Lydia deu um breve suspiro, não estava assustada pois já havia visto coisas piores, mas preocupada. Seria seu primeiro caso oficial como detetive, fazia apenas 2 meses que se formou e seu primeiro ato foi arranjar um emprego em sua cidade natal.
— Meu deus... — balbuciou.
“O corpo foi encontrado na manhã desta segunda-feira (07/02). Do sexo feminino e temporariamente sem identidade, cortes faciais violentos e a garganta cortada.
Mesmo com todos os ferimentos graves, o corpo foi encontrado totalmente limpo em uma pista de dança da Boate La Lune, a qual também não havia sinais de sangue ou de luta. Sem sinal de digitais tanto no cenário quanto na vítima. Sem testemunhas, sem provas. Tudo indica que a vítima havia sido morta 3 ou 4 horas antes de ser colocada na cena do crime.”
— É, esse caso é realmente difícil. — Stiles admitiu, nervoso.
— Seja lá quem a assassinou realmente não quer ser descoberto. — Lydia bufou.
— Tem certeza de que não acharam NADA na cena do crime? — perguntou para seu pai.
— Sim, mas vocês podem mandar a equipe checar novamente se quiserem.
Lydia concentrava seus olhos no chão, pensando em várias opções do que possa realmente ter acontecido e quais seriam as mais prováveis de todas, e todas elas continham o fato de que o assassino era super inteligente. Passou pela sua cabeça que talvez ele estivesse sendo inteligente demais.
— Talvez ele esteja sendo inteligente demais… — murmurou alto e repetiu a frase várias vezes.
— O que você tá fazendo, ruiva? — perguntou, sério.
— Ás vezes falar em voz alta o ajuda a raciocinar melhor. — responde, e volta a se concentrar. — E se ele estivesse fazendo isso de propósito?
— Como assim? Quer dizer que talvez ele esteja montando um jogo com a gente?
— Sim… Algo me diz que nós temos um assassino em série neste caso.
Lydia disse, orgulhosa de seus pensamentos rápidos. Stiles estava apenas raivoso. Xerife levantou-se, esperando que fossem embora.
— Bom, sinceramente, eu ficarei de olho em vocês, quero ver como se sairão! Inclusive, Lydia, sua mesa é ao lado da de Stiles. — disse com entusiasmo. — Amanhã vocês poderão ir no 3° andar, onde o quadro de investigação fica. Boa sorte.
Lydia guardou o arquivo na gaveta de sua mesa e correu para o elevador. Passou tão rápido que os olhos dos homens foram juntos, não estavam acostumados a ter muitas mulheres lá, principalmente como Lydia Martin.
— E aí cara? No que deu? — Isaac perguntou assim que Stiles saiu do escritório.
— Deu merda, cara. Tô até deprê. — se jogou em sua cadeira novamente.
— Por que ela já foi embora?
— Hoje só fomos ler o arquivo que contém informações sobre o crime, amanhã realmente começaremos a investigação.
— E por onde pretendem começar?
— Olhando o corpo, é claro!
E do outro lado...
— Vamos começar olhando a cena do crime primeiro, e lá tem esse 3° andar só para ter mais espaço nas investigações! É incrível!
Lydia contava seu dia inteiro para Kira enquanto jogava Xadrez, que morria de rir ao ouvir sua versão da história. Amava ver a ruiva sorrir, o que nos últimos meses foi a última coisa a acontecer.
— Então você realmente gostou de lá? — a ruiva assentiu, com um sorriso. — Estou tão orgulhosa de você, Lyd.
— Obrigada Kirachu.
— E o Stiles? Ele está solteiro? Casado? Tem filhos? — a encheu de perguntas, fazendo Lydia até mesmo querer vomitar só de pensar.
— Não, Kira! Pela amor de deus ele só tem 22 anos. — ela riu.
— Ah, sei lá né. Você ia se casar também aos 21 e ninguém tá falando nada! — a zombou, deixando com raiva.
— Não vamos falar disso, ok. É passado. Eu estou feliz agora é o que importa.
— Meu deus, você ama ver corpos assassinados brutalmente mesmo, ficou tão feliz! — riu dela, Lydia acabou jogando uma almofada na amiga.
A ruiva moveu sua rainha branca para o H5 e deixou o rei de Kira preso, dando o aviso ao final do jogo.
— Xeque-Mate!
Disse, com um sorriso no rosto, deixando bem claro o quão orgulhosa estava de si naquele momento de vitória.
— Uau, novidade! Já é a quinta vez em que me vence nesse jogo. — Kira disse, com raiva.
— Não fiquei brava, Kirachu. Da próxima vez eu errarei de propósito! — disse, se levantando.
A amiga ficou calada, ainda nervosa com o jogo, enquanto Lydia correu para a cozinha, e quando voltou estava com duas cervejas em suas mãos.
— Ei, por que não vem morar comigo? — a ruiva perguntou.
— Porque eu te odeio. — disse, fazendo bico.
— É sério, Kira. Tem espaço pra duas pessoas aqui!
— Eu não iria ser capaz de morar aqui, Lydia. Você é preguiçosa e bagunceira. Sabe dos meus problemas de perfeccionista e que não suporto ver as coisas jogadas e sujas. — disse, quase socando a ruiva.
— Está vendo? Você daria uma boa empregada. — e apenas ela riu.
— Além disso você precisa ter sua privacidade e eu a minha. E também sempre estarei te visitando já que moro a uma rua de distância.
— Já sinto saudades. — desta vez Kira riu.
•▪•
Stiles se encontrava sentado na cadeira na bancada de sua cozinha, resolvendo palavras cruzadas com sua caneca de café já vazia, quando percebeu o nada dentro dela logo bufou, decepcionado.
Sua personalidade calculista resolveu se manifestar, e acabou por nem ao menos ouvir a porta bater, indicando que alguém havia chegado.
"Ah não, terei que andar aquilo tudo! seriam 5 passos até a máquina de café e de volta mais 5 passos, juntando tudo seriam 10 passos! Isso é demais pra mim, não posso lidar com isso agora."
— Stiles! — Allison gritou, o chamando atenção.
— Sim? — virou seu rosto, procurando quem o chamava.
— Por que está olhando pra máquina de café com tanta tristeza por 5 minutos?
E com isso ele se esparrou seus braços em cima da mesa e escondeu seu rosto, como se tivesse lembrado do seu maior pesadelo.
— Não se preocupe, eu a trago para você. — trouxe o café e jogou em sua caneca decorada do Star Wars.
A morena jogou sua mochila no sofá e voltou a conversar com seu irmão, se sentando no balcão.
— Então, não vai me contar como foi seu dia?
— Ugh! — reclamou o quão quente estava o café. — Você não irá acreditar…
— Já não acredito.
— O grande detetive de que todos estavam falando, era na verdade uma mulher. — disse, parecia um pouco desapontado.
— Mas é por isto que está triste? Por que? Ela está ameaçando sua masculinidade?
— N-não é isso… — começou a corar, gaguejar.
Optou por apenas dar um gole em seu café novamente, desejando que ele estivesse tão quente para derreter sua própria língua e não teria que inventar uma desculpa.
— Mas e aí? Ela é bonitinha? — perguntou, com um sorriso malicioso.
— E isso importa?! — ele elevou a voz, perdendo a paciência e botando sua caneca no balcão.
— Mas é claro!
— Desculpe se eu estava ocupado demais entrando em pânico!
— Tá, continua. — revira os olhos.
— É melhor mesmo, pois ainda não lhe contei a pior parte! — ele disse, com ódio nos olhos. — Eu estudei com ela no ensino médio.
— Que???? SÉRIO? — ela gritou, dando pulinhos.
— Sim, e eu a conheço o bastante para ver que ela não pertence a aquele cargo! A menina é a inventora da burrice, eu posso lhe afirmar. — cruzou seus braços, enquanto ria.
— Então como ela se formou e conseguiu este emprego? — perguntou, confusa.
— Essa é a pergunta. — resmungou. — Foi horrível, já em seu primeiro dia de trabalho recebi comentários maldosos e aquele seu olhar debochado! É como voltar ao colegial, ew! — disse com nojo.
— Ela era má com você? Tipo aquelas patricinhas?
— Sim. Com seus cabelinhos ruivos e seus malditos olhos esverdeados. E seu salto alto, deus! Aquele barulho me faz querer me enforcar ali mesmo.
— Ok, maninho. Eu acho que colocaram um pouco de ódio demais no seu café hoje. — ela riu. — Relaxa, vai dar tudo certo.
— Assim espero. — sorriu e mudou de assunto. — E como foi seu dia na escola?
— Nada demais, mas hoje tinha vários desses espalhados pela o colégio.
Tirou de sua mochila um papel amassado, no qual ela tentou melhorá-lo para que ficasse legível. O entregou nas mãos de seu irmão, que pareceu estar interessado folheto.
DESAPARECIDA.
Erica Nulus
Cabelos loiros, olhos castanhos.
Altura: 1,73 m
Vista pela última vez neste Domingo, se a tiver visto, favor ligar para este número! (…)
— Hm. Se importa se eu ficar com isso?
— Não. Enfim, eu vou tomar um banho, podemos ver um filme depois se quiser.
— Claro, quer dizer, pode ser. — refez sua frase.
Tinha apenas um pressentimento de que algo tinha a ver com este folheto, e quase nunca estava errado.
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