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História Swan Song - Dare to Dream - capítulo 82


Escrita por: _dreamer

Capítulo 169 - Dare to Dream - capítulo 82


 

Acordei com gritos. Muito gritos. E alguém balançava a barraca. Quando fui jogada bruscamente para o lado, resolvi levantar.

-Oi? – perguntei contendo um bocejo. Mal amanhecera, mas tinha três loucos seminus pulando na grama úmida. O ar estava gelado. – Perderam a cabeça?

-Vamos embora! – Siva comemorou, fazendo uma dança completamente estranha.

-Ahn? – perguntei, completamente lenta em relação ao divertimento dos três.

-Nosso empresário ligou! – Max disse, também complementando sua dança com estranhezas. Mencionei que eles estavam só de cueca? Pois é. O careca jogou o celular em cima de mim.

-E disse que vamos embora! Disse que vai mandar uma vã nos buscar amanhã de manhã! – Tom disse, dançando bem menos que os outros, mas mesmo assim incapaz de conter sua felicidade pavorosa.

-Legal. – murmurei caindo sobre os braços e adormecendo novamente, em cima da grama.

[...]

-E então vão embora amanhã? – perguntei, caminhando tranquilamente ao lado de Nathan e Jay. Era incrível como eles conseguiram se tornar tão importantes pra mim da noite para o dia; amigos. Apenas isso. Não amigos que confundiam as coisas. Amigos mesmo. Tanto que nem consegui esconder a pontada de tristeza em minha voz.

-Mas vocês vão embora também. Junto com a gente. – Nathan sorriu.

-Eu sei disso. – ri. Simon tinha combinado com o empresário deles buscar todos no mesmo dia. Era estranho porque os dois tinham planejado isso como uma punição para as duas bandas. Talvez pelos conflitos que eles tiveram antes também, mas tinha funcionado em parte. – Mas depois nunca mais vamos nos ver.

-Não faça drama. – Nathan fez um abano de mão, revirando os olhos. – Claro que vamos nos ver. Pode me ligar todo dia, se quiser.

-Posso ligar pra você? – perguntei, me virando para Jay.

-Claro. Assim que eu lembrar o número do meu celular. – ele deu risada.

-Isso aqui pode ter sido uma grande tortura, mas vendo tudo agora que vamos embora pela manhã, parece que valeu a pena. – falei não contendo o sorriso. Eles me olharam arregalados e assustados.

-Olha, fale isso amanhã, quando estivermos no aeroporto. Comendo e bebendo como gente. – Nathan disse rindo – Acho que posso pegar um parasita assassino por ter bebido água do lago.

-Eu engoli um monte e estou bem. – comentei.

-Mas você cuspiu logo depois, né querida. – Jay revirou os olhos. – Nós realmente tivemos que beber.

Ri lembrando da cena. O acampamento não era desprovido de garrafas gigantesca e galões de água, mas acontece que onze adolescentes morrendo de fome não tinha outro passatempo senão tomar água. E claro, alguns (Zayn) quiseram (Zayn) lavar (Zayn) o cabelo (Zayn) com água limpa, o que deu na falta de água pela manhã. E como Nathan e Jay estavam morrendo de sede, beberam água do lago.

Eu sentia como se pudesse cair morta daqui a pouco. Eu não comia nada desde...Bom, dois dias atrás. E isso era realmente muita coisa pra mim. Meu estomago roncava forte e ardia, e eu imaginava como Niall estaria em minhas condições. Sorri com a visão do irlandês loiro em minha mente.

-Que foi? – Nathan perguntou rindo – Está rindo de nós, foi algo que dissemos, ou...?

-Nada não. – respondi depressa. – Pensamentos, nada mais.

-Imagino que seja...Então, eu estou sentindo uma fome descomunal e já está escurecendo. Será que podemos voltar?

-Acho que sim. É a última noite nessa maldição afinal.

-Amanhã vamos rir. – Jay afirmou rindo.

-Só amanhã mesmo. Não queria encarar mais uma noite aqui, mas tudo bem. – suspirei – Acho que vou dormir com a Cath hoje...

-Sério? Vai nos abandonar? – Nathan perguntou, fingindo-se ofendido.

-Claro que não. – dei-lhe um tapa de leve no braço. – Mas como começamos, achei que seria legal terminar assim também. Enfim, vamos ter bastante tempo amanhã arrumando nossas coisas e tudo mais.

Os meninos já tinham sido informado por Max que iríamos embora amanhã. Eles também se sentiam extasiados, mas não havia humor suficiente. A fome nos estava matando, realmente. Não comíamos nada desde algumas pequenas frutas insignificantes achadas numa arvore. Pelo menos, conseguimos cooperar.

Todos já tinham entrado em suas barracas quando chegamos. E ainda tinha acabado de anoitecer, não era tão tarde assim para já estarem ferrados no sono, mas ali estavam eles. Talvez dormir fosse algo para aliviar a fome. Senti o cansaço me tomar e decidi que me deitaria também. Me despedi de Nathan e de Jay e fui para a barraca de Cath.

-Oi? – Cath murmurou assustada, sentando bruscamente e me encarando. – Ah, é você June. Olá.

-Claro que sou eu. Quem mais poderia ser?

-Sei lá. – Cath respondeu, mas senti uma leve culpa em sua voz, que fez com que meus olhos se estreitassem levemente. – Não é nada.

-Tudo bem. – suspirei e me joguei no saco de dormir ao seu lado, enquanto ela virava o rosto para a direita, sem olhar para mim. – Boa noite, Cath.

-Última noite. – Cath sorriu com alivio. – Boa noite, June.

Observei a respiração de Cath se tornar mais lenta e adormecer. Oh, meu Deus, por que eu não posso ser lésbica e ter um caso com Cath? Pelo menos ela deve ser bem menos complicada que esse dois. E pensando neles, eis que um dos dito cujos surge na abertura de minha barraca.

-Louis? – sussurrei atônita – O que está fazendo aqui?

-Visitando você é claro. O que mais iria de ser? – Louis perguntou rindo.

-Tá, mas...Não podia esperar até amanhecer?

Louis abafou uma risada pelo nariz.

-Ainda nem escureceu, pra ser sincero. Eu precisava falar com você. Pode vir aqui fora por um minuto?

Agarrei meu moletom mais junto ao corpo e pulei para fora da barraca, indo atrás de Louis.

-Anda logo que eu... – assim que virei o rosto para Louis novamente ele me beijou.

[...]

Louis agarrou minha cintura com mais intensidade que o normal. Seus lábios eram tão macios, tão sutis, tão doces...Eram absolutamente tudo que uma garota precisava.

-Louis... – murmurei partindo o beijo com uma mão em seu peito. – Eu...

-Tudo bem. – Louis sorriu fraco – Sei que está tendo seus problemas, que está confusa e que desse jeito eu não ajudo nem um pouco, mas...

-Mas? – pressionei ansiosa.

-Mas eu gosto muito de você. – Louis respondeu sorrindo – Primeira e única, June!

-Primeira e...Única? – gaguejei completamente surpresa. Louis assentiu, como se fosse algo normal.

Não hesitei de roçar meus lábios novamente nos seus. Louis passou a mão por minha cintura, me puxando para ele. Agarrei-me firmemente em seus cabelos, retribuindo com a mesma intensidade. E foi aí que comecei a formatar minha decisão.

[...]

Não consegui dormir a maldita noite. A última maldita noite. Era de se esperar que minha ansiedade por finalmente sair desse estúpido acampamento estivesse mexendo com meu sono, mas minha mente em conflito podia ser uma das grandes razões de eu estar me revirando no saco de dormir nesse exato segundo.

-Droga. – bufei, finalmente desistindo da luta contra a maldita insônia e me sentando com as mãos na nuca quente. O contato de minhas palmas frias em minha testa latejante era algo delicioso no momento.

Observei Cath dormir tranquilamente ao meu lado, completamente alheia aos meus movimentos bruscos. Desisti de dormir e finalmente me levantei, saindo para a noite abafada e silenciosa.

Andei sem rumo por um bom tempo, precisamente procurando um pequeno ponto de paz onde pudesse relaxar e por as idéias em lugar. Eu nunca achei que minha cabeça pudesse entrar em um conflito tão grande como este que travava uma guerra entre meu próprio ser...Mas aconteceu. E aconteceu de uma forma tão brusca que parte de mim ainda se recusava a acreditar que eu realmente estava escolhendo entre Louis e Harry.

Não, espere...Um tempo atrás isso seria um tanto impossível. Meus sentimentos sempre foram certos, eu sempre soube o que queria, mas agora...Agora era tudo era a mais completa confusão. E eu nunca sabia o que realmente queria. Ou sabia. Queria ser rude com eles. Queria que vissem como eu era um monstro. Queria que me odiassem para sempre. Queria que não nutrissem o sentimento ardente que compartilhávamos.

Mas eles faziam exatamente o contrário. Os dois respondiam com entusiasmos aos meus sentimentos e a cada aproximação nova, eu ficava ainda mais confusa.

Quando me dei conta, meus pés tinham me levado até o lago. Eu estava perdida demais em meus próprios devaneios para prestar atenção em qualquer coisa que não fosse meus próprios problemas.

Tirei a blusa, dando uma rápida observada no machucado que eu mesma me causara algumas noites atrás e sentindo remorso. Remorso porque eu prometera que jamais faria isso novamente; remorso porque isso não doeria apenas em mim, caso um deles descobrisse.

Coloquei a blusa delicadamente num tronco baixo de uma arvore e fui em direção ao píer. Eu também tinha prometido jamais entrar nesse lago novamente, mas sabia que minha mente tentava me dizer algo. E em geral, eu não costumo escutar, mas parecia importante.

A água tremeluzia com a luz branca da lua. Consegui entrar naquela superfície fria. Embora meu corpo se sentisse indignado, a mente me agradecia. Afastei-me o suficiente do píer e submergi nas águas escuras e frias, vendo a luz da lua desaparecer.

“Primeira e única” Louis dissera. Eu entendera bem essas palavras e elas me fizeram um sentindo imenso, um sentindo que eu jamais pesara. Minha mente pensava no que era certo, mas meu coração parara de ouvir o que ela tinha a dizer assim que uma decisão fora tomada.

As batidas se tornaram cada vez mais incontroláveis, meu coração parecia completamente desesperado. Minha mente não sentia mais conflito nenhum, porque ela tinha uma decisão e queria respeitar tal ordem.

As lembranças ficaram cada vez mais vividas. Meu coração tentava me avisar e minha mente era fraca. Ela deixava. As imagens cada vez mais recentes, o gosto de seus lábios – meu coração palpitava com a lembrança e a sensação de que se tomasse tal decisão, jamais teria tudo isso de volta.

E parecia errado. Eu estava deixando uma parte de mim para trás. A parte que eu tanto gostaria de preservar, a parte que meu coração lutava para defender. E eu não conseguia pensar em como deixaria isso acontecer. Como abandonaria ele. Como lhe diria ‘não’. Eu não sabia se ia conseguir.

De certa forma, os dois eram partes completamente complexas de mim agora, partes que eu jamais tentaria entender, caso contrário chegaria a loucura. E eu não entendia o que me fazia querer tanto cada um deles, mas isso não podia continuar. E eu tinha uma decisão, embora meu coração doesse, ele precisaria aceitar. Ninguém precisaria saber o quanto isso doeria em mim. Muito menos ele.

Finalmente emergi, percebendo o quanto a falta de ar não fora importante. Eu não devia ter passado nem um minuto nessa reflexão tão interna porque eu já pensara em tudo isso diversas vezes. E eu não precisava mais fingir, mas ficar indecisa, mais temer...Eu já tinha uma decisão tomada. O conflito em minha mente finalmente terminara.

[...]

Esperava que minha expressão não estivesse tão horrível quanto eu imaginava. Realmente esperava que não. Pulei para fora da barraca assim que a luz pálida penetrou o local, arrumando o cabelo num rabo de cavalo bem mal feito e esfregando os olhos de maneira nervosa.

O nervosismo em geral me faz ter fome e comer feito uma condenada, mas como eu não tinha essa condição, eu esfregava meus olhos, que era como um exercício de auto controle para mim que em geral não funcionava.

Havia duas vans brancas de teto arredondado estacionadas mais adiante e me perguntei como elas tinham chegado com tanto silencio assim. Mesmo que tenha levantado nos primeiros raios solares do dia, não fui a primeira a sair da barraca. Todos já estavam prontos, animados e arrumando suas coisas.

Cath foi a última a acordar e arrumou suas coisas rapidamente. Com todos prontos, não restava nada a fazer a não ser dar adeus ao acampamento desgraçado. 



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