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História Susie Q - Submissão


Escrita por: AleAndolini

Capítulo 2 - Submissão


Susan tentou evitar, tentou fugir, mas Eric foi mais forte e a pressionou contra a pia, com o rosto virado para a janela. Enquanto olhava para os varais balançando do lado de fora pela pressão do vento, Susan podia ouvir o barulho da fivela do cinto de Eric caindo ao chão - ele havia tirado a calça. Podia sentir as mãos dele levantando sua saia com violência. Tudo que ela pedia em pensamento é que acabasse logo, para que ela pudesse ficar livre daquilo.

Enquanto ele a penetrava, ela sentia asco e engolia o choro. Sentia-se presa no mesmo casulo que sua mãe. Queria fugir, queria ser livre, mas tudo o que fez durante esses últimos anos foi chorar.

Ela podia ouvir os gemidos dele. Sentia dor quando ele apertava seus quadris, queria correr para bem longe o mais rápido possível, e para nunca mais voltar. Sentia-se suja por não conseguir se livrar daquele homem. Incapaz.

Finalmente ele terminou. Susan podia sentir um alívio imenso, como se tivesse salvo sua vida da morte. Eric levantou sua calça e foi em direção às escadas, quando parou e a olhou de volta.

— Hoje vou trabalhar até mais tarde. Não me espere.

Tudo em que Susan conseguia pensar era "tomara que não volte mais", estática, encostada na pia da cozinha.

—Tudo bem - ela respondeu.

Ele percebia que o olhar de Susan já não era mais o mesmo de quando se conheceram. "Talvez tenha ficado traumatizada após tantos abortos", ele pensava. Subia as escadas pensando na noite anterior, na jovem que o recusara. "Até parece que eu quero um homem que larga a esposa em casa pra vir atrás de outras nesse lugar fedorento", a jovem respondeu soltando o braço de suas mãos. A moça tinha seus 20 anos, era sobrinha do reverendo e estava ali só para desafiar seus pais.

"Será que estou ficando velho?", Eric indagava em frente ao espelho. Leves rugas cresciam nas laterais de seus olhos - seu rosto já não era mais o mesmo, estava abatido, cansado. Dormir em uma viatura havia se tornado rotina para ele - era uma forma de evitar Susan.

Logo se despiu e começou seu banho. Pensava em todas as mulheres que teve no banco de trás da sua viatura, nas celas da delegacia, em sua sala, em motéis baratos. Nenhuma delas era como Susan. Ele só desejava que voltassem a ter a vida que tinham antes, sem os ressentimentos, sem as brigas, sem o sofrimento. Queria apenas poder abraçá-la novamente e dizer que tudo ficaria bem, mas não conseguia. Algo o impedia.

Eric a culpava por não ter um filho. A culpava por não querer ter um herdeiro dele. A culpava por não ser ousada como as outras. Por não enfrentá-lo como fazia com seu pai. Por ter largado sua vida promissora para vir com ele viver nesta cidade minúscula. Por ter medo de perdê-lo. "Cristo, como ela é patética", murmurava ele em seu banho. Mas por mais que tivesse raiva de Susan, tinha compaixão por ela. No fundo sabia que não era culpa dela, que os quatro abortos eram situações extremamente traumáticas. 

"Ela não tem culpa", ele pensava, com certa compaixão. "Ela precisa de apoio, não de um bêbado como eu".

Ao mesmo tempo Susan prendia o choro para não desabar, na área de serviço, enquanto recolhia a roupa recém passada de Eric. Na gola de seu uniforme pôde perceber uma marca de batom que não saiu de forma alguma. Era como uma facada no peito.

Ela subiu com o uniforme e o deixou perfeitamente dobrado em cima da cama, para que ele se vestisse. Se virou em direção à porta, e quando ia saindo Eric saiu do chuveiro e a chamou.

— Espere - ele disse, ainda se secando.

— Suas roupas estão em cima da cama. O café está na mesa. - respondeu Susan, amargamente.

De repente, Eric foi na direção de Susan e a abraçou.

— Me desculpe, eu fui um completo idiota.

Susan não conseguia dizer uma só palavra, nem responder ao abraço. A única coisa na qual pensava era em como escapar dali.

— Eu voltarei mais cedo hoje, assim teremos mais tempo para passarmos juntos.

Susan não conseguiu segurar o choro e desabou em prantos. Naquele instante, Eric sentiu pena e raiva ao mesmo tempo. Pena porque sabia que estes últimos anos não haviam sido fáceis. Raiva porque detestava o fato de Susan cair em prantos enquanto ele tinha que forte por eles dois. Ele a consolava, abraçando-a. 

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Seremos felizes como antes, você vai ver. Eu farei de tudo pra que isso aconteça - Eric dizia, olhando os olhos marejados de Susan.

Ela se soltou de seus braços e saiu em direção à cozinha. Eric se manteve imóvel por alguns segundos, tentando pensar no que poderia ter feito de errado. Susan tinha um misto de ódio, raiva, amor e ternura por Eric, mas sabia que não poderia continuar desta forma. Então lavou seu rosto e saiu de casa para espairecer.



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