Eu estava com… Hã… O cu na mão, por assim dizer.
Ficar de cara a cara com o homem que você havia trocado imagens íntimas, mensagens prazerosas que lhe renderam boas e incontáveis massagens no pau e sonhos molhados, não era nada fácil.
Um nervoso inominável. A ansiedade estava fazendo a festa. Disparando meu pulso, me fazendo suar frio.
Ainda mais com ele me encarando fixamente com aqueles grandes olhos, intensamente, azuis.
O silêncio absoluto em que aquela sala se encontrava era ensurdecedor. Sentia como se estivesse de frente para um juiz, prestes a escutar o veredicto e ser executado a qualquer momento.
Me remexi desconfortável naquela cadeira de frente para a dele, somente a mesa jazia entre nós.
Podia sentir a ponta do sapato social do professor tocar a do meu tênis. E me sentia um tanto culpado por ficar encarando seus lábios e imaginar mil e uma coisas que eu poderia fazer com eles e mais uma.
Suspirei encarando o relógio. Nervoso com tudo, principalmente com o silêncio dele. Como se estivesse me analisando.
— Professor… O que o senhor quer fazer comigo? Digo: falar…
Perguntei tentando me fazer de desentendido. Eu participei de uma peça de teatro uma vez, quando eu era criança, eu fiz a girafa. EMBORA eu não tivesse fala – ela era muda, infelizmente, que triste. – eu me saí muito bem. Mas eu tive uma leve impressão de que o tom da minha voz entregou o meu nervosismo.
— Só um minuto.
Peeta ergueu o dedo roliço em minha direção. Ele se levantou apressado, caminhou em direção ao forno e diminuiu a temperatura. Acompanhei os seus passos; encarando descaradamente a sua bunda volumosa e o seu malote recheado quando ele se virou.
Acho que tive uma ereção. Um péssimo momento para empaudurecer.
Acho que ele percebeu o meu olhar fixo na sua região pélvica, pois fez uma pequena pausa, seguiu meu olhar e logo apressou o passo. Embora eu tenha ficado sem jeito por ter sido pego no ato, não consegui parar de olhar.
— Cato o que te levou a se inscrever neste curso, dentre tantos outros? — Ele perguntou sério. Assim que se sentou, fazendo o objeto ranger. — Já tem planos para a faculdade?
Fiquei com um pouco de inveja daquela cadeira.
Eu o encarei com o cenho franzido, levemente confuso pela pergunta. Mas vi que ele estava falando sério.
Quase gargalhei de tão relaxado que eu fiquei, por ver do que se tratava o assunto. E não daquele outro que não deve ser mencionado em voz alta.
— Então é isso? — Sussurrei rindo baixinho. E acompanhei uma das sobrancelhas do professor Mellark se erguerem para mim. — porque pergunta isso, professor? — indaguei tentando não transparecer que esperava um outro assunto.
O ouvi soltar um suspiro.
— Vejo que você está mais distraído do que o normal. Como se fosse obrigado a estar aqui. — Ele explicou, entrelaçando os dedos. Me senti um pouco desconfortável, pois era exatamente assim que eu me sentia quando comecei. — Porque se matricular em uma aula sobre algo que você não gosta?
Ele perguntou, parecia chateado. Eu engoli em seco. O aroma dos biscoitos começava a marcar presença na sala.
— Eu gosto das suas aulas, professor. — Afirmei. E não era uma mentira. ‘Tem comida e você’, guardei o resto da frase para mim. — Eu não gostava, no início, confesso. Mas era mais por ter perdido a aposta do que por estar aqui. Não que seja ruim, estar aqui…
Suspirei. Estava começando a me enrolar.
— Aposta? — Peeta franziu o cenho. Ele estava se controlando para não rir.
— É, aposta. Era algo bem idiota na verdade. Quem comia mais hambúrgueres do Seneca. Johanna acabou ganhando de lavada, Katniss ficou em segundo lugar, Marvel em terceiro e eu em quinto. Tive que suar a camisa na academia depois disso.
Peeta deixou uma risada nasala escapar. E eu franzi o cenho para mim mesmo, por estar contato aquilo ao invés de inventar uma outra história.
— Essa Johanna… Sempre tentando arrumar mais um aluno para a minha aula. — O professor negou com a cabeça. Esboçando um sorriso secreto.
— Por que? — Perguntei curioso.
— Por que, o que? — Ele devolveu a pergunta.
— Porque ela precisaria arrumar alunos?
Especifiquei a pergunta dessa vez. Sentindo o cheiro dos biscoitos ficar cada vez mais forte. E se misturar ao perfume doce, forte do Sr. Peeta.
— Ah, isso. — ele murmurou. Encarando o forno por alguns segundos. — É que se o curso não tiver um determinado número de pessoa ele vai ser cancelado.
Peeta explicou enquanto se levantava, parecia um tanto temeroso com essa possibilidade. Ele caminhou em direção ao forno. E dessa vez eu o acompanhei “discretamente.” Observando o subir e descer sincronizado daqueles grandes glúteos.
— Então é por uma boa causa. — Murmurei. Um gemidinho estava preso em minha garganta com aquela visão. — Mas o curso é recente e já corre risco de ser cancelado?
— Ela é uma ótima garota. —O professor balbuciou. — São termos impostos pela diretora. E sobre a faculdade? Você já se formou... — Ele tornou a perguntar.
O observei de costas para mim. E quando eu ia responder que “sim, ela é. Do jeito dela. E tinha que ser coisa da Coin, boca de algodão.” Eu me engasguei com as minhas palavras. Quando aquele homem de estatura media se agachou em frente ao forno.
A imagem me fez esquecer sua pergunta outra vez.
Achei que aquela sala ficou um tanto quente de repente. Eu quase cai da cadeira quando inclinei meu corpo tentando ver a cor da cueca do homem. Vendo aquelas nádegas desejadas estourando o tecido daquela calça social.
Eu estava em ponto de ebulição.
— você quer comer o meu biscoito? — Peeta perguntou ainda de costas. Era uma pergunta inocente. Mas não foi isso que o meu cérebro corrompido entendeu.
Eu quase peguei o megafone da treinadora e saí gritando: Sim, sim, sim, poxa, claro que sim.
— Quente… — foi tudo o que eu consegui murmurar.
— Sim. — Ele concordou de cara para o forno.
Quase suguei o meu lábio inferior vendo ele remexer os quadris enquanto mexia na forma de biscoitos.
Minha bermuda estranhamente ficou apertada, deixando o Cato junior dolorido e latejando em fúria.
— Estes aqui ainda estão quentes. Mas felizmente já tem alguns prontos. — Peeta me encarou por cima dos ombros. Lançando um sorriso bem safado para mim.
Talvez tenha sido um sorriso normal. Mas foda-se.
— Você quer?
Assenti puxando discretamente a minha bolsa carteiro para cima do meu colo. Fiquei tentado a perguntar se aquele forno era nuclear. Um acúmulo de suor se formava em minha nuca.
— Suco ou leite? — o professor perguntou colocando a bandeja com biscoitos recentes prontos sobre a pia e caminhando até a geladeira.
Algo em mim choramingou. E não foram os olhos.
— O seu… Hã… Acho que leite.
Pisquei um pouco atônito com o meu deslize. Mas ele não pareceu notar a minha involuntária frase com duplo sentido.
Peeta retornou com uma bandeja em mãos e a depositou em cima da mesa entre nós. Haviam dois copos, um com suco e outro com leite, e dois biscoitos.
Meu crush estava me mimando sem saber.
Esperava mesmo que ele não estendesse aquela conversa. Pois eu sofro de língua solta e é crônico. É bem capaz que eu deixe mais uma frase sugestiva involuntária escapar. Por esse motivo ocupei a minha boca com o biscoito e o seu leite, quando ele disse para que eu me servisse.
— Então… Porque está assim? — O professor puxou assunto, enquanto bebericava o suco.
Ele tinha que perguntar, logo quando eu estava prestes a terminar o biscoito de chocolate e me escafeder dali.
— Assim... ugh… Como? — Engoli o resto do biscoito. O encarei confuso e ele riu.
— Distraído, mais do que o normal. E com olheiras. Caso não seja muito invasivo da minha parte perguntar, claro. — Ele explicou. — E você não respondeu sobre os seus planos, a faculdade...
Eu tive que beber mais do leite para desentalar. Estava me sentindo de frente a um orientar sexy. Eu não poderia simplesmente abrir o bocão e dizer que era por causa da nossa conversa, que eu o ignorei. Talvez seja por isso que eu tenha falado a primeira coisa que surgiu na minha cabeça. E que provavelmente eu me arrependeria.
— Eu tive um acidente, ao acordar… — falei constrangido. — Embora eu tenha mais doze anos para algo assim acontecer… E a faculdade, bem, eu irei. Mas não agora.
Ele assentiu brevemente. E franziu o cenho.
— Acidente? — O professor Mellark perguntou confuso.
Para o meu completo desespero. Eu esperava que ele entendesse de primeira. Mas nãooo, ele tinha que fazer a linha confuso.
— Um sonho molhado. — confessei. Meu rosto estava tão quente que eu não sabia dizer em que tom de vermelho ele estava. — Eu meio que me derramei enquanto dormia, entende?
Por que diabos eu fui dar logo essa desculpa? Não fazia o menor sentido.
Ele assentiu discretamente. Observei as bochechas do professor Mellark, elas estavam rosadas. Vi ele pegar o copo com suco e leva-lo aos lábios, bebendo o que sobrara do líquido. Provavelmente tão constrangido quanto eu.
Pra quem fala tanta sacanagem com tanta facilidade por mensagens. Ele parecia bastante envergonhado.
Ou talvez não.
— Com que frequência você se masturba, Cato?
Peeta perguntou depositando o copo na bandeja. Ele falou como se estivesse comentando sobre a cobertura de um bolo.
Eu senti minha garganta secar. E tentado a falar que por hora eu não tinha que me preocupar com algo tão trivial… Pois o Cato Jr. Havia acabado de entrar em erupção.
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