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História Tadaima - Capítulo 5


Escrita por: DebStr e Vany-chan734

Capítulo 5 - Capítulo 5


Alguns dias se passaram até que Sakura me informou que Tsunade estava querendo marcar o dia da minha cirurgia e a insegurança tomou conta de mim. Eu sabia que não seria nada sério demais, mas ainda assim me sentia receoso com o tempo que ficaria inativo de minhas atividades.

Porém, confesso que o fato de Sakura se oferecer para tratar meus curativos e me ajudar a readaptar com meu novo membro me confortou bastante.

Fui até o hospital no dia marcado e minha companheira de time já me aguardava com um olhar claramente ansioso.

– Está tudo pronto para o procedimento. Como se sente? – perguntou–me receosa.

Como eu me sentia quanto a isso? Na verdade, eu não estava certo quanto ao procedimento. Eu havia perdido o braço há tanto tempo, já estava completamente adaptado a sua ausência. Perdi meu membro em minha última luta contra Naruto no Vale do Fim, e ouso dizer que sinto orgulho de quem me tornei desde então.

A vingança já não era algo que vivia dentro de mim, e agora eu sentia somente uma necessidade de proteção. Meus objetivos eram proteger aqueles que eu amo e a vila em que nasci, a vila por quem meu irmão sacrificou tanto para salvar.

A ausência de meu braço significava a minha mudança, o meu crescimento e amadurecimento. Mas os grandes e ansiosos olhos verdes de Sakura me faziam repensar no quanto ele merecia um homem que a abraçasse por inteiro, que a tocasse com ambas as mãos, um homem completo.

Sim, Sakura merecia que eu fosse o melhor. O melhor por ela.

– Estou pronto – eu disse apenas, convicto de que minha decisão era a correta.

A mesma assentiu com um sorriso largo, aquecendo meu coração e me dando a certeza de que faria tudo para mante–la assim. Feliz.

Adentramos um consultório totalmente branco, onde Tsunade nos aguardava pronta para dar início a implementação do braço artificial. Nos cumprimentamos apenas com um aceno de cabeça.

– Er... preciso que.. – Sakura arranhou sua garganta. – Tire sua ca–camiseta, Sasuke–kun.

Fiz o que a mesma me pediu sem muita pressa, apenas aproveitando de sua timidez quanto ao fato de pedir para que eu retirasse minha roupa. Suas bochechas coradas e o olhar trêmulo me divertiram e comecei a pensar o quão linda ela ficava constrangida.

Coloquei a peça de roupa por cima de uma cadeira ao lado do leito e em seguida me deitei conforme Tsunade ordenou.

– Lhe darei anestesia local, pois precisamos que se mantenha acordado durante a cirurgia. Se sentir qualquer dor ou incômodo, nos avise – ordenou e eu assenti com um leve manear.

Fitei Sakura, que colocava suas luvas e máscara branca cobrindo–lhe o rosto. Seus olhos se posicionaram sobre os meus por um segundo e senti meu coração perder uma batida. Os orbes verdes mostravam determinação, conhecimento, uma ferocidade que eu jamais havia visto.

Logo pensei que esta era a Sakura. A Iryō-Sennin, pupila de Tsunade Senju, quem se encontrava ao meu lado. Sua dedicação e amor à carreira médica era palpável e pela primeira vez em muito tempo, baixei minha guarda por completo e deixei que suas delicadas mãos cuidassem verdadeiramente de mim.

As horas se passaram rápido e quando vi, já estava sentado no leito enquanto Sakura tocava minha prótese testando seus movimentos. Tsunade havia se retirado para buscar algo, e sequer me importei com sua saída. Tudo o que desejava era ficar a sós com Sakura e meu novo braço, que formigava por inteiro. A sensação era esquisita, porém familiar.

– Parece estar tudo certo. Você consegue mexe-la? – perguntou.

Foquei as ordens de meu cérebro de uma quantidade mínima de chakra na região, até sentir como se estivesse reavendo meus músculos novamente. Senti–me ansioso pela lembrança de ter ambos os braços e de repente passou–me pela mente tudo o que poderia voltar a fazer sem muito esforço.

Senti os dedos se mexerem e logo vi mais uma vez aquele enorme sorriso no rosto de Sakura. Esforcei–me ainda mais para levantar o braço por completo, até tocar–lhe a bochecha, deixando–a petrificada e surpresa pelo gesto.

Seus lábios se abriram minimamente e os meus se repuxaram em um meio sorriso enquanto acariciava a pele macia. Como era bom senti–la em meus dedos, por mais que não fosse, de fato, meus.

A sensibilidade era muito maior, o toque parecia extremamente intensificado, como se eu pudesse sentir cada poro de seu rosto. Apoiei a mão aberta na lateral de sua face e gostei quando a mesma se encaixou melhor em minha mão, pousando a sua por cima e me oferecendo um pequeno sorriso encantador.

– Parece que está tudo bem com a prótese, pelo que vejo – a voz de Tsunade surgiu por trás de mim, com um tom zombeteiro que não me agradou.

– Shi–shishou – Sakura gaguejou dando um passo pra trás enquanto suas bochechas coravam ainda mais.

– Hum – resmunguei voltando a mexer meu braço em movimentos aleatórios, não satisfeito com seu afastamento.

– Sente algo estranho? – a loira perguntou–me enquanto adentrava ainda mais a sala.

– Apenas um formigamento.

– Certo, isso é normal. Em dois ou três dias deve passar, mas caso continue sentindo, nos avise imediatamente.

Assenti com a cabeça e me levantei, pegando minha camiseta ao lado e a colocando com facilidade. Uma facilidade que eu não poderia negar o quanto sentia falta.

Sakura entregou–me uma folha contendo todos os medicamentos e instruções sobre o que fazer ou evitar a fim de uma boa recuperação. O mais importante era que meu corpo se acostumasse à prótese da melhor maneira a fim de não rejeita–la como um membro intruso.

– Faremos fisioterapia todos os dias nas próximas duas semanas para certificar de que o membro está em total funcionamento e harmonia com o corpo – Sakura explicou, já com sua voz e pose profissional de antes.

Assenti e deixei que a mesma me informasse os dias e horários em que eu deveria encontra–la no hospital para os exercícios.

Não pude negar que a ideia de vê–la todos os dias me agradava bastante e retornei para casa ansiando pelo dia seguinte e todos os demais, onde ao menos por uma hora, eu a teria completamente para mim.

Assim como pedido da minha companheira de time, passei o resto do dia em repouso, ainda que me sentisse extremamente disposto a fazer qualquer outra coisa que não fosse ficar deitado por incontáveis horas.

Porém, chegada a noite, bufei nervoso pelo tédio e pela posição na qual eu me encontrava há tempo demais para minha própria saúde mental.

O braço continuava dormente, mas só. Não sentia qualquer dor, talvez apenas uma grande fadiga, mas nada que me impedisse de sair um pouco e respirar um ar puro.

Coloquei a capa preta, a mesma que usara em minha viagem de redenção e me permiti caminhar sem rumo pelas ruas da vila, apenas satisfeito em movimentar as pernas e ficar em posição que não fosse horizontal.

– Tem certeza de que deveria estar em pé, Sasuke? – a voz calma me chamou atenção.

– Kakashi – saudei enquanto continuava a me movimentar.

– Sempre muito ansioso e inquieto, hum?! Sakura já deveria imaginar que você não conseguiria ficar o resto do dia na cama – disse com um tom risonho.

– Ela não precisa saber, não é mesmo? – falei, quase como uma ordem para que o mesmo não a contasse aquele pequeno segredo.

Kakashi apenas deu um riso anasalado e puxou–me para trás de uma pequena lanchonete.

– O que pensa que está fazendo? – grunhi, insatisfeito pela surpresa.

Porém, o homem de cabelos brancos nada disse, apenas apontou com o queixo as duas pessoas que andavam despreocupadas na direção em que nos encontrávamos anteriormente.

Sakura, acompanhada de Ino, sorria de uma forma gentil, verdadeira, e desejei saber qual seria o assunto que havia a deixado com uma feição tão leve no rosto esbelto. Fitei suas mãos segurando um embrulho delicado e minha curiosidade fora atiçada para saber o que seria. Mas fui despertado com o timbre de voz por trás de mim.

– Pode me agradecer depois. – Kakashi deu de ombros, aproveitando o local escuro para retirar seu costumeiro Icha–Icha.

Apenas bufei, tanto por sua frase de ego inflado quanto pelo livro que o mesmo lia e relia até hoje.

– Alguma novidade? – perguntei após um suspiro. – Sobre o homem interessado no Clã Ōtsutsuki – expliquei ao ver o olhar confuso e a sobrancelha arqueada do Hokage em minha direção.

– Ainda não – respondeu sério, fechando seu livro. – O Tsuchikage aparentemente não teve nenhuma nova informação. Penso que talvez seja melhor enviar uma de nossas equipes para investigar mais de perto.

– Hum – murmurei, concordando com um leve manear de cabeça.

– Mas conversamos sobre isso outro dia, em um lugar e hora mais apropriado. – Pegou seu livro e o abriu novamente. – Até, Sasuke – se despediu sumindo em uma nuvem de fumaça.

Observei a rua somente para me certificar de que Sakura já não estava por perto, sabendo que a mesma não gostaria nem um pouco de saber sobre minha fuga de suas ordens. Vendo que o caminho estava livre, voltei a caminhar em direção ao Distrito Uchiha.

Já me sentia menos entediado e poderia finalmente dormir e aguardar pelo dia seguinte. Caminhei a passos lentos, sem pressa, me permitindo sentir a brisa tocar meu rosto de forma singela e confortável. Fechei os olhos rapidamente apenas para apreciar o ar puro com um cheiro floral que eu inalava de forma ritmada.

De repente, já próximo a minha casa, percebi que o cheiro inebriante não era apenas das flores que balançavam com o vento, e sim, de alguém. Alguém que eu conhecia muito bem.

– O que eu falei sobre repousar o resto do dia? – Sakura me fitava com um olhar de repreensão, com uma mão apoiada no quadril e a outra segurando o tal embrulho misterioso.

– Hum. – Dei de ombros, não tendo nenhuma boa desculpa para dar.

Sakura suspirou fundo e aguardou que eu me aproximasse, ainda com seu rosto em uma careta raivosa.

Abri a porta e esperei que a mesma entrasse. Liguei as luzes e ela logo colocou o que parecia ser um bentô em cima da mesa de jantar. Desembrulhou com maestria o pano azul com pequenos redemoinhos amarelos e me olhou.

– Eu trouxe o jantar – falou como se fosse óbvio. – Afinal, você não deveria sair da cama e achei que pudesse sentir fome.

O meio sorriso que surgiu em meus lábios não foi premeditado. Eu estava apenas genuinamente satisfeito com o fato de Sakura se preocupar tanto comigo e meu bem–estar, preparando até mesmo algo para que eu comesse e se dispondo a vir por si mesma entrega–lo.

Sentei–me à mesa, de frente para onde Sakura se sentava ao mesmo tempo. Desgrudei os haishi e me pus a comer em silêncio, apenas aproveitando aquela refeição que Sakura havia preparado especialmente para mim. E, de repente, eu me sentira o homem mais importante e feliz do mundo.

– Por que saiu? – ela perguntou baixinho, evitando de olhar–me nos olhos.

– Não aguentava mais ficar aqui – respondi sincero, vendo–a fazer círculos com o dedo na mesa de madeira.

– Se estava se sentindo sozinho... poderia ter me chamado.... eu... poderia faze-lo companhia – respondeu receosa.

– Isso já não importa – falei e vi que a mesma se contraiu com minhas palavras, que provavelmente soaram de forma rude sem que fosse minha intenção. Arranhei a garganta e tentei consertar a situação. – Você está aqui agora e a comida está muito boa. Obrigado.

Seus orbes verdes me fitaram com uma enorme surpresa e em seguida vergonha. Seu sorriso tímido se fez presente e me perdi encantado com aquela mulher incrível à minha frente. Seus olhos cheios me hipnotizavam, os lábios finos me atraíam de uma forma inexplicável e cada parte de pele exposta me convidava para toca–la.

– Está tudo bem? Você parece meio... estranho – comentou com o cenho franzido enquanto me analisava. – Está se sentindo mal? O braço está machucando?

Balancei a cabeça em negativa, saindo de meus devaneios sobre o quão macia sua pele deveria ser por debaixo daquelas roupas ou qual seria o gosto de sua boca contra a minha. Sakura estava me levando ao delírio, ao limite de mim mesmo. Ela rodeava meus pensamentos ao ponto de me fazer perder qualquer noção de tempo e espaço.

E aquilo era, definitivamente, muito perigoso.

Voltei a comer até que o bentô estivesse completamente vazio. Me levantei para lava–lo, mas Sakura se apressou e o tirou de minha mão.

– É melhor que não faça muito esforço com a prótese ainda. Espere alguns dias, até mesmo nas atividades do dia a dia, combinado? – pediu e levou o pequeno pote até a pia, lavando–o por si mesma.

Não a respondi, pois o fato de vê–la tão à vontade em minha cozinha despertou um desejo crescente sobre meu corpo, que aquecia rapidamente ao observar minuciosamente suas pernas torneadas e o quadril cheio.

Senti minha boca salivar e minha língua passear por meus próprios lábios.

Dei um passo em sua direção, sentindo a enorme necessidade de puxá–la pela cintura e colar seu corpo ao meu, num molde perfeito.

Mas antes que minhas pernas me traíssem e eu me aproximasse ainda mais dele, Sakura se virou para trás e me fitou. Engoli seco, temendo que ela pudesse ler meus pensamentos e ver o quão obsceno eles eram naquele segundo.

– Algum problema, Sasuke–kun? – perguntou se aproximando, colando sua mão em minha testa e deslizando por meu rosto. – Você está pálido e suando frio! Se sente febril?

Sim, eu me sentia completamente febril. Meu corpo ardia, mas não pelos motivos que ela pensava, e sim por desejo. O enorme desejo de faze–la minha, de te–la em meus braços, de me entregar de corpo e alma àquela mulher que conseguira me tocar de uma forma que mais ninguém fora capaz.

Eu estava ficando louco. Só podia. Essa era a única explicação para todas aquelas sensações que Sakura despertara em mim somente com sua presença.

 – Eu... não posso mais suportar, Sakura. Simplesmente não posso mais – murmurei antes de enlaça–la pela cintura e puxá-la para mim.

Nossos lábios se encontraram de forma afoita, ao menos por minha parte de início. Mas não demorou para que suas mãos passassem para minha nuca e se emaranhassem em meus cabelos, puxando–os e bagunçando–os ainda mais.

O sabor de sua boca era ainda mais delicioso do que nos meus melhores sonhos. Os lábios macios, o toque de suas mãos em minha pele, senti–la completamente entregue aos meus braços e carícias, era tudo o que eu desejava. Seu corpo estremecia contra o meu, me provando que ela também sentia tudo aquilo que me inundava.

E pela primeira vez em muito tempo, eu me senti completo.

Ficamos incontáveis minutos naquela posição, tomando tudo o que o outro tinha a oferecer. Meu coração batia de forma descontrolado e pela nossa proximidade, podia sentir facilmente que o dela também já havia perdido o ritmo há muito tempo.

Eu a apertava contra mim, apenas para ter certeza de que não era nenhuma brincadeira de mau gosto de minha mente. Só desejava ter certeza de que ela estava ali, colada a mim, sendo minha e somente minha.

Seu corpo derretendo–se com meus beijos, com minhas mãos que percorriam sua coluna e cintura, sentindo todo o amor que ela declarara por tantas vezes e o correspondendo da forma mais verdadeira que era capaz.

Nos separamos quando o ar faltou e a respiração era extremamente necessária para a nossa sobrevivência. Ambos, com as respirações ofegantes e as testas coladas, compartilhando um olhar intenso e cúmplice.

– E–eu preciso ir. Já está tarde e meus pais estão me esperando – ela sussurrou e beijei–lhe novamente. Dessa vez, apenas um selar de lábios sutil e sem pressa.

– Eu te levo – anunciei vendo seu rosto tomar uma coloração avermelhada e os orbes verdes se arregalarem em surpresa em minha direção.

– De jeito nenhum – ela disse sério e com o cenho franzido, se mostrando raivosa e a deixando ainda mais atraente aos meus olhos, mas logo suspirou fundo sorrindo claramente de nervoso. – Você precisa repousar, ficar na cama. Não precisa se preocupar comigo, está tudo bem, de verdade – falou rápido demais para que eu pudesse entender todas as palavras, mas sua mão pousada em meu peito como uma forma de me parar era quente, trazia uma boa sensação em meu peito.

– Tsc... tão irritante – murmurei com um sorriso torto, segurando a mão dela por debaixo da minha e a puxando para mais um pequeno beijo de despedida. – Você ganhou dessa vez. Vá com cuidado – sussurrei entre nossos lábios colados.

– Ha–hai – respondeu com um sorriso constrangido. – Boa noite – desejou baixinho, antes de me fitar e sorrir mais abertamente, se virar e partir.

E naquele pequeno momento, no exato segundo em que vi suas costas para mim e o distanciamento aumentando entre nós, eu tive certeza de que não poderia mais viver sem uma dose ela diariamente.

Sem uma dose Sakura. 


Notas Finais


@DebStr: Buenoss! Vocês queriam o primeiro beijo? Então aí está! Esperamos que tenham gostado do capítulo de hoje :)
Nos vemos na próxima segunda, pessoal! Beijão
@Vany_chan734: Olaar! Estou sumida, mas de olho, e só tenho a agradecer pelos comentários maravilhosos até agora gente! Obrigada <3 Esperamos que gostem cada vez mais de Tadaima! Beijocas


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