1. Spirit Fanfics >
  2. Taehyung (manual do agricultor) >
  3. Uma raposa na horta

História Taehyung (manual do agricultor) - Uma raposa na horta


Escrita por: Shownuds_

Notas do Autor


Converso com vcs no próximo capítulo, bjos
Tenho que me arrumar para ir pro trampo




Boa leitura!

Capítulo 4 - Uma raposa na horta


Eu sou um ser muito desprovido de inteligência.

Sério.

E não digo isso simplesmente pelo fato de ter engravidado nos meus 16 anos, e nem por ter feito aquilo sem encapar nada em pleno século XXI, e muito menos pelas minhas notas menos zero graus em língua estrangeira... Porque se fosse levar TUDO isso em consideração, meus pais seriam presos por gerar mais um péssimo exemplar de individuo para a humanidade.

Consegui entrar em contato com o casal Kim, com um deles acho eu, a foto no perfil era do casal. Ele sugeriu que nos encontrássemos em sua casa e que levasse meu advogado para que, segundo ele, pudéssemos fechar contrato o quanto antes. Aproveitei e passei algumas informações sobre o feto, disse que era saudável e que quando crescesse seria muito bonito, já que seus pais biológicos também são.

Sem querer ser falso humilde, mas eu sou muito gato. E não é apenas o meu reflexo no espelho que diz isso não, desde pequeno ouço pessoas falando nossa, como você se parece com o seu Omma ou quando passeamos juntos no shopping alguns cochichos femininos do tipo uau!, será que são gêmeos?. Então, pela matemática básica da coisa, pais bonitos geram crias bonitas. E se eu sou parecido com o meu Omma, isso significa que eu, Jung Byun Taehyung, sou uma gracinha.

Eu iria dar mais informações sobre o feto, mas o senhor Kim pediu para que as guardasse para o nosso encontro e ainda disse que seu esposo estava muito ansioso para minha visita.

O que nos faz voltar ao meu drama inicial.

Eu havia ficado tão feliz em conseguir conversar por e-mail com os Kim que acabei me esquecendo do nosso encontro, que coincidia exatamente com a data de hoje. Exatamente nessa tarde.

Eu tinha o endereço, um GPS (google maps) e um serviço de internet excelente, o que me permitia usar o meu GPS fora de casa e à alguns quilômetros de distancia do wi-fi. E o meu carro estava com o tanque cheio. Só faltava... alguém para me acompanhar. Eu queria chamar o meu Omma, mas ele tinha deixado a sua posição clara quanto a minha ideia e não iria me acompanhar, não mesmo. E nem me deixaria ir se soubesse o que estou fazendo. E o Jimin tinha mandado mensagem ontem dizendo que teria uma aula importante na academia hoje. O que reduzia minhas opções a quase zero. Ao menos que... O Chanyeol trabalharia em casa esta tarde!

***

Não tive trabalho para convencer o Chanyeol. Ele se prontificou de bom grado na minha primeira indireta. Quando entramos no carro minhas mãos começaram a tremer antes mesmo de tocar no volante, Chanyeol notou o meu nervosismo e assumiu a direção, mas no carro dele, claro. Chanyeol se negava a ser visto dirigindo uma banheira.

Em minha defesa, a minha banheira até que é bonitinha.

Durante o caminho eu via apenas árvores e postes. Como se estivesse num vídeo clip daqueles bem emos e góticos. Minha mente tão turbulenta que mal conseguia distinguir meus pensamentos.

- Está pronto? – Chanyeol me perguntou.

Não sei quando desci do carro, e nem quando cheguei frente à porta daquela casa. Muito menos por quanto tempo hesitei em tocar a campainha. Era só apertar, né? Não deveria ser tão difícil.

Minhas mãos voltaram a tremer.

É só uma campainha, vamos lá mãos, não deve ser tão difícil...

Na minha segunda tentativa a porta se abriu misteriosamente. Ok, não tão misteriosamente assim.

- O senhor deve ser o jovem Taehyung, estou certa? – a moça que abriu a porta perguntou, e eu apenas assenti positivamente. – Os senhores Kim estão o esperando na sala, entrem, por favor.

Ela era jovem, e tinha um sorriso simpático, pelo uniforme acho que trabalhava na casa servindo aos senhores Kim. Antes que pudesse me impressionar pelo fato deles bancarem uma empregada, o interior da casa me chamou a atenção. Era tudo tão branco e brilhoso que chegava a cegar.

- Por aqui.

Ela nos guiou por entre corredores. Não sei dizer se os corredores eram longos demais ou se era o tempo que corria de menos, mas, em todos os casos, eu só queria ter trazido um pãozinho comigo, sabe. Pra marcar o caminho de volta. Tipo, o caminho é coberto, sem risco dos passarinhos virem e...

Ok.

Isso foi viajem.

Mas, em minha defesa... É, não tem como me defender.

Sinto-me tão nervoso!

- Senhores, os convidados chegaram. – a moça nos anunciou quando chegamos na sala.

- Oh, entrem. Sentem-se, por favor. – o senhor Kim apontou o sofá na frente deles e nos sentamos, mas não sem antes cumprimenta-los devidamente.

Ficamos separados apenas por uma mesinha de centro. Não sei se é importante citar isso, mas essa é bem diferente das mesinhas de centro da casa da vovó Jung.

Depois de nos cumprimentarmos, ficamos num silencio meio chato.

Bem incomodo, na verdade.

Pude notar que o Kim de blusa rosa, que descobri se chamar Kim SeokJin, era mais sorridente e aparentemente mais sociável do que o Kim todo de preto, ele parecia meio carrancudo. Este se chamava Kim Namjoon.

O Kim de blusa rosa olhava intensamente para Chanyeol.

- Você é o...?

- Ah – Chanyeol tomou um susto quando percebeu que o Kim se referia a ele – Eu sou Park Chanyeol, o padrasto dessa coisinha aqui. – e ainda achando pouco me chamar de ‘coisinha’ ele ainda teve a audácia de bagunçar o meu cabelo.

Chanyeol, como sempre, me fazendo passar vergonha em público.

Percebi que o Kim de blusa rosa tentava tampar uma risada inutilmente com as mãos. E isso só serviu para aumentar minha raiva momentânea por aquele orelhudo um pouquinho mais.

- Me desculpem... Achei que fossem um ca- Oh, Hobi, pensei que não viria.

Antes que ele pudesse completar a frase um cara apareceu, e o SeokJin hyung se levantou para abraça-lo, enquanto o outro Kim apenas sorriu de lado pela chegada do outro.

- Bom, acho que podemos começar. – o Kim carrancudo se pronunciou pela primeira vez naquela sala, seu tom de voz parecia meio... entediado? Como se já tivesse feito aquilo muitas vezes. – Senhor Park e Taehyung, esse é Jung Hoseok, nosso advogado.

O Jung nos cumprimentou com um aperto de mão, ele tinha um sorriso gentil e não se parecia nem um pouco com o estereótipo de advogado que vemos na Tv.

- Desculpem a demora, fiquei preso no transito.

Depois de dizer isso ele foi sentar num canto da sala, mas não muito longe da mesinha de centro.

- Então, senhores, não é a primeira vez que eu e meu marido passamos por esta situação. E como podem ver, nenhuma delas deu certo até agora. Por isso eu vou ser bem claro desta vez. - então fixou o olhar em mim, e eu quase tremi com tamanha intensidade, quase me sentindo nu – Qual é o seu preço?

- O que?

- Quanto você quer por isso? – ele apontou para mim e eu segui seu olhar, focalizando minha barriga.

- Kim Namjoon, onde estão seus modos?! – SeokJin hyung desferiu um tapa estalado no braço do marido, eu teria rido se não fosse tão trágico. – Taehyung-ssi, desculpe meu marido, ele...

Eu parei de ouvir por alguns segundos. Meu coração pareceu bater mais intensamente. Não sei por que, mas... as palavras do senhor Kim pesaram um pouco na minha consciência. E de repente eu me senti mal por estar ali, por estar a abrir mão do feto daquele jeito, como se ele fosse um objeto, como se tivesse uma etiqueta... como se tivesse um preço.

Senti meus olhos arderem, me senti horrível. Não acredito que ele disse isso...

- Tae, quer ir embora? – com muito esforço consegui ouvir a voz do Park, enquanto uma confusão de vozes rolava naquela sala. Eu apenas neguei com a cabeça, por mais que quisesse sair correndo dali.

- Senhor Kim... Não sei ao que vocês estão acostumados, mas eu não vim aqui para pedir dinheiro. Eu estou grávido, e não estou feliz com isso, é verdade. Se eu pudesse voltar no tempo com certeza faria diferente, mas agora eu estou aqui e... Sinto que minha infelicidade possa acabar interferindo na felicidade dele – toquei o relevo que não existia sob minha blusa – E isso é o que eu menos quero. Sinto que ele merece mais do que o que eu posso oferecer, merece ser amado com uma sinceridade que me julgo incapaz de fingir... –as lágrimas já escorriam livres pelo meu rosto.

- Oh meu Deus, Namjoon! Olha o que você fez! – SeokJin hyung estapeou o braço do marido mais uma vez antes de sentar ao meu lado e me acolher no perfume e calor dos seus braços. E, sinceramente, parecia que a cada centímetro mais perto ele ficava cada vez mais bonito. – Taehyungie... – ele me acalentava em seus abraços enquanto eu soluçava um pouquinho mais.

- Hyung... me desculpe – me afundei um pouco mais no seu abraço.

- Tá tudo bem, tudo bem... você não fez nada para se desculpar.

- Eu só queria que ele ou ela tivesse uma família de verdade, que o amassem de verdade... que fizesse faculdade, viagens e amigos...

- S-se depender de mim, o seu bebê terá tudo isso. – o hyung respondeu emocionado. – Se, claro, você ainda nos quiser como pais dele.

Não consegui conter meu sorrisinho vitorioso, que, com sorte, passou despercebido pelo hyung.

Acho que o prêmio de melhor atuação do ano vai para Jung Byun Taehyung.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...