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História Take Me If You Want Me - Feelings?


Escrita por: cherrylispector

Capítulo 8 - Feelings?


Havia se passado duas semanas desde a transa na mesa da sala com Raquel. Nós havíamos nos controlado durante essas duas semanas – pois, resolvemos dedicar a devida atenção que a sua tese merecia - e mesmo que não estivesse acontecendo sexo ou algo íntimo entre nós, há muito tempo, eu não sorria tanto. A única coisa que ainda era capaz de me arrancar um sorriso nos últimos anos, era a minha sobrinha Sara. Até que Raquel aparecesse. Ela conseguia deixar meu dia feliz, apenas por ligar para reclamar da quantidade de conteúdos que possuía para ler e comparar poemas com músicas e mostrar para mim que estava certa.

Uma coisa que ela realmente não precisava, pois eu sabia que ela estava certa.

Porém, era uma coisa que ela estava fazendo muito, e eu continuava a mandando escrever artigos sobre diversos assuntos e cada um que ela me entregava, era melhor que o outro, ela possuía um talento que parecia ter sido esquecido depois de alguns anos e eu queria realmente a fazer relembrar disso, e também porque eu gostava muito de ler qualquer coisa que ela escrevia. Ela sempre me entregava cada artigo com um olhar estressado no rosto, mas sempre sorria ao ver a nota. A sua menor nota havia sido um 9,7. Tirei décimos dela por conjugar um verbo de forma errônea. Pura falta de atenção.

Havíamos cortado o nosso relacionamento “sexual” porque eu não me sentia bem com o que estava acontecendo entre nós dois. Eu não queria usá-la, não era justo. Ela não merecia ser apenas o meu sexo de consolação, e por mais que eu sentisse falta do corpo dela, não queria fazer isso com ela novamente, não queria construir algo que depois eu precisaria acabar. Aquela vez na sala, havia sido a última e dessa vez eu realmente queria acreditar que havia sido, apesar de que eu ainda escutava seus gemidos em minha mente, ainda visualizava o jeito que ela arqueava o corpo de prazer e principalmente, não conseguia esquecer a forma com que ela havia me olhado quando a pedi para que me deixasse sozinho, meu coração parecia ter quebrado ali. Quebrado mais uma vez.

Não havíamos tocado no assunto daquela fatídica noite durante as semanas que passaram, porém, a tensão sexual ainda existia, mas tentávamos evitá-la a todo custo. Aquele caso era perigoso para nós dois, tanto para a nossa vida acadêmica, como para os nossos sentimentos.

Eu estava na varanda lendo um livro, quando Sara se aproximou. Ela usava um vestido azul claro, cheio de flores amarelas na barra. Sem nem mesmo pedir permissão, ela passou o corpo por baixo do livro e dos meus braços e sentou em meu colo, o que me fez sorrir abertamente. Ela acariciou as próprias tranças que ela possuía nos cabelos e observou o livro que eu tinha em mãos.

- O que está lendo, titio? - Perguntou e eu a olhei de lado.

- O que eu estou lendo, Sara? - Perguntei de volta e ela revirou os olhos.

- Implicante. - Ela zombou e focou o olhar no livro, procurando pelo título na parte de cima da página. - “Madame Bovary?” - Perguntou, ainda em dúvida se era aquilo mesmo que ela havia lido e eu assenti em concordância. - Tantos livros legais na biblioteca e você escolhe esse. - Disse com deboche e eu a olhei incrédulo.

- Virou crítica literária, Sara? - Perguntei e ela me olhou confusa.

- O que é isso? Uma crítica literária?

- O nome já diz, alguém que dá opiniões nas leituras das outras pessoas, geralmente sem ninguém pedir. - Ela pareceu confusa por alguns momentos, mas logo voltou a juntar as peças e assentiu. - E o que são bons livros para você?

- Os que têm figuras, obviamente. - Rolou os olhos e eu sorri.

- Onde está a sua mãe? - Perguntei e ela pareceu desanimada.

- Foi fazer compras de comida. - Eu amava o jeito que ela especificava o “fazer compras” de algo. - Ela vai trazer aquele montão de doces e biscoitos. - Revirou os olhos e eu ri. Às vezes, Sara parecia a mãe de Silene.

- Você não gosta? - Perguntei e ela deu de ombros, cruzando os pequenos bracinhos.

- Gosto, mas geralmente as outras mães proíbem os filhos de comer essas coisas, e aqui em casa eu posso comer o que eu quiser contanto que eu tome banho e tire boas notas. - Sorriu. - Isso não é divertido, porque aí eu não posso fazer as coisas escondida.

- Aprendeu uma palavrinha nova. - Sorri. - “Contanto.”

- Você me ensinou, lembra? - Sorriu.

- Mas sobre a sua mãe, ela só tem vinte e dois anos. Vamos dar um desconto para ela? - Perguntei e Sara revirou os olhos novamente. - E fazer coisas erradas escondida não é algo bom. - A expliquei e me perdi por um momento em minha própria hipocrisia. Eu estava fazendo coisas erradas escondido. Transar com a minha aluna, pensar nela durante as vinte e quatro horas do meu dia...

- Você mimou a mamãe demais, tio. - Riu em brincadeira.

- Bom dia, cheguei. - Silene apareceu na varanda com várias sacolas de compras nas mãos. - Tive que dirigir tanto... - Reclamou. - Eu não entendo porque você escolheu uma casa tão longe do centro de Madri. Essa sua necessidade de estar longe das pessoas me estressa. - Disse para mim e eu revirei os olhos.

- Mamãe. - Sara saiu do meu colo, correndo para abraça-la.

- Não caia nas garras dessa farsante, ela estava falando mal de você. - Disse olhando para Silene que riu, enquanto Sara me olhava com descontentamento.

- Falando mal de mim, Sara? - Silene perguntou e a garotinha negou com a cabeça olhando para mim.

- Você é um dedo duro, tio Sérgio. - Usou um tom de brincadeira e eu ri. - Não vou te contar mais nada. - Revirou os olhos com tédio e eu automaticamente lembrei de Raquel. O que estava acontecendo comigo?

- Ela estava falando que você é uma mãe liberal demais. - Disse e Silene sorriu.

- Mas eu sou, já disse que quando ela completar dezessete anos, irei leva-la para colocar o primeiro piercing. - Sara a olhou com repreensão.

- Não vou colocar isso, parece doloroso e é feio. - Disse, e eu e Silene rimos.

- Não é feio, lá na faculdade, tem uma mulher na minha turma que usa um no nariz, e ela é muito bonita. - Sorriu para mim e eu fui até ela, pegando algumas das sacolas que ela trazia. - Seu tio é um grande apreciador da beleza dela. - Piscou um dos olhos e eu a olhei sério.

- Você agora tem uma namorada, tio? - Sara perguntou e eu neguei com a cabeça.

- Olha o que você faz, Silene. Você sabe que eu e a Raquel, não temos nada. Você sabe que uma relação como essa é expressamente proibida na universidade.

- Eu nem citei nomes. Ela não é a única pessoa da turma de letras que tem um bonito piercing no nariz e é bonita. - Sorriu e eu limpei a garganta, sabendo que o argumento dela fazia muito sentido. - Mas você logo soube que era a Raquel. A sua aluna prodígio.

- Aluna prodígio? - Perguntei e ela assentiu.

- É assim que ela está ficando conhecida na faculdade. Além de só tirar dez nos seus artigos, coisa que já é motivo o suficiente para que ela ficasse famosa, ela ainda tem se destacado bastante nos projetos de escrita da faculdade. - Sorriu de lado. - Queria ser como ela, além de gostosa, um gênio. - Negou com a cabeça.

- O que é uma mulher gostosa, mamãe? - Sara perguntou e Silene abaixou o rosto para encará-la.

- Uma mulher como a sua mãe. - Sorriu e eu torci o nariz. - Ou como a futura namorada do titio. - Disse em zombaria e eu passei por ela, bagunçando seus cabelos e a fazendo me olhar perplexa.

- Às vezes eu te odeio. - Respondeu com um olhar de desdém enquanto passava os dedos entre os cabelos, tentando arrumá-los.

- É um prazer ser odiado por você. - Disse e entrei dentro de casa, para colocar as sacolas na mesa da cozinha. Sara e Silene me seguiam enquanto conversavam sobre as notas da mais nova na escola.

- Eu comprei biscoitos de morango e um doce muito bom de chocolate. - Silene disse e eu e Sara nos entreolhamos como quem diz “é, eu sabia.”

Me aproximei do armário da cozinha, e olhei o visor de meu celular que estava na bancada, procurando saber se havia alguma mensagem ou chamada perdida de Raquel, mas não havia nada. Apenas uma mensagem de Andrés. Segurei o aparelho em minhas mãos e abri a mensagem, ele estava me convidando para um jantar na casa dele e se eu quisesse poderia levar as minhas duas filhas. Silene e Sara. Revirei os olhos e respondi a mensagem, dizendo que iria, mas não iria levar as minhas “duas crianças”. Desliguei a tela e voltei a colocar o celular sobre a mesa, o vendo se acender novamente com uma mensagem com uma foto anexada.

“Diga-me que conhece essa expressão, meu italiano é o básico do básico”

Observei a foto da página de um dos livros que eu havia mandado para ela, era de uma expressão italiana que com certeza eu conhecia, eu automaticamente sorri para o celular.

“É quando você está com saudades. Então você usa: “mi manchi molto”. É porque lá não existe a palavra “saudade”.

“Mi manchi molto, professor.”

Respondeu, e eu sorri novamente, como um adolescente bobo.

“Também sinto a sua falta. Vai para o jantar na casa do Andrés?”

Perguntei, ela digitou por alguns segundos, mas pareceu desistir do que iria falar. Voltando a digitar alguns segundos depois.

“Não queria ir, mas a Alicia está me obrigando.”

“Por que não quer ir?”

“Tudo o que eu não preciso agora é de um jantar com vários phdeuses.”

Disse e eu sorri novamente.

“Em breve, você também será uma “phdeusa.”

“Daqui há muitos meses... “

Eu até poderia a ver revirando os olhos.

“Te vejo lá?”

Perguntou depois de alguns segundos.

“Sim.”

[...]

Raquel se encontrava ainda mais linda naquela noite, usava um vestido de cor branca que não possuía alças e deixava seu colo desnudo, e no pescoço, ela tinha um colar que se destacava em sua pele. Ela sentou-se ao meu lado no sofá da casa de Alicia e Andrés, e em seguida sorriu para mim. Eu realmente queria parar de olhar para ela, mas estava sendo um pouco impossível.

- Boa noite, professor. - Encheu a própria taça de vinho, a levando para a boca em seguida.

- Como anda a elaboração do projeto de tese, Raquel? - Alicia perguntou e a loira a jogou um olhar cúmplice de repreensão.

- Vai muito bem, o Sérgio tem me ajudado bastante. - Alicia a encarou por alguns segundos e Raquel correspondeu ao olhar, arqueando uma das sobrancelhas. Era quase como se elas estivessem se comunicando por telepatia.

- Deve ser bom ter um orientador atencioso que se preocupa com as suas necessidades. - Disse de forma que só eu e Raquel ouviríamos e entenderíamos o duplo sentido. Assim que Alicia saiu da sala, direcionando-se a cozinha, aproximei a boca do ouvido de Raquel e ela arrepiou-se um pouco. Por estar tão perto, consegui sentir o cheiro do perfume dela, joder. Cheguei à conclusão que gostava muito daquele perfume nela, seja lá qual fosse.

- Contou para ela? - Perguntei e ela sorriu de lado.

- Não, mas ela é a minha melhor amiga. E além do mais, Alicia consegue entender as coisas no “ar". Ela não é exatamente como as outras pessoas. - Esticou-se um pouco para alcançar a taça de vinho que estava na mesa de centro. Eu continuava a encarando. - Acha que eu quero sair espalhando que transei com o meu professor? - Perguntou em meu ouvido e eu suspirei. Ela tinha razão, se aquilo se transformasse em um boato dentro da faculdade, as consequências não seriam só minhas, mas nossas. E ainda seria pior para ela, por ser uma mulher, o mundo não era muito gentil com as mulheres. Nem quis imaginar a situação.

- Não quis dizer que você teve intenção de espalhar algo. Mas é que se souberem disso, nós dois sairemos prejudicados e você sabe. - Raquel passou a língua pelo lábio inferior, retirando o excesso de vinho e eu segui seu gesto com o olhar. Ela poderia ser menos atraente. Se ela fosse menos atraente, talvez fosse mais fácil. - Ouvi dizer sobre a forma que você tem se destacado na faculdade. - Mudei um pouco o assunto e ela assentiu sorrindo.

- Bom, os outros professores estão gostando bastante da minha escrita. - Deu de ombros. Por vezes, ela era modesta. Algo bem raro.

- Também era assim na sua outra faculdade? - Perguntei e ela negou com a cabeça.

- A universidade que eu estudava na Alemanha era muito boa, mas não era como essa. Aqui temos mais oportunidades para os alunos, além de que é enorme e tem mais cursos.

- Gosta de estar aqui? - Perguntei e ela sorriu. Ela possuía um sorriso lindo, sincero..., mas por vezes malicioso também.

- Se eu gosto? Tudo que eu sempre quis foi uma vaga nessa faculdade. Digamos que eu me sinto realizada. - Sorriu novamente e eu acabei sorrindo também. - E uma vaga para ser orientada por você.

- Então, já me conhecia? - Perguntei e ela assentiu.

- Quem no mundo acadêmico não te conhece? - Perguntou e eu empurrei os meus óculos para trás. - Você é um dos professores mais premiados por pesquisas. - Deu de ombros. - É impossível não te conhecer. - Voltou a colocar a taça de vinho na mesa e olhou para baixo com os olhos um pouco vazios. Ela cruzou as pernas e voltou a olhar para mim. - Há boatos até que você fez algumas pesquisas em neurologia e que produziu um artigo brilhante, mas que não foi publicado.

- Eu achei alguns defeitos no artigo. De última hora.

- Então é verdade?

- Sim. - Respondi e ela sorriu maravilhada, porém fechou o semblante como se estivesse tomando cuidado sobre o novo assunto que iria falar.

- Passei a semana fazendo teorias sobre aquilo que você tem no quadril. - Disse baixo, praticamente em um sussurro. Havia uma certa hesitação em sua voz e Raquel não costumava ser hesitante em algo.

- Raquel... - Revirei os olhos. - É por isso que eu não queria que você visse. Vai ficar te atormentando.

- Calma, eu não estou pedindo para você me contar. Eu só estou dizendo que não parei de pensar sobre isso a semana toda, não parei de pensar sobre você. - Olhou-me séria. - Sei que você não quer voltar a fazer o que estávamos fazendo, e nem eu quero. Não é saudável. Eu só não consigo evitar pensar em você. Eu não posso mandar no meu cérebro. - E nem no coração, pensei comigo mesmo.

- Eu também não parei de pensar em você, mas sabe que tudo é melhor do jeito que está, não sabe? - Assumi e ela negou com a cabeça, como se estivesse tentando afastar aquelas palavras da sua mente. - Eu nunca mostrei aquilo para ninguém, além de minha ex-mulher e minha irmã Silene. Nunca mostrei a ninguém depois delas, você foi a exceção. Talvez eu tenha sido um idiota com você, te pedindo para ir embora, mas é que... aquilo mexeu comigo. Eu surtei. - Contei o que eu estava sentindo e ela engoliu em seco. Quando a pedi para ir embora, só não queria que ela me visse tão frágil. - Você mexe com a minha cabeça, Raquel. - Antes que ela pudesse me responder, Fabio sentou ao lado dela no sofá e eu revirei os olhos. Que ótimo momento.

- Vão discutir tese a noite inteira? - Perguntou e Raquel o olhou séria.

- Tese é algo complicado, ainda mais uma que está sendo elaborada em seis meses. - Respondeu e ele a olhou com um sorriso.

- Vocês vão ficar para a história daquela faculdade elaborando uma tese em seis meses, sabe? - Perguntou e ela riu.

- Ideia do meu orientador.

- Bem previsível. Essas ideias só poderiam sair da cabeça do Marquina mesmo. - Disse e ela sorriu para ele, olhando para mim em seguida.

- Trabalham juntos há muito tempo? - Intercalou o olhar entre nós dois.

- Infelizmente sim. - Respondemos ao mesmo tempo e Raquel riu, jogando-se levemente para trás. Fabio estava encantado, e eu também estava. Ela não era só bonita, era sensual, atraente, divertida e muito inteligente. E com toda certeza, eu não era o único a perceber isso.

Ela esticou o braço e alcançou a garrafa de vinho, enchendo a própria taça de vinho mais uma vez.

- Vai com calma com a bebida, se ficar bêbada pode acabar contando os seus segredos. - Fabio disse e eu me segurei para não revirar os olhos.

Ele estava flertando com ela?

- Não possuo muitos segredos. - Levou a taça para a boca e bebeu um gole.

- Uma mulher como você? Tenho as minhas dúvidas. - Disse, descendo o olhar para a boca dela e ela apenas sorriu.

- O que quer dizer com “uma mulher como eu?” - Perguntou.

- Mulheres tão bonitas costumam possuir muitos segredos.

- Eu vou para a cozinha. - Avisei e fui para a cozinha, me encostando no batente da porta, deixando os dois sozinhos. Não sei o porquê de eu estar incomodado com aquilo, eu não deveria sentir-me incomodado porque a minha aluna de doutorado completamente solteira estava flertando com um dos meus colegas de trabalho. Eu nem mesmo possuía o direito de me sentir incomodado.

Andrés aproximou-se de mim com um sorriso debochado. Ele possuía uma taça de vinho branco em uma das mãos e estava dançando ao som da música espanhola que tocava no ambiente. Movendo os quadris de forma contínua.

- Vai deixar? - Apontou para os dois com o queixo e eu o olhei em completo tédio.

- Eu não tenho nada com ela, Andrés. Por favor... ela é minha aluna de doutorado. Será que eu terei de soletrar para você? - Perguntei já um pouco irritado e ele me olhou com ainda mais deboche.

- Por que tanta irritação? Calma... - Massageou meu ombro. - Transou com ela, não transou? - Perguntou estreitando os olhos para mim.

- Andrés. - Repreendi sério. - Ela é sua irmã.

- Está praticamente estampado em seu rosto. E minha irmã tem quarenta anos, não dezessete. Disfarça melhor ou vão se dar conta dessas aventuras de vocês. - Revirou os olhos. - Eu não esperava isso de você, o comedor de aluna é o Fabio. - Repreendeu e foi a minha vez de revirar os olhos. - E você escolheu logo o fruto proibido, uma orientanda. Sabe o que acontece com a carreira de vocês, não é? Eu não quero nem pensar como ficaria a reputação da minha irmã se isso se espalhasse. É como um filme de terror.

- Você soa como uma personificação da minha consciência. - Disse e ele sorriu.

- Fico feliz em ajudar, estou aqui para isso. - Voltei a olhar para Fabio e Raquel, ele ainda havia se sentado ainda mais perto dela.

- Minha nossa, você está com ciúmes. - Andrés comentou enquanto negava com a cabeça.

- Eu não estou com ciúmes.

- É? E por que você aparenta querer matar o Fabio? - Perguntou debochado.

- Talvez eu esteja começando a gostar um pouquinho da Raquel. Um pouquinho demais. - Respirei fundo.

- Sérgio, você está ferrado. - Disse e eu assenti.

- Eu sei, Andrés. - Respondi. - Irá ficar aqui me dizendo o óbvio?

- O que aconteceu com o seu discurso de “não quero relações pessoais com ninguém depois do que aconteceu com a Alex?” - Perguntou e eu respirei fundo.

- Eu não sei, eu realmente não sei, Andrés. - O olhei de lado e depois olhei para Raquel no sofá.

Alicia aproximou-se de nós dois e olhou para Raquel e Fabio e depois riu para Andrés que correspondeu a risada. A sincronia dos dois era realmente terrível às vezes.

- Vamos jantar? - Alicia perguntou e eu assenti indo para a cozinha e deixando os dois a sós. Quando cheguei na mesa, Mônica estava sentada em uma das laterais com o celular na mão parecendo digitar algo.

- Boa noite, Sérgio. Você nem me cumprimentou hoje. - Disse sem tirar os olhos da tela.

- Boa noite, Mônica. - Disse para ela e sentei em uma cadeira ao redor da mesa. Raquel chegou alguns minutos depois e sentou ao meu lado, eu a olhei em repreensão, mas ela apenas deu de ombros sem dar a mínima para o que eu achava ou deixava de achar, eu particularmente gostava muito dessa característica dela.

- Se ficar a noite toda colada em mim, vão começar a desconfiar de nós. - Sussurrei baixinho, prestando atenção se Mônica estava olhando para nós dois.

- Eu não estou colada em você, só estamos sentados um ao lado do outro. Para de ser paranoico, você nunca fez nada errado na vida? - Sorriu de lado. - E além do mais, não temos mais nada para esconder, temos? - Perguntou e eu sorri também.

- É, não temos. - A olhei de soslaio. Andrés, Alicia e Fabio chegaram depois de nós e sentaram juntos ao redor da mesa, menos Fabio que mais uma vez, veio sentar ao lado de Raquel.

Cômico.

Raquel sorriu para mim e voltou a falar com ele, sobre algo que eu não estava interessado. Logo, uma conversa entre o grupo restante foi formada e eu estava muito bem, até sentir uma mão – que eu sabia muito bem a quem pertencia – acariciar minha coxa por baixo da mesa. Quase cuspi o vinho que eu estava bebendo.

- Está tudo bem, Sérgio? - Mônica perguntou e eu assenti. Raquel sorriu, levando a taça de vinho para a boca de forma a disfarçar o sorriso.

- Tudo bem sim, falávamos sobre um projeto da faculdade... - Continuei a conversa e logo senti o pé de Raquel passar por minha panturrilha. Eu não entendia o porquê das provocações, se eu me lembrasse bem, eu e ela estávamos em um território diferente agora.

Ela nem mesmo parava a conversa com Fabio para fazer esse tipo de coisa. Quando o tópico mudou para literatura, Raquel resolveu se colocar na conversa e olhar para mim maliciosamente.

- Eu simplesmente detesto Romeu e Julieta. - Disse após Mônica falar sobre o livro em questão.

- Eu também não suporto para ser sincera. - Alicia disse e Mônica revirou os olhos para a fala das duas.

- Vocês duas não são românticas. - A loira mais nova reclamou. - É uma história de amor muito bonita.

- Claro que sim, uma história linda que no final dois adolescentes perturbados se suicidam. - Raquel disse e Andrés e Alicia riram, fazendo Mônica suspirar em tédio.

- Eu também acho um livro muito bom. - Eu disse e Raquel revirou os olhos enquanto bebia um gole de vinho.

- Lá vem o outro que gosta de tragédia. - Respondeu e eu a olhei totalmente entediado.

- Ouvi falar que a primeira briga de vocês foi por causa desse livro. - Fabio comentou.

- E aí, já melhoraram a frequência de discórdias? - Mônica perguntou.

- Digamos que sim. - Raquel deu de ombros e eu resolvi jogar com ela também. Acariciei sua coxa desnuda pelo vestido e ela quase cuspiu o vinho que estava bebendo. Ela até tossiu um pouquinho, chamando a atenção de algumas pessoas na mesa.

Placar: empate.

- Acho que eu preferiria a morte do que ser orientando do Sérgio ou da minha querida esposinha. - Andrés disse e Alicia o deu um tapa no ombro que foi motivo de risadas para todos nós.

- Não acho que seja uma experiência tão ruim. - Empurrei os meus óculos para trás. - Por que não explica como está sendo a sua, Raquel? - Perguntei fingindo a maior inocência do mundo enquanto passeava os dedos pela parte de dentro da coxa dela. Eu não costumava agir daquela forma com uma mulher, mas quando estava com Raquel, uma coragem totalmente insana tomava posse de mim.

Ela limpou a garganta e intercalou o olhar entre os presentes ali que esperavam uma resposta.

- Está sendo uma experiência boa. - Respondeu apenas.

- Boa em que sentido? - Alicia perguntou e eu não poderia agradecê-la mais. Ver Raquel sem argumentos era interessante.

- No sentido de que está sendo uma oportunidade de estudos incrível. Digo, em nível acadêmico. O Professor Sérgio é um homem muito inteligente com uma bagagem de experiências enormes... - Deu de ombros. - E apesar de toda a pressão que ele me coloca por causa do projeto... - Olhou-me de soslaio e seu rosto já estava começando a ficar vermelho e eu não estava fazendo absolutamente nada além de passar os dedos pela perna dela de forma vagarosa. - Vai ser uma experiência boa que irá agregar bastante em meu currículo

- Espero que você consiga sua vaga como pesquisadora. - Andrés disse enquanto sorria para a irmã. Era um sorriso orgulhoso.

- Pretende ensinar também? - Fabio perguntou e ela desviou os olhos para ele.

- Talvez, mas só se eu possuir uma oportunidade satisfatória. - Sorriu de lado. - Eu realmente não tenho mais cabeça para o ensino médio, sabe? - Disse enquanto sorria e ele assentiu.

- Da forma que você tem se destacado na universidade, é bem possível que no final do seu doutorado você tenha uma boa oportunidade. - Ela assentiu, movendo a mão que estava em cima da mesa, para coloca-la por cima da minha, a puxando para o lado mais interno de sua coxa e até levantando um pouco a barra do vestido. Me surpreendi um pouco pela ousadia dela, ela nem mesmo estava constrangida ou qualquer coisa do tipo, e se ela não estava constrangida, o rosto corado era por tesão.

E isso não era bom.

Raquel voltou a me encarar como se adivinhasse meus pensamentos e levou a taça de vinho até a boca, eu já havia perdido a conta de quantas taças daquela ela já havia bebido. Eu também não estava diferente, já havia bebido cerca de umas cinco taças.

A loira desviou o olhar novamente, voltando a conversar com o grupo de amigos e eu iria retirar a minha mão do meio das pernas dela, mas ela a segurou no lugar, durante todo o final do jantar. No fim, ela levantou e voltou para a sala com Fabio depois de me jogar um olhar mais do que sugestivo.

O que eu faria da minha vida com Raquel Murillo nela?

Eu, Andrés e Alicia fomos até a porta da cozinha deles e ficamos encostados lá, bebendo e conversando sobre coisas banais do dia a dia.

- Vamos jogar sinuca na sala de jogos? A Mônica precisou ir para casa, então seremos nós e eles. - Apontou com o queixo para os dois sentados no sofá.

- Tudo bem. - Andrés disse. - Meu amigo aqui está animadíssimo para isso. - Andrés passou o braço por meus ombros. - Chame a Raquel e o Fabio. Amo você. - Disse para Alicia e esticou-se para selar os lábios com os dela.

Parei pensar na quantidade de anos em que eu segurava vela para os dois. Muitos anos. Alicia saiu de perto de nós e andou até Fabio e Raquel sentados no sofá. Os dois logo abriram um sorriso ao vê-la e levantaram-se para com certeza, seguir junto conosco para a sala de jogos.

Não foi uma boa decisão sair de casa. Foi uma decisão péssima.

[...]

A sala de jogos da casa era enorme, possuía uma mesa de sinuca e de Ping Pong. Havia alguns jogos de tabuleiros e também um balcão com algumas bebidas alcóolicas dispostas em prateleiras atrás dela. Os tons das paredes eram todos em preto e branco.

- Sinuca mesmo? Ou ping pong? - Alicia perguntou enquanto intercalava o olhar entre nós.

- Sinuca. - Fabio disse e eu concordei.

- Sinuca, porém vou logo avisando que não sou muito boa. - Raquel disse e eu sorri para ela, eu também não era um dos melhores jogadores.

- O Sérgio também é péssimo. - Andrés disse e eu revirei os olhos.

- Vamos começar? - Perguntei e nós nos movemos para estar ao redor da mesa, eu ao lado de Alicia, Raquel ao lado de Fabio, e Andrés do outro lado da mesa, na vertical.

- Querem mesmo competir com a gente? - Alicia perguntou e jogou um olhar cúmplice para o marido. Os dois eram ótimos jogadores, ponto negativo para o restante de nós.

O jogo começou e de todos nós, Raquel era a pior jogadora. Alicia e Fabio saíram na frente, o que foi bastante surpreendente, pois esperávamos isso de Andrés. Eu estava achando engraçado, até Fabio se aproximar de Raquel para ajudá-la a jogar.

Ele posicionou uma das mãos na cintura dela e com a outra a ajudava a mover o braço de forma correta para acertar as bolinhas. Alicia prendeu a risada enquanto Andrés olhava a cena enojado.

- Sai de cima da minha irmã, Fabio. - Andrés disse com raiva e eu sorri.

- Mas eu só estou a ajudando. - Disse sério.

- Se ela quisesse ajuda, ela tinha pedido. - Respondeu e eu quase ri.

- Andrés, não me trata como se eu tivesse dezesseis anos, por favor. - Raquel pediu, com certa repreensão.

- Eu não gosto de comedor de aluna perto da minha irmã. - Andrés disse e Alicia caiu na gargalhada enquanto Fabio o olhava irritado. As reações de Andrés eram engraçadas, primeiro ele dizia para todo mundo que não possuía ciúmes da irmã, mas era só ver uma situação como aquela que ele se manifestava.

- Andrés... - Raquel massageou as têmporas um pouco constrangida.

- Vou te processar por calúnia. - Fabio disse e até eu ri. Aquilo era tudo menos calúnia, porém eu também não possuía muita dignidade para falar mal.

- Não banque o santo. - Andrés disse e ele revirou os olhos.

- Que tal nos concentrarmos no jogo e parar de discutir quem come quem. - Raquel perguntou, olhando de um para outro. - Acho que agora aprendi a jogar.

- Viu, Andrés? Ajudei... - Fabio disse e Andrés revirou os olhos. Continuamos o jogo entre piadas mais saudáveis e como o esperado, Alicia ganhou.

Enquanto todos foram até a bancada para alcançar bebidas, eu e Raquel ficamos parados ao redor da mesa. Ela andou até mim e parou ao meu lado.

- Eu andei fazendo uma teoria...

- É mesmo? “Sherlock Holmes?” - Perguntei em zombaria e ela revirou os olhos enquanto sorria também.

- Alguém te obrigou a fazer aquilo, estou certa? Perguntou e eu a olhei em total repreensão.

- Raquel... - Repreendi e ela fez um biquinho nos lábios como uma criança travessa.

- Te acho um homem fascinante, sabe? Quando eu penso que você não pode surpreender, você me surpreende. - Mordeu o lábio inferior e eu passei cerca de uns cinco segundos olhando para a boca dela.

- Também te acho uma mulher fascinante. - A olhei sério. - Inclusive, você está me devendo um artigo. - Lembrei e ela revirou os olhos.

- Sérgio, hoje é sábado.

- É. E você ficou de me entregar o artigo na sexta-feira. - Disse e ela sorriu negando com a cabeça.

- Eu já escrevi metade dele, mas não estou gostando de para onde ele está indo. Digamos que eu não estou satisfeita. - Mordeu o lábio inferior novamente.

- Sabe que se tiver dificuldade, pode me ligar. São seus privilégios como minha orientanda extremamente atarefada. - Disse com ironia e ela riu, me fazendo rir também.

- Privilégios de ter transado contigo, admita. - Me olhou maliciosa e eu sempre me perdia naquele olhar dela.

- Você sabe muito bem, que eu sei separar as coisas. - Disse sério e ela assentiu.

- Às vezes até um pouco demais, não é? - Perguntou em alusão à noite em que eu disse não querer “relações pessoais”.

- Esqueçam a tese por dois segundos. - Alicia disse com certa ironia e Raquel a olhou com tédio. - Venham beber.

- Eu já bebi muito. Não quero precisar dormir aqui. - Raquel respondeu alto o suficiente para que todos nós ouvíssemos. - Quer ir para a minha casa? - A olhei sério e ela sorriu. - É só para que eu te mostre o artigo. Minha casa fica perto daqui, você viu naquele dia que veio me trazer. Podemos ir andando... - Deu de ombros. - Porém se você quiser mais coisas... - Sorriu maliciosa. - Eu posso pensar no seu caso...

- Você é como uma tentação. - Comentei e ela sorriu novamente.

- Então, você vai? - Perguntou e eu assenti.

- Mas só para ver o artigo. - Disse e ela assentiu com um sorriso.

- Agora, vamos beber um pouquinho. - Puxou minha mão para que eu fosse até a bancada onde estavam os nossos amigos.

[...]

- E aí, o que achou? - Perguntei depois de alguns minutos.

- Está incrivelmente bom. - Disse sério e me olhando. - Precisa ser terminado obviamente, mas você está atravessando uma linha muito boa. - Voltou a olhar para o papel e me indicou um trecho com um dos dedos, nós estávamos sentados um ao lado do outro no sofá, com uma proximidade considerável, e a única coisa que ele pensava era no artigo. Só poderia ser Sergio Marquina mesmo. - Esse parágrafo, está... - Parou de falar ao ver que eu mantinha o meu olhar em seu rosto e não no papel. - Raquel... - Disse sussurrando, eu amava quando ele falava o meu nome daquele jeito.

- Você... - Comecei, mas não sabia exatamente o que queria falar. - Pode trocar a minha lâmpada? - Perguntei, pois sabia que se houvesse um beijo ali, nós iríamos parar em sexo.

Ele pareceu confuso por um momento, mas logo retornou ao que eu queria dizer.

- Trocar a sua lâmpada? Isso é algum código sexual? - Perguntou confuso e eu ri.

- Não, Sérgio. Eu realmente quero que você a troque. É a lâmpada do meu quarto, ela estava apresentando sinais de que ia parar de funcionar há semanas, aí hoje ela simplesmente queimou. - Respondi séria e finalmente desviando o olhar de seus lábios. - Eu ia pedir para o Andrés, mas esqueci. Eu sou baixa demais para alcançar o teto, mesmo com a cadeira. - Disse e foi a vez dele de rir. - E eu ainda não tenho uma escada aqui em casa.

- Tudo bem, me mostre onde está o problema. - Eu levantei do sofá junto com ele, andando até o meu quarto e assim que chegamos, puxei um pequeno banco que eu mantinha ali, em um ângulo que ele pudesse subir e trocar a lâmpada. - Aquilo é um...? - Desceu o olhar para um vibrador de tonalidade vermelha que eu possuía em meu quarto, suas bochechas logo tomaram um tom de vermelho e eu fechei a gaveta que estava expondo aquilo de uma só vez.

- Sim, é. - Disse e ele empurrou os óculos para trás, olhando para qualquer lugar naquele quarto que não fosse o meu rosto.

- Não acredito que você está sentindo vergonha por conta disso. - Sorri de lado. - Você já até transou comigo... - Dei de ombros. - Me viu nua...

- É diferente, isso aqui é a sua intimidade. - Voltou a olhar para mim, mas logo desviou o olhar para o pequeno banco. - Será que isso aguenta o meu peso? - Perguntou e eu ri.

- Provavelmente sim, ele aguenta o do Andrés. - Dei de ombros.

- Mantenha o celular por perto, aí qualquer coisa você pode ligar para uma ambulância. - Subiu no banco e eu ri. Alcancei a lâmpada nova na escrivaninha do meu quarto e a estendi para ele, que a pegou e me devolveu a antiga. Em cerca de alguns segundos, ele trocou a lâmpada e desceu do banco. - Pronto. Nem precisamos da ambulância. - Disse e eu sorri, posicionando a antiga lâmpada na escrivaninha.

- Obrigada. - Ele apenas assentiu. Passamos alguns segundos em silêncio, era estranho ter o meu professor de doutorado na minha casa trocando uma lâmpada e agora observando o meu quarto como se tentasse me conhecer. Ele olhou para alguns livros que eu possuía em uma prateleira e depois sorriu para mim, voltando a olhar para um livro em específico. Um livro azul de capa dura e alguns desenhos em dourado.

- Aquilo é uma versão rara de... - O interrompi antes que ele terminasse.

- Sim, eu roubei de uma biblioteca quando eu tinha uns dezesseis anos... - Disse e ele riu junto comigo.

- Eu queria ter te conhecido quando você era jovem. - Sorriu de lado.

- Por quê? - Perguntei interessada.

- Não sei, talvez a minha vida tivesse sido diferente se eu tivesse conhecido você. - Disse e eu não entendi bem o que ele queria dizer. - Eu vou indo... - Disse e se direcionou para a saída do meu quarto e eu o segui em passos um pouco mais lentos. Andamos até a varanda e ele parou para me olhar.

- Eu vejo você na segunda-feira? - Perguntou e eu assenti. Nós nos olhamos por alguns segundos e aquela tensão voltou a se formar entre nós dois, era inevitável. Ele se aproximou um pouco de mim e eu fui ao seu encontro, não demorou para que estivéssemos nos beijando e ele me prensando contra a parede da varanda. Suas mãos agarraram minha cintura de forma quase agressiva e eu ofeguei em seus lábios. Que desejo era aquele? Eu praticamente estava torcendo para que ele arrancasse as minhas roupas e me fizesse dele ali mesmo.

- Não... - Eu disse assim que percebi aonde aquilo iria parar.

- Tudo bem... - Ele se afastou um pouco de mim, colando a testa na minha, tentando acalmar a própria respiração.

- Não é que eu não queira, eu quero muito. Eu só..., é muito errado e é muito intimo fazermos isso na minha casa, e não queremos relações pessoais, estou certa? - Perguntei e ele assentiu. - Até segunda-feira, professor. - O empurrei ligeiramente para trás e ele sorriu um pouco surpreso com a minha atitude.

- Até segunda-feira. Senhorita Murillo. - Saiu da minha varanda e andou até o carro, ainda olhou para trás para certificar-se de que eu ainda estava parada na porta, e eu estava. Ele me cumprimentou com um aceno de cabeça e eu fiz o mesmo.

Assim que ele foi embora, eu fechei a porta, me encostando atrás dela e pensando o quanto estávamos cada vez mais próximos e o quanto aquele professor estava começando a mexer comigo.



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