampamento?- Perguntou Sakura, desviando-se do assunto.

Shizune rolou sua cadeira de rodinhas até a impressora que ficava num canto isolado da sala e trouxe uma olha impressa até a médica.

- Nunca vi nada parecido- Comentou Sakura enquanto lia.

- O dia vai ser longo...- Respondeu Shizune, suspirando fundo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, deixem seu review <3


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