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História Take Me Away - The Liar - Cold Water


Escrita por: ValentinaBloom

Capítulo 6 - Cold Water


Fanfic / Fanfiction Take Me Away - The Liar - Cold Water

"And if you feel you're sinking, I will jump right over
Into cold, cold water for you
And although time may take us into different places
I will still be patient with you
And I hope you know
I won't let go"


Corro sem parar por minutos que mais se parecem horas, tentando fugir das garras do tenebroso lobo que me persegue. Esse campo florido não tem fim e eu já estou cansada de tanto correr.


Olho para trás e ele já não é um perseguidor feroz, se transforma em um uma figura humana, emanando raios de luz de suas mãos, que ofuscam meus olhos. Acabo tropeçando em um galho que posso jurar que não estava no chão. Entro em pânico, juntando minhas forças para me levantar e o Rei Sol se aproxima logo atrás. Alguém estende a mão para mim e a seguro, me apoiando para levantar e olhar quem está ali.


— Pai? - o abraço forte, não acreditando que ele está aqui.


— Vai! Corre, filha! - ele diz e vai para cima do homem que salta, virando novamente o lobo.


— Pai! - grito e ele sorri para mim antes de dar seu último suspiro ao ser destroçado com a forte mandíbula do inimigo.


Assustada, corro seguindo uma trilha em meio à floresta densa e úmida, até pisar em falso. Chego a beira de um penhasco. A criatura me cerca e eu olho lá embaixo, é alto, mas a água amorteceria minha queda.


Tenho duas opções: ficar aqui e ter o mesmo destino do papai ou pular do penhasco com cerca de trinta metros de altura. Uma queda não-fatal.


Olho para a fera, enxergando o meu reflexo em seus olhos cintilantes. Suas pupilas estavam dilatadas, escondendo quase que por inteiro a cor avelã de sua íris. Ele avança, posicionando perfeitamente suas patas dianteiras sobre as pegadas das frontais.


É agora ou nunca, fecho meus olhos e pulo.


Sinto a água gelada penetrar em cada poro da minha pele pelo impacto e de nenhuma forma, não posso voltar à superfície. Meus pulmões parecem ter pedras em vez de ar o que me afunda a cada braçada desesperada.


— Scott! - grito engolindo a água gelada, sentindo cada movimento meu ficar mais lento, as minhas ordens eram vãs.


Alguém me agarra pela mão e passa a sua sobre meu rosto, acalentando-me. Isso não é um sonho. Voltei à realidade a qual não é menos complexa que um sonho.

Abro os olhos vendo quem era, Scott. Logo pulo em cima dele o abraçando forte, seu corpo é quente o suficiente para me deixar em segurança.


A primeiro momento, ele se assusta com meu ato mais que impulsivo e me ajeita em seus braços acariciando os meus cabelos.


— Não me solta! Por favor... - me aninho em seu peito e as lágrimas rolam sem que eu possa contê-las.


— Eu não vou te soltar. Nunca. - ele beija minha testa e eu confio em suas palavras.

"E se você estiver afundando, vou pular
Nessa água fria por você
E apesar do tempo nos levar a lugares diferentes
Eu ainda serei paciente com você
E espero que você saiba
Que eu não vou te soltar"


Ele cuidadosamente, me afasta para que possa ver meus olhos e limpa as últimas lágrimas que ainda caíam e sorri amável.


— Promete? - tudo o que mais quero é que ele prometa para mim, só aí poderei me estabilizar.


— Eu prometo. - sorri e segura em meu rosto com as duas mãos, olhando profundamente em meus olhos.


Nesse momento, tenho quase certeza de que ele está procurando pela minha alma, mas ela não faz mais parte de mim. Ficou lá, naquela rodovia no dia em que perdi toda a minha vontade de viver.


— Obrigada - sorrio sem tirar os olhos dos dele.


— Foi pesadelo? - diz passando seu polegar pela minha bochecha e assinto com um meio sorriso.


Olho ao redor, não estou no meu quarto...


— Espera. Onde eu estou? Como vim parar aqui?


— Eu te trouxe. Você está na minha casa, ontem você não estava muito bem. Está com fome? - Scott se levanta da cama e eu solto um grunhido como reclamação. Ele ri fraco.


— Um pouco.


— Vou fazer e trago aqui para você. O que gosta de comer?


— Panquecas com mel, por favor.


— É rápido. - ele diz saindo - Fica deitadinha aí que eu já volto. - rio quando ele quase tropeça em uma pantufa no chão.


Me deito na cama fitando o teto sem cor e refletindo sobre o sonho. Por que não é o mesmo sonho de sempre? Por que o meu pai se sacrificou por mim? Quem era aquele lobo? São tantas perguntas! E Luna não está aqui para respondê-las. Não há como, mesmo sendo perguntas sólidas, as respostas seriam vagas.


Olhos de avelã. Reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar, Bolton. Está tudo se tornando cada vez mais confuso!


Quem é o vilão? Justin ou Scott?


Cansei de ser a princesinha que ocupa o seu tempo sendo salva pelo príncipe encantado. Quero ser independente, me salvar por mim mesma, sem precisar da ajuda de ninguém. Porém, não há a possibilidade disso acontecer ,porque não sei me virar sozinha. Serei sempre dependente de alguém, o que é vergonhoso.


Relembrando algumas coisas da desastrosa noite anterior, me sinto imunda por ter a algidez de ter amarrado Zack para meu próprio prazer; eu não dei o que ele queria, de ter usado droga e deixado Justin me ver tão vulnerável. Não sei o que ele quer de mim agora, mas sei que em hipótese alguma serei um de seus brinquedinhos. Não quero que ele rompa com a Briana por minha causa.


Não vou negar que tive delírios com o seu toque intenso lá embaixo, uma sensação deliciosa a qual jamais senti em minha vida e algo, no lugar mais sombrio do meu ser, clama para ter isso de novo. Silencio o grito incessante, abafando-o. Não vou trocar Scott por uma coisa que eu sei que será sutil e passageira. Necessito de carinho, de alguém que não me deixe. 


— Pronto. - Scott chega colocando a mesinha com a refeição na cama.


— Nem sei como agradecer, Scott. - sorrio e começo a comer enquanto me olha, procurando por detalhes.


Termino rápido e ele sorri satisfeito.


— Gostou? - pergunta receoso.


— Eu amei. Você cozinha muito bem, só me desculpe pelo incômodo.


— Não se preocupa com isso, ok? - sorrio - Estamos atrasados para a aula de português.


— Eu não quero ir... Me leva de volta para a boate? - peço fazendo manha.


— Kate, são sete e meia da manhã, a boate não está funcionando e você precisa de ir para a escola ou vai tomar bomba por causa de falta. - faço bico e ele se inclina para frente para beijá-lo. Sorrio me ruborizando. Ai meu deus. Ele fez isso mesmo?


— Mas eu estou de ressaca! Não estou com o uniforme e nem os materiais da escola aqui. - tento driblá-lo.


— Passamos na sua casa e aí você pega tudo e se arruma. Acho que não vai ter problema se chegarmos atrasados no segundo horário. Aliás o seu tio lig... - ele é interrompido quando meu celular toca - Deve ser ele. - Scott pega o meu celular na mesa ao lado e me entrega - Atende.


Intercalo meus olhos entre o maldito celular vibrando e Scott. Ele faz um gesto com a cabeça, bufo e atendo.


— Robert. - reviro os olhos, mas sorrio quando Scott começa a brincar com meus dedos.

— Katherine Kristen Johansson! Onde estava? - afasto o telefone do ouvido para que os gritos não estourem os meus tímpanos.

— Pela longa estrada da vida... - canto no ritmo da música. 

— Não brinque comigo! Faz duas semanas que você não vem para casa e fica recusando minhas ligações! Por onde você estava andando? - diz bravo continuando o seu show.

— Vou aí pegar umas coisas. Tchau. - falo rude e desligo.

— Não deveria ter falado assim com ele. Ele é o seu tio - o olho como se fosse óbvio - e só está preocupado com você.

— Vai me dar lição de moral agora? - me levanto da cama macia - Vamos logo, antes que eu me arrependa.

                   *               *               *

Scott estaciona o carro em frente à mansão do Robert e já entro, subindo direto até o meu quarto enquanto meu motorista particular me espera na sala.

Escolho o uniforme das líderes, o coloco sobre a cama e vou tomar meu banho. Fui rápida porque não temos muito tempo e me arrumo depressa soltando os meus cabelos e enrolando algumas mechas com os dedos. Coloco a mochila no ombro e desço as escadas, pegando Scott e meu tio conversando.

Eles param ao Scott me ver e sorrir.

— Atrapalhei a reunião dos machos alfa? - sorrio indo até ele.

— É... Que... - Scott passa a mão em sua nuca olhando para o tapete no chão, sorrindo todo vermelho.

— Não. - Robert é mais rápido que ele e dá tapinhas nas costas dele. - Cuida dela hein?

— Pode deixar, Senhor Johansson. - ele sorri fofo olhando para mim, entrelançando seus dedos aos meus.

Me despeço do meu tio e vamos para a escola.

— Tenho que ir na diretoria resolver umas coisas e você, donzela, vai para a aula. - ele sela meus lábios e nos separamos.

Bato na porta para anunciar a minha chegada.

— Até que enfim a senhorita resolveu aparecer... - a professora fala com ironia - Entre e sente-se Katherine. - ela se vira para a lousa voltando a fazer a anotação dos termos sintáticos.

Entro e me sento no meu lugar de sempre, e Hope já começa a tagarelar.

— Oi! - ela pula em sua cadeira toda empolgada. - Tenho tanta coisa para te contar, amiga! Por onde andou esse tempo todo?

— Oi. Estava por aí me divertindo. - sorrio de lado e começo a fazer o resumo da anotação enorme da professora em meu caderno.

— Vou te contar do babado do ano! Se você já sabe, vai escutar de novo mesmo assim. - Hope diz juntando as palavras de tanta pressa - O casal Bristin não está mais junto!!! - quase engulo a tampinha da caneta, arregalando os olhos.

Não basta eu ter acabado com a minha própria vida, tenho que acabar com a vida dos outros também?

— Tem quanto tempo isso? - finjo não demonstrar interesse no assunto.

— Faz umas três semanas... Eles terminaram naquele dia em que você tinha vindo. - o assunto acaba aí. Decidi não fazer mais perguntas senão vou parecer um detetive procurando evidências e álibis. 

Tento prestar atenção na aula, mas sou impedida por que o dono dos olhos castanhos me olha da primeira cadeira, finjo ignorá-lo, já fazendo uma novena para que o sinal tocasse. E ele toca minutos depois. Abençoado sinal!

Nem espero Hope pois estava ficando nervosa, aquela sala já estava ficando pequena demais para mim e me sufocava. Saio correndo pelo corredor que ainda se encontrava vazio, porém não dou muitos passos até Justin me prender contra a parede, apoiando suas mãos nela, fazendo uma espécie de beco sem saída. Ele me penetra nos olhos.

Quero sair daqui. Scott! Tire-me daqui! Grito em pensamento. Fecho a boca liberando o ar pelo nariz e absorvendo o ar que vinha da boca entreaberta de Justin. Que lábios carnudos... Ele estava perto, muito perto da minha face e eu estremeço por completo quando ele sorri e pressiona seus lábios em uma linha fina antes de começar a me indiciar. 

— Quem era aquela mulher que eu beijei ontem? - pergunta em um tom seco e a testa franzida, cerrando os olhos.

Umedeço meus lábios e logo os fecho, sem nenhuma chance de pensar em uma justificativa concreta. Minha mente está vazia, podendo se escutar apenas o barulho da relva.

Será que ele está se referindo a mim?

Justin é como um disparo de uma arma: resoluto e letal.


Notas Finais


Notas da Autora

Olá amores! Desculpem pelo atraso na postagem desse capítulo. Mas eu prometo que vou postar os próximos o mais rápido possível.

Alguém aí gosta de geometria? Acho que está vindo um triângulo amoroso por aí...

Espero que tenham gostado desse capítulo de hoje. Não esqueçam de falar comigo!!! Quero a opinião de vocês!! Love, Valentina Bloom ❤

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