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História Take Me If You Want Me - Adrenalina e Fantasias


Escrita por: cherrylispector

Capítulo 11 - Adrenalina e Fantasias


Raquel. Raquel. Raquel. Raquel Murillo.

Ela não saía da minha cabeça. Nem por um segundo.

Os olhos, a pele, a inteligência, a sensualidade, a voz...

Eu não queria admitir nem para mim mesmo, mas eu estava fascinado por ela.

A forma com que ela conseguia ser uma amiga compreensiva que em pouco tempo havia percebido em mim naquele dia o que ninguém havia enxergado, e ao mesmo tempo uma mulher muito sensual que apenas queria alguns momentos de sexo comigo - que apenas queria ser a amante do “professor” depois da aula -, eram dois extremos que apenas ela conseguia atingir.

Eu estava em um nível de que acordava pensando nela e ia dormir pensando nela também. A verdade é que eu nunca havia possuído em minha vida uma mulher como Raquel. Eu tive alguns relacionamentos depois do fim do meu casamento, poucos duradouros, mas não se comparava de maneira nenhuma ao que eu estava vivendo com Raquel Murillo.

O risco.

A sedução.

A falta de controle.

O desejo

A aventura...

Quando me casei com a Alex, eu gostava de estar com ela porque era confortável e ela gostava de mim também, já com Raquel, eu sentia praticamente a necessidade de tê-la e de que ela me quisesse na mesma proporção. Mas dentre tudo isso, o episódio no telhado da universidade havia me deixado ainda mais pensativo em relação a ela.

Raquel não era do tipo que se prendia as amarras de um homem, porém havia algo no beijo que havíamos dado naquela noite que parecia ter mudado algo nela, ela passou a aula inteira calada depois daquilo como se estivesse anestesiada e praticamente saiu correndo assim que eu disse que havíamos terminado todo o trabalho do dia. Eu via nos olhos dela que ela estava se apegando a mim e eu tampouco conseguia imaginar as minhas aulas naquela universidade sem Raquel.

Eu não queria me apaixonar por ela, e muito menos queria que ela se apaixonasse por mim. Mas, o tempo todo eu sentia que aos poucos estávamos nos perdendo um no outro e no nosso próprio jogo.

Essa possibilidade me assustava.

- Vamos fazer uma brincadeira, Fabio. Eu jogo essa caneta e você calcula a velocidade, tempo e distância com a qual ela atinge a sua testa. - Alicia disse com uma caneta na mão e Fabio revirou os olhos.

- Para a sua informação, isso são fundamentos da física. Eu sou engenheiro e só tenho focado em dar aulas no campo da matemática.

- Pensei que era tudo farinha do mesmo saco, todos estudam números mesmo. - Deu de ombros e Fabio cruzou os braços a olhando em desafio, ela espelhou o gesto.

- É claro que eu estudei física na faculdade, está no currículo de engenharia, porém faz tanto tempo que eu nem me lembro... - Rolou os olhos.

- Belo professor, você é. Tenho até pena dos seus alunos. Agora imagina se você fosse construir um prédio sem ter noções de física, iria cair e você seria processado. - Afirmou a última frase com os olhos brilhando.

- Eu tenho noções de física, só estou um pouco enferrujado, já que esse não é o meu foco em sala de aula.

- O seu foco em sala de aula é ficar de olho nas suas alunas.

- Vocês parecem duas crianças. - Comentei e os dois me olharam.

- Falou o cara que brigou com a aluna por causa de “Romeu e Julieta”. - Fabio comentou com ironia e Alicia sorriu enquanto negava com a cabeça.

- Eu realmente odeio concordar com o Fabio, mas ele tem razão. - Alicia disse e Fabio sorriu para ela como se dissesse “Eu sempre estou certo”.

- Por falar nisso, como a vai a tese da Murillo? - Fabio perguntou interessado e Alicia desviou o olhar totalmente para ele.

- “A tese da Murillo” olha só como ele está cheio de liberdade. - Alicia o jogou uma bolinha de papel que foi diretamente em sua testa, e eu quase sorri. Ele alcançou a bolinha de papel e jogou de volta nela, atingindo seu braço.

Uma creche.

- A tese da Murillo vai bem. Temos elaborado um bom projeto e ela está se esforçando bastante. - Disse apenas e voltei a minha atenção para o notebook a minha frente, digitando alguns e-mails que já estavam pendentes há dias, ficar pensando em Raquel estava tirando um pouco do meu foco.

- Acham que realmente vai dar tempo de terminar isso em tão pouco tempo? - Alicia perguntou e eu levantei o olhar para vê-la.

- Tem que dar tempo, Alicia. - Disse e ela assentiu. - E no ritmo que estamos indo, tudo irá dar certo. - Afirmei com convicção, e era verdade.

- Espero mesmo, porque eu corto você no meio se a minha amiga perder a vaga dela por causa do seu egocentrismo. - Fabio abaixou a cabeça rindo e eu o olhei irritado.

- Essa já é a sua quinta ameaça em menos de um mês. - Disse sério.

- O que significa que é para você ficar esperto. - Disse sorrindo diabolicamente.

- Vocês irão vir para aquela festa ridícula que os alunos organizam todos os semestres? - Fabio perguntou e Alicia sorriu de lado.

- Você sempre fala que é ridícula, mas você sempre vem. - Alicia disse enquanto cruzava os braços.

- Eu tenho os meus motivos. - Respondeu com um sorriso um tanto malicioso.

- Sim, ver as alunas e professoras solteiras. - Alicia disse e eu sorri.

- Eu vou ignorar as suas tentativas de trocar farpas, Alicia. - Fabio disse e depois intercalou o olhar entre nós dois. - Já sabem qual vai ser o grande tema desse semestre? - Perguntou e Alicia apoiou o rosto em uma das mãos com um olhar entediado.

- “Anos 50” todo mundo a caráter. - Sorriu cínica. - As mulheres com aqueles vestidos rodados e de bolinhas... os homens de jaqueta de couro ou terno. - Rolou os olhos.

- Você poderia vir de Hitler. - Zombou olhando para Alicia e ela desviou os olhos para mim.

- Eu odeio esse cara, porque ele é burro. - Comentou e eu acabei caindo na risada. Ela voltou a olhar para Fabio e deu um sorriso cínico. - É para vir ao estilo da moda dos anos cinquenta e não de uma personalidade famosa, e além do mais, Hitler morreu no ano de 1945. Ele não viveu até os anos cinquenta. - Fabio revirou os olhos em total tédio.

- É, sabe tudo? Qual foi a data em que ele morreu? - Perguntou olhando para Alicia e ela deu de ombros.

- 30 de abril de 1945. - Ela disse e eu voltei a olhar para o computador, apenas ouvindo até onde aquilo iria.

- Anne Frank?

- Não existe uma data exata, só se sabe que foi em fevereiro de 1945.

- Marilyn Monroe?

- 4 de agosto de 1962. - Fabio olhou para mim incrédulo e eu dei de ombros.

- Ela gosta bastante de história. - Disse sério.

- Gosta bastante de história? Ela praticamente possui memória fotográfica. - Alicia sorriu e mexeu nos próprios cabelos que estavam presos em um rabo de cavalo.

- O Andrés sofre com isso, consigo me lembrar com nitidez até das coisas que ele me fez em 1998. - Disse dando de ombros.

- Você é quase uma psicopata. Ainda bem que eu não sou casado com você. - Fabio disse em zombaria.

- Você nunca teria essa capacidade. - Alicia respondeu e eu sorri, a olhando por cima do notebook.

- Queria ser casado com a Murillo. - Disse com um sorriso safado e Alicia fechou a expressão.

- Ainda bem que sonhar é de graça, imagina se a gente pagasse? - Alicia debochou de Fabio enquanto olhava para mim.

- Quanta implicância, Alicia. - Fabio disse e ela voltou a olhá-lo. - Acha que eu não seria capaz de conquistar uma mulher como a Murillo? - Perguntou, apoiando o rosto em uma das mãos.

- Acho. - Disse desafiadora e eu apenas escutava a conversa dos dois sem me pronunciar sobre aquilo.

- Pois, eu acho que eu seria. - Fabio rebateu e ela cruzou os braços na frente do corpo.

- Com base em quê? - Perguntou de volta.

- Não irei discutir isso contigo. - Revirou os olhos e Alicia voltou a olhar para mim.

- E você, Sérgio? Vai vir para a festa vintage? - Perguntou sorrindo.

- Hum, acho que não. Eu só participei dessa festa semestral uma vez e não gostei muito do ambiente. - Disse sério.

- “Eu não gostei muito do ambiente". - Andrés entrou pela sala com um sorriso no rosto enquanto imitava a minha voz ao dizer aquela frase. - Precisa se divertir, sabe? - Andrés me disse e sentou-se ao lado da esposa e selou seus lábios com os dela, cruzando uma das mãos com as dela por cima da mesa.

O amor deles era muito bonito, eles não precisavam demonstrar com palavras. Apenas se olhavam ou possuíam aqueles pequenos gestos confortáveis e cotidianos que mostravam o quanto eles se amavam e eu sempre me perguntava como seria viver um amor como aquele. Algo que dura, algo que simplesmente está lá, sendo alimentado todos os dias.

- Os alunos fizeram uma aposta de quem bebia mais tequila e acabaram... - Comecei dizendo as minhas recordações da festa passada, mas Fabio me interrompeu.

- Isso é completamente normal, Sérgio. - Ele passou o braço por cima de meus ombros. - São jovens e estão vivos.

- Até os professores estavam no ponto de um coma alcoólico naquela festa. - Respondi de volta, talvez eu estivesse exagerando um pouco.

- Não seja exagerado, Sérgio. - Andrés disse e eu dei de ombros. - Falei sobre essa festa com a Raquel, ela está animadíssima. - Sorriu.

- Eu sabia que a Raquel iria amar. Uma oportunidade de beber e beijar na boca, ela não perderia.

- A minha irmãzinha não é assim. - Andrés disse sério, olhando para Alicia com desdém.

“Irmãzinha”

- Quando você fala assim dela parece que ela tem seis anos e não quarenta. - A ruiva disse, o olhando cinicamente.

- Ela é minha irmã mais nova, Alicia, e é a minha única irmã. Como você quer que eu fale sobre ela?

- De uma forma que ela não pareça ter seis anos de idade? - Perguntou e Andrés rolou os olhos com certo tédio.

- Por falar nisso, ela continua elaborando artigos maravilhosos? - Perguntou me olhando e eu fechei o semblante.

- Agora vocês só me procuram para falar sobre a Raquel. - Disse sério. - Eu virei um ponto de informações de alunos? - Perguntei e todos me olharam um pouco chocados, sem entender o motivo do surto. Eu tentava esquecer Raquel o dia inteiro, e além do meu cérebro relembrar a existência dela o tempo todo, ainda havia meus colegas de trabalho muito interessados nela.

- Calma, Sérgio. - Andrés disse. - Eu só quero saber como está a minha irmã.

- Sim, ela continua escrevendo artigos perfeitos. - Disse sério e ele sorriu.

- Minha irmã é um prodígio.

- Sim, ela é. - Respondi ainda olhando para o notebook a minha frente. - Agora eu preciso ir para a aula. - Disse enquanto fechava o meu notebook com certa força.

- Está irritado, Sérgio? - Alicia perguntou com certa zombaria e eu revirei os olhos.

- Não. - Saí da sala dos professores em direção a minha sala.

[...]

Depois da quarta aula da noite, liberei os alunos, pois o assunto já estava bem adiantado e a maioria deles já estavam com sono e quase nenhum deles estava prestando atenção em uma aula de metodologia científica da língua espanhola. Raquel precisava fazer uma apresentação de slides e era a última etapa em que eu a avaliaria. No momento, ela estava parada na minha frente com os braços cruzados, encostada na minha mesa enquanto usava uma blusa de cetim azul com alças finas e uma saia preta apertada no corpo. Diferente dos outros dias em que ela usava roupas mais simples e comportadas, hoje ela estava sexy. Porém, as sapatilhas pretas que ela comumente usava, ainda se faziam presentes em seus pés.

´ - Bom, eu já avaliei precisamente a sua escrita, agora só falta te avaliar de forma oral. - Ela me olhou e ergueu as sobrancelhas com deboche, e eu demorei alguns segundos para perceber o duplo sentido que facilmente poderia soar naquela frase. - Raquel. - Repreendi e ela riu.

- Ai, Sérgio. Eu não disse nada. - Sorriu e veio para perto de mim, pousando os dois braços em meus ombros e cruzando as mãos atrás do meu pescoço, em pé na minha frente e com o decote bem no meu rosto. Eu segurei a sua cintura quase como em um reflexo - Porém, eu não terminei a minha apresentação de slides ainda. Falta alguns detalhes.

- Mas você está adiantada? - Ela assentiu.

- Bastante, me falta algumas páginas e eu logo termino. - Sorriu. - Tem sido um trabalho meio lento, pois tenho estado um pouco ocupada nos últimos dias. - Eu estreitei os olhos para ela.

- Eu sabia que esse nosso caso iria atrapalhar a sua vida acadêmica. - Afirmei e ela negou com a cabeça.

- Você não é o centro do mundo, Sérgio. - Bateu em meu ombro e eu ri. - Na verdade, eu me inscrevi para aquele projeto de escrita. - Torceu o nariz. - Essa é a minha ocupação. Não tive muitas atividades extras quando estava na Alemanha e agora que tenho a oportunidade estou enchendo o meu currículo. - Deu de ombros. - Me inscrevi no clube do livro da Alicia, e fiz amizades com alguns estudantes de doutorado e mestrado também. Inclusive, você vai vir para a festa semestral? - Sorriu eufórica.

- Por que do nada todo mundo resolveu ficar falando sobre essa maldita festa? - Revirei os olhos.

- Porque me parece bastante divertido. - Disse me olhando e balançando os ombros com certa animação. - Eu gosto de festas. Ainda mais essa que vai ter um tema dos anos cinquenta, eu estou louca para escolher um vestido.

- Uma oportunidade de beber e beijar na boca, hum? - Perguntei, repetindo as palavras de Alicia e ela cerrou os olhos para mim, jogando a cabeça um pouco para trás, sem entender exatamente o que eu pretendia expressar com aquilo.

- Por que está falando como a Alicia? - Abriu um pouco as pernas, sentando no meu colo, de frente para mim. Olhei no mesmo momento para a porta que não estava trancada. A qualquer momento alguém poderia entrar e ver Raquel sentada no meu colo.

O que seria um caos.

- Raquel. - Olhei para a porta novamente, mas ela virou o meu rosto com as mãos para que eu olhasse para ela.

- Por que falou assim?

- Porque a Alicia disse isso para mim. Hoje na sala dos professores. Que você não perderia a oportunidade de beber e beijar na boca. - Rolei os olhos levemente e ela sorriu, colocando o lábio inferior entre os dentes.

- Ficou com ciúmes? Acha que irei ficar com outras pessoas na festa? Beijar outras pessoas? - Perguntou, com a boca bem perto da minha. - Você não quer que eu me envolva com outras pessoas além de você? Quer ser exclusivo?

Ela estava me deixando nervoso, o que não era exatamente uma novidade.

- Nós não possuímos nada para que eu fique com ciúmes. - Disse sério.

- Mesmo assim você ficou. - Sorriu de lado. - O que foi? Não quer admitir? - Perguntou enquanto passava as unhas levemente por minha nuca, me causando sérios arrepios.

- Eu não estou com ciúmes. - Respondi sério e ela apenas parecia querer rir da minha situação.

- Então, não há problema nenhum se eu beijar outras pessoas, certo? - Perguntou e eu respirei fundo.

- Eu não disse isso. - Afirmei quase em um sussurro e ela rebolou no meu colo com certa brincadeira. - Para de me provocar, Raquel.

- Se não, você vai fazer o quê? - Perguntou, ainda rebolando em meu colo. Um sorriso muito malicioso nos lábios. Eu já estava começando a ficar excitado, na verdade, eu estava desde que ela havia sentado no meu colo daquele jeito. Segurei os seus quadris, a fazendo parar e ela fechou o sorriso que possuía nos lábios.

Por mais que eu quisesse transar com ela, estávamos em sala de aula com a porta aberta e precisávamos dar início a sua apresentação.

- Vamos começar a sua apresentação? - Perguntei sério e ela assentiu, saindo do meu colo e indo até a sua bolsa que estava na mesa e tirando de lá um pen drive de cor preta. Ela o colocou no meu notebook e selecionou algumas coisas, aparecendo uma projeção em cor branca logo atrás dela.

- Devíamos... trancar a porta? - Perguntou e eu dei de ombros.

- Somente se você quiser. - Disse e ela assentiu indo até a porta, porém não a trancou.

- Não precisamos trancar, não é? Não estamos fazendo nada de errado. Além do mais, não tem muita gente na faculdade hoje. - Eu assenti e ela voltou, parando na frente dos slides e ia começar a apresentação, porém parou um pouco, respirando fundo.

- O que foi? Está nervosa? - Indaguei e ela negou com a cabeça. - Só estamos eu e você aqui, e com certeza essa não é a sua primeira apresentação. - Sorri, mas ela deu de ombros.

- É estranho me apresentar para você. - Voltou o olhar para o slide atrás dela.

- Você dançou em um palco de striptease e agora está com vergonha de se apresentar academicamente para mim? - Indaguei sério e ela revirou os olhos.

Aquilo não era muito coerente.

- É diferente, quando eu estava no palco você não estava me olhando com esse olhar de julgamento. - Encostou-se no quadro atrás dela.

- Postura. - Disse e ela revirou os olhos.

- Você é insuportável.

- Só estou exercendo o meu dever como o seu orientador. - Sorri e ela revirou os olhos mais uma vez.

- Hum, tudo bem, irei começar. - Desencostou-se do quadro e começou a apresentação. Ela possuía boa desenvoltura e oratória, apesar de estar um pouco receosa com o meu olhar por cima dela. Ela conseguia manter uma postura boa em relação ao assunto, além de argumentar e explicar de forma clara e precisa. Porém, o que estava me surpreendendo era o seu projeto em si. Raquel possuía algo que nem todos os professores com milhares de doutorados possuíam: muita imaginação e criatividade e era o que a destacaria do restante com aquele projeto.

- Fale um pouco mais devagar, você está se apressando muito em dizer tudo o que tem na cabeça, porém os pensamentos não irão sumir. Diminua a velocidade. - Pedi e ela assentiu, recomeçando a frase que estava dizendo um pouco mais devagar dessa vez. Eu assenti com a cabeça, a incentivando e ela quase revirou os olhos. - Por que não consegue manter o olhar no meu por alguns segundos? É importante conseguir focar um pouco o seu olhar nos ouvintes pois isso passa transparência e autoconfiança. - Ela ergueu a cabeça e rolou os olhos com tédio.

- Você parece uma máquina de críticas, é difícil manter o olhar em alguém assim. - Respondeu e virou-se ligeiramente de costas, adiantando alguns slides.

- Só estou fazendo o meu dever aqui. O meu dever é te ensinar. Te ensinar como elaborar um bom projeto e principalmente, eu estou aqui para corrigir as suas falhas. - Disse e ela voltou a se encostar no quadro enquanto me olhava. - Se eu apenas ficar elogiando os seus acertos, você vai aceitar e vai parar onde está. Contudo, eu quero que você evolua ainda mais. - Expliquei e ela sorriu, entendendo as minhas intenções.

- Você quer me transformar em uma “Sérgio Marquina”.

Voltou a se apresentar e a virar-se ligeiramente de costas para explicar sobre uma gravura que estava projetada no quadro. Perdi um pouco o foco da apresentação e olhei para baixo, para a sua bunda.

Ela possuía um grande volume ali. Era quase impossível não reparar.

Obviamente, eu já havia reparado naquilo antes, porém a saia preta que ela estava usando hoje, ajudava a realçar aquela curva. Voltei o meu olhar para o quadro e Raquel alcançou um lápis na mesa e prendeu os cabelos com ele. Eu ainda ficava um pouco chocado com aquela habilidade dela.

Passei as mãos por minhas coxas, tentando acalmar o desejo que estava se formando em mim, apenas por olhar Raquel apresentar slides sobre o seu projeto de doutorado.

Eu estava virando um pervertido.

Apenas Raquel conseguia ter aquele efeito sobre mim com tão pouco.

Desci um pouco mais o olhar e percebi que ela usava uma daquelas meias que ela costumava usar por baixo da saia. Ela abaixou-se para pegar algo que havia caído no chão, olhando para mim e percebendo a atenção nada inocente que eu possuía por cima dela.

- Professor? - Ela perguntou e eu subi o meu olhar para o seu rosto. Ela havia parado a apresentação e se encostado no quadro atrás dela, enquanto cruzava os braços na frente do corpo, destacando o decote dos seios com o movimento. - Acho que estou falando há uns cinco minutos aqui e você não está me ouvindo, certo? - Perguntou com um sorriso enquanto negava com a cabeça. - Dessa vez eu não possuo culpa por tentar desviar o seu foco, sou completamente inocente.

- Não é bem assim, eu estava prestando atenção. - Disse, um pouco nervoso e empurrando os meus óculos para trás.

- Claro que você estava, só não era na minha apresentação. - Sorriu e veio até mim, parando na minha frente. - Talvez o clima fique melhor se... aliviarmos a tensão. - Segurou a minha mão, me guiando para que eu sentasse na cadeira atrás da minha mesa. Eu o fiz e ela ficou de pé na minha frente, beijando meus lábios rapidamente. Se ajoelhou no chão, praticamente debaixo da mesa e começou a abrir o meu cinto.

- Raquel, a porta está aberta. - Disse e ela negou com a cabeça, ignorando a minha fala.

- Por isso eu estou embaixo da mesa. - Sorriu. - Shh... Vai ser rápido. - Passeou uma das mãos em minha coxa, me causando ligeiros arrepios, a olhei sério e ela apenas sorriu cinicamente. Abriu o zíper da minha calça e abaixou a boxer que eu usava, passando a mão por meu membro já ereto. Engoli em seco e olhei para a porta, não sei o que era maior ali, o meu medo de que alguém entrasse e nos flagrasse, ou o meu desejo de que ela continuasse fazendo o que estava fazendo. Acho que era a segunda opção.

Raquel olhou-me mais uma vez e abriu a boca devagar, passando a língua pela ponta de meu membro. Arqueei a cabeça para trás e apertei a madeira da mesa com uma das mãos enquanto respirava fundo e engolia em seco.

Ela pousou a boca sobre meu membro e começou a se movimentar continuamente, eu segurei a cabeça dela em um gesto automático e ela continuava massageando as minhas coxas, agora com as duas mãos. Fechei os olhos por alguns segundos e lambi os meus próprios lábios, apenas focando no prazer que ela estava me dando. Assim que a minha respiração começou a acelerar pelo orgasmo eminente, percebi alguém mexer na porta e algumas batidas serem feitas. Olhei para Raquel e ela tinha os olhos arregalados, parou o que estava fazendo e me olhou séria.

- Manda entrar. - Disse baixinho.

- E se...

- Estou debaixo da mesa, ninguém irá me ver. - Respondeu e eu assenti, arrastando a cadeira, de forma a cobrir Raquel por inteira abaixada debaixo da mesa.

- Entra. - Disse e puxei a bolsa dela, jogando por baixo da mesa também. A porta se abriu e era Andrés.

- Por que demorou tanto para me mandar entrar? Está fazendo algo errado, Sérgio? - Perguntou e eu neguei com a cabeça. - Onde está a minha irmã?

- Não sei. - Disse e Raquel acariciou minha coxa com uma das mãos.

Filha da puta.

- Ela não deveria estar aqui com você? - Perguntou e eu assenti.

- Sim, mas acho que ela deve estar no andar de baixo. Ela foi ao banheiro. - Por mais surpreendente que fosse, Raquel voltou a colocar a boca em meu membro por baixo da mesa. Segurei sua cabeça, acariciando sua nuca de forma que ela entendesse que ela deveria parar, porém ela apenas empenhou-se ainda mais com a carícia.

Como ela tinha coragem de fazer o que estava fazendo com o irmão dela naquela sala?

- Está tudo bem, Sérgio? - Perguntou me olhando confuso. - Você parece estar com febre, está vermelho...

- Acho que eu não estou passando muito bem. Logo, eu vou descer. Você não ia procurar a sua irmã? - Perguntei.

- Na verdade, eu ia perguntar se ela tinha carona para ir para casa. O carro dela deu problema de novo e ela voltou a vir com a Alicia, já falei para ela dar um fim naquele carro, mas ela é apegada demais nele. - Continuou dizendo e eu respirei fundo passando a mão por um dos lados do pescoço de Raquel.

- Hum, qualquer coisa, eu... - Massageei as minhas têmporas. - Eu a levo para a casa. - Disse e ele me olhou ainda mais confuso.

- Você está bem mesmo? - Perguntou, e eu assenti.

- Sim. - Confirmei. - Eu só vou resolver umas coisas e esperar a sua irmã para a aula e depois eu a levo para a casa, não há problema nenhum. - Sorri, tentando transparecer naturalidade e Andrés assentiu.

- Okay, certo. - Disse e ia saindo, mas voltou. - Se você a ver, diga a minha irmãzinha que a Alicia quer falar com ela sobre um vestido e não sei o quê mais, pede para ela ligar para a Alicia.

“Irmãzinha”

- Eu peço sim.

- Okay, até amanhã, hermanito. - Disse e saiu da sala. Eu respirei fundo e depois despejei todo o ar que parecia estar preso dentro de mim.

- Raquel... - Sussurrei e ela não parava o que fazia, pelo contrário, foi até o fim, até que eu me derramasse em sua boca, segurando firmemente a cabeça dela. Quando terminou, ela fechou a minha calça e passou a mão pelos lábios, saindo de debaixo da mesa. Ela me enlouqueceria.

- Tinha alguma coisa para falar comigo, professor? - Perguntou provocante e eu levantei, indo até a porta e a trancando.

- Nós quase fomos flagrados em um momento bem íntimo. O pior de tudo é que nem era por qualquer pessoa era pelo seu irmão. O seu irmão quase te flagrou debaixo da mesa... - Passei a mão pela minha testa enquanto ela apenas sentou-se na mesa e ficou me olhando falar.

- Não vai me responder nada? - Indaguei e ela deu de ombros.

- Me preocupa um pouco que estamos sendo tão descuidados. - Ela me olhou séria e mordeu o lábio inferior. - Porém, está sendo bom e eu... estou começando a gostar da adrenalina. Fica tudo ainda melhor assim, não acha?

A verdade é que eu também estava gostando daquela adrenalina de estarmos juntos vivendo algo tão proibido, podendo o tempo inteiro sermos flagrados por qualquer pessoa. Era como dirigir um carro com o freio quebrado, você sabe que vai bater, mas continua dirigindo com uma falsa esperança de se salvar.

- Então, você gosta de se arriscar. - Fui para perto dela e me sentei na cadeira a sua frente. Ela assentiu e eu neguei com a cabeça. A puxei pelas coxas para perto de mim e ela soltou um gritinho abafado. - Quero olhar a meia que você está usando, igual naquele dia em que você me excitou e saiu da sala como se não tivesse feito nada.

- Você ficou irritado? - Perguntou e eu assenti. Ela riu e eu abri um pouco suas pernas, subindo a saia que ela usava sem retirar os olhos dos seus. Desviei o olhar para ver a meia e essa não possuía cinta liga, apenas tinha rendas no lugar. Coloquei as duas mãos na barra da calcinha dela e a retirei por suas pernas, a colocando no bolso da minha calça.

- Eu fiquei muito irritado. - Ela fez um biquinho nos lábios falsamente inocente.

- Que pena, não era a intenção. - Sorriu de lado.

- E qual era a intenção? - Perguntei e ela sorriu de lado.

- Te ensinar que você não deve excitar uma mulher e depois não terminar o que começou. Simplesmente um aprendizado para a sua vida. - Sorriu e eu assenti, a puxando ainda mais para perto, a deixando totalmente na beirada da mesa.

Beijei um lado de sua coxa, roçando a barba em sua pele e ela suspirou enquanto me olhava, acompanhando todos os meus movimentos. Sorri e beijei a parte de dentro da sua outra coxa, me demorando ali. Rocei os dentes em sua pele e ela mordeu o lábio inferior, apertando a madeira da mesa com uma das mãos. Tirei os óculos de meu rosto e abri um pouco mais as suas pernas, me direcionando para o seu sexo.

Raquel arqueou as costas assim que eu toquei seu clitóris com a língua, ela apertou minha nuca com uma das mãos enquanto gemia baixinho.

- Sérgio... - Sussurrou e apertou a mesa mais forte, jogando o corpo para trás. Olhei para cima para ter a visão dela tão entregue e senti meu corpo arrepiar-se ao observar a expressão de prazer que ela possuía no rosto, totalmente natural e a minha mercê. Segurei seus quadris para firmá-la no lugar e aumentei meus movimentos, a obrigando a gemer um pouco mais alto e até bater as unhas na madeira da mesa.

A apertei mais forte, trazendo seu corpo contra meu rosto e penetrei a língua em seu interior. Ela quase gritou e puxou os meus cabelos tão forte que eu senti dor. Olhei para cima mais uma vez, vendo seu corpo ondular e voltei a estimulá-la em seu ponto de prazer, ela fechou os olhos completamente e sussurrou um “você vai me matar, professor” chegando ao orgasmo logo em seguida. A segurei no lugar prolongando a sensação e seus gemidos tornavam-se cada vez mais sôfregos, fazendo com que eu parasse e me desvencilhasse dela, olhando para cima com um sorriso.

Ela engoliu em seco ao perceber o meu olhar sobre ela e passou uma das mãos por um lado de meu rosto, acariciando a minha barba com certo carinho. Nós nos olhamos intensamente e eu levantei da cadeira, ficando em pé na frente dela. Ela olhou para baixo por alguns segundos, tentando normalizar a respiração e olhou para mim em seguida.

- Sérgio, eu... - Começou, mas parou. Me puxando pelas mãos, ela me beijou na boca devagar.

- Você o quê? - Perguntei curioso pelo que ela possuía para dizer.

- Nada... eu... esqueci. - Segurei seu rosto com uma das mãos e a encarei, ela ainda parecia querer dizer algo, mas alguma coisa a impedia. Ela fechou as pernas e desceu da mesa, ficando de pé na minha frente.

- Algo está te incomodando? - Perguntei, mas ela negou.

- Vai me deixar em casa? - Perguntou e abaixou-se para alcançar a bolsa que estava no chão abaixo da mesa.

- Vou. - Disse e ela assentiu, andando para sair da sala.

- Irei te esperar no estacionamento, tudo bem? - Assenti e ela saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Eu desliguei todos os aparelhos da sala e peguei as minhas pastas e o meu notebook, indo direto ao estacionamento. Raquel estava parada, encostada no meu carro enquanto fumava um cigarro. Ela sorriu assim que me viu, e eu não entendi bem a divergência de humor, porém sorri de volta.

- Temos que passar no supermercado. É a minha vez de fazer compras, então se você não se importar... - Ela negou com a cabeça.

- Sem problemas, eu também preciso comprar mais cigarros. - Sorriu de lado e nós entramos em meu carro, ela arrumou os cabelos pelo espelho retrovisor e eu parei por alguns segundos apenas a observando fazer aquele pequeno gesto, saí do estacionamento e consequentemente da faculdade e logo estávamos pelas ruas de Madri. - Acelera um pouco o carro, Sérgio. - Riu e eu a olhei de soslaio, sem querer tirar os olhos da estrada. - Tenho certeza que ninguém vai te multar por andar em uma velocidade normal. - Sorriu e eu a olhei pelo espelho retrovisor.

- Eu prezo pela minha vida. - Disse sorrindo.

- Da próxima vez você me deixa dirigir e eu te mostro o que é uma aventura. - Piscou um dos olhos para mim.

- Não sei, você tem um olhar de quem acha que está em “Velozes e Furiosos”. - Afirmei e ela riu. Eu gostava de fazê-la rir, e escutar o som bonito de sua risada.

- Você já assistiu “Velozes e Furiosos”? - Perguntou e eu a olhei pelo retrovisor, ela tinha um semblante confuso.

- Não todos, a série de filmes é muito grande. Porém, já assisti alguns, sim. Por que se surpreendeu? - Perguntei ligeiramente confuso.

- Oras, porque você parece um chato que só assiste clássicos do cinema. Tipo aqueles filmes aclamados lançados em mil novecentos e setenta e dois. - Disse rindo e bateu de leve em meu ombro.

- Eu acho a senhorita muito julgadora, senhorita Raquel Murillo. - Ela me olhou incrédula e depois riu também.

- Desculpa, eu não gosto de julgar, porém você realmente parece ser assim e é difícil de te imaginar de outras formas.

- Mas eu já te surpreendi de muitas maneiras, não? - Perguntei e ela deu de ombros.

- Não sei, acho que talvez você possa me surpreender ainda mais. - Sorriu de lado e eu voltei o meu olhar para a estrada, parando no estacionamento de um supermercado. Estava bem vazio, por causa da hora, já passava das onze horas da noite. Saímos do carro e era estranho estar publicamente com Raquel daquela forma, parecíamos um casal casado, voltando juntos do trabalho, e indo comprar um vinho para comemorar alguma coisa desconhecida.

Por alguns segundos, eu me perdi nessa fantasia.

- Que seção você irá? - Perguntou e eu puxei um papel do bolso, onde Silene havia anotado uma pequena lista de compras.

- Hum, biscoitos, vinho, absorventes... - Fiquei vermelho ao perceber que havia dito aquilo alto e na frente de Raquel. Ela apenas sorriu e me puxou pela mão, nos dirigindo para a primeira seção que eu iria. Ela alcançou um carrinho de compras e começou a empurrá-lo com o corpo dobrado, me fazendo olhá-la incrédulo.

- Você é como uma criança. - Disse e ela deu de ombros.

- Uma criança feliz. - Sorriu abertamente. Andamos pelo local, comigo conferindo tudo no papel e alcançando as coisas na prateleira, as colocando dentro do carrinho. Raquel o empurrava com certo tédio, olhando ao redor e fazendo piadinhas desnecessárias sobre absolutamente tudo o que via.

Um casal estava na prateleira paralela a que estávamos e ela olhou para mim sorrindo.

Ela iria aprontar alguma coisa.

- Não vai levar vinho, amor? Para comemorar os nossos vinte e cinco anos de casados? - Perguntou e eu a olhei estreitando os olhos. A mulher ruiva que estava do outro lado, nos olhou com um sorriso enorme.

- Vinte e cinco anos? - Sorriu. - Nem imagino como deve ser passar tanto tempo juntos. Eu e o Juan temos dez. - Olhou para o homem ao seu lado que imaginei ser seu marido, e ele assentiu enquanto sorria de lado. - Vinte e cinco é uma meta. Vocês devem ter casado muito jovens, não? - Perguntou e Raquel me olhou com um sorriso cínico.

- Fiquei grávida no ensino médio, então acabamos caindo de paraquedas em um casamento. - Logo, além de sermos casados, o que já era absurdo, tínhamos um filho. - Tem vinte e quatro anos o nosso filho mais velho. - E não era só um filho imaginário, tinha outros. - Diz a idade dos outros, amor. - Disse e eu a olhei negando com a cabeça.

- Hum, temos uma menina de dezoito, um menino de quinze, e uma garotinha de cinco anos. - Raquel juntou os lábios como quem queria rir e o seu olhar praticamente elogiava a minha atuação brilhante.

- Que família grande. - Os olhos da ruiva brilharam.

- Sim, daqui a pouco temos netos, não vai demorar nada. Nosso filho mais velho já é casado. Casou cedo como os pais. - Sorriu, ela era uma dominadora da arte da mentira.

- Acho que é o privilégio de casar tão cedo. Vocês conhecerão seus netos e ainda estarão muito jovens. - Comentou e Raquel alcançou a minha mão, a segurando entre a sua.

- Sim, é muito bom poder acompanhar a nossa família, mas no começo foi bem difícil.

No começo de quê?

- Imagino, deviam ser muitos jovens com um bebê. Eu vou indo. Espero que comemorem bem os vinte e cinco anos. Muitas felicidades. - O casal se despediu e assim que estavam fora de vista, Raquel caiu na gargalhada.

- Você é doente. - Disse e ela riu mais ainda.

- Puta merda, Sérgio, quatro filhos. - Colocou as mãos na barriga rindo ainda mais.

- E vinte e cinco anos de casado. - Revirei os olhos.

- Eu não deixaria você me fazer quatro filhos.

- Tem certeza? Eu tenho as minhas dúvidas. - Perguntei e ela abriu a boca incrédula com a minha resposta.

- Você é ridículo, Sérgio.

- Não é o que você me diz na cama, “esposinha.” - Provoquei e ela empurrou um dos meus ombros, me fazendo rir. - Vamos pagar as compras, “esposinha.” - Provoquei novamente e ela apenas rolou os olhos em tédio. Nos dirigimos para o caixa e assim que a atendente embalou as compras em sacolas, voltamos para o estacionamento, guardando as compras. Entramos no carro e ela encostou-se no banco.

- Qual é a próxima parada, “maridinho”? - Perguntou e eu revirei os olhos, saindo do estacionamento com o carro em direção as ruas de Madri.

- A sua casa. - Disse sério e ela sorriu.

- Você sempre corta a brincadeira. - Fez um biquinho com os lábios e seguimos o restante do caminho em silêncio. Quando chegamos na frente da sua casa, ela respirou fundo.

- Até amanhã. - Disse e ela assentiu. Olhou para mim e eu até entendi o que ela queria, porém deixei que ela se aproximasse. Entreabri os lábios automaticamente e ela fez o esperado, me puxando para um beijo. Nossos lábios se tocaram e mais uma vez aquela sensação de estar em um lugar familiar me veio. Como se eu simplesmente houvesse procurado por aquilo a vida toda e agora havia encontrado.

Era uma montanha russa de sensações. Eu nunca havia me sentido daquela forma antes. A minha carreira acadêmica, as minhas premiações e artigos, sempre vieram em primeiro lugar até que aparecesse aquela mulher na minha vida. Agora, eu simplesmente estava disposto a dirigir aquele carro desenfreado que era me envolver com ela.

Não era só Raquel que estava se apaixonando, eu já estava completamente perdido por ela e as sensações que apenas ela me causava.



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