— Vamos, Papá! Iremos nos atrasar!
Uma azulada fita de texturas simples, porém elegantes, esvoaçava pelos quartos de humildes mobílias, contrastando-se em um amontoado de acastanhados cachos agora comportados em seus sete grampos, pertencentes a uma saltitante Hermione, qual perambulava pela breve extensão de seu pequeno chalé a busca dos últimos preparativos para seguirem ao passeio proposto por uma das grandes amigas de seu pai, Sra.Jennings.
Muitos a intitulavam por "Mulher Gorda", apelido este obsceno sobre a perspectiva da caçula Granger, mas que muito utilizado por àqueles em que tornavam-se assuntos de fofocas repassadas pela boca da Sra.Jennings. O seu pai, por vezes tornou-se um dos alvos de sua conhecida, inicialmente por devido ao luto em que viera a ocorrer com o falecimento de sua mãe, enquanto a recém vida florescia sobre o trabalhoso e fatal parto… Posteriormente, a aposta feita sem cautela alguma por o seu pai houvera sido um dos atos mais imprudentes tomados sobre a região em que viviam, trazendo certa reputação indesejável à família, graças a mulher qual não segurava as suas palavras. De qualquer maneira, a sua presença ainda lhes era bem-vinda, trazendo um pouco de alegria a ambos que sucumbiam aos poucos sobre a contínua tristeza de um carregado lar.
Apesar da grande ansiedade e constante alegria em divertir-se ao lado de seu pai qual pouco sorria, não houvera sido dito o local de seu passeio em conjunto, somente a promessa de um belo ambiente para leitura e o apreciamento pela maravilhosa flora. No entanto, tal juramento já lhe fora o suficiente para arrastar-lhe o progenitor em direção a carruagem em que pouco chegara à frente do pequeno chalé.
Risos ressoavam-se sem pudores algum sobre o reconfortante silêncio em que pouco permanecia, iluminando a trajetória com o mais doce sorriso qual bailava por meio aos rosados lábios salientes, este acompanhado pelos contos ditos dos inúmeros livros já devorados por Hermione, levando o seu pai a contar-lhe algumas de suas próprias histórias, incluindo àquelas em que a sua falência mãe encontrava-se em seu enredo. Por vezes a jovem menina se questionava em silêncio sobre como poderia ter sido, caso a sua progenitora ainda estivesse ali, ao seu lado, aconselhando-lhe e talvez lhe consolando com o seu partido coração. O que ela lhe diria? Como se pudesse ouvir os seus pensamentos, o homem de envelhecidas expressões lhe oferecera o mais comovente sorriso, deixando que as palavras de conforto fossem oferecidas a filha em que transpassava pesar em seu olhar.
— A sua mãe estaria orgulhosa por quem você se tornaras, querida. Assim como a mim. — Enrugados dedos tomaram os juvenis abraçados a um dos inúmeros livros em que Hermione carregava consigo, emitindo amor e confiança a sua filha, ansiando que tal ato fosse o suficiente para confortar o coração tão tristonho.
Os minutos se passaram, e uma grande mansão ressurgira diante dos curiosos olhos da caçula, esta que quase pulava a janela de sua carruagem somente para a sua própria apreciação, mesmo que a imagem não lhe fosse nova, devido aos inúmeros passeios já feitos sobre aquelas terras. Apenas não entendia o motivo por esconderem o motivo para a visita. O esverdeado dos jardins seguia uma distância grandiosa em relação as níveas paredes do belíssimo casarão, tão belo quanto as flores que cercavam ao redor, contrastando as rosas em meio a contínua beleza do adorável e confortável ambiente.
Ao descerem da carruagem, os cães pertencentes a anfitriã rapidamente vieram ao encontro dos visitantes com a incessante alegria ao reconhecer os seus rostos, pulando e abanando os rabinhos com a luta pela atenção daqueles em que seguiam o chamado de uma certa mulher escandalosa a porta. O chamativo vestido formal vestido por a Sra.Jennings revelava as sumptuosas origens de seu nome, apesar da informalidade ao tratar os seus convidados de maneira espalhafatosa e calorenta. Era adorável, pensava Hermione.
— Maurice! — O alto chamar amigável fora abafado com os grandes braços que tomaram o corpo do homem em um forte abraço, exalando felicidade em revê-los após meses de distanciamento. — Olhe só para você, tão jovem quanto recordava-me… — Os escuros e sorridentes olhos analisavam o bom amigo com o seu tom brincalhão, provindo risos contínuos, como se somente ambos existissem naquele imenso salão.
— Não posso dizer-te o mesmo, querida Jennings. — O homem rebateu em deliciosas risadas, estas que pouco eram ouvidas por Hermione, e que definitivamente esquentaram o seu coração ao vê-lo feliz novamente, mesmo que por um breve momento.
— E esta seria a pequena Hermione. — A atenção esvoaçante retornara-se a menina que sorria timidamente a mulher em que mexia em seus ondulados cabelos, apreciando a beleza que crescia na jovem menina ao passar dos dias. — Como crescestes, estais uma mulher agora! Deverasmente bela feito a mãe. — A compaixão bailava por meio aos grandes olhos que observavam a menor fixamente, contemplando algo que não era do conhecimento de Granger, mas que quase podia escutar os tumultuosos pensamentos da senhora a sua frente.
— Muito obrigada, Sra.Jennings. — Os âmbares tornaram-se tímidos com a insistência em observá-la de forma descarada, levando-os ao chão com o constrangimento, qual não tardou a ser rompido, ao terem notado a indecência.
— Vamos, entrem, entrem… Pedirei que nos preparem um pouco de chá. — Dissera a mais velha conforme lançava um significativo olhar a Maurice, algo que fora ilegível para a compreensão de Hermione sobre aquele momento.
As formosas mobílias que compartilhavam o espaço do extenso quarto brilhavam em sua contínua beleza, aduzindo a graciosidade que o ambiente pedia, onde o conforto apenas tornou-se um detalhe ameno. As cores das paredes dançavam em um tom azulado e mesclado com roxo, a harmoniosa combinação com as decorações que seguiam as suas pálidas cores, mantendo um espaço agradável o suficiente para apenas algumas xícaras de chá. Um grande piano jazia ao canto da sala, contendo elegantes pinturas nas paredes que o espelhavam, claramente um amistoso para o puro entretenimento em um momento de calmaria, e apreciamento. Hermione por vezes fora ensinada a tocar instrumentos de diversas especialidades, habilidade esta exigida por o seu pai, ao pedir que a menina se encaixasse apropriadamente ao padrão imposto para as exitosas senhoritas da nova sociedade, todavia, nunca houvera sido do interesse da caçula Granger dominar a aptidão da música, portanto, conformou-se em coordenar somente algumas músicas que o seu pai julgava serem harmoniosas, a fim de agradá-lo e não o constrangê-lo em reuniões feito esta.
O chá fora servido ao trio que mantinham uma boa conversação, indo desde notícias diárias, provindas por Sra.Jennings, a assuntos mais técnicos, tais estes como a guerra em que houvera ocorrido há alguns anos anteriores, e mantinha vestígios de um novo conflito. No entanto, a ansiedade insaciável da anfitriã demonstrava claramente o seu desapontamento ao não tratar do assunto querido, reprimido por algum motivo desconhecido, mas que logo fora revelado; A própria presença de Hermione.
— Querida, o vosso pai me disseste que tocas piano muito bem. — A sugestividade deixara clara as intenções em que a mais velha continha ao tentar afastar a menor dos assuntos remoídos sobre aquela mesa, e o descontentamento de Granger não houvera passado despercebido por o seu pai, este que passara a encorajá-la a tocar-lhes alguma melodia.
— Somente algumas canções, senhora. — A xícara de porcelana fora descansada ao restante da louça sobre a mesa, enquanto sobre o delicado rosto a menina tentava com todas as suas forças manter um olhar agradável a senhora.
— Uma canção agora seria adorável, não concorda Maurice? — A persuasão ao homem apenas o fizera assentir, trazendo-o àquele tristonho olhar mais uma vez.
— Toques uma música, minha filha. — Dissera simplesmente, como se tal frase fosse um alívio ao soar-se por meio aos lábios finos.
Em um leve assentir, a jovem menina de acastanhados cabelos delicadamente levantara-se da mesa e seguira em lentos passos ao piano que aguardava a ser tocado por os gentis dedos de Granger, ato este em que não tardou a concretizar-se. As digitais foram marcadas a medida que os toques recorrentes deslizavam-se por meio as teclas profundas, arrancando de seu interior a encantadora melodia tocada com vigor e determinação, ressoando pela extensa sala a donairosa canção em uma adorável sinfonia. No entanto, a incessante curiosidade em descobrir qual seria o assunto que não poderia ser dito a sua frente lhe tomava os pensamentos, mesmo absorta sobre as notas musicais gravadas em seu inconsciente. Por que tanto mistério?
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— Sabes que tens que casar Hermione o quanto antes, Maurice. — A arrastada e sussurrada voz refletia os ouvidos do homem que mantinha os olhos impregnados em sua pequena menina à frente, tão entretida em sua canção quanto o homem em sua ruína, sentindo o pesar em seu coração ao considerar os conselhos de sua velha amiga.
Os meses recorrentes após a sua falência assombravam-lhe em sua rotina diária, onde o sustento em consertos de velharias e objetos já não lhes eram o suficiente, sendo necessário uma atitude drástica que pudessem os ajudar em suas despesas e anualidades, ou ao menos, proteger Hermione de um futuro repleto de miséria e indigências. Mas o pensamento em entregar a sua pequena as mãos de um homem qualquer lhe faziam odiar a si mesmo, conformado com a sua derrota e pauperismo.
— Estou ciente disto, Jennings. — Respondeu o homem com a voz falha, sem que os seus olhos se encontrassem. — Mas não estou certo que haja algum homem que a mereça.
— Deixe de asneira, conheço dezenas de candidatos perfeitos a ela. — A mulher agora o encarava com um breve sorriso maroto ao canto de seus lábios. — E enquanto ao Coronel? Soube que estais perdidamente apaixonado por Hermione. Não seria um bom companheiro?
— Não irei entregar a minha filha as mãos de um homem feito, Jennings! Por céus… — E então os olhos se encontraram, revelando o descontentamento e tristeza que aquele assunto o trazia. — Além disso, ela o abomina. Não seriam felizes.
— Ora, Maurice. Não conheço homem mais honrado quanto Severus. Um verdadeiro cavalheiro, sem dúvidas. — Rebateu a mulher. — Mas se não aprova, posso apresentar Hermione a outros pretendentes. Um baile faria bem para que ela os conheça… Talvez em Londres?
Maurice não se via preparado para que a sua filha buscasse por um casamento e o deixasse, ainda mais por um homem em que ela não amava. Conhecia as tristezas de um forçado amor, e um subordinado casamento… Sem dúvidas alguma, não era algo que o setenário desejava a sua única filha. Mas os riscos do pesar que o abuso domiciliar viesse a ocorrer eram abundantes, onde somente a paixão que a sua filha pudesse nutrir por o seu marido não fosse o suficiente para protegê-la. Por mais que o doesse, deveria ser um homem que a amasse profundamente ao menos, mesmo que não recíproco de sua parte.
— Hermione ficará feliz com o baile. — Foram as únicas palavras que lutaram e conseguiram ressurgir do homem de grisalhos cabelos, este que retirou os óculos meia-lua e os limpou com um dos lenços de seu bolso, inconformado.
— Muito bem. — O entusiasmo era perceptível sobre a voz de Jennings, satisfeita por mais uma de suas conquistas.
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Visitar a biblioteca em Londres sempre houvera sido de grande vontade a Hermione, mesmo que em circunstâncias distintas em relação às atuais. Ir-se a um ambiente distante de seu pai encontrava-se sendo inusitado, estranho para si em que pouco deixava o lado do homem por um tempo mais extenso, mas agradável em inúmeros aspectos, especialmente em relação ao baile que logo viria a ocorrer. A desconfiança dos planos feitos por Sra.Jennings haviam sido confirmadas ao bisbilhotar os convites enviados para os inúmeros convidados para esta noite, destacando-se muitos masculinos nomes desconhecidos por Granger, exceto por um familiar, este em que prendera-lhe o fôlego e a enviara diretamente as memórias antepassadas… Coronel Snape. Mas por que diabos ela houvera o chamado? A insistência da velha mulher era petulante a jovem menina, assim como a do homem que ainda insistia em manter-se próximo a ela, mesmo após incontáveis ofensas desprezíveis. Enojava-lhe as lembranças de o quão ruim houvera sido com o pobre homem, este que apenas lhe desejava verdadeiramente o bem, tão genuíno e puro em suas palavras, assim como os brilhantes olhos em abundante melancolia. Estava certa que faria as coisas certas esta noite, não poderia ser tão inadequada com o Coronel, enquanto ele era absurdamente doce consigo.
Os inquietos dedos roçavam-se pela barra de um de seus rosados vestidos em pleno almoço, contendo os pensamentos distantes e o coração dolorosamente pulsante contra o seu peito, trazendo confusão em suas convicções, onde não passaram despercebidas pela mulher de grisalhos cabelos em que sentava-se ao seu lado.
— Algo lhe aflinge, querida Hermione? — A anfitriã mantinha certa preocupação relacionada a menina de perdidas feições, tão pensante que não aparentava encontrar-se ali, sobre o tão luxuoso cômodo. — Diga-me, trata-se de algum assunto preocupante?
— Não és nada, Sra.Jennings… Apenas a ansiedade com o dia de hoje. — Os preparativos para a festança estavam quase em que todos devidamente prontos, onde o casarão ainda mais belo que o do campo, mantinha-se excepcionalmente radiante.
O seu interior era diferente quando comparado a outra casa de Jennings. Desta vez, as paredes continham cores mais quentes, apesar de amistosas ao pálido branco espantoso, contraste este que trouxera mais vida ao redor, assim como a cidade em que jazia a belíssima residência. Hermione não poderia estar mais encantada com tanta generosidade originada da amiga de seu pai, onde mal conseguia entender o motivo por sua contínua bondade. Seria somente isso?
— Irei-me ao quarto para me ajeitar, senhora. — Poderia ela acreditar em bondade sem interesses ao fundo? Hermione não se via como uma ingênua garota, e definitivamente não era tola. Se ausentar em momentos de dúvidas tornou-se um meio de organizar os seus próprios pensamentos, sem que algo viesse a se descontrolar em suas ações e palavras.
— Oh! Já ia me esquecendo... — Dissera Jennings, onde os enrugados dedos tomaram o lenço posto ao lado do prato de sua refeição, passando a limpar os vestígios deixados ao canto de seus lábios, ao chamar por a atenção da mais nova. — Há um presente em seu quarto. Fora entregue mais cedo e não quis alarmar-lhe. — Os sorridentes olhos calorosos entregavam os pensamentos da senhora a Hermione, esta que tivera a sua curiosidade desperta com tão pouco dito.
— Agradeço-lhe, senhora.
Dito isso, a menina de acastanhados cabelos se apressara a trancar-se sobre o quarto em que mantinha-se acomodada por as poucas semanas que permaneceria em Londres. Vir a cidade grande, e não conter a oportunidade de visitá-la devidamente encontrava-se a perturbando em seus momentos de quietude, desejando com todas as suas forças que pudesse se aventurar ao lado de fora, conhecendo os célebres costumes, onde talvez até mesmo pudesse adquirir tal conhecimento e repassá-lo para as crianças que ensinava a leitura ao redor de sua própria residência. No entanto, a Sra.Jennings proclamava por paciência à menina, afirmando que prioridades deveriam vir antes que as triviais vontades, falas estas que levaram horas para conformar-lhe a mente, e dar-se por vencida, afinal, ainda havia um baile para conhecer novas pessoas.
Ao trancar a grande porta de carvalho atrás de seu corpo, um alto suspiro ressoou-se por entre os secos lábios, faltando a umidade da descoberta por qual seria o presente lhe entregue. Não contivera dificuldades ao localizá-lo posto sobre os lençóis de lilás colorações, confortando um breve bilhete em seu exterior, qual seria a caixa embrulhada, portando a fonte dos tumultuosos pensamentos de uma curiosa Hermione. Os delicados dedos tomaram para si o papel creme, analisando a sedosa textura, antes que os âmbares olhos lessem a breve mensagem de seu admirador.
"Destinado ao mais belo girassol dos jardins."
S.S
Granger leu e releu as gravuras e, especialmente a rubrica assinada, reconhecendo imediatamente o homem secreto em que lhe presenteara, e logo iluminara algo em seu âmago. Como poderia estar a se tornar boba por Severus Snape? Houvera dito a si mesma que o trataria com cordialidade e não atirando-se aos seus pés com o afeto em que apenas crescia em seu peito com os milésimos repassados.
— "Ao mais belo girassol…" — Repetiu em um abafadiço sussurro, mal notando o pequeno sorriso em que invadira o canto de seus lábios em uma genuína linha, encantada com o gesto de carinho.
Ao colocar o bilhete sobre os lençóis, a menina aprisionara toda a sua atenção à grande caixa que resguardava o seu presente, este que não tardou a ser revelado e em surpresa, arrancou um baixo gritinho de Hermione. Os olhos brilhavam com o vestido de amarelados tons, transbordando do estômago da menor borboletas que reverberavam a sua contínua surpresa e encantamento com algo tão belo lhe presenteado. Com delicadeza, a veste fora retirada da caixa e apreciada com as próprias digitais que estudavam a sua costura, tão maravilhada quanto emocionada com tamanho apreço. De fato, ele queria torná-la a sua girassol… Mas ele apenas se esquecia de um mísero detalhe; Hermione era uma menina para se conquistar, e não comprar.
Anteriormente, a menina houvera comprado um esbelto vestido para a noite em que caía, mas nada comparado ao que jazia em sua cama tendo grandes olhos acastanhados impregnados em sua escultura. A dúvida crescia em seu peito sobre vesti-lo esta noite ou não, devido os interesses do Coronel que claramente desejava lhe ver vestindo tanta venustidade em uma festa tão comum. Por que diabos ele continuava sendo absurdamente gracioso?
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Viver em campos e ser a única mulher em seu chalé dificultava as suas habilidades em momentos necessários para uma abundante vaidade, especialmente quando abordada em eventos e festanças, em um local com tamanha formalidade. Para o seu alívio, a Sra.Jennings pedira que uma de suas damas ajudassem Hermione em sua intricada preparação, em especial, cuidar dos revoltos cabelos que não se comportavam de maneira alguma em um formoso penteado. No entanto, o tempo demonstrou piedade às duas mulheres que já podiam ouvir a harmoniosa melodia no salão abaixo, trazendo novamente o desconfortável frio ao pé de seu estômago com a contínua ansiedade em encontrar um certo alguém…
As escadarias foram descidas com certa pressa para que não notassem a sua presença tardia a festa dada por Jennings, entretanto, tornava-se impossível ignorar tanta beleza acumulada em uma só mulher de curiosas feições. O vestido de dourados tecidos emoldurava as delicadas curvas em uma perfeita silhueta, esbanjando a amabilidade sobre os pequenos detalhes das barras e nas joias constrastadas em sua pele macia, assim como os ondulados cabelos comportados em um adorável broche da mesma coloração que as suas vestes. O rosto não carregava mais que um rosado e suave batom em que realçava os lábios cheios, e as bochechas rubras com o pouco de maquiagem posta sobre as maçãs, mas que tornaram-se ainda mais avermelhadas ao terem os olhos cruzados com um certo par de escuros, estes encantados ao observar a menina sem pudor algum.
O seu coração disparara com a constante proximidade entre ambos os conhecidos, não sendo capaz de notar as pessoas em que vinham e iam ao seu redor, assim como a música que tornou-se apenas mais um acréscimo ao particular mundo que fechou-se ao seu redor. Os seus passos se cessaram então, analisando as formais vestimentas do Coronel a sua frente, banhadas em uma escura tonalidade, enquanto os cabelos caiam feito cascata ao lado de seu enigmático rosto, presenteando Hermione mais uma vez com aquele maldito sorriso que transbordou o seu coração em devota comoção. Severus por outro lado, sentia a sua boca seca e a respiração falha com a perfeita visão de sua querida paixão fazendo o uso de um presente tão prezado por ele, adulando a beleza contínua que aquela garota dos campos portava em seu exterior e interior. Ansiava que pudesse a conhecê-la melhor, algum dia.
Quebrando o silêncio, o alto homem tomou os delicados dedos entre os seus próprios esguios e colidiu os finos lábios contra a formosa pele macia de Hermione, não ousando quebrar o contato visual que os mantinham conectados em algo que o homem não era capaz de explicar. Sentia-se como se a jovem o notara pela primeira vez, dedicando toda a sua atenção a ele que implorava por míseras demonstrações de alguma afeição.
— Senhorita Granger. — As palavras soaram-se roucas com o deleite em sentir o floral aroma que a doce menina carregava em si, em um simples cumprimento ao beijá-la a mão.
— Coronel Snape. — Hermione respondeu-o sobre o mesmo nível de sua sanidade, quase que perdendo a sua mente com o simplório ato do mais velho, qual fora correspondido com uma breve reverência, assim como o amável sorriso que bailava sobre os lábios da jovem menina encantada.
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