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História Take on Me - I Know I Shouldn't


Escrita por: LadyRakuen

Notas do Autor


Hey people o/
Primeiramente, quero pedir desculpas por não ter respondido todos os comentários, infelizmente o emprego esta acabando com minhas forças e tempo, e ai quando tenho, uso para escrever. Mas isso não significa que não me importo, ao contrario, me deixa feliz e incentiva a continuar a escrever.

Esse capitulo foi betado pela nova beta IronyMan, que topou assumir esse desafio, muito obrigada.
Infelizmente, minha antiga beta 7b2uty não poderá mais betar, mas ela vai continuar me ajudando. Gêmea, eu acredito por todo esse tempo, ter me ajudado e por fazer a escritora que sou. Sem você não teria minhas historias. Obrigada mesmo!

E só para situarem, já estamos em pré WS, então o próxima já vai ser o filme <3

Vejo vocês nas notas finais.
Boa Leitura

Capítulo 32 - I Know I Shouldn't


Fanfic / Fanfiction Take on Me - I Know I Shouldn't

A porta do avião abriu, Tony foi o primeiro a sair, Anna permaneceu na porta, me aguardando. A aeromoça estava perto da porta, juntamente com o piloto, sorrindo. Aquele sorriso devia me dar confiança, mas a única vontade que me deu foi de fugir.

—  Tem muita gente? —  Perguntei.

— Sarah, está com medo? — Questionou soltando uma leve risada e só revirei os olhos — Um pequeno grupo de jornalista e fotógrafos, nada que você não dê conta.

—  Não estou com medo, só curiosa. —  Digo dando os ombros.

Ela só balançou a cabeça e fez sinal para que eu fosse primeiro. Respirei fundo e sai. Olhei para o grupo, que ao me verem, articularam e gritaram. Não estava com medo, mas não tinha tido contato há tanto tempo, era como se eu não pertencesse mais àquele mundo.

Anna tocou minhas costas para que eu continuasse. Respirei fundo e desci os degraus, até onde meu pai estava me aguardando. Parei ao seu lado e virei para encarar a pequena multidão. Meu pai colocou a mão no meu ombro, e acenava com a outra.

—  Apenas sorria e acene. —  Pediu num sussurro.

E foi o que fiz. Não foi difícil fingir um sorriso, fazia isso ultimamente para acalmar todos à minha volta. Aquilo durou só alguns segundos e logo entrei no carro. Tony sentou ao meu lado, já Anna, na parte da frente, juntamente com Happy.

—  Olá, Sarah. —  Cumprimentou Happy. —  Seja Bem Vinda.

Assenti, antes de olhar pela janela, realmente “Seja Bem Vinda Sarah, à realidade.”

 

A porta do elevador abriu e já dei de cara com a sala. O lugar era enorme e incrível. Olhei em volta e assenti em aprovação. Nada muito exagerado, simples e sofisticado. Me aproximei da grande janela para admirar a vista. Meu pai parou ao meu lado e sorriu.

—  Gostou?

—  Claro que gostei, mas não é muito grande? – Questionei o encarando. —   Não preciso de tanto espaço.

—  Prefere um hotel?

—  Não, obrigada. —  Respondi não querendo mais ver um hotel tão cedo.

—  Ótimo. —  Concordou. Devo ter feito uma careta para a ideia —  Tenho mais uma surpresa para você.

—   Tony, assim vou ficar mal acostumada.

—  Essa é a ideia. —  Olhou além de mim, e quando me virei segurei um grito de felicidade ao ver meu namorado. —  Não precisa agradecer.

Me joguei nos braços de Steve e o beijei. Tinha intenção de continuar o beijo, mas meu pai fez questão de lembrar a sua presença com uma leve tossida. Me afastei e meus olhos pararam na mão do meu namorado, onde havia um buquê de flores.

—  Para você.

—  Muito obrigada. —  Agradeci às pegando. —  Rosas e Astromélias! Minhas favoritas! —  Exclamei antes de beijar seu rosto.

Afastei-me para Steve cumprimentar meu pai. O aperto de mão foi firme e amigável, e devo dizer que estou orgulhosa que a relação dos dois mudaram para melhor. Sim, eles me contaram sobre a briga que teve na festa e como meu pai deixou bem claro naquela conversa, está no passado.

—  Não sei se vocês estão com fome, mas eu estou. – Informou Tony pegando o celular. —  Vou pedir comida. Algum pedido?

—  Não sendo pizza, agradeço. – Pediu Anna.

É, tenho que concordar com ela. Duas noites seguidas comendo pizza, não dá não.

—  Vocês decidam, e enquanto isso vou colocar as flores num vaso. – Me virei, mas logo voltei. —  Eu até pegaria um vaso, se soubesse onde é a cozinha e se tiver.

—  Se não tiver, arranjamos. —  Informou Tony. —  Aquela porta leva à cozinha. —  Apontou para a porta atrás de mim.

Acenei em afirmação e me afastei. Anna se juntou a mim, com um sorriso diabólico.

—  Tony deve beber uísque, então vamos aproveitar enquanto os dois escolhem, colocar um sonífero.

—  Anna, por que isso?

— Para não atrapalhar vocês dois. —  Explicou como fosse a coisa mais obvia do mundo. —  Na viagem ele cortou várias vezes o clima.

Ri lembrando que Tony fez questão de interromper sempre que podia.

—  Por que não usa seus poderes?

— Porque se ele questionar o motivo de ter tido sono tão de repente, culpamos a bebida. —  Novamente soou como a coisa mais óbvia.

— Só você mesma Anna! —  Digo antes de abrir a porta. —  Fui uma péssima influência para você.

—  Só descobriu agora isso?

 

[...]

 

Abri meus olhos e sentei na cama. O pesadelo novamente, e como sempre, parecia tão real. Senti as gotas de suor escorrer por meu rosto, e desconfio, que algumas eram lágrimas, o que não me surpreenderia. Olhei para meu lado, certificando que Steve dormia, afastei o lençol e fui até a janela.

Apoiei as mãos no vidro e encarei a cidade adormecida. O céu estava num tom azul mesclado de tonalidade alaranjada, mostrando que não faltava muito para amanhecer e também nem liguei, não sei mais o que é ter uma boa noite de sono. Acabei acostumando.

Os pesadelos variam muito, algumas vezes eram criações da minha própria mente, como a morte da Melly que sempre varia e tem a sombra me levando para a escuridão. Outras, eram flashes do tempo que fiquei em cárcere, tinha certeza por serem muito reais para mim e por Ana me confirmar, ao usar seus poderes em mim. Infelizmente, ela não conseguia desbloquear as memórias, algo a impedia. Era frustrante não lembrar nada que levasse aos responsáveis, exceto uma estrela vermelha em algum metal. Que ainda tinha dúvida se realmente era real.

Senti olhos sobre mim e me virei. Steve estava sentado me observando, sua expressão era preocupante, como todas as noites que passávamos juntos. Dei um leve sorriso e encostei na janela.

—  Te acordei?

—  Não, eu já estava acordado há algum tempo.

—  Ainda não se acostumou?

—  Depois de setenta anos dormindo, é difícil o sono vir. —  Respondeu se levantando. —  Pesadelo de novo?

—  Sim. —  ele parou à minha frente e me puxou para um abraço. —  Não se preocupe, não é nada grave.

—  Quer conversar?

—  Não. —  Respondi. —  Agora não.

Steve soltou um suspiro de irritação, e o entendo. Se fosse o contrário, iria querer ajudá-lo, mas as vezes, queremos o silêncio. Ele beijou o topo da minha cabeça e me abraçou mais forte.

— Me diga como posso ajudar. —  Pediu angustiado. —  Não aguento vê-la assim.

Afastei-me e coloquei minhas mãos em cada lado do seu rosto. Meus dedos deslizaram carinhosamente por sua pele. Olhei profundamente naqueles olhos azuis que tanto amo e o beijei levemente.

—  Só me ame. —  Sussurrei.

 

 

Entrei na sala e sorri ao ver meu pai tomando café. Meu humor estava melhor, minhas olheiras tinham diminuído depois de dormir mais, e agradeço ao Steve. Pena que não pude agradecê-lo, pois saiu logo cedo.

Meu pai estava com um brilho no olhar, que desconfiei. O que estava aprontando?

—  Bom dia.

—  Bom dia, filha. —  Cumprimentou de volta. —  Pelo visto a noite foi boa.

Dei um olhar feio pelo comentário, antes de sentar na cadeira ao seu lado direito. Peguei o bule e enchi a xícara com o chá.

—  Você não ia pegar o avião às nove horas? —  Questionei não dando espaço para falar mais nada.

—  Ia, mas não consegui acordar. —  Respondeu voltando a olhar para o tablet em sua mão . — Não imaginava que o Capitão fosse do tipo selvagem.

—  Tony! —  Exclamei brava.

—  Só pra constar, não escutei nada e nem queria, isso é nojento para mim. —  Fez uma careta. —  Você devia esconder essa mancha se não quer que eu fale. —  Apontou para o lado direito do meu pescoço. —  Já diziam os sábios: Os quietinhos são os piores.

Puta que pariu! Esqueci da marca.

—  Por tudo que é mais sagrado na sua vida, vamos parar com essa conversa. —  Pedi escondendo o chupão com meu cabelo.

— Tudo bem, tá sem graça mesmo. —  Concordou. —  Se Steve tivesse aqui, seria mais engraçado.

Não vou bater nele! Não vou bater nele....

—  Vai pegar o jato que horas? —  Indaguei pegando uma torrada.

— Daqui uma hora. —  Respondeu colocando o tablet na mesa. —  Já está expulsando seu pai?

—  Jamais! Não vivo sem você. —  Sorri enquanto passava a geleia no alimento.

—  Também te amo. — Levantou e pegou a jaqueta que estava apoiada na cadeira. —  Quando terminar o café, quero te mostrar uma coisa.

Ele se levantou e me deixou sozinha, o que me deixou muito curiosa. Olhei para a mesa, seria melhor encurtar o café da manhã.  Tomei um grande gole do meu chá e levantei, comendo a torrada. Quase corri na mesma direção que ele foi.

—  O que quer me mostrar? —  Questionou antes de voltar a comer.

— É algo para trabalhar pelo tempo que permanecer aqui. – Respondeu seguindo por um corredor. Parou em frente à uma porta preta e a abriu. —  Primeiro as damas.

Entrei e fiquei surpresa ao ver uma pequena oficina. O lugar era menor, comparado à oficina na mansão ou no prédio, mas tinha tudo que precisava para trabalhar: ferramentas, materiais e tecnologia de ponta. Ao centro, estava minha armadura. Aproximei e admirei-a, estando já montada. Então assim que eu ficaria usando-a? Passei a mão sobre o braço da mesma.

—  Obrigada.

—  Além da armadura, tenho um projeto para você, mas isso fica para depois. – Explicou parando ao meu lado. – Eu quero avisar que Pepper falou com o reitor da universidade e ele disse que não precisa ter pressa em voltar.

—  Quanto Pepper precisou pagar para ter esse privilégio? —  Indaguei, não gostando disso.

—  Nada. —  Respondeu. —  Ele compreendeu a situação e entendeu que você não está pronta.

— Quem disse que não estou? Só pensei em voltar no próximo semestre, já que perdi muitas coisas. —  Menti.

Na verdade, nem sabia quando queria voltar.

— Sarah, não precisa mentir para mim. — Pediu colocando a mão sobre meu ombro. —  Não precisa falar que está aqui por causa do Steve ou ver apresentação de algo da SHIELD. Se não quiser voltar para a universidade, vamos entender... Até mesmo se não quiser voltar à Nova York, vamos entender. E o mais importante; estaremos ao seu lado.

—  Obrigada pai. —  Agradeci tocada com as palavras.

—  Não precisa agradecer. —  Beijou minha testa carinhosamente. – O importante é você ser feliz. —  Olhou para o relógio em seu pulso. – Está na hora de ir. Caso pense em ficar de vez aqui, me avise, terei de comprar um lugar maior. —  Comentou se afastando.

—  Comprar um lugar maior?

—  Claro, eu vou precisar de espaço para minhas coisas. – Respondeu. —  Acha mesmo que deixaria você longe de mim?

—  Mas, e Malibu? E a Torre?

— Eu confesso que prefiro um desses lugares, no entanto, onde você decidir ficar, eu irei junto. —  Disse parando na porta e me olhando. —  Não quero perder mais nada da sua vida. —  Acenou. —  Só peço para pensar com calma, pois terei de convencer a Pepper.

Soltei uma risada não acreditando no que meu pai disse. Ela mudaria até de cidade por causa de mim! Também não queria ficar longe dele e da Pepper depois de tudo que aconteceu. Não planejo morar aqui também, passar um tempo sim, mas morar não.

Vou usar esse tempo pra pensar com calma. Olhei em volta uma última vez antes de segui-lo.

 

[...]

 

—  Queria falar comigo, Fury? —  Perguntei ao entrar na sala do diretor.

—  Sim, sente-se. —  Pediu apontando para a cadeira a frente à sua mesa. —  Como está Sarah?

—  Bem. —  Respondi antes de me sentar. —  Me chamou por saber algo do meu sequestro?

—  Infelizmente, não. —  Disse apoiando as mãos na mesa. —  Chamei para saber se realmente está bem.

—  Não estou cem por cento bem e ninguém estaria depois do que aconteceu comigo. Mas estou indo bem. —  Contei estranhando a preocupação.

—  Agente Petrov me informou que lembrou de algumas coisas.

—  E ela já te contou o que?

—  Não, se negou.

Anna mostrando mais uma vez que é de confiança.

— Sim, lembrei. Mas... —  Parei ao lembrar da estrela. —  Não sei se é minha imaginação, mas às vezes, sonho com uma estrela vermelha num braço de metal.

Fury encostou na cadeira e juntou as mãos. Sua expressão evidenciava que estava em profundo pensamento. Será que era uma pista? Ou eu estava ficando louca?

—  Creio que deva falar com um profissional. —  Comentou ainda pensativo.

Ok, estou louca.

—  Psicólogo? Não, obrigada. —  Recusei-me. —  Prefiro conversar com Anna, ela entende de algum modo o que aconteceu comigo.

Meu pai, Pepper, Steve e até Anna acharam que deveria ver um profissional, mas não gosto ter de me abrir com um estranho e ainda mais alguém que irá me julgar.

—  Se quiser, minha equipe está à sua disposição. —  Comentou Fury. —  Agente Petrov me contou que vai voltar com seu treinamento, SHIELD está à disposição e saiba que o convite ainda está de pé, para entrar na Academia.

—  Deixa para a próxima, pirata. —  Levantei. —  Só isso?

—  Sim.

Assenti e me retirei. Estava com vontade mesmo de voltar a treinar, precisava ficar mais forte para me defender e defender quem amo, mesmo preferindo usar outras coisas. Encontrei Anna encostada na parede e mexendo no celular. Sorri imaginando quem é a pessoa que está conversando.

—  Manda um ‘oi’ para o Banner. —  Pedi parando ao seu lado.

— Quem disse que estou falando com ele? —  Perguntou guardando o aparelho.

—  O sorriso na sua cara te entrega.

Fechou no mesmo instante e cruzou os braços.

—  Está ficando folgada, praga.

— Você ainda tem que me contar se rolou beijo depois daquela conversa.

Anna e Banner tiveram uma longa conversa antes de sairmos para a viagem e do jeito que ele estava quando me despedi, só pode ter rolado beijos.

—  Eu te conto, se ganhar de mim no tatame. —  Desafiou.

— Desafio aceito, bruxa. —  Estiquei a mão e ela apertou, selando a aposta. —  Nada de usar poderes.

—  Nem tecnologia. —  Completou a agente.

—  Feito!

 

Aprendi da pior maneira que nunca, jamais e em hipótese alguma se deve desafiar uma agente. O que eu tinha na mente em aceitar o desafio? Como pensei que teria chance, sendo que só ganhei cinco vezes dela de mais de cem treinamentos? Esse maldito lado Stark que sempre surge nas horas erradas.

Agora estou aqui, presa e com a cara virada para o chão. Não importava o que tentasse, ela não me soltava. Droga, isso só mostra que preciso treinar mais ainda, imagina se isso fosse uma situação real, com alguém que realmente quer me ferir?

—  Desisti? —  Perguntou sobre meu ombro.

Meu orgulho estava ferido? Um pouco. Minha dignidade? Pra caramba. Desistir? Jamais.

—  Posso ficar o dia todo aqui.

Não posso não, mas ela não precisa saber.

—  Isso não estava nos meus planos. —  Comentou uma voz masculina.

Levantei a cabeça e encontrei Steve nos observando, parecia que se divertia com a situação. Bufei, afastando alguns fios do meu cabelo, que estavam no meu rosto.

—  O que não estava nos seus planos? —  Perguntei.

— Ficar aqui o dia todo. —  Respondeu cruzando os braços. —  Tenho planos para nós, bons planos.

Planos? Para nós? Porra Steve!

—  Quais planos?

—  Não posso dizer, surpresa.

Porra, Steve! Sabe que sou curiosa e que já quero saber o que é. Pensei nas duas possibilidades que tenho: posso ficar aqui, uma hora Anna vai cansar e aí vai aparecer uma brecha, me soltarei e a derrotarei. Ou eu desisto e descubro o que Steve planejou para nós, que deve ser bem melhor do que ficar agarrada numa mulher.

Apoiei minha testa no tatame e soltei alguns palavrões num tom baixo. Bati a minha mão livre no tatame duas vezes.

—  Ok, Anna. —   Concordei. —  Venceu.

Ela me soltou e eu sentei. Recebi um tapinha amigável dela.

— Você lutou bem, e com o tempo conseguirá me derrotar. —  Bufei imaginando o quanto ainda vai demorar para isso. —  Veja o lado bom, você vai tirar uma lição dessa luta.

—  Qual lição? Nunca aceite um desafio contra a bruxa?

—  Exato.

—  Isso não é uma lição. —  Argumentei.

Anna se levantou e assentiu em cumprimento ao Steve antes de sair, rumo ao vestiário. Ele esticou a mão para mim e aceitei. Mostrei minha insatisfação pela derrota e por ele ser o responsável.

—  A culpa é sua. —  Digo, demonstrando minha indignação.

—  O que eu fiz?

—  Falou que tinha planos. —  Respondi cruzando os braços. —  E agora me conte quais.

—  Um almoço.

—  Gostei. —  Sorri. —  O que mais?

— Quero que você conheça uma pessoa. —  Respondeu antes de olhar para os lados, garantindo que ninguém estivesse escutando. — É alguém muito especial para mim, da época que lutei contra a Hydra.

Então deve ser algum dos seus companheiros, mas todos não tinham morrido? Deve ser alguém que não ia para a ação, por ainda estar vivo.

—  Tudo bem. —  Concordei. —  Só espero que a pessoa não se assuste com a idade que sua namorada tem. —  Digo rindo e logo paro. —  Essa pessoa sabe quem é sua namorada?

—  Sim, é uma pessoa de confiança e acho de tanto falar, está mais curiosa de te conhecer do que o normal.

— Vou só tomar um banho e iremos. —  Olhei para a roupa de treinamento que peguei emprestada. Realmente precisava de um banho.

—  Te espero no estacionamento.

—  Antes de ir... Uma dica de quem seja a pessoa? —  Pedi.

—  Essa pessoa era muito próxima do seu avô. —  Respondeu antes de dar as costas.

 

[...]

 

Quando Steve disse que queria me apresentar a uma pessoa, não imaginava que seria ela, justamente Peggy. Parei na porta e encarei a mulher deitada na cama. Mesmo com tantos anos, podia ver um brilho especial no olhar de Peggy e um belo sorriso.

Steve se aproximou e a cumprimentou, os dois trocaram algumas palavras  num tom baixo que não pude entender. A interação dos dois e a troca de olhares, principalmente a troca de olhares, me fez sentir uma intrusa. Dei um passo para trás, involuntariamente, e pensei em realmente sair dali, mas de repente, os dois olharam para minha direção.

Forcei um sorriso, devolvendo o qual recebi dela. Ele esticou a mão na minha direção e, não tendo muita escolha, andei em sua direção e coloquei minha mão sobre a sua.

—  Peggy, essa é a Sarah. —  Nos apresentou.

—  Achei que nunca fosse conhecer você. —  Disse num tom feliz. —  É um prazer conhece-la, senhorita Stark.

—  Só Sarah. —  Pedi. —  Stark só meu pai mesmo, senhora.

Steve soltou minha mão e colocou uma cadeira perto da cama, para que pudesse sentar. Assenti em agradecimento, ele pegou outra cadeira e colocou ao meu lado, sentando mais perto dela.

—  E você me chame de Peggy. Fiquei surpresa quando soube da sua existência. —  Contou. —  Se Howard estivesse vivo, ficaria feliz em saber que tem uma bela neta, e que herdou a inteligência da família pelo o que soube.

Só olhei para Steve, claro que foi ele quem contou.

—  A inteligência vem de ambos os lados dos meus pais. —  Expliquei não querendo que menosprezassem o lado da minha mãe. —  Mas a beleza realmente veio da minha mãe.

—  E a humildade do seu pai. —  Rebateu rindo.

—  Exato. – Concordei. —  Você falou do meu avô, foram muito amigos?

E essa pergunta foi o suficiente para ela contar algumas coisas do meu avô. Como se conheceram e tornaram amigos, logo depois das aventuras dos dois, juntamente com Steve e sua equipe. A conversa era agradável, Peggy era uma mulher incrível que lutou muito contra o machismo, para ser uma agente. É de se admirar sua força e teimosia, de lutar pelo o que queria.

Num  momento da conversa, Peggy teve uma crise de tosse e Steve entregou um copo com água, porém, a jarra se esvaziou e ele saiu para enchê-la, nos deixando sozinhas. Ela pegou minha mão e deu um sorriso tão bondoso, que o pouco ciúme evaporou.

—  Fico feliz que Steve encontrou alguém e que o sentimento é recíproco.  —  Confessou. —  Ele é um homem tão bom e possui um coração puro.

—  Eu sei, e foi isso o que me atraiu nele. —  Parei e soltei um suspiro —  O que nos atraiu, não é mesmo?

—  Ele te contou?

—  Não foi difícil descobrir que você é a mulher à quem ele prometeu uma dança. E acredito que além de uma simples dança.

—  Sim, eu me apaixonei por ele e quando se foi... —  Parou e virou o rosto. Segui seu olhar, até parar na cômoda, onde tinham algumas fotos. Presumi ser sua família. —  Eu tive uma vida maravilhosa e no lado de alguém que amei, pode não ser da mesma intensidade os sentimentos, mas fui feliz.

—  Você ainda o ama?

—  Sim e sempre vou amá-lo. —  Confessou me olhando.

— Ele te ama também. —  Afirmei, mesmo que aquelas palavras me doessem.

—  Sim, mas não é o mesmo amor que sente por você. —  Explicou. —  Você é a mulher que ele entregou o coração e eu a invejo por isso. —  Aquelas palavras me deixaram surpresa. Fiquei sem reação e sem o que dizer, isso não a impediu de continuar. —  Por isso que peço que não o machuque.

—  Prometo que não farei.

—  Obrigada. —  Sua expressão mudou e soube que não era mais a mesma Peggy. —  Quem é você?

Foi difícil forçar um sorriso para não assustá-la, tentei pensar algo, mas minha mente estava vazia. Para minha sorte, Steve voltou. Peggy ficou toda feliz e emocionada ao vê-lo, pensou que estavam de volta na época que ele sumiu. Levantei e ele sentou, dava para ver que a tristeza em seus olhos por vê-la assim.

— Claro que voltei. Prometi uma dança à minha garota. — Disse tentando tranquiliza-la.

Aquelas palavras foram o suficiente para minha deixa. Pedi licença e sai da sala. Claro que estava agindo como uma idiota, como posso sentir ciúme depois do que ela me disse? Devia bater a cabeça na parede para me castigar por sentir isso.

Resolvi esperar no jardim que tinha na parte de trás da clínica. Sentei num banco, embaixo de uma arvora e observei o lugar. Tinha um pequeno grupo de idosos, com enfermeiras perto,  sentados numa mesa e jogando cartas. Três senhoras sentadas no outro lado, conversando entre si. Todos pareciam muito bem e felizes.

—  Com licença, posso sentar aqui? —  Pediu um senhor simpático e com sotaque forte.

—  Claro.

— Obrigado. —  Sentou ao meu lado. —  É bom ter companhia de uma jovem, do que só as velhas daqui.

—  Se alguma senhora escutar isso, terá problemas.

—  Não sendo minha esposa, está tudo bem. —  Apontou para trás, onde estava uma bela senhora, conversando com outra. —  Vai ser bom ter um pouco de ação nesse lugar. —  Só consegui rir, imaginando como seria essa ação. Ele correndo numa velocidade lenta e sendo acertado por uma bengala ou algo do tipo. —  Veio visitar sua  avó?

—  Uma amiga do meu namorado.

—  Não me diga que namora um velho?

—  Depende do ponto de vista. —  Respondo. —  Logo o conhecerá.

—  Acho feio um casal com uma diferença grande de idade. —  Parou para coçar seu bigode. —  O cara todo caindo e acabado, com alguém com a idade para ser sua neta.

—  Eu garanto que ele não tá acabado. —  “mesmo para seus noventa anos”, completei em pensamento. —  O senhor não é daqui. —  Digo mudando de assunto.

—  Não, sou de Moscou. —  Contou. —  Me mudei para cá depois da segunda guerra. Foi a melhor escolha que fiz, conheci minha esposa. —  Virou-se e acenou para ela e a mesma retribuiu. —  Mesmo depois de todos esses anos continua a mulher mais bonita que conheci, minha  красивый.

Aquela palavra não era estranha para mim, podia escutar uma voz masculina repetindo em minha mente e uma imagem borrada, justamente com o braço de metal. Me levantei e coloquei a mão em minha cabeça, as imagens pareciam tão reais.

—  Está tudo bem? —  Questionou preocupado.

— O que significa? Essa palavra que você chamou sua esposa? —  Perguntei até um pouco grossa.

—  красивый? Significa bonita, bela pra ser mais exato.

Fechei os olhos e respirei fundo, porque essa palavra parecia tão familiar? Ao vê-lo me encarando preocupado, balancei a cabeça e fiz um gesto o tranquilizando.

—  Me desculpa, é só... —  Como explicar o que houve comigo, sendo que nem sei o que exatamente houve, além do sequestro? —  Essa palavra é muito bonita.

—  Sim. —  Concordou ainda preocupado. —  Você está pálida, acho melhor se sentar.

—  Estou bem.

—  Sarah. —  Chamou-me Steve se aproximando. —  O que houve? Parece que vai desmaiar. —  Passou o braço sobre minha cintura. —  Melhor se sentar.

Só neguei com a cabeça.

—  Você que é o namorado dela? —  Perguntou o senhor.

—  Sim, sou. —  Sua atenção ainda está voltada à mim.

—  Não é alguém muito velho para você. —  Comentou. —  Acho melhor sentar e alguém trazer uma água.

—  Estou bem. —  Disse mais firme. —  Foi um prazer conhecê-lo.

Nos afastamos e pedi para voltarmos ao apartamento. Minha cabeça doía um pouco, mas o silêncio que ficou entre nós doía mais.

 

[...]

 

Assim que abri  a porta do apartamento, fui direto para o quarto. Joguei a jaqueta na cadeira que tinha no cômodo e deixei a sapatilha pelo caminho. Steve entrou logo em seguida, preocupado.

—  Não pensei que ficaria chateada por esse encontro.

— Por que estaria chateada? —  Perguntei bruscamente, sentando na cama. Passei as mãos por meu cabelo, prendendo de qualquer jeito. —  Eu gostei de ter me apresentado à Peggy. Conhecer mais sobre meu avô e até mesmo sobre suas aventuras.

—  E por que esta assim?

—  Eu estou normal. —  Respondi um pouco mais calma.

—  Não, não está. —  Rebateu, sentando-se ao meu lado. —  Me fala, o que houve?

Levantei-me e comecei a andar de um lado ao outro.

—  É tanta coisa que nem sei por onde começar. —  Comentei não o olhando.

—  Que tal pelo início? —  Sugeriu.

—  Eu não gostei de ter sentindo um pouco de ciúme da sua relação com a Peggy. —  Confessei. —  Sei que o que tiveram ficou no passado e ela fez questão de realçar isso, mas não consegui evitar. —  Esperei ele falar algo, mas ele se levantou e parou na minha frente com uma expressão mais suave. —  Sei que soou como uma pessoa boba.

—  Não, nem um pouco. —  Disse me puxando para um abraço. —  Eu entendo e quero que saiba que eu amo você. O que sinto pela Peggy é um amor de amigos. —  Confessou olhando bem nos meus olhos. —  Não nego que já a amei de outra maneira, mas isso é passado.

—  Se pudesse…

—  Mudaria nada. —  Declarou me interrompendo.

—  Obrigada. —  Agradeci apoiando meu rosto em seu ombro.

—  E o que mais te perturbou hoje?

—  No jardim aconteceu algo.

—  O que? —  Perguntou passando a mão nas minhas costas. —  Por isso ficou daquele jeito?

—  Sim. —  Respondi o apertando. —  Ele disse uma palavra que pareceu tão familiar, sinto que a escutei quando estava em cativeiro.

—  Qual palavra? —  Indagou preocupado.

—  É russo, não sei pronunciá-la. —  Digo. —  E eu também posso estar enganada.

—  Ou não. – Disse se afastando de mim – É uma pista de quem pode ter te sequestrado. Foi aquele senhor que disse? – Acenei em afirmação – Ele te disse o significado?

—  Não.

—  Veremos isso depois então.

Ele me beijou e eu empurrei a culpa para o fundo da minha mente. Sim, menti para Steve em não contar o significado da palavra, mas eu não queria estragar esse momento e por algum motivo, parecia que essa palavra era um segredo entre mim e quem tenha dito à mim.


Notas Finais


Turbulento o capitulo?Nem tanto :x
Primeiro encontro de Sarah e Peggy. Foi tudo na paz, pq né. Peggy é um amor. Diferente da Sharon ~olhar de ódio~
Tantas coisas aconteceram que nem sei o que dizer, só consigo pensar: No que os leitores acharam. Então, se puderam me dizer :X

Venho aqui pedir seu voto para "FF.D.Marvel.Awards - 1º".
Um tumblr esta fazendo uma votação para varias categorias, Euzinha e minhas histórias (Take on Me, The Lady of the Nigh, Lover Figther e Words) estão concorrendo a algumas categorias.
Se puderem dar um votinho, já ficaria agradecida. Caso queiram votar mais, também podem. Na verdade podem votar quantas vezes quiserem.
A primeira parte da votação é voltada para os Quadrinhos, Series e Filmes.
A segunda parte são das fanfics e autoras.
Então se acham que essa história, as outras e essa autora louca merecem seu voto, é só clicar no link e votar.
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeJjzeM0q9V1qAOqDi0HHMf1sIPoFYsmUJMXW-9KNzrpwpS8w/viewform

Beijos


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