Chaeyoung...
Fui até o armário de Mina, peguei algumas roupas confortáveis, vesti e fui até lá embaixo ver porque ela estava demorando tanto. Fazia uns 5 minutos ou mais que ela havia descido e eu já estava preocupada.
Sai do seu quarto, atravessei o corredor e cheguei nas escadas que dava para a sala, onde desci e encontrei o lugar com a luz acesa. Cadê a Mina? Ouvi uma voz grave, era um homem? A casa foi invadida? Desci cautelosamente e encontrei Mina abraçando um homem alto, loiro, de pele bronzeada e ele não era coreano e muito menos japonês.
- Mina? – Andei até eles.
Mina saiu do abraço e me encarou depressa, ela estava meio envergonhada ou algo assim.
- Chae! – Mina se aproximou de mim – Deixa eu te apresentar, esse daqui é meu... esse daqui é o Phil.
- Oh, Phil? Nice to meet you – Estendi a mão para cumprimenta-lo.
- Prazer em conhece-la finalmente Chaeyoung. – Ele apertou minha mão e sorriu – Eu falo coreano.
- Na verdade Chae ele fala muitas línguas possíveis. O Phil é muito inteligente. – Mina falou se apoiando em meu ombro.
- Então você é a famosa Chaeyoung. É um pouco menor do que imaginei. – Phil sorriu da piada que fez.
- Deixa ela Phil. – Mina sorriu e se afastou de mim. Eu havia botado o celular no bolso e ele vibrou, eu o peguei e era mensagem da Dahyun.
“Preciso de você agora!”
- Sinto que atrapalhei vocês duas...? – Phil encarou Mina e depois a mim. Eu levantei o olhar e encarei ele e Mina sem entender nada, depois me dei conta.
- Ah não, não atrapalhou nada, inclusive eu tenho que ir.
- O quê? – Mina se virou para mim completamente desacreditada.
- Depois eu te explico tudo. Posso levar essa roupa? depois eu a trago.
- Po-Pode, mas aconteceu alguma coisa?
- Não comigo, mas eu tenho que ir. Tchau Phil, prazer em te conhecer. – Fui até a porta e Mina foi me deixar sem entender nada.
- Chae, isso não é desculpa pra você ir embora, não é? – Ela me encarou nervosa enquanto se apoiava na porta e eu já estava do lado de fora.
- Relaxa, a Dahyun me mandou uma mensagem que ela só manda quando tá muito mal. – Dei nos ombros.
- Por um momento achei que tivesse ficado chateada com o Phil aqui.
- Relaxa, eu tô bem quanto a isso.
- Tem certeza?
- Tenho amor, eu confio em você. – Sorri pra ela.
- Eu te amo, sabia? – Mina segurou minha mão e a beijou.
- Eu sei – Sorri, dessa vez de forma convencida – Eu te amo também, agora tenho que ir.
- Tá bom. – Ela soltou minha mão aos poucos e então fui embora rápido, até a loja de conveniência que ficava no caminho entre minha casa e a casa de Dahyun. Já passava da meia noite e ela sozinha na rua a essa hora me preocupava demais.
Quando cheguei na lojinha de conveniência Dahyun estava sentada em uma das mesas do lado de fora sozinha, seu estado era deplorável. Ela estava bêbada, suja provavelmente de vômito, chorando, o vestido rasgado nas pontas, maquiagem borrada e o cabelo bagunçado.
- Dahyun, o que aconteceu? Tá frio pra caralho. – Me aproximei dela e a abracei. Eu havia vestido um outro conjunto de moletom que Mina tinha no armário, com isso dava pra aquecer Dahyun nessa madrugada horrível de fria.
- Eu só faço merda. – Dahyun reclamou.
- Bem, levando em conta que essa é uma necessidade fisiológica do ser humano em todos os seus adventos... – Tentei descontrair, mas a garota parecia irredutível em sua situação – Desculpa, o que aconteceu de verdade?
- Eu topei me encontrar com o Eunwoo pra saber se eu queria fazer sexo com ele pra quando eu fizesse com a Sana fosse tudo perfeito, mas a traíra da Momo me flagrou e me dedurou para a Sana.
- Quê? Do que você tá falando cara? – Eu não sabia nem da metade do que tava rolando.
- Tudo começou quando eu te contei daquela história da Sana, quando eu botei a mão dela na minha perna e ela foi embora, mas é porque eu tava com muita vontade de transar com ela. Ops! – Dahyun botou a mão na boca – Acho que falei alto.
- Não tem ninguém nos ouvindo, continua.
- Então na aula de educação sexual eu fiz par com o Eunwoo e desabafei com ele sobre eu querer fazer sexo com a Sana, daí ele me sugeriu que fizéssemos sexo pra eu ficar pronta pra Sana.
- Dahyun do céu, você caiu nessa? O Eunwoo é tipo um perdedor. – Falei incrédula. Como Dahyun era tão inocente em relação aos homens?
- Ele disse que a gente poderia sair e por um momento eu aceitei, eu pensei muito e quando a gente saiu eu fui pra dizer a ele que não faria nada, que mesmo eu sendo ingênua em ter aceitado eu não poderia fazer aquilo porque eu amava EU AMO A SANA. Eu não amava alguém assim desde você Chaeyoung. – Dahyun se virou pra mim e agarrou a gola da minha blusa.
- Tá, então quer dizer que você não aceitou sair com ele? -Desviei o olhar, eu não queria entrar nesse assunto entre eu e Dahyun.
- Eu fui com ele pra uma cafeteria só pra dizer que eu não queria aquilo com ele porque realmente parecia algo idiota e eu tava tão desesperada, oh meu deus! – Ela me soltou e ficou olhando para o além com a carinha de choro. – Quando chegamos lá ele pegou na minha mão, eu tirei Chaeyoung, eu tirei e briguei com ele. Eu fui embora, eu não faria nunca mais mal algum a Sana, eu... Eu... Ela terminou comigo hoje no baile.
- Caramba Dahyun, eu não sabia.
- Ela terminou e vai embora pro Japão. Japão é outro país, é longe de mim. – Dahyun me agarrou de uma vez e começou a chorar desesperadamente molhando todo o moletom cinza da Mina.
- Você precisa falar com Sana, precisa contar pra ela o que me contou.
- Ah claro, porque eu vou chegar nela e falar “Oi Sana eu por um momento cogitei em transar com o Eunwoo pra mandar bem com você, mas isso não aconteceu então por favor me desculpa e vamos voltar” ela iria me dar um tiro.
- Não se você falar direito com ela. A Sana vai te entender, vocês passaram muito tempo juntas e ela te ama. Não desiste e corre atrás da sua mulher.
- Eu quero gritar pra Sana que eu amo e que sito muito pelo o que aconteceu Chae, mas ela me deixou, que droga! Eu não tenho ninguém a não ser você Chae. Obrigada por ser sempre minha amiga esse tempo todo, quando eu sumir eu vou sentir sua falta. Eu não sei se vou sentir falta para o lugar onde eu for.
- Que conversa é essa Dahyun? Para com isso, você não vai a lugar algum porque eu não vou te deixar fazer besteira. Se orienta. – Dei um peteleco na testa dela – Isso não é o fim do mundo. Conversa com a Sana e fala a verdade. Você errou? Sim um pouco, mas você voltou atrás e consertou toda a burrada e se ela entender então tudo ficará bem, agora se ela não te perdoar por isso então quem vai sair perdendo é ela. É isso.
- Desde que você ficou sensata ficou a melhor pessoa do mundo. Na real eu te amo e deveria ter insistido mais. Que inveja da Mina. – Dahyun sorria olhando para a rua.
- Para com isso Dahyun, somos amigas.
- Eu sei e eu amo nossa amizade, nada vai destruir isso e eu amo a Sana pra sempre. Eu vou... – Dahyun se virou rapidamente para o lado e vomitou.
- Acho que vou te levar pra casa.
Quando Dahyun terminou de vomitar ela implorou para dormir na minha casa por medo dos pais dela descobrirem que ela estava bêbada, então mais uma vez eu iria cuidar dela. Dessa vez foi fácil porque estávamos na minha casa e eu teria só que botar ela pra banhar e depois dormir, não foi tão difícil assim. Dahyun se comportou direito e então fomos para a minha cama onde rapidamente ela pegou no sono.
Eu não estava com tanto sono assim quando Mina me ligou.
- Oi amor. – Falei baixinho para não acordar Dahyun.
- Só pra garantir, tá tudo bem entre a gente? Eu queria mesmo pedir desculpas pela chegada inesperada do Phil, poderíamos estar tendo uma noite ótima. – Ela falou do outro lado da linha.
- Relaxa, acho que foi até bom. Eu tive que resgatar a Dahyun.
- O que aconteceu com ela?
- Ela estava bêbada no meio da noite e sozinha. Ela e a Sana terminaram, tive que dar uma força. Agora ela tá aqui do meu lado dormindo. Aposto que amanhã não lembrará de nada. – Sorri olhando para Dahyun.
- Então ela tá aí com você? Entendi.
- Algum problema com isso? – Perguntei estranhando o tom de voz dela.
- Não, só que você sabe né? No passado ela era afim de você.
- Isso foi uma história complicada Mina, eu e ela sempre seremos boas amigas.
- Mas isso é estranho. – Mina insistiu.
- Não vejo nada de estranho. Você tá aí com o seu ex e eu não disse nada. Eu confio em você, como havia dito e mantenho minhas palavras.
- Tem razão, nada a ver eu ficar assim por causa da Dahyun que é sua amiga. Chae me desculpa, eu tô tão confusa ainda, é o Phil aqui e a vontade de ficar com você que eu fico insegura com essas coisas. Me desculpa amor.
- Tudo bem, não precisa se desculpar. – Suspirei – Eu preciso desligar ok?
- Quer sair comigo amanhã? Vamos dar um passeio.
- Tudo bem, nos falamos amanhã. Te amo.
- Eu te amo muito.
Desliguei o celular e me arrumei na cama, abraçando a cintura de Dahyun e sentindo o cheiro de Mina, já que eu ainda estava com as roupas dela.
Na manhã seguinte Dahyun tomou café comigo, mamãe e Félix.
- Minha menina bebeu muito ontem. – Mamãe observava a cara inchada da Dahyun, enquanto o Félix se segurava pra não rir.
- É tia, altos babados. – Dahyun deu um gole no café com a cara mais mal humorada do mundo.
- Ela precisa de um banho. – Falei – E de um bom café forte.
- E de uma cara nova também. Isso tá bizarro. – Félix disse, ele não tinha nada que abrir a bocona.
- Fica quieto idiota. – Chutei a perna dele.
- Félix quer calar a boca, palhaço sem graça. – Mamãe brigou.
- Palhaço sem graça? É sério que essa é a ofensa, mãe? – Félix gargalhava.
- Eu não vou falar nada com você Felix porque suas brincadeiras nunca tem graça e hoje eu não tô com a mínima paciência pra forçar simpatia. – Dahyun deu mais um gole no café.
- Receba! – Zoei com Félix que fechou a cara e não falou mais nada.
Quando terminamos o café da manhã levei um comprimido pra dor de cabeça pra Dahyun lá no meu quarto. Ela estava tomando banho.
- Dahyun tá me ouvindo? – Perguntei na porta do banheiro.
- Tô, fala.
- Estranho a gente não precisar mais ir pra escola, não é? -Fiquei pensando sobre isso desde que acordei.
- É verdade, não tinha pensado sobre isso. – Dahyun desligou o chuveiro e alguns minutos saiu só de toalha. Ela estava com um aspecto bem melhor. – Agora só temos que esperar o resultado do vestibular.
- Espero que dê tudo certo pra nós duas. – segurei a mão de Dahyun.
- Vai dá. – Dahyun sorriu e pra mim aquilo foi tudo, ela estava muito triste na madrugada anterior, sei que ela ainda continuava mas só de ver ela sorrindo verdadeiramente já era um alívio muito grande.
- Se quiser posso desmarcar meu encontro com a Mina e passar o dia com você.
- Não, não faça isso. Além disso eu tenho que ir pra casa e pensar no que fazer pra ter a Sana de volta.
- Então não vai desistir?
- Nem ferrando. Eu gosto daquela japonesa de verdade. – Dahyun sorriu.
- Então pode contar comigo. Vamos pensar em um plano juntas.
Mais tarde me encontrei com Mina no mesmo parque da última vez. Mina estava linda de vestido, suéter e tênis branco. O cabelo dela estava seco e volumoso.
- Oi. – Ela disse toda tímida. Mina era de um jeito quando saíamos, mas quando estávamos fodendo ela se tornava outra pessoa e com ciúmes era literalmente outra pessoa. As vezes era difícil decifrar, mas eu gostava de cada jeito dela.
- Oi Mina. – Sorri e acenei.
- Sério, primeiro eu queria te pedir desculpa pelo Phil e depois pela forma como falei com você no celular. Eu tô realmente errando com você, com o nosso relacionamento e não é dessa forma que eu quero começar. – Antes que eu pudesse falar ela continuou – E não vem me dizer que tá tudo bem, precisamos ter uma conversa sobre isso.
- Tem razão precisamos mesmo ter uma conversa. – Segurei a mão de Mina e a levei comigo até de baixo de uma arvore, onde ficamos em pé nos encarando – Achei estranho a forma como insinuou as coisas entre eu e a Dahyun, é uma conversa que eu não quero mais ter, com você, com ela e com mais ninguém. Mina, eu tô com você, depois de tudo eu ainda estou com você e eu te amo, mas não posso suportar algumas atitudes.
- Eu sei, você tem razão. É que eu fiquei pressionada e não queria e não quero ter perder. – Mina segurou minhas duas mãos – Me desculpa por isso, eu fiquei mal quando percebi que havia feito besteira. Você é a melhor no nosso relacionamento.
- Nah, você é a melhor e a mais boba. – Sorri – Eu não sei ficar brava com você, mas que bom que pudemos ter oportunidade de ter essa conversa, eu quero deixar tudo claro entre a gente.
- Principalmente o fato de não ter ciúmes do Phil?
- Eu não tenho ciúmes do cara, ele até parece gente boa. – Me aproximei de Mina.
- Se ele quiser voltar comigo?
- Ele que tente numa próxima vida, mas só tente mesmo porque até numa próxima vida eu vou ficar com você. Estamos destinadas a ficarmos juntas Mina. – Soltei minhas mãos das dela e segurei sua cintura – Mesmo com nossa história cheia de erros ainda sim eu te amo.
- Eu também te amo e sequer te esqueci quando estava longe. Você nunca saiu do meu coração. – Mina segurou meu pescoço e me beijou lentamente, me fazendo sentir nas nuvens com o sabor dos seus lábios. Tudo em Mina era perfeito e eu a amava.
- Eu vou pedir para o Phil ir embora. – Ela falou se afastando de mim.
- Como assim?
- Eu que pedi pra ele vim me buscar, eu não aguentei te ver longe de mim e eu nem sabia que poderíamos voltar.
- Isso é um problema. – Suspirei – Abre o jogo pro cara, diz que estamos juntas.
- Ele já sabe, quer dizer, ele insinuou e eu não neguei.
- Então tudo bem, faz o que você achar melhor.
- Você não sente nem um pouco de ciúmes? – Mina me abraçou por trás quando começamos a andar.
- Sinto, mas é só um pouco. – Peguei em suas mãos – Eu não quero estragar as coisas entre nós.
- Mas também não precisa ser tão sistemática. Eu quero você agindo naturalmente.
- Mas eu estou agindo naturalmente. – Me virei para ela surpresa.
- Só quando estamos em nossos momentos íntimos, ali eu sei que estou com a verdadeira Chaeyoung.
- Você acha, é?
- Sim. – Ela fez que sim com a cabeça.
- Desculpa, tô tentando ser a melhor pessoa pra você. – Era bom ter essas conversas com a Mina pois eu realmente não sabia que estava sendo rígida comigo mesma em relação ao nosso namoro.
Mina nos levou até um restaurante, ainda não havia escurecido, mas estávamos com reservas e ela disse que tinha uma surpresa para mim por eu ter me formado na escola.
- Eu não quero nem ver a surpresa caso eu passe na faculdade. – Falei brincando quando nos sentamos na mesa reservada. O restaurante era muito bonito, mas não era elegante como aquela caros. Ele tinha umas árvores dentro ainda com pisca-pisca. Fiquei olhando por todo o lugar imaginando borboletas coloridas ali.
- O que foi Chae? – Mina perguntou com um sorriso no rosto e segurando minha mão sobre a mesa.
- Aqui é bonito. Queria que tivesse só a gente aqui.
- Eu também. Aqui é bonito e ter você aqui só completa tudo.
- Você é tão doce, Mina. – Sorri – Eu estava pensando tanta besteira.
- Que tipo de besteira, tigrezinha?
- Nada. – Fiquei envergonhada.
- Fala, amor. – Mina falou de uma forma manhosa e passando o pé na minha perna toda, me causando arrepios.
- Ok, pode vim no banheiro comigo rapidinho? - Me levantei e ela me seguiu. Fomos até o banheiro e lá eu tranquei a porta, aparentemente não havia ninguém ali, já que todas as portas das cabines estavam abertas.
- O que você vai fazer? – Mina sorria de forma esperta, ela sabia.
Não falei nada, apenas encostei Mina na pia, segurei sua cintura e fui até o seu pescoço, onde comecei a beija-lo. Passei minhas mãos por debaixo do vestido dela, levantando até acima da cintura.
- Isso é inesperadamente bom. Eu estava tentando me guardar para mais tarde porque eu reservei também um motel para nós, mas admito que aqui tá muito bom. – Mina esticou o pescoço, jogando a cabeça para trás, com uma das mãos segurou minha cabeça e a outra ela apoiava na pia.
Eu queria ir para um motel com Mina, mas confesso que também estava mais com vontade de fazer ali, onde fiquei chupando seu pescoço com muita vontade, não me importava se deixaria marcas, apenas queria saciar minha vontade.
- Fala alguma coisa no meu ouvido, vai. – Mina pediu com a voz arrastada.
Sorri e fui até o ouvido dela, onde mordi levemente.
- Quero sentir o seu gosto na minha boca. – Sussurrei enquanto tocava sua intimidade por cima da calcinha. Senti Mina suspirar profundamente – Eu poderia fazer facilmente isso aqui e agora. – Passei a mão por dentro de sua calcinha, sentindo toda a região dela, mas antes que eu pudesse de fato tocar alguém bateu na porta rapidamente. – Que droga! – Me afastei de Mina e ela desceu seu vestido bem rápido.
- Não acredito. – Mina arrumou o cabelo no espelho e então eu pude abrir a porta, era um dos funcionários.
- Os clientes não podem usar o banheiro para outras particularidades, é contra as regras do estabelecimento.
- Eu estava ajudando ela a... – Eu não conseguia pensar em uma desculpa.
- Eu estou menstruada, ela me ajudou com um absorvente. – Mina tirou da bolsa um absorvente fininho e Rosa. – Obrigada Chae por ver se meu vestido estava sujo, podem ir na frente que eu vou trocar.
- Cla-Claro. – Segurei o riso e sai com o funcionário.
Voltei para mesa e alguns minutos depois Mina apareceu sorrindo. Seu pescoço estava com uma enorme marca de chupada.
- você pensa em tudo, criatura. – Falei finalmente sorrindo.
- Eu sei como sair dessas situações.
- Sabe mesmo, agora mais do que nunca precisamos daquele motel.
- Promete falar sacanagem a noite toda pra mim e depois dizer que me ama muito, dormir abraçada comigo e viver comigo pra sempre?
- Prometo, até porque vai ser fácil cumprir. – Segurei sua mão e finalmente pedimos nosso jantar.
A comida tava muito boa, principalmente porque era peixe frito com umas folhas de bananeira que enfeitava o prato.
- A gente comia muito esse prato lá nos Estados Unidos. – Mina falou.
- Vocês quem? Você e o Phil? – Arqueei a sobrancelha.
- Eu e mamãe. – Ela corrigiu – O que foi vai bancar a ciumenta agora?
- Vou, e daí?
- Eu gosto. – Ela sorriu, mas logo fez uma cara estranha.
- Que cara de dor é essa, não gostou?
- Não é isso, só senti uma pontada no meu estômago. Estranho.
- Quer ir pra casa? – Fiquei levemente preocupada.
- Não precisa, não foi nada demais. Não vamos estra... AI!
- MINA! – Me levantei na hora e fui até ela, chamando a atenção de todos os clientes e funcionários. – O que você tem? Fala pra mim.
- Meu estômago dói muito Chae. Garçom por favor. – Mina chamou o garçom com muita dificuldade.
- Pois não?
- Qual a composição do prato? Ai...
- Mina pra que isso agora? Precisamos ir no médico. – Falei desesperada.
- Peixe, Folha de banana e raspas de castanhas.
- Eu sou alérgica a castanha. – Mina falou e fechou os olhos com muita força, além de reclamar.
- Vamos Mina vamos para um pronto socorro. – Ajudei Mina a se levantar, parecia que ela estava sentindo muita dor mesmo. – Muita irresponsabilidade do restaurante não dizer todos os ingredientes. Algo pior pode... quer saber, foda-se! Foda-se isso daqui tudo. Vamos Mina, vamos sair daqui.
- Liga pra esse número aqui Chae, por favor. – Mina me deu o celular dela e me apontou o número da emergência. Ela parecia que ia ter um filho de tanta dor que estava sentindo e eu não podia fazer nada.
- Vai ficar tudo bem, amor. Senta aí. – Eu não sabia nem como agir, só queria ficar do lado dela, cuidando dela e sendo a melhor pessoa possível, mesmo desesperada.
Demorou alguns minutos mas a ambulância particular da família de Mina havia chegado. Os paramédicos imediatamente atenderam ela e a botaram dentro do veículo, eu fui acompanhando, até chegar no hospital particular enorme, onde Mina foi para uma sala reservada tomar remédio para dor na veia. Ela ficou numa cadeira bem acolchoada e ainda deram um edredom pra ela. Tudo muito luxuoso, mas nesse momento Mina merecia muito, ela estava tão mal antes e agora melhorou muito.
- Que susto, meu amor. – Falei quando estávamos a sós no quarto. – Eu não sabia o que fazer.
- Você me acompanhou e ligou para a ambulância, isso já é muito. Obrigada e te amo. – Ela sorriu.
- Eu também te... – Olhei para trás quando a porta do quarto se abriu e eram os pais de Mina. Gelei na hora. Eu só os tinha visto uma vez e fora quando havia acontecido aquele lance na casa de praia. A gente sempre se encontrava em momentos ruins, isso era péssimo. Era óbvio que eu queria conhecer os meus sogros, mas não dessa forma e também nem sei se eles me aceitariam.
- Mina, o que aconteceu? - a mãe dela passou na minha frente, ela me ignorou como se eu não estivesse ali.
- A alergia mãe. Colocaram raspas de castanha no prato e não tinha na descrição do menu. – Mina explicou.
- Eu vou processar aquele restaurante.
- Calma mãe, não precisa ser tão intensa, tá tudo bem. Chaeyoung brigou com eles por mim.
A mãe de Mina se virou para mim e me encarou de um modo estranho, não sei classificar.
- Mina, tá tudo bem com você? – Phil entrou no quarto, então me encarou surpreso e depois se voltou para Mina.
- Tá, tô ficando melhor. Ainda dói um pouco. – Mina sorriu para ele, confesso que aquilo me deixou incomodada.
- Ainda dói Mina? – Perguntei preocupada.
- Eu vou ficar bem, amor. – Ela agora sorria para mim.
- Acho que tá na hora de sua amiga ir pra casa, Mina. Só a família deve ficar aqui. – A Mãe de Mina me em encarou.
- Não mãe, a...
- Tudo bem, agora você tá com sua família. Te vejo depois. – Fui até Mina e beijei sua testa. – Te amo – Sussurrei.
- Vem, eu tô com o carro alugado, posso te deixar em casa. – Phil ofereceu e como estava tarde e o hospital era um pouco distante resolvi aceitar.
Saímos do hospital e entramos no seu carro. A noite estava fria e ainda bem que ele me ofereceu carona, se não eu iria congelar no meio do caminho.
- Chaeyoung, não é? – Ele perguntou e eu fiz que sim – Então você e a Mina estão juntas mesmo, tipo, pra valer?
- É, estamos.
- O que vai fazer quando os pais delas descobrirem? Eles são conservadores pra caralho.
- Se eles não aceitarem então tudo bem, a Mina sabe o que faz. – Dei nos ombros.
- Coragem a sua botar a Mina assim contra os pais.
- Não, a decisão é da Mina e ela que tem que pensar no que é melhor. Eu vou aceitar qualquer decisão.
- Entendi. – ele sorriu – Sabe, a Mina só falava de você quando estava nos Estados Unidos, ela é amarrada na sua e sinceramente que bom que estão juntas.
- então se acha isso porque veio?
- Ela me pediu, mas não sabia que vocês estariam juntas. Sinceramente que bom, eu quero a Mina feliz e só sei que ela só vai ser feliz com você.
- Poxa cara, valeu. – Phil era uma pessoa legal, como imaginei. Conversamos um pouco sobre a cultura coreana, culinária e etc até chegarmos na porta da minha casa – Valeu mesmo Phil, até a próxima.
Me despedi de Phil e então ele foi e embora. Fui até a porta da minha casa, quando ouviu aquela voz me chamar.
- Chaeyoung.
Me virei vagarosamente e vi ele, o cara que eu não via fazia mais de um ano. O que ele queria justamente agora?
- Chan? – Perguntei quando ele se aproximou de mim sem a menor cerimônia.
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