Chaeyoung...
Acompanhei Momo até o segundo andar da escola, onde ficamos sentadas nas escadas uma ao lado da outra. A gente nem tinha conversado desde que ela me passou seu número, depois me pediu dinheiro emprestado e então me levou pra casa dela onde tivemos um momento quente. Entenda, tudo isso sem ao menos nos falarmos de verdade, sabe? Uma conversa franca.
Agora estávamos sentadas e de mãos dadas como duas namoradas que se amavam muito, mas na verdade eu não amava nada, eu amava outra coisa...
- Você deve estar pensando no quão rápido foi nossa aproximação. – Momo falou e não é que ela acertou em cheio. – Eu só quero que saiba que eu sou assim, eu sou do tipo que não se apega e que não gosta de enrolação então não pense mal de mim de uma certa forma.
- Eu não penso, Momo. Eu realmente gosto desse seu jeito – Fiquei acariciando sua mão lentamente. A mão de Momo era bem macia. – Pra mim sua atitude foi incrível é sério mesmo e eu queria muito continuar de onde paramos.
- Então, sobre isso... – Momo deu uma pausa e ficou procurando as palavras certas, olhando para o chão em busca de respostas.
- Não vai me dizer que quer parar? A gente mal começou e puta que pariu eu tô com muita vontade de transar contigo. – Fitei seus olhos, eu não poderia deixar de ficar preocupada, eu queria a Momo.
- Não é isso, é que eu queria passar um tempo com você. Não tô dizendo pra gente tentar algo sério, só digo da gente sair e trocar uma ideia antes de te levar pra minha casa, você é próxima da Mina e tal...
- Eu não sou tão próxima da Mina, ela só está me ajudando com um lance. – Me aproximei da japonesa, apertando um pouco mais sua mão. – Eu quero realmente ficar com você e topo passar um tempinho contigo. Sabe, tô pensando aqui, hoje nós poderíamos ir ao parque de diversão que tem aqui no bairro, vai ser divertido.
- Isso é quase um encontro, Chaeyoung. – Momo me encarou com uma das sobrancelhas levantada e um sorriso de canto debochado.
- Eu sei, mas é perfeito. Você não pode recusar, vai. – Soltei sua mão e juntei as minhas como se estivesse rezando e suplicando para ela aceitar.
- Nos encontramos que horas? – Ela tinha se dado por vencido tão rápido, amei.
- As sete! – Dei um sorriso largo pra ela.
- Ok, vamos pra aula. – Momo se levantou limpando a parte de trás de sua calça.
- Certo, mas antes eu quero um beijo. – Sorri de forma travessa, fazendo Momo sorrir também.
- Você é realmente uma gostosa adorável. – Momo jogou os braços sobre meus ombros e avançou contra minha boca, me dando um beijo “forte” quase devorando os meus lábios e foi muito bom.
Voltei para a sala e me sentei ao lado de Tzuyu.
- Tava aonde? – Ela me perguntou um pouco surpresa.
- Com a Momo, nós vamos ter um encontro hoje. – Cochichei.
- Ah tá. Eu acho que você deveria sossegar um pouco. – Tzuyu encarava o caderno enquanto falava comigo.
- E porque eu faria isso? Eu só vou sossegar quando estiver namorando com a Somi, antes disso posso ficar com quem eu quiser. – Dei nos ombros e relaxei na cadeira.
- Faz o que quiser, então. – Tzuyu falou calma, mas eu a conhecia, ela tinha ficado chateada.
- Espera, não precisa ser assim também. Eu só tô querendo me divertir um pouco. O que foi, tá com ciúmes?
- Eu não estou com ciúmes. – Ela se virou rapidamente, me encarando muito séria.
- Tá ok, eu estava brincando. – Sorri – Seria mesmo estranho uma amiga ter ciúmes de mim por esse tipo de coisa, fora que você não faz bem o meu tipo.
- As vezes eu só queria te dar um soco. – Tzuyu virou os olhos, ela ficava linda fazendo isso.
- Oh Tzuyu, só um soco eu imploro. – Choraminguei brincando.
Tzuyu depois disso não me deu mais atenção e focamos na atividade que o professor passou. Dahyun estava fazendo dupla com o Bangchan. Aposto que esse idiota iria tentar algo com ela.
- O professor poderia deixar a Dahyun fazer trabalho com a gente. Olha aquele insuportável do Bangchan tentando cantar ela. – Eu não conseguia deixar de encarar os dois.
- Eu não estou vendo nada demais a não ser duas pessoas fazendo trabalho. – Tzuyu suspirou impaciente – Você tá exagerando demais e tá hateando o menino a toa.
- Não é a toa, o Bangchan quer tomar o meu legado. – Bati o pé e cruzei os braços. – Ele não pode começar pelas minhas amigas.
- Que legado? Você criou uma fanfic na sua cabeça desde que entrou nessa aposta com o seu irmão. Ser idiota assim é de gêmeos mesmo?
- Cala a boca Tzuyu, na hora do intervalo eu vou ter uma conversa séria com a Dahyun. Vem, vamos terminar a nossa atividade.
Quando soou o sinal para o intervalo esperei Bangchan sair de perto da Dahyun e fui até ela, puxando-a para fora da sala e afastando-a de todos.
- Chaeyoung que maluquice é essa? – Dahyun me fez parar no meio do corredor e tirou minha mão dela.
- Eu que pergunto, que maluquice foi aquela de fazer trabalho com o Bangchan? Você não viu que ele estava dando em cima de você? – Virei os olhos – Claro que não se tocou, você é inocente demais.
- Ora, não seja idiota. – Dahyun se aproximou de mim com os braços cruzados – Eu não sou inocente, não do jeito que você me taxa e o Bangchan não estava dando em cima de mim, estávamos apenas fazendo o trabalho juntos, deixa de ser insuportável.
- Eu sou insuportável? O cara simplesmente tava jogando charminho pra cima de você e tu caindo nessa e eu sou a insuportável? – Soltei uma risada debochada – Por favor Dahyun, só não ver porque não quer.
- O Bangchan é legal. – Ela praticamente sussurrou, dava pra ver seu constrangimento e era impossível acreditar nisso.
- Ele não é e para de falar com ele. – Eu a intimei e isso era errado pra caralho.
- O quê? Tá zoando. – Dahyun me encarou incrédula.
- Não tô, nossa amizade tem que ser mais importante do que um macho.
- Você tá insuportável esses dias. Eu vou atrás da Tzuyu. – Dahyun me ignorou totalmente e saiu, fiquei com raiva e segui direção contrária a dela, a passos rápidos e pesados. Se ela queria ficar com o Bangchan então de boa, não era problema meu.
Quando fui sair do corredor e ir para uma área ao ar livre esbarrei em Mina sem querer.
- Caramba, desculpa. – Falei segurando os ombros da menina. – Tá tudo bem?
- Tá. – Ela deu nos ombros – Tá com pressa?
- Não, só quero sair desse ambiente tóxico. – Respondi.
- Bem vinda a escola. – Mina me fez rir, a real era que a escola era mo tóxica mesmo.
- Quer companhia? – Ela me perguntou toda cheia de expectativas.
- Pode ser, é melhor do que certas pessoas. – Suspirei impaciente e sai com Mina até um dos bancos atrás da escola, que ficava perto de um jardim e de baixo de uma grande árvore. Sentamos no banco onde eu fiquei observado ao redor bem surpresa. – Caralho, esse lugar é da hora, como ninguém vem pra cá dar uns pegas? Se eu soubesse desse lugar antes já tinha trazido a SinB ou a Mo... – Epa, calma lá que a Momo era amiga da Mina.
- Eu tô sabendo do seu rolê com a Momo. – Mina falou mas não me encarou.
- Sério? – Fiquei surpresa, mas não deveria já que elas eram amigas e uma hora ou outra Mina saberia. Não que ela tivesse alguma coisa a ver com isso, era só que ela estava me ajeitando pra Somi.
- Sim, você por enquanto nem tá ficando com a Somi ou algo do tipo para se comprometer tanto. – Mina tinha razão, ela realmente me entendia. – Mas quando você começar a ficar com ela então pare tudo o que estiver fazendo, ok? Se dedique somente a Somi.
- Você está me intimando? – Perguntei surpresa, mas sorri.
- Sim, eu estou. – Agora foi a vez dela sorrir.
- Eu queria tanto beijar a Somi logo, ela é tão linda cara. – Escondi meu rosto em minhas mãos e logo voltei a encarar Mina – Mina, ela disse no comentário que seu beijo era bom.
- Tá, e...? – Mina me encarou preocupada.
- Me descreve seu beijo, eu quero fazer igual.
- Como eu vou descrever o meu beijo se eu nunca me beijei. – Tá, isso era lógico.
- Alguém deve ter dito algo sobre seu beijo detalhadamente. – Insisti.
- Querida, o melhor do meu beijo é só experimentando. – Mina piscou de forma convencida e de braços cruzados. Ela não queria provar nada pra ninguém com isso, apenas se gabar pra mim.
- Então eu posso te beijar? – Tá, fui bem cara de pau e sei que ela não deixaria, então meio que não foi pra valer mesmo – Eu não te pediria isso se não fosse urgente, além disso eu não vou considerar um fica ou algo do tipo, você é minha “amiga” e ex-namorada da Jeongyeon, logo...
- Tá, me beija logo. – Ela falou de modo impaciente e me interrompendo.
Wow, foi algo bem surpreendente. Primeiro eu suspirei e encarei Mina, que me esperava, toquei seus ombros e fui me aproximando dela. Não era como ficar com alguém, onde eu fazia isso deliberadamente, era um beijo técnico. Quando estava perto o suficiente dela, Mina fechou os olhos e eu também, me aproximei mais ainda sentindo sua respiração lenta sobre o meu rosto, então não teve mais volta quando encostei meus lábios nos delas de forma lenta, seus lábios eram suaves e convidativos. Aprofundei o nosso toquei e passei a movimentar meus lábios sobre os delas, que estavam fechados. Passei várias vezes a ponta da minha língua sobre a pela na qual estava beijando até conseguir bota-la para dentro de sua boca, demorou para ela me dar passagem, mas quando permitiu fiz questão de explorar sua boca e saber o sabor do seu beijo. Senti as mãos de Mina indo para a minha nuca, onde ela segurou firme, enquanto eu avançava com a cabeça em sua direção para poder sentir ainda mais o seu beijo. Minhas mãos desceram de seus ombros para a sua cintura e foi aí que ela me empurrou com uma certa agilidade, quebrando o nosso momento.
Fiquei encarando ela limpando o canto da boca enquanto eu recuperava o fôlego.
- E aí, o que achou? – Mina estava um pouco sem graça.
- Você beija bem pra caralho, acho que posso fazer isso. – Me endireitei no banco – E eu?
- Da pro gasto, mas tem que melhorar. – Mina sorriu.
- É o quê? Tá de sacanagem! – Sorri debochadamente e um pouco chateada. – Todas dizem que eu beijo bem, quem me beija sempre quer mais.
- Ui, que beijoqueira. – Mina zombou.
- A Momo vai te dizer que eu beijo bem, além de dizer também que eu tenho uma ótima pegada. – Me levantei, Mina estava falando besteira.
- Calma aí senhorita fodona, – Ela agora ria como se não tivesse dito nada demais. – além disso eu tenho que ser realista, não estávamos fazendo isso por você e pela Somi?
- É, tem razão. Vamos nos encontrar no final de semana? Daí você me diz os pontos onde eu posso melhorar e eu vou aplicar nos próximos encontros que eu tiver.
- Ok, vamos dar um rolê pela cidade sábado. – Mina se levantou – Eu estou adorando a ideia de ser um cupido.
- Que bom, porque eu tô precisando mesmo de um. A Somi é o amor da minha vida e eu não posso perde-la. – Eu tinha certeza de que estava apaixonada por essa menina, que não saía da minha mente de forma alguma e eu iria fazer o impossível para conquista-la ou eu não me chamo Son Chaeyoung.
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