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História Take me to Church KatsuDeku - 10.5. Não, não está mesmo nada tudo bem.


Escrita por: Marta_Tata

Notas do Autor


Hora da playlist, amigos!

Capítulo 12 - 10.5. Não, não está mesmo nada tudo bem.


Fanfic / Fanfiction Take me to Church KatsuDeku - 10.5. Não, não está mesmo nada tudo bem.

Katsuki andava a cantarolar, em direção à igreja. Sorria de maneira idiota, ao pensar como Deku era medroso em ir para casa sozinho... Enfim. Lá faria o favor à tia Inko Midoriya, de levar o filho são e salvo para o lar.

Tinha os seus catorze anos e brincava com um galho grande de madeira que encontrou pelo caminho, fingindo ser uma varinha mágica discretamente ou só apontava para as pedras da calçada. Achava cómico como nada do que ele via nos filmes e séries era real; por mais que acreditasse fielmente que fosse, sobre algum segredo bem guardado da humanidade. Eram mundos tão geniais, tão... Tão complexos!; era impossível alguém idealizá-los.

Sim. Estou a falar contigo, J.K. Rowling.

Assim que entrou na praça, sorriu mais outra vez, começando a correr em direção à grande porta detalhada, da capela da cidade. Estava no parque antes, enquanto guardava o castelo de areia que tinha construído, já que o pai irritante tinha obrigado o melhor amigo a frequentar pelo menos uma aula de catequese, para aprender mais sobre a mensagem do Senhor. Fodasse. Ele queria era brincar com os castelos, não saber sobre palavras escritas num livro da época de Jeová. 

Enfim. A corrida foi rápida e chegou à entrada, passando por ela e percebendo que o centro estava vazio e só os seus passos ecoavam. Estranhou, afinal, ele julgava que as aulas eram no altar e Midoriya ficaria na plateia, ou sozinho, ou com algumas crianças.

Então, ouviu uns sussurros. Uns murmúrios que o fez estranhar.

" - Oi, Deku?". - Gritou alto, com o galho na mão esquerda e a mão direita ao lado da boca, como se fosse aumentar o som. - "Deku?".

Silêncio. Ouviu-se uma porta a fechar ao longe, encoando um estrondo pelo lugar.

Começou a ficar confuso, decidido a seguir o barulho elevado. Passou pelo altar, ignorou completamente se aquilo era área restrita ou não, afinal, Izuku era mais importante que as regras.

Conheciam-se há mais ou menos seis meses e já se tinha tornado o seu melhor amigo. Mesmo sem nunca admitir em voz alta, estavam sempre juntos e quando podiam, visitavam a casa do outro para jogar nas suas consolas prediletas, jogos amados ou passatempos favoritos. E ele adorava ter um grande amigo... Quer dizer, não que lhe fosse contar sentimentos e essas coisas melosas. O gay aqui era Midoriya, não ele.

Mesmo assim, era bom partilhar gostos e insultos simpáticos e não-ofensivos com alguém, mesmo que esse alguém fosse um rapaz inseguro, tímido, talvez um pouco lerdo e infantil... Era bom se equilibrarem dessa maneira, em parte.

Então, chegando à porta, viu que fora mal fechada. Abriu-a calmamente com os seus dedos, a sorrir, sem fazer barulho; queria assustar Izuku e vingar-se pelo susto que lhe pregara hoje, em sua casa.

O seu sorriso morreu e o olhar arregalou-se, ao ver a cena.

Simplesmente... Simplesmente tinha paralisado. A sua mente travou, assim como o coração. Ele estava apavorado, sentiu os olhos cheios de lágrimas, os dentes rangerem com força, depois a boca entreabrir ligeiramente e não conseguia evitar o peso enorme nos ombros, assim que deu um passo para trás.

" - Isso, Izuku... Fica quieto. Já vai acabar".

Aquela voz. Aquela frase. Era tão igual ao seu passado e pesadelos constantes que parecia quase que robótica. O menino chorava em silêncio, tentando gritar; contudo, o medo e receio não permitiam.

Katsuki estava tão pálido que julgou desmaiar. Ele só tinha catorze anos e não sabia o que fazer. Ele... Ele simplesmente perdeu a postura de fodão da sala que Midoriya tanto admirava, perdeu toda a sua dignidade, por ter ficado em pânico, estático, a tremer e chorar, com a mente a mil e sem conseguir focar-se em nada.

Muito menos impedir.

Então, apresento-vos os dois pecados de Bakugou Katsuki:

O dos sete anos, que ele se julga culpado;

E o dos catorze, sendo este realmente culpado pela sua covardia e resultando na promessa que nunca mais hesitou em seguir - proteger Midoriya do mundo, do sofrimento e jurando a si mesmo, nunca mais, mostrar parte fraca. 

E esta é a origem de todo o seu sofrimento, vazio e peso nos ombros. Se relerem tudo anteriormente, perceberão os duplos sentidos de cada frase, de cada momento, de cada palavra; afinal, Izuku é a inocência manchada, enquanto Katsuki Bakugou é só mais um dos podres da sociedade.


Notas Finais


Depois desta, eu oficialmente retiro-me para não ser apedrejada.


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