Capítulo 2. — Baixinho Insuportável.
Um Chanyeol frustrado rolava de um lado para o outro, bagunçando os lençóis da cama do amigo que Sehun havia acabado de arrumar.
— Por que você não vai bagunçar sua própria cama? —Perguntou o loiro saindo do banheiro com uma toalha na cabeça enquanto secava seus fios de cabelo.
— Porque ela já tá bagunçada. — Respondeu com a voz abafada pelo travesseiro e então se virando de barriga para cima.
O loiro o encarou desacreditando da cara de pau do amigo, atirou a toalha húmida que tinha em mãos no rosto do mais alto e se jogou na cama desocupada pegando seu celular em seguida.
— Você acha que se eu vender paçoca na rua consigo alugar um quartinho pra dormir? — Perguntou choroso fazendo o amigo rir.
— Para de ser dramático, Chanyeol. Mas tarde eu tento falar com... — O mais novo fora interrompido pelo som de batidas na porta. — Deve ser o Kai. — Comentou se levantando para ir abrir a porta.
— Desde quando Jongin bate na porta?
O loiro sorriu alegre ao abrir a porta e dar de cara com o outro loiro mais baixo que si. — Luhan! — Sem dar tempo do chinês reagir, puxou o mesmo colando seus lábios assustando o mais velho que se encolheu envergonhado ao ouvir a risada de Park. — Estávamos falados de você agora mesmo.
— Sério? — Perguntou surpreso e acanhando. — Eu vim... É... Buscar Chanyeol. — Sua fala saiu mais como uma pergunta.
— O quê? — Perguntaram os donos do quarto ao mesmo tempo.
— Baekhyun aceitou conhecê-lo.
— Como? — Sehun perguntou tentando entender o motivo do outro de estar ali.
— CARAMBA! — Chanyeol pulou rapidamente da cama entusiasmo. — Então vamos logo! — Naquele momento ele não estava ligando se Baekhyun existia mesmo ou era só uma invenção do chinês, de qualquer forma, se não existisse nenhum Baekhyun, seria o loiro quem teria que ajudá-lo. O fato que importava realmente era que talvez não precisasse vender paçocas na rua.
Sehun deu de ombros quando o amigo pegou seu ficante pelo pulso e saiu puxando o mesmo para sabe se lá onde, apenas se jogou na cama ainda confuso e voltou a mecher no celular. Depois perguntaria sobre aquilo para um dos dois.
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— Ele está aqui na biblioteca? — Perguntou empolgado recebendo um aceno positivo do outro.
— Você parece bem animado pra alguém que não acredita em mim. — Sussurrou subindo a escada que deixou Chanyeol confuso por não ter visto a mesma na primeira vez que esteve no local.
— Mesmo que você esteja me fazendo de bobo, no fim vai ser você mesmo que vai me dar aulas particulares. — Respondeu seguindo o loiro.
Chanyeol abriu a boca em um O perfeito ao colocar os pés no segundo andar. Era um lugar ainda maior que o primeiro piso, porém parecia ter muito menos espaço. Eram muitos móveis, livros e outros objetos, tudo isso organizado. Um tanto escuro, e parecia não ter muitas janelas, olhando de relance havia visto apenas uma.
— Que lugar incrível pra matar umas aulas.
— É proibido a entrada de alunos aqui. — Respondeu calmo sentando-se no chão próximos a uns livros espalhados.
Chanyeol fez o mesmo. — Quando seu amigo vai chegar?
— Ele já está aqui. — Chanyeol confuso encarou o chinês e logo começou a rir, tendo em mente que o loiro era realmente um maluco com um amigo imaginário. Luhan fechou os olhos suspirando. — Você pediu que eu o trouxesse, Baekhyun. Não dê pra trás agora e me faça parecer mais louco do que já acham que sou. — Falou em um tom alto fazendo o ruivo erguer uma das sobrancelhas.
— Garoto, acho que você deveria procurar um psicólogo. — Park se levantou se virando em direção a escada prestes a ir embora mas acabou por voltar dois passos para trás ao dar de cara com um garoto baixinho de cabelos rosa.
O baixinho sorriu inclinando a cabeça de leve e soltando um som de "Boo!" quase em um sussurro zombando da expressão assustada do mais alto.
— Quem é você? — Perguntou o ruivo, fitando o de fios rosados de cima à baixo. O garoto vestia um blusão bege que Chanyeol apostou ser o dobro do seu tamanho pois alcançava os joelhos e as mangas escondiam as mãos, usava uma calça preta e os pés estavam descalços, suas meias eram coloridas e chamativas demais na opinião de Park. Parecia uma criança.
— Sou o embaixador de Marte e você mero mortal? Quem és? — Sua voz parecia forçada, seu peito estava estufado e estava na ponta dos pés em um tentativa falha de ficar na mesma altura que o mais novo.
Luhan revirou os olhos e se levantou explicando que o menor era Byun Baekhyun. — E como você já sabe, esse é Park Chanyeol, agora é com vocês. Boa sorte, Chanyeol. — A última parte gritou já estando no meio da escada.
— Então você existe mesmo? — Perguntou cutucando o nariz que outro empinava. — Caraca, Sehun não vai acreditar quando eu contar pra ele, muito menos Jongin. — Já estava até imaginando a cara que os dois fariam.
— Isso porque você não vai contar. — Respondeu Byun agora com seu tom de voz normal, desfazendo a pose desnecessária que havia feito para encenar o personagem de embaixador que fora ignorada pelo mais alto.
— Huh? Claro que vou!
— Não vai! — Rebateu o menor.
— Vou sim!
— Cale a boca. — Ordenou recebendo um olhar irritado do outro. Quem aquele baixinho pensava que era pra falar assim consigo? — Se você quiser minha ajuda você vai ficar quietinho e acatar minhas ordens.
Riu irônico da audacia do mais baixo. — Garotinho vá brincar e dê licença pro titio passar, vai. — Assim como Chanyeol havia pedido, Baekhyun foi para o lado, dando espaço para que Park passasse e foi o que ele fez. Já estava no topo da escada quando parou ao ouvir a voz do mais velho.
— Eu sou a única pessoa que pode te livrar de ser expulso de casa. — Sentou-se em meio aos livros no chão, abrindo um em seguida. — Quando voltar amanhã, não venha de mãos vazias.
— Não voltarei. — Respondeu orgulhoso descendo para a biblioteca e indo de volta para seu quarto.
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Um ruivo decepcionado consigo mesmo bufava e praguejava subindo lentamente os degraus da escada se arrependendo de cada passo dado.
No dia anterior depois de deixar a biblioteca da escola e ir para o seu quarto, irritado decidiu não conversar com ninguém e foi direto dormir, acabou acordando no meio da madrugada ao sonhar que estava vendendo paçocas na estação de trem de Seul. Durante o restante da noite não conseguiu voltar a dormir e acabou por deixa sua cabeça vagar em pensamentos assustadores sobre o rumo que sua vida poderia tomar caso não alcançasse um dos três primeiros lugares no internato. E foram esses pensamentos de que precisava a qualquer custo cumprir as exigências do pai que ele decidiu que a melhor opção seria ceder, afinal, se o baixinho de cabelos rosados fosse mesmo inteligente, quem sairia ganhando por tirar notas altas e ainda receber os créditos seria Park, certo?
Errado.
They tell me I'm too young to understand
They say I'm caught up in a dream
Well life will pass me by if I don't open up my eyes
Well, that's fine by me
Dizem-me que sou muito jovem para entender
Dizem que estou preso em um sonho
Bem, a vida vai passar por mim se eu não abrir meus olhos
Bem, tudo bem por mim
— Está atrasado. — Chanyeol estranhou quando se deparou com Byun rolando de um lado para o outro no chão, mas desistiu de tentar encontrar um sentido para aquilo porque se parasse pra pensar em todos os acontecimentos estranhos que aconteceram desde que descobriu sobre o loiro maluco e tentasse achar algum sentido naquela história toda, ele acabaria enlouquecendo. — Estou entediado. O que você me trouxe? — Suspirando Chanyeol entregou a sacola branca que estava segurando para o menor que rapidamente se sentou no chão com as penas cruzadas. — O que é isso? — Chanyeol se sentou ao seu lado, escorando-se na parede e passou a encarar o teto.
— Doces. — Respondeu simplista.
O mais velho empolgado retirava do saco plástico várias balas, pirulitos e bombons não demorando para abri-los e devorá-los.
— Precisamos começar essas aulas o mais rápido possível, semana que vem já vai ter um prova. — Se pronunciou o mais alto desviando os olhos para o outro franzindo o cenho ao ver o baixinho completamente entretido com os doces que havia trazido. — Baekhyun?
— Huh? — Perguntou sem olhar para o ruivo, estava ocupado demais enfiado uma bala atrás da outra na própria boca. — Chanyeol, isso aqui é muito bom! — Falou embolado por culpa das balas.
— Até parece que você nunca comeu doces.
— Nunca. — Afirmou o outro novamente com a fala embolada fazendo Park ficar ainda mais intrigado. — Dá próxima vez que vier traga mais.
—Tá achando que eu sou seu empregadinho? — Não estava de bom humor e Baekhyun parecia fazer questão de piorá-lo, então naquele momento já havia esquecido de tudo o que queria perguntar para o de fios rosas.
— Agora você é meu servo, Chanyeol. — Ah, Byun Baekhyun era definitivamente o baixinho mais insuportável que Park já havia conhecido.
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