História Swingbrook - You're a hypocrite, Regina Mills.

— Você acha que ela vai ficar brava? - Robin perguntou enquanto recolhia as roupas do chão e as vestia desajeitadamente.

— Se eu acho que ela vai ficar brava? - Zelena revirou os olhos, saiu da cama e começou a procurar as próprias roupas. A calcinha tinha sido perdida em algum lugar da cozinha, onde os dois tinham começado a se atracar, e ela não teria coragem de ir lá procurar. Pegou uma nova na gaveta e a vestiu. - Você foi casado com ela por anos, e ainda me pergunta se Regina vai ficar brava? Teremos sorte se ela não atirar uma bola de fogo em nossas cabeças. Você é mais lerdo do que eu pensei.

— Ei! Não precisa me ofender.

— Apenas se vista logo. - Zelena jogou a calça para o homem e saiu do quarto. Ajeitou os cabelos que estavam desajeitados depois da tarde intensa de sexo que tivera, mas não importava o quanto passasse as mãos eles estavam determinados a deixar ainda mais evidente o que ocorrera.

Desceu as escadas pé ante pé, embora não houvesse necessidade já que estava descalço e nada poderia denunciar a sua chegada. Viu a irmã sentada no sofá da sala, bem no meio, e segurando um copo de uísque.

— Re? - Ela chamou baixinho, mas a morena não se virou. - Re, me desculpa, eu…

— Pensei que o odiasse. - Regina comentou. Levantou-se e encarou a irmã. - Meu casamento inteiro, durante anos, você gritou aos quatro ventos que odiava Robin. E agora eu te encontro na cama com ele? Há quanto tempo isso vem acontecendo? Antes do meu divórcio?

— Não, Regina. Claro que não. - A ruiva já tinha lágrimas nos olhos. Ela não era de chorar fácil, mas não podia acreditar que sua irmã a estava acusando de algo assim. - Eu nunca faria isso contigo.

— Regina… - Robin se juntou as duas, assim que viu Zelena se aproximou dela e a puxou para um abraço. - É realmente necessário você dizer essas coisas?

— Estou apenas pontuando o que vi. - Bebeu um longo gole do uísque.

— Está pontuando a sua própria hipocrisia. - Zelena enxugou as lágrimas e olhou com raiva para a irmã.

— Como é que é?

— Isso mesmo. Você é uma hipócrita, Regina Mills. - Ela levantou um dedo e apontou para a irmã. - Você traiu Robin com Emma, e agora tem a coragem de insinuar que eu fiz o mesmo. Não foi certo termos escondido de você, mas tanto eu quanto Robin somos livres e desimpedidos para aproveitarmos a companhia um do outro da maneira que bem entender. Você não tem o direito de se sentir ofendida com isso.

— Robin, saia da minha casa. Preciso conversar com a minha irmã. - Regina disse entredentes, sem deixar espaço para argumentações. Robin resolveu não interferir, deixou que as duas irmãs se entendessem e saiu da casa rapidamente. - Como se atreve a me chamar de hipócrita na minha própria casa?

— Se a carapuça serviu, use-a. - Zelena deu de ombros, ainda a encarando furiosamente. - Você está tão amarga ultimamente porque a Emma te deixou, e quer saber? Eu acho ótimo que ela tenha feito isso.

— Cale a boca!

— Você é mentirosa e manipuladora, ela fez bem em cair fora enquanto ainda tinha tempo. - A ruiva cuspiu as palavras. Não tinha a intenção de dizer metade daquelas coisas, mas a irmã estava merecendo depois de insinuar que ela dormira com Robin enquanto ainda eram casados. - Eu nunca desrespeitei seu casamento, e nem nunca tive qualquer tipo de sentimento por Robin antes de vocês se separarem. Simplesmente aconteceu, e vai continuar acontecendo pois eu me importo com ele. Importo-me de uma forma que você nunca foi capaz. Você é igualzinha a nossa mãe.

Um estalo forte preencheu a sala. Zelena levou a mão até a bochecha esquerda, acariciando devagar onde a irmã tinha acabado de lhe desferir um tapa. Regina segurava a mão e a apertava, ainda não tendo certeza do que havia feito.

— Saia da minha casa. - Ela grunhiu.

Zelena saiu porta afora, furiosa e magoada. Ela e a morena sempre tiveram algumas discussões, desde a adolescência, mas nunca tinham partido para a violência. Ela sabia que tinha agido errado ao levar Robin para a casa da irmã, mas a reação de sua irmã tinha sido irracional e exagerada.

Regina por outro lado deixou seu corpo tombar no sofá assim que escutou a porta da frente bater. Estava decidido, ela estava definitivamente sozinha. Sua mãe, Cora, era alguém que ela passou a desprezar e repudiar, portanto não queria por perto. Robin, que era seu marido e melhor amigo, foi embora depois do divórcio e agora, aparentemente, estava dormindo com sua irmã. Zelena, que havia se tornado seu porto seguro em meio a tantas turbulências, a mesma tinha acabado de afastar com esse gesto impensado. E Emma, aquela que amava mais do que tudo, não mostrava qualquer indício de querer voltar para a vida de Regina.

Ela tinha o direito de ficar com raiva, certo?

Soltou um longo suspiro e começou a pensar no que teria que fazer para se desculpar com Zelena.

x.x

Emma terminava de secar os pratos enquanto Marly corrigia algumas provas de seus alunos. O silêncio reinou no local por cerca de vinte minutos, até que a campainha do pequeno apartamento soou, tirando as duas de seus afazeres.

— Você está esperando alguém? - Marly perguntou.

— Não, você está? - A outra negou com a cabeça e atendeu a porta. - Mas o que foi que aconteceu? - Emma exclamou assim que deu de cara com Zelena e viu seu rosto, onde tinha marcas vermelha de dedos.

— Sua namorada é uma vaca, posso dormir no seu sofá? - Zelena perguntou. Ela encostou a cabeça no batente da porta, seus olhos estavam vermelhos e inchados indicando que havia chorado, e seus cabelos estavam uma bagunça. Como alguém poderia dizer não perante aquilo?

— Claro que pode – Marly abriu mais a porta e deixou que ela entrasse. Emma se acomodou na poltrona na sala enquanto Zelena se acomodou no sofá. - Eu vou fazer um chá quente, você está com cara de que precisa.

— O que aconteceu?

— Regina pegou eu e Robin no flagra. Acabamos discutindo e ela me deu um tapa. - Zelena passou as mãos no cabelo num gesto nervoso. - Ela está se perdendo sem você. Tem esse menino, Rolando, que ela mal conhece e se apegou ao garoto. Depois essa briga que tivemos, sei que fui errada e acabei levando Robin para a casa dela, mas é hipocrisia demais ela ficar irritada com isso quando a mesmo o traiu com você.

— Regina é teimosa, acho que já sabemos disso. - Emma ofereceu sua mão para a ruiva, a segurou e acariciou. - Eu não posso voltar para a Regina só porque ela aparentemente precisa de mim, eu ainda estou muito magoada com a mentira dela.

— Eu sei. - Zelena suspirou. - Só estou preocupada com a minha irmã, ela está cada vez mais sozinha.

— Belle sugeriu que eu a chamasse para um encontro. - Emma comentou.

— Não é uma má ideia. Pense bem, a Regina está se afastando cada vez mais porque você pediu que fosse assim. Ela não vai se abrir de novo enquanto você não der algum sinal de que ela pode se aproximar.

— Eu sei. É só que… E se eu deixar ela se aproximar e ela mentir de novo?

— Ela está mudando, você sabe disso.

— Regina acabou de te dar um tapa na cara e você está ai defendendo ela. - As duas deram risada.

— Fazer o que, eu amo aquela teimosa. - Mary tinha voltado naquele momento com uma xícara de chá fumegante. Zelena aceitou de bom grado e bebeu um gole. - Faça um favor a todas nós e de uma chance pra Regina, talvez assim ela pare de bater na minha cara.

As três caíram na gargalhada. Depois disso Zelena começou a explicar para Mary seu tórrido romance com Robin, já que Emma tinha virado sua conselheira e já estava a par de tudo. Depois de uma noite no bar Rabitt Hole e muitas tequilas, os dois começaram a se envolver. No começo era algo apenas sexual, mas com o passar dos encontros Zelena acabou se envolvendo mais a fundo com o homem que ela achava que desprezava. Ela só não tinha certeza se Robin sentia o mesmo por ela, ou ainda estava preso em sua paixão platônica por Regina.