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História Sweater and Jeans - James Dean


Escrita por: elfasy

Notas do Autor


Aconselho assistir o solo do Hyukjae de Sorry Sorry Answer no SS4 antes de ler. <br />Aqui o link: <a href="https://www.spiritfanfiction.com/link?l=https://www.youtube.com/watch?v=MHZeElHNlvA" class="link" rel="nofollow" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=MHZeElHNlvA</a> <br /> <br />Boa leitura <3

Capítulo 2 - James Dean


O dia passou normalmente e, algumas horas mais tarde, ambos estavam devidamente arrumados - pelo menos, é o que Donghae achava, já que sua roupa estava no nível da de Heechul - enquanto pegavam o metrô em direção à Gangnam.

- Heechul - chamou e ouviu o outro murmurando em resposta - Desde quando saímos em Gangnam? É longe e caro até mesmo pra gente.

- É um lugar especial, Donghae. Não se preocupe que hoje é tudo por minha conta - colocou a mão no ombro do melhor amigo - Você vai me agradecer depois.

Donghae não acreditou muito naquilo, mas resolveu não discutir. 

Os dois saltaram na estação e andaram alguns metros até chegar numa rua repleta de bares e casas de show.

Donghae já previa o que estava por vir. Heechul adorava baladas e festas do tipo. Ele mesmo gostava também, mas, honestamente, não estava com o menor saco para aquilo. No entanto, não queria frustrar a tentativa do melhor amigo de animá-lo, então guardou para si o descontentamento.

Pararam em frente a uma boate que parecia destoar das outras - era discreta e não tinha nenhum barulho vindo dela. Donghae achou estranho, mas permaneceu calado.

Ambos entraram sem sequer serem parados pelo segurança - que parecia conhecer Heechul - e passaram por um corredor estreito e mal iluminado. 

- Heechul, no que você está metendo a gente... - Donghae pensou alto, mas o melhor amigo não o ouviu.

Agora já dava pra ouvir os primeiros indícios de música.

E parecia ser boa. O que era raro para Donghae porque ele geralmente odiava as músicas que tocavam nessas boates.

Finalmente chegaram em uma porta e Heechul simplesmente a abriu, revelando um salão enorme, com várias pessoas espalhadas dançando, conversando, bebendo. Um bar situado no canto direito, uma pista de dança no canto esquerdo, algumas mesas espalhadas pelo centro e, do outro lado do salão, bem de frente pra onde eles estavam, havia um palco. Mas ninguém se apresentava naquele momento. 

Donghae sorriu, o ambiente e a música o agradando mais do que ele esperava.

- Uau - soltou e sentiu uma cotovelada fraca em sua costela. 

- Vai dizer que eu não sou a melhor pessoa do mundo? - Heechul provocou e Donghae riu, envolvendo o braço no ombro do amigo.

- Heechul, você é o melhor amigo que alguém poderia querer. Obrigado. 

- Não agradeça ainda! Espera até você provar o gin e tônica desse lugar. 

- Eu não gosto de tônica - torceu o nariz.

- Você não está entendendo, Lee Donghae! Venha - e o puxou pelo pulso, indo diretamente para o bar.

Os dois se apoiaram sobre o balcão e pediram o tal do gin e tônica que Heechul tanto falou.

- Qual sabor? - o barman perguntou e Donghae franziu o cenho.

- Tem sabor? - perguntou direcionado à Heechul.

- Eles servem com suco! Eu quero o meu de maracujá, por favor.

O barman então se virou pra Donghae, esperando por uma resposta também.

- Vou querer igual o dele. Sem gelo.

- Não sei como você não tem uma desinteria bebendo essas coisas quentes assim - Heechul resmungou.

- Meus dentes são sensíveis! Prefiro beber coisa quente do que sentir dor.

- Pra um cara que adora assistir video de BDSM, você é um frouxo, Lee Donghae.

- Cala a boca! Gostar de BDSM não significa, necessariamente, gostar de sentir dor - deu de ombros.

- Então você gosta é de causar dor, né seu sadistinha de merda - brincou e os dois riram.

Donghae não negou. 

Seus drinks chegaram e os dois beberam ao mesmo tempo. Donghae achou o gosto aceitável, mas, ainda assim, dava pra sentir o amargo da tônica lá no fundo, então não era exatamente sua preferida. Mas Heechul não conseguia calar a boca sobre o quão boa era aquela bebida. 

Donghae decidiu olhar em volta e não deixou de notar, agora, que pareciam ter casais homossexuais ali. Demonstrando afeto livremente. Se ele fosse ser sincero, parecia só ter casais homossexuais ali, salvos raríssimas exceções. 

- Heechul… - chamou, ainda sem tirar o olho da clientela - Essa boate é LGBT?

- Sim, ué. Eu não falei?

- Você, literalmente, fez mistério sobre onde estávamos indo até chegarmos aqui. Idiota.

Heechul riu e finalizou sua bebida, sinalizando para que o barman trouxesse outra.

- Você acha que eu te levaria pra um rolê hetero, Lee Donghae? 

- Não… mas é que eu não sabia sobre nenhuma boate LGBT por aqui. 

- Ela é nova. Abriu ano passado. Vim aqui há uns três, quatro meses pela primeira vez e, simplesmente, me apaixonei pelo lugar.

- Dá pra ver - brincou.

- Não, você não entende. Mesmo em algumas baladas LGBT eu via gente meio babaca, sabe? Principalmente homem viado, nossa, tinham uns muito escrotos. Mas aqui, acho que por ser nova e pouco conhecida, o pessoal é bem tranquilo e respeitoso. Sem contar que a staff é uma delícia - sorriu de canto e deu um gole no seu recém chegado gin.

- Kim Heechul, o que você quer dizer com isso?

- Dependendo do dia da semana, eles têm temas e apresentações especiais diferentes. Eu tenho vindo aqui com tanta frequência que, talves, eu já tenha ficado com algumas pessoas importantes.

- Descreva pessoas importantes - estreitou os olhos.

Donghae conhecia Heechul bem o suficiente pra saber o que aquilo significava.

- Talvez o seu amigo aqui tenha dado pro dono do lugar - deu de ombros e Donghae não conseguiu evitar o berro que ele deu em seguida.

- Heechul, sua vadia do caralho, eu não acredito!

Heechul gargalhava, quase derramando sua bebida antes de se recompor.

- Foi só umas vezes…

- Umas dúzias, eu imagino - estreitou os olhos e viu o melhor amigo gargalhar novamente - Você não vale nada. Por isso que está dizendo que essa noite era por sua conta. Vai pagar com o cu, né seu viadinho do caralho. 

- Me respeita que eu sou bi.

- Bicha.

- Com muito orgulho.

Os dois estavam rindo quando, de repente, a luz diminuiu e a música foi abaixando. As pessoas ali presentes começaram a gritar, festejando alguma coisa que Donghae não havia entendido. Então notou que os holofotes apontavam pro palco.

- O que está acontecendo? - Donghae perguntou.

- Lembra que eu falei sobre as apresentações especiais? - perguntou e o outro assentiu - Sábados são strippers.

- O QUÊ?!

- Calma! Não é prostituição nem nada. São apenas artistas que performam danças e vão tirando a roupa no processo. 

- Ou seja: STRIPPERS!

- Sim, mas é artístico. Semana passada veio um grupo de Drag Queens, mas foi no domingo.

- Então não é a mesma coisa.

- Domingo também é dia de strippers, mas daí são convidados especiais. Sábados são do pessoal fixo da casa.

- Pessoal fixo?

- Sim, eles performam todo sábado. 

- Você os conhece?

Antes que Heechul pudesse responder, um som alto anunciou a chegada de alguém e as pessoas pareciam estar fora de controle, gritando sem parar.

Donghae prestou atenção e pôde ver que algumas pessoas estavam no palco. Mulheres e homens vestidos de terninho e chapéus, sentados em cadeiras espalhadas em duplas enquanto uma voz começava a cantar. 

Então o holofote focou no meio e a batida da música se iniciou, juntamente com a coreografia do grupo. 

A música era sensual e a dança não ficava atrás. O grupo performava em duplas de homens e mulheres e, apesar de como Donghae julgou que seria uma apresentação de strippers, aquilo era totalmente diferente. 

Então, em uma das partes, o homem que havia permanecido no meio durante toda a coreografia foi cercado por mulheres, que alisaram seu corpo, desalinhando sua roupa. Ele, com certeza, era o artista principal.

Donghae deu uma risada pelas interações serem majoritariamente hetero, em um ambiente majoritariamente homo. 

Mas, então, algo chamou a sua atenção. 

- Espera aí - falou se levantando e indo em direção ao palco.

Caminhava sem tirar os olhos do dançarino principal. Agora ele performava com os homens, arrancando ainda mais gritos de todos ali. 

- Não é possível… - dizia para si mesmo.

E o strip começou. O dançarino principal tirou o chapéu. Mas ele estava com o rosto virado na direção contrária de onde Donghae vinha, o impedindo de ter uma visão clara. Todos os outros dançarinos se juntaram, o escondendo.

Inconscientemente, Donghae apertou o passo. 

Quando chegou no começo da aglomeração de pessoas, os dançarinos se dispersaram, revelando o principal de chapéu novamente.

Donghae tentava passar pelas pessoas. Precisava chegar mais perto do palco. Precisava ter uma visão melhor. 

Agora, era um solo do principal. Entre um passo e outro, um dançarino ou dançarina vinha em sua direção, interagindo com ele e fazendo todos gritarem. Então ele parou no centro e, finalmente, começou a abrir sua roupa. 

Nessa hora, ficou impossível para Donghae chegar mais perto de tanto que as pessoas gritavam e se empurravam, todos querendo o mesmo que ele.

Mas ele não desistiu. Foi se enfiando em toda brecha possível, usando seus músculos à seu favor, até que, faltando mais ou menos meia dúzia de pessoas para a ponta do palco, ele notou que o principal havia se livrado de vez do chapéu, do blazer e do colete. Ficando apenas com a blusa branca desabotoada e a calça preta de couro. 

Todos os outros dançarinos haviam feito o mesmo, mas Donghae não conseguia tirar os seus olhos dele

- Não é possível… - repetiu para si mesmo.

Donghae voltou a tentar chegar perto do palco enquanto o dançarino principal caminhava na direção da ponta da extensão do mesmo - onde um pedestal estava situado. Ele se livrou da blusa, ficando agora apenas com a calça.

Ambos pareciam caminhar na direção um do outro, no intuito de se encontrar. A diferença era que apenas Donghae o via, enquanto que o outro tinha o olhar disperso, não olhando exatamente pra ninguém. 

O homem andava e rebolava, parecia desfilar e dançar, tudo ao mesmo tempo, enquanto Donghae via seus lábios grossos se mexerem conforme ele balbuciava a letra da música que, ironicamente, tratava de uma pessoa que estava pedindo desculpas por ter se apaixonado primeiro e por não conseguir olhar pra mais ninguém além daquele alguém. Donghae sentiu como se fosse ele mesmo cantando. 

Quando ele finalmente chegou no pedestal, segurou no microfone e começou a cantar junto com a música, sua voz aveludada sendo ecoada por todo o salão e enviando arrepios pelos braços e nuca de Donghae. Enquanto isso, as dançarinas apareceram e começaram alisá-lo novamente. 

Então, afinal, Donghae chegou na grade próxima ao palco. Depois de levar muitas cotoveladas. Apoiou as mãos no ferro e olhou pra cima, comprovando o que já desconfiava desde que aquela apresentação havia começado. 

- Hyukjae… - sussurrou, sem fôlego. Não sabia se pela visão ou pelo esforço pra chegar até ali.

Mesmo sem os óculos, com o cabelo bagunçado pra todos os lados e a maquiagem carregada, ele o reconhecia. Sempre o encontraria, mesmo no meio de uma multidão.

Hyukjae rebolou segurando no microfone e Donghae engoliu em seco enquanto todos à sua volta berravam. Ele deu uma volta completa no pedestal, agora ficando costas, e puxou a calça, a arrancando de seu corpo de uma vez e ficando apenas com uma roupa íntima de renda preta, que abraçava o topo da sua bunda, mas deixava a maior parte de fora. Donghae arregalou os olhos e sentiu seu queixo caindo, mas ele não ousava sequer piscar. Hyukjae então levou a mão pra trás e tocou no pedestal enquanto inclinava a bunda naquela direção e rebolava, descendo até o chão e ajoelhando, apoiando as mãos pra frente e ficando de quatro. Donghae precisou trancar o maxilar e disfarçar a ereção que apertava contra a sua calça. Como se já não fosse o suficiente, Hyukjae deu um tapa na própria bunda e olhou por sobre o ombro, piscando pra plateia no instante em que a música acabou e as luzes se apagaram. 

Todos gritavam e se descabelavam enquanto Donghae se segurava na grade, simplesmente pra ter algo que o mantivesse com os pés no chão. 

- EUNHYUK É PERFEITO - ouviu um homem esperneando ao seu lado.

Eunhyuk? Pensou. 

As luzes se acenderam novamente e os artistas estavam todos ali de mãos dadas e se curvaram aos aplausos do público. Foi naquele momento, se erguendo do agradecimento e enquanto batia palmas, que os olhos de Hyukjae encontraram os de Donghae. Seu rosto congelou em uma expressão de surpresa, mas não parecia uma surpresa boa e aquilo fez o coração dele dar mais uma rachada nos mil caquinhos que ele já estava despedaçado. 

Então as cortinas se fecharam e ele perdeu Hyukjae de vista novamente.

Donghae piscou algumas vezes, aos poucos voltando à realidade e percebendo que começavam a subir outros artistas no palco. Então se apressou pra voltar pra onde Heechul estava.

- Você surtou?! - o melhor amigo disse assim que o encontrou.

- Heechul… - soltou, ainda meio avoado.

- Pensei que não fosse mais te ver hoje, do jeito que você se enfiou no meio daquelas pessoas - ele falava rápido como sempre, mas, agora, Donghae tinha dificuldade de processar qualquer coisa que não fosse o que havia acabado de acontecer.

- Eu preciso que você me leve até o backstage - falou de repente e Heechul o encarou com a testa franzida.

- Por quê?

- Importa?! - ele ficava impaciente.

- Claro que importa. Eu precisaria pedir pra Leeteuk liberar acesso pra gente e eu tenho que ter uma boa razão pra pedir algo assim pra ele.

- Heechul… - ele começava a hiperventilar de nervoso - O Hyukjae… tava no palco. Ainda agora.

- ELE ERA UM DOS DANÇARINOS?!

- Ele era O dançarino, Heechul.

- Esper--- O EUNHYUK?! - gritou, se levantando e segurando Donghae pelos braços - Donghae, você tem certeza?!

- Claro, Heechul! Você sabe que eu reconheceria ele em qualquer lugar, porra!

- Puta que pariu… mas você acha mesmo que é uma boa ideia ir atrás dele? - perguntou, tentando se acalmar e apaziguar o ânimo de Donghae.

- Eu preciso falar com ele, Heechul… preciso saber porque ele sumiu daquele jeito.

- Mas… - suspirou, preocupado - Você acha que está pronto pra saber a resposta?

- Eu… - o viu engolindo em seco - Talvez não. Mas um tapa na cara agora vai me fazer superá-lo mais rápido do que a eterna dúvida sobre o que realmente aconteceu. 

Heechul assentiu, ainda preocupado, mas mesmo assim pegou seu telefone, mandando mensagem pra Leeteuk - também conhecido como dono do lugar.

Em menos de três minutos, ambos já estavam passando pelos seguranças, seus nomes na lista de autorizados para o backstage.

- Caralho, esse teu cu tem mel - Donghae resmungou e ouviu o outro rindo baixo.

- Cala a boca e não me inventa de fazer merda, pelo amor de deus. Eu te mato, Lee Donghae.

Donghae apenas revirou os olhos, sabendo que, mesmo que ele fizesse algo de errado, Heechul ainda o ajudaria a sair do aperto. 

Os dois pararam em frente à uma porta que estava entreaberta e onde algumas pessoas entravam e saíam. Heechul foi o primeiro a atravessar e, vindo logo atrás, Donghae pôde ver Hyukjae sentado em uma das últimas cadeiras em frente aos espelhos. Sua garganta fechou na mesma hora e ele sentiu o coração acelerar tanto que estava com medo que os outros pudessem ouvir.

Hyukjae, que vestia um roupão branco e passava algodão no rosto pra remover a maquiagem, parece ter sentido olhares sobre si, pois se virou e, imediatamente, avistou Donghae. Ambos engoliram em seco e, de repente, o clima parece ter pesado na pequena sala. 

O cômodo, que antes estava habitado até demais, agora só tinha os três. 

- Er… - Heechul pigarreou - Vou buscar uma água pra mim. Você quer, Donghae? - perguntou, mas o outro sequer parecia tê-lo ouvido.

Ele nem piscava enquanto encarava Hyukjae a alguns metros de distância. A postura do outro estava rígida e sua expressão carregava muito ressentimento. 

Heechul ainda relutou em deixá-los sozinhos, mas resolveu que confiar no melhor amigo era a melhor opção. Então saiu de lá e fechou a porta atrás de si, montando guarda no corredor para que ninguém atrapalhasse os dois.

Hyukjae foi o primeiro a desviar o olhar, se virando pro espelho novamente e voltando a tirar sua maquiagem.

Donghae se manteve imóvel e em silêncio, esperando que ele terminasse o que tinha de fazer. 

Finalmente, Hyukjae pareceu ter terminado e se levantou, o encarando novamente e respirando fundo antes de cruzar os braços sobre o peito.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou, mas era notório que ele não estava tentando parecer rude. 

Ou estava e não conseguiu.

- Por que você sumiu? - foi direto e, no mesmo instante, a postura de Hyukjae murchou e ele abaixou a cabeça, como sempre fazia quando estava com vergonha.

Agora sim parecia ser seu verdadeiro eu ali. 

- Eu não te devo satisfação - respondeu baixo, mas parecia que cada palavra dita o machucava mais do que a Donghae.

- Não adianta me tratar mal pensando que vai me fazer sentir raiva de você e ir embora porque não vai funcionar. Eu sei que você não é assim.

- Você não me conhece.

- Não mesmo, mas você é uma das pessoas mais fáceis de ler que eu já conheci. Eu sei que você não me odeia e muito menos é alguém arrogante como está tentando parecer. Por que você está fazendo isso, Hyukjae? - tentou dar um passo na direção dele, mas recuou assim que viu que ele se retesou.

- Como você me achou? - perguntou, ainda de cabeça baixa e as mãos em punho.

- Assim como na primeira vez que te vi na cafeteria. Foi totalmente sem querer. 

- Eu só acho muito estranho que você parece estar me encontrando aleatoriamente em lugares que eu sempre vou e você nunca foi - sua voz estava um pouco mais alta agora, e ele ergueu a cabeça, mas manteve os olhos em qualquer direção, menos na de Donghae.

- Hyukjae… - soltou uma lufada de ar exasperado. Ele não podia acreditar no que o outro estava querendo dizer - Você não está insinuando que eu esteja te stalkeando, está?

- Eu não sei, Donghae. Mas me diz, você não acha muito estranho a forma como temos nos encontrado? - e, finalmente, seu olhar cruzou com o dele.

Se o coração de Donghae já estava em pedaços, agora ele achava que seria difícil algum dia recuperar todos os cacos.

Hyukjae o encarava com certo receio. Como se estivesse com medo dele.

- Hyukjae… eu juro por tudo que você quiser que eu nunca fiz nada pra te perseguir - seu peito doía tanto que ele precisou apoiar as costas contra a porta e passar as mãos pelo rosto - Eu não sei o que fazer pra você acreditar… 

- E-esse não é o problema… - soltou e abaixou a cabeça assim que Donghae o encarou novamente.

- Qual é o problema então? Me diz o que eu fiz de errado…

Hyukjae respirou fundo e apoiou o quadril contra a bancada que havia na frente dos espelhos.

A verdade era que ele só tinha se assustado em ver Donghae ali do nada. Antes, ele não tinha tido problema algum e acreditava que ele o havia encontrado sem querer.

Aquele não era o motivo pelo qual ele havia sumido.

- Donghae, o quanto você gosta de mim? - perguntou e aquela pergunta pegou o outro totalmente desprevenido.

Donghae o encarou por alguns segundos, sentindo suas bochechas queimando sob o olhar observador de Hyukjae.

Pela primeira vez, era ele quem se sentia acanhado por algo dito pelo outro.

- Eu… - pigarreou e passou a mão no cabelo, nervoso - Bastante…

- Por quê? - questionou, novamente o pegando de surpresa.

- Como por quê? - franziu o cenho e Hyukjae deu de ombros, se desencostando da bancada e caminhando de um lado a outro da sala.

- Como você pode gostar de mim se nos vimos duas vezes? Três, se for contar com a de hoje. 

- Quatro com a do carnaval - lembrou e viu o outro travar em sua caminhada, parando pra encará-lo sério novamente.

- Se é que dá pra contar aquilo.

- Claro que dá. Não só dá, como deve contar. Foi quando me ap--

Se interrompeu antes de dizer o que ia dizer. 

Ambos arregalaram os olhos.

- Donghae--

- Não, espera - o cortou - Seja lá o que você tenha pra falar, por favor, me escuta - pediu e Hyukjae suspirou, mas assentiu - Eu sei que é estranho. Eu mesmo não entendo como ou porque isso aconteceu. Honestamente, nunca aconteceu comigo antes. Tipo, ficar gamado assim em alguém só por vê-lo por alguns segundos.

- Isso só te faz fútil - rebateu e Donghae engoliu o amargo daquele veneno.

Tudo bem, talvez Hyukjae não fosse tão doce quanto ele imaginava. Pelo menos, não o tempo todo.

- Olha… eu não estou te exigindo nada, tá legal? Eu só quero te conhecer… te abordei na cafeteria porque te achei lindo - assim que disse aquilo, comemorou internamente ao ver o rubor nas bochechas do outro - Mesmo que não tivesse te visto no carnaval, eu teria te dado aquela investida. Eu só me empenhei mais porque… já estava meio… apaixonadinho… - disse a última palavra mais baixo e, agora, o rubor já ia até as orelha de Hyukjae.

- Mas… por que eu? - perguntou com um fio de voz, cruzando os braços.

- Sei lá, Hyukjae! Por que o céu é azul? Por que os pássaros voam? Por que você tem que ter essa porra desse rosto perfeito, um sorriso de outro mundo e um corpo escultural? Eu NÃO SEI - disse mais alto - Só sei que eu me interessei por você e estava tentando te conhecer de uma maneira normal. Não acho que seja crime ou errado nada do que eu fiz até aqui.

- Não… - suspirou e negou com a cabeça - Não tem nada de errado, Donghae… você só não entende…

- O que eu não entendo?

- Você assistiu a minha apresentação, não assistiu?

- Assisti.

- E?

- Ahn… - piscou algumas vezes, não entendendo muito bem onde o outro queria chegar - Muito boa? Vocês foram muito bons! Parabéns! - disse sinceramente e não entendeu quando Hyukjae soltou uma risada sem humor pelo nariz - O que foi?

- Eu trabalho de stripper. Numa boate LGBT. Você, provavelmente, estava atrás de um nerd tímido de óculos que vai em cafeterias e cora fácil e, pra sua sorte, essa é uma parte de quem eu sou. Mas existe a outra. Que você não conhece. Que é exatamente o oposto dessa pela qual você diz ter se apaixonado.

- E daí?

Hyukjae não esperava aquela resposta. Ele franziu o cenho e pressionou os dedos do meio contra as suas têmporas, as massageando enquanto tentava se livrar de uma dor de cabeça indesejada.

- Donghae, senta aqui - chamou, se sentando no sofá próximo à porta e ele assim o fez.

Donghae sentiu seu coração acelerando assim que se sentou, sentindo a proximidade de Hyukjae e querendo pular de alegria ali mesmo. 

- Hae, eu… gosto de você - admitiu com a cabeça baixa e, se o coração de Donghae já estava acelerado, agora ele palpitava.

- Mas…?

- Não tem mas… é por eu ter gostado de você que eu sumi. 

- Hyukjae… você tem noção de que você não está fazendo sentido nenhum, né? 

Hyukjae suspirou e se recostou no sofá, olhando pro teto.

- Eu não queria que você descobrisse esse meu outro lado.

- Por quê? - apoiou o braço sobre o encosto, sua mão quase tocando nos fios de cabelo dele e seus dedos coçavam pra fazê-lo.

- É… complicado. Eu já me envolvi com outras pessoas antes e… em todos os casos eu as perdia - Donghae não disse nada, então ele prosseguiu - Quando eu me envolvia com alguém que me conhecia como dançarino, eles estavam sempre à procura de aventuras e se entediavam com o meu outro lado mais monótono. Como você sabe, eu amo minha rotina - disse e Donghae assentiu - E, quando é como foi com você, eles não conseguiam lidar com o fato de que eu trabalho com o meu corpo. Não de forma sexual, mas, ainda assim, eu me exponho com a minha dança e, claro, tem nudez no meio. Eu levo isso como um trabalho como outro qualquer. É tudo artístico. Mas… ninguém está preparado pra “dividir”, sabe?

- Dividir? - franziu o cenho e, por algum motivo, aquilo fez o outro sorrir.

- Me dividir. Lidar com o fato de que outras pessoas veem meu corpo e, muita das vezes, até o tocam, no caso dos outros dançarinos. 

- Nossa… - Donghae negou com a cabeça - Eu não quero te possuir, Hyukjae. Eu quero você por inteiro, isso você pode ter certeza. Quero conhecer todos os seus lados, todos os seus gostos, todas as suas facetas. Mas eu não quero ter você. Quero estar com você.

Hyukjae ficou o encarando por alguns segundos. Sua expressão neutra, não demonstrando emoção nenhuma. 

Até que ele deu um sorriso pequeno, sem mostrar os dentes. Um sorriso doce. Talvez aquele entraria pra lista de sorrisos favoritos de Donghae que pertenciam à Hyukjae. 

- Donghae, me beija - pediu de repente e o outro piscou algumas vezes, confuso se tinha entendido certo. 

- V-você--

- Sim. Eu acabei de pedir pra você me beijar. Me beija agora. 

E, em milésimos de segundo, a boca de Donghae estava contra a de Hyukjae. Seus lábios eram tão macios quanto ele fantasiou e, assim que sentiu a língua dele contra a sua, seu estômago deu um salto. 

- Isso quer dizer que você vai me dar uma chance? - perguntou contra a boca de Hyukjae e ele sorriu, mordendo seu lábio inferior antes de assentir com a cabeça.

- Claro, né - disse, como se fosse óbvio.

- Eu posso te filmar falando isso pra ter provas no futuro? - afastou a cabeça pra encará-lo e Hyukjae revirou os olhos.

- Cala a boca - o puxou pela gola da camisa e voltou a beijá-lo. 

Donghae soltou o ar pelo nariz, sentindo um calor irradiar por todo o seu corpo quando suas línguas se roçaram novamente.

- Sua apresentação - falou entre o beijo - Eu amei.

- É? - disse com um sorriso, descendo aos beijos pelo queixo até o pescoço dele em seguida - Qual foi sua parte favorita? - perguntou antes de deixar uma mordida ali, depois beijando a área e amenizando a dor.

- Quando você apareceu - respondeu após gemer de dor pela mordida e apertando o braço do outro.

- Mas eu estava lá o tempo todo… eu sou a atração principal - afastou o rosto pra encará-lo e Donghae sorriu.

- Exatamente.

Hyukjae soltou uma risada e negou com a cabeça antes de se erguer sobre os joelhos e sentar sobre uma das coxas de Donghae, encaixando sua perna entre as dele. 

- Mas o que foi que eu fiz que você mais gostou? - quis saber enquanto alisava o peito dele com as mãos e encaixava o rosto no seu pescoço novamente.

- E-eu não sei… - suspirou e levou suas mãos pra cintura de Hyukjae, a apertando.

- Não sabe ou não se lembra? - lambeu abaixo da orelha dele e sorriu quando recebeu um gemido como resposta.

Então ele era sensível ali.

- N-não sei - o puxou contra si pela cintura, fazendo seus corpos se chocarem e sua coxa roçar na ereção de Donghae - Eu me lembro de cada segundo daquela apresentação.

- Então diz pra mim qual parte te deixou duro do jeito que você tá agora - pediu e o apalpou sobre a calça, arrancando outro gemido dele.

- Hyukjae, puta que pariu… - resmungou e ergueu o quadril, querendo mais daquilo.

- Qual parte - pressionou enquanto abria o botão e o zíper da calça dele.

- Q-quando você tirou a calça… ahnn, caralho - gemeu e jogou a cabeça pra trás assim que sentiu a mão fria de Hyukjae envolvendo sua ereção e a libertando da roupa.

- E você gostou do que eu estava vestindo por baixo? - perguntou e aproveitou a posição pra distribuir beijos pelo pescoço dele enquanto começava a masturbá-lo.

- E-eu… oahn… meu deus do cÉU…

Donghae nunca pensou ficar tão excitado com uma punheta antes. Mas ele desconfiava de que a companhia, a conversa e toda a atmosfera do momento, as emoções acumuladas, tudo colaborava pra, naquela hora, ele sentir como se estivesse recebendo a melhor masturbação da sua vida. 

- Você gostou de ver minha bunda naquela calcinha de renda? - perguntou e lambeu abaixo da orelha dele novamente, ao mesmo tempo em que passava o polegar em sua fenda melada.

Donghae deu um pulo e gemeu, descendo as mãos pra sua bunda.

- Sim… - disse baixo e Hyukjae sorriu.

- O que você falou? Eu não entendi - fingiu e aumentou a velocidade de sua mão.

- Sim… caralho, SIM - gemeu de novo - Puta merda - afundava a cabeça contra o encosto enquanto Hyukjae o masturbava e, ao mesmo tempo, se esfregava na coxa dele.

- Tira meu roupão - ele pediu de repente e Donghae não se moveu - Donghae - chamou e o outro abriu os olhos, meio perdido - Tira o meu roupão - pediu novamente.

Mesmo com as mãos trêmulas, Donghae conseguiu desfazer o nó e, rapidamente, Hyukjae se livrou dele, deixando-o deslizar pelos seus braços e revelar que ele vestia nada a não ser a calcinha de renda preta. Ela era transparente e dava pra ver sua ereção apertada contra o tecido.

Donghae passou o indicador por toda a extensão, vendo quando o pênis se mexeu lá dentro em um espasmo e brilhou com uma gota de pré-gozo. Sua boca salivou e ele encarou Hyukjae novamente. Ele sorriu e se aproximou, beijando sua boca. Donghae aproveitou pra puxar a calcinha, libertando apenas a glande do outro e passou o indicador pela fenda, recolhendo o melado e o levando até a boca de Hyukjae ao findar o beijo. E ele lambeu. Com os olhos fechados chupou o dedo de Donghae como se fosse o melhor dos doces.

Hyukjae voltou a masturbá-lo e, agora, Donghae apertava a bunda dele com as duas mãos, o pressionando contra a sua coxa e o ajudando a se esfregar nele.

Ambos gemeram contra a boca um do outro. Donghae tombou a cabeça pra trás e Hyukjae apoiou a testa no encosto ao seu lado, cravando os dentes no seu ombro quando sentiu um dos dedos de Donghae passando pelo meio da sua bunda. Quando sentiu a mordida, Donghae o pressionou ali, roçando contra o tecido da calcinha onde ele sentia estar a entrada de Hyukjae. 

- Hyukjae - gemeu.

- Fala - disse ofegante e virou o rosto na direção do pescoço dele, voltando a beijá-lo e mordê-lo.

- Não pára… 

Agora Donghae olhava por sobre o ombro de Hyukjae, vendo o reflexo dele no espelho. Seu corpo debruçado sobre o dele próprio enquanto suas mãos alisavam e apertavam aquela bunda perfeita. Suas costas levemente suadas e a linha da sua coluna quase servindo como o caminho para o que ele queria mais do que tudo naquele momento. 

Não tinha como ele durar muito mais tempo. 

Hyukjae aumentou a velocidade de sua mão e, logo, Donghae estava gozando. Sujando sua blusa e a mão dele, que estava olhando pra baixo e vendo tudo. 

Por algum motivo, ver Donghae gozando enviou um calor por toda a sua espinha e ele afundou o rosto no pescoço dele novamente, se esfregando com mais força contra a sua coxa e gemendo no seu ouvido.

Donghae ainda suspirava e pegou a mão suja de Hyukjae, a trazendo pra sua boca e chupando seu dedo indicador. Com a sua outra mão, ele apalpou a bunda dele e deu três tapinhas de leve.

- Sua bunda ia ficar perfeita com a marca da minha mão bem aqui - disse e pressionou sua mão no local.

Hyukjae gemeu e afirmou com a cabeça.

- Me bate. É tudo que falta pra eu gozar. 

Donghae mordeu o lábio inferior e, olhando pelo espelho, ergueu sua mão antes de descer um tapa forte e estalado contra a bunda dele. 

Então Hyukjae se tremeu inteiro e gozou ainda se esfregando contra ele e mordendo seu ombro. 

Donghae abraçou sua cintura quando ele desabou sobre si e sorriu ao ver a discreta marca rosada contra a sua pele branca demais. 

Não se importava que sua calça estivesse úmida naquele momento. Era por uma boa causa.

Após alguns minutos assim, Hyukjae finalmente ergueu o tronco, se afastando pra encarar Donghae. 

Ambos sorriram e começaram a rir. 

- Eu esperava tudo desse reencontro, menos isso - Donghae disse e Hyukjae deu de ombros.

- Eu sou uma caixinha de surpresas quando quero - piscou e viu o outro morder o lábio.

- Você é inacreditável. Essa é a definição mais precisa sobre você. 

- Vou levar como um elogio - sorriu e suas bochechas coraram. 

Era adorável como ele conseguia ainda ter aquele ar de timidez que beirava à inocência mesmo depois de tudo que fizeram ali. 

- Sempre vai ser um elogio - levou a mão até o queixo dele e o puxou pra um beijo breve.

- Hum - resmungou, espalmando as mãos no peito de Donghae e se afastando - Precisamos nos vestir. Alguém pode entrar à qualquer momento.

- Algo me diz que temos um cão de guarda muito bem treinado do outro lado dessa porta - disse e Hyukjae franziu o cenho antes de entender ao se lembrar que ele havia entrado ali com Heechul.

- Será que ele ouviu a gente? - perguntou já corando.

Os dois se sobressaltaram quando a porta abriu.

- Ouvi - Heechul enfiou a cabeça pela fresta - Será que vocês poderiam ser mais rápidos? Logo vão chamar a segurança pra mim! - e bateu a porta novamente.

Ambos riram antes de Hyukjae se afastar e levantar. Donghae não deixou de encarar sua calcinha uma última vez, mordendo o lábio com a visão. 

Obviamente, Hyukjae não deixou de notar aquilo e sorrir consigo mesmo. 

Teria ele encontrado alguém que gostasse e conseguisse lidar com os seus dois extremos?

Donghae esperou em silêncio enquanto Hyukjae se vestia.

- Toma - jogou um casaco na direção dele antes de pegar sua mochila.

- Pra que isso? - perguntou confuso.

- Pra cobrir essa mancha na sua calça. Parece que você se mijou. 

- PELA COXA?! - perguntou enquanto amarrava o casaco na cintura. 

Hyukjae riu e andou até ele, deixando um beijo na sua boca, outro no seu queixo, e então um no seu pescoço.

- Pensei que não tivesse te marcado onde dá pra ver, mas a sua blusa é mais decotada do que eu imaginava - disse enquanto observava as marcas de chupão e mordida na base do pescoço dele.

- Eu estava de blusa o tempo todo, Hyukjae. Não mete essa - acusou e o outro riu antes de afastá-lo com um empurrão leve no ombro.

- Cala a boca.

Donghae pegou a mão que ainda estava no seu ombro e a trouxe pro seu rosto, a beijando antes de entrelaçar seus dedos.

- Vamos? - chamou e Hyukjae assentiu com um sorriso doce.

Ambos foram até a porta e saíram em direção ao corredor.

- FINALMENTE - Heechul berrou.

- Caralho, Heenim, você sempre salvando a minha pele - Hyukjae disse e Donghae o encarou surpreso antes de olhar pro melhor amigos.

- Vocês SE CONHECEM?! - perguntou quase berrando.

- Não tenho tempo pra isso agora, Donghae - Heechul disse com a mão erguida antes de se virar pra Hyukjae - POR QUE CARALHOS VOCÊ FEZ ISSO COM ELE?! TEM NOÇÃO DA DOR DE CABEÇA QUE EU TIVE DURANTE ESSES DOIS MESES?!

Hyukjae se encolheu, indo instintivamente mais pro lado de Donghae. 

- Não grita com ele, merda - disse sério, ficando entre Hyukjae e Heechul.

- Donghae, já disse que lido com você depois. Eu quero EXPLICAÇÕES!

- EU QUE QUERO EXPLICAÇÕES! - falou alto, tendo a atenção de Heechul, afinal - Como vocês se conhecem?! Como você sabia sobre ele esse tempo todo e MENTIU PRA MIM?! - agora ele gritava e sentiu a mão de Hyukjae apertar a sua.

- Donghae, seu IDIOTA - Heechul gritou mais alto - Eu não sabia que ele era O Hyukjae!

- Você podia, pelo menos, ter desconfiado quando eu falei o nome dele. Há quanto tempo vocês se conhecem?!

- Nos conhecemos em novembro do ano passado, quando eu comecei a frequentar aqui--

- VOCÊ O CONHECEU AINDA ANTES DE MIM?! - berrou e, agora, Hyukjae abraçava seu braço com um dos dele e, com o outro, ele colocava a mão sobre o seu peito.

- Hae, calma, acho que sei qual foi o mal entendido.

- Eu o conhecia como Eunhyuk, seu babaca - Heechul falou - Sequer sabia que ele tinha outro nome. Apesar de achar esse meio merda…

- EI!

- Hyukjae combina muito mais com você - falou e o outro riu.

- Combina muito mais com o meu eu fora dos palcos. Mas não tem o mesmo impacto quando estou me apresentando - deu de ombros.

Então, ambos olharam pra Donghae, que parecia estar tendo uma pequena epifania.

- Meu melhor amigo… e o homem dos meus sonhos… eram amigos esse tempo todo… - falou pausadamente, o olhar perdido no nada.

- Aliás, Heenim, você pode me confirmar se o Donghae me achou sem querer ou se devo me preocupar com ele ser um maníaco obsessivo? - perguntou na maior naturalidade e ignorou a cara que Donghae fez pra ele. 

- Esse aqui? - apontou com o polegar - Um filhotinho. Não tem com o que se preocupar, vai comer na palma da sua mão - garantiu - Eu que arrastei ele pra cá hoje, já que ele passou os dois últimos meses choramingando na cama POR SUA CAUSA - gritou.

Hyukjae olhou Donghae de rabo de olho e sorriu antes de voltar a encarar Heechul.

- Não se preocupe - disse e recostou a cabeça no ombro dele - Não pretendo sumir de novo por um bom tempo.

- EU ESPERO QUE VOCÊ NÃO SUMA NUNCA MAIS, LEE HYUKJAE - Donghae berrou e ele riu.

- Vai depender de você, Lee Donghae - disse e se inclinou, beijando sua boca.

Heechul fez som de vômito e saiu andando dali. 

- Acho que vou precisar de uma injeção de insulina depois dessa melação toda… 

 

[9 meses depois - novembro, na Coreia]

Hyukjae sentia os primeiros indícios de claridade contra seus olhos ainda fechados, o despertando lentamente. Ele se espreguiçou antes de tatear o colchão. 

Apenas pra encontrá-lo vazio. 

Gemeu frustrado - odiava acordar sozinho - então se forçou a abrir os olhos e se sentar na cama. 

Olhou em volta e nada. Fez bico. 

Se levantou, vestindo apenas um suéter que tinha as mangas compridas demais e que cobria até metade das suas coxas. O suficiente pra esconder a falta de roupa íntima. 

Saiu do quarto e foi direto pra cozinha. 

Como suspeitava, viu as costas largas cobertas por uma camisa branca de algodão que ele vestia junto com uma samba canção do piupiu.

Era a favorita de Hyukjae. E ficava toda justinha nele com aquela bunda e coxas enormes. 

Não pôde evitar sorrir com a visão enquanto o via virando panquecas.

As favoritas de Hyukjae.

Então se aproximou, envolvendo os braços na cintura de Donghae e encostando a bochecha nas suas costas quentinhas. Ele sempre estava quentinho. 

- Bom dia - desejou e colocou a panqueca no prato antes de largar a frigideira, desligar o fogo e se virar de frente pra Hyukjae sem sair do seu abraço, agora com a cabeça dele contra o seu peito - Te acordei? - perguntou enquanto passava os dedos pelo cabelo bagunçado dele.

Hyukjae negou com a cabeça e esfregou o rosto ali, sentindo seu cheiro de pele e roupa lavada antes de apoiar o queixo no peito dele e fazer bico. 

Donghae riu e beijou sua boca.

- E esse bico aí? - perguntou e roçou seu nariz no dele antes de finalmente o abraçá-lo de volta.

- Você sabe que não gosto de acordar sem você… ainda mais num domingo. 

- Ontem foi cansativo pra você - disse, se referindo à apresentação do dia anterior e tirando uma mecha da franja do olho dele - Queria que você acordasse já com café na mesa.

- Lee Donghae, ontem foi cansativo pra nós dois - olhou pra cima na direção dele e estreitou os olhos, se referindo, claramente, à outra coisa.

Donghae apenas riu.

- Estou falando da apresentação, meu amor - e beijou sua testa - Ontem a noite foi toda sua - agora seu nariz - Minha estrelinha.

- Eu nunca vou entender como você consegue lidar tão bem com o fato de que eu me apresento pra várias pessoas exibindo meu corpo e ouvindo as maiores baixarias do mundo.

- Falando assim, parece até que você não gosta do que faz.

- Ah, eu amo, mas às vezes acho que você ama além da conta - afastou o rosto pra encará-lo - Você está perdendo o interesse, Lee Donghae?

Mesmo depois de quase um ano juntos, Hyukjae ainda tinha aqueles episódios de insegurança, como se só esperasse o dia que iria acordar e não vê-lo mais ali. 

- Lee Hyukjae - tocou seu rosto e acariciou sua bochecha com o polegar - Desde que voltamos a sair, eu te disse que não tem porque eu ter problema com o que você faz. Na verdade, eu me sinto até orgulhoso em dizer que você namora comigo - disse com um sorriso e viu quando o outro corou.

- Orgulho…?

- Você é tão talentoso! - agora segurava seu rosto com as duas mãos - Já se viu dançando? É o melhor dançarino do universo! E não tem uma vez que eu não fique extremamente duro enquanto te assisto porque você é o homem mais sexy e gostoso da face da terra! - e estalou um beijo na boca dele.

- Mas… 

- Mas nada - mais um beijo - Senta essa bundinha linda na cadeira que eu vou terminar de preparar nosso café, vai! - o afastou de si, o virou e deu um tapinha na sua bunda.

Hyukjae riu e fez o que ele mandou, se sentando com uma perna dobrada sob o corpo.

Donghae o mediu de cima à baixo antes de negar com a cabeça e morder o próprio lábio inferior.

- Preciso confessar uma coisa - disse, se virando e pegando o prato de panquecas e a geleia de morango antes de se sentar ao lado de Hyukjae.

- Confessar o quê? - perguntou enquanto pegava o garfo com uma mão e derramava geleia sobre a panqueca com a outra.

- Você sabe que eu me apaixonei por você vestido de Marilyn, né?

Hyukjae riu e o encarou, mordendo o lábio inferior - um gesto de quando ele estava aprontando ou tinha alguma culpa no cartório.

- Lee Hyukjae? - questionou e o outro riu.

- Antes, devo confessar que eu menti sobre ter perdido uma aposta.

- Como assim?!

- Bom, eu estava nervoso, você era bonito pra caralho e eu sabia que, vestido daquele jeito, talvez você jamais fosse se interessar por me achar imaturo, então eu acabei inventando aquilo. E soando mais imaturo ainda… 

- Ainda bem que você sabe - ergueu uma sobrancelha e recebeu um soquinho no ombro.

- Idiota… eu só queria te impressionar… 

- Você já me impressionou só com o seu perfume. Aquele dia eu parei de andar do nada porque senti um perfume delicioso… e era o seu.

- Sério?! - perguntou surpreso - Achei que, àquela altura, eu já estaria fedendo até à mijo. 

- Você estava cheirosíssimo. E lindo com aquela fantasia.

- Eu achei que o resultado não ficou tão bom quanto eu esperava.

- Você era a Marilyn perfeita - se inclinou e mordeu o lábio inferior dele antes de estalar um beijo - E, agora, eu sou o seu James Dean. 

Hyukjae riu e colocou a mão na nuca dele, aprofundando o beijo e gemendo ao sentir a língua na sua. 

- Agora me diz o que você quer confessar - perguntou e colocou um pedaço de panqueca na boca - Huuumm… uma delícia, como sempre.

Donghae sorriu. Ele amava aquele homem. E amava mais ainda vê-lo comendo e sorrindo. Amava satisfazê-lo e mimá-lo de todas as maneiras possíveis.

- Não era nada demais… é só que… você se sente inseguro por eu não ter problema com o fato de que muitas pessoas te veem se apresentando, mas é porque eu sei que nenhum deles está tendo a oportunidade que eu tenho.

- Qual? - perguntou e o encarou já com as bochechas rosadas.

Donghae sorriu e deixou um beijo em cada uma.

- Tanto o Eunhyuk gostoso, sexy e talentoso na cama - sussurrou no ouvido dele, o fazendo se arrepiar e beijando seu ombro nu pelo suéter largo que o deixava exposto - Quanto o Hyukjae de suéter, óculos e cabelo desarrumado no dia a dia - e beijou sua bochecha, rindo ao vê-la mais vermelha do que nunca - E, honestamente, eu amo esse combo mais do que tudo. Tenho o melhor dos dois mundos só pra mim. 

Hyukjae riu e virou o rosto, beijando sua boca e o escalando até estar no seu colo.

As panquecas já frias foram esquecidas sobre a mesa.


Notas Finais


É isto... <br />Obrigada Ângela pela capa linda, te amo. Espero que tenha tido momentos com o Hyukjae nesse cap também :D <br />~elfasy


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