- Jimin On -
Eu tinha sido convidado para o aniversário da Ji-Hye, e estava animado para isso. Já fazia algum tempo desde a última vez que eu havia sido convidado para um evento tão importante.
Já estava arrumado esperando o resto da minha família no carro. Meu cabelo estava arrumado e eu vestia um simples, porém elegante e bonito terno. Embora não gostasse muito de roupas desse tipo, eu fui obrigado a admitir que o meu traje combinava perfeitamente com o meu corpo e um pouquinho com a minha personalidade.
Meus pais chegaram, enfim, no carro e finalmente partimos para a festa. Eu estava animado e ansioso, mas junto desses sentimentos tinha uma terceira sensação que eu não sabia descrever o que era. Era um sentimento estranho. Quase uma mistura entre o medo e o nervosismo. O único problema era que eu não fazia ideia de porque eu estava sentindo isso.
Chegamos no local um pouco atrasados, mas nem tanto assim. Peguei um copo descartável e me servi com um pouco de vinho, esperando que aquela sensação horrível passasse depois de consumir a bebida.
Mas, assim que peguei o copo meio cheio na minha mão, lembrei de um detalhe muito importante e que provavelmente tinha causado a sensação estranha.
Min Yoongi.
Ele é primo da aniversáriante e meus pais tinham comentado alegremente que o meu antigo amigo estaria lá.
Entrei em pânico, tremi como se fosse morrer. Eu não sabia o porque dele parar de falar comigo. Foi doloroso pra mim, mais que qualquer tortura seria. Estava com muito medo. E se, por qualquer que seja o motivo, ele me espancasse até a morte por algo que fiz? Qualquer coisa podia acontecer, eu sabia, mas antes de enlouquecer, pensei melhor e decidi tomar um ar fresco. Talvez assim eu pudesse parar com toda essa paranoia ridícula.
Fui até a sacada e me apoiei no parapeito. A vista lá de cima era bonita e a fraca brisa que tocava em mim me acalmava e me abraçava, dizendo que estava tudo bem e que não era para eu me preocupar. Era realmente relaxante.
Depois de alguns minutos e alguns goles de vinho, um menino veio até onde eu estava e parou ao meu lado, sem olhar pra mim. Talvez ele nem tenha me visto.
O moço observou a vista que havia lá em baixo com cuidado e deu um pequeno sorriso quando sentiu a brisa. Ele então notou a minha presença e eu abaixei mais um pouco a minha cabeça, dando um pequeno suspiro ao ver o copo descartável que antes estava cheio de vinho vazio, sem nenhuma gota se quer da bebida púrpura.
- Tá tudo bem? - Ele disse, com um tom de curiosidade e pena.
- Não exatamente... - Respondi ainda sem olhar para ele, me lembrando do Suga.
- O que foi? - Ele questionou novamente, agora pondo a palma de sua mão nas minhas costas, numa tentativa falha de me consolar.
- Eu... não queria estar aqui. Tem uma pessoa que eu conheço, e não nos demos muito bem depois de uma coisa que aconteceu. - Lembrei.
O Dia dos Namorados, depois daquilo ele começou a me ignorar. Mas o que eu fiz? Pelo que eu me lembro, dei o buquê que era para ele pra uma menina, cujo o namorado tinha terminado com ela e a mesma não conseguia parar de chorar. Além disso, ele nem apareceu lá, então o que aconteceu? O que eu fiz?
- Bom... sou primo da aniversáriante, e tenho que dizer, não estou nenhum pouco confortável com isso. E ela convidou um garoto, que se eu ver ele, vou espancar ele até a morte. - Ele disse sério e no final deu uma risadinha.
Ele disse que era primo da Ji-Hye. É óbvio que eu sei quem ele é, mas eu gostaria que nesse momento ele fosse outra pessoa.
- Min... Yoongi? - Questionei e ele tirou a mão das minhas costas. Sua expressão mudou e ele parecia assustador.
- Você... VOCÊ! - Ele me agarrou pela gola da minha camisa, e me encarou um pouco. Fiquei com medo do Yoongi. Medo de morrer.
Ele me jogou com força no chão e me chutou com mais força ainda, quebrando algum osso do meu corpo no processo. Então, ele ficou em cima de mim e ameaçou me socar, mas eu apenas me encolhi.
Não queria que ele perdesse o controle.
Mas mesmo assim prefiro ele batendo em mim do que em outra pessoa inocente.Então, pensei um pouco e achei que se eu não fizesse nada, ele se acalmaria. Mas eu... eu fiquei com medo de morrer. Muito medo de morrer, então começei a chorar inconscientemente.
Ele pareceu um pouco surpreso pela a minha atitude. Tenho certeza que ele achou que eu revidaria ou falaria alguma coisa.
- Ya! Por que você não se defendeu?! - Ele me levantou de leve pelo ombro, parecia desesperado. Eu não respondi. Não tinha certeza do porquê de eu não revidar. Talvez para acalmá-lo, talvez por falta de coragem. Mas eu não sabia direito.
- ME RESPONDA! - Ele disse ainda mais desesperado. O rosto dele implorava por uma resposta.
- Eu... Eu... - Tentei responder algo decente, mas não sabia o que dizer, então acabei recomeçando o choro que havia cessado por alguns minutos. Ele saiu de cima de mim e eu, com muito medo e vergonha, cobri o meu rosto com as minhas mãos e saí correndo dali. Não me importava o que diriam sobre mim ou sobre o que aconteceu, a minha prioridade naquele momento era sair dali e ir para um hospital, sozinho.
E isso foi exatamente o que eu fiz.
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