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História Take me on - Livres para amar - Capítulo Único


Escrita por: ellefire

Capítulo 1 - Livres para amar - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Take me on - Livres para amar - Capítulo Único

Mesmo à distância da casa elegante dos Jaegar's, era possível ouvir o volume demasiado alto que saía da TV e atravessava as paredes de tijolinhos bem alinhados. Não era para menos. Agora mesmo, o bairro — se não os EUA inteiro, estavam com suas bundas enfiadas no sofá assistindo a um mesmo canal, e a razão disso tudo tinha nome: o Super Bowl. Era a decisão final da temporada de 1983 da NFL, os últimos times de futebol americano decidiriam a vitória naquele começo de ano, os Los Angeles Raiders contra os Washington Redskins.

— Você vai ficar surdo! — Carla, que estava na cozinha, repreendeu o marido

Ela vestia um avental por cima do vestido florido na cor-de-caqui, era rodado e passava um pouco do joelho, calçava sandálias básicas e um rosto cansando enquanto negava com a cabeça na direção de Grisha, seu marido estava muito focado no que via e até mesmo arrastou a poltrona para mais próximo da tela mediana da TV.

Ainda estava nos comerciais e logo o jogo começaria, ciente disso, Grisha gritou para as escadas.

— Eren, o jogo já vai começar! Venha ver o Marcus Allen, rápido!

Até mesmo o garoto que estava com os ouvidos ocupados pelos fones que o walkman disponibilizava, pulou da cama de susto. Abandonou o belo canto de Michael Jackson com um pouco de pesar, a verdade era que nunca superaria o álbum Thriller e a razão disso era passar tardes ouvindo todas a música da fita.

Mas após ouvir aquele nome que começava com "M" e terminava com "N", seu coração pulou do peito e no instante seguinte largou o aparelho de som na cama, abriu a porta e correu pelo corredor, coisa que fazia Carla perder os cabelos, mas no momento Eren Jaegar não ligava. Era o Super Bowl! Desceu as escadas com pressa e pulou na poltrona mais próxima ao lado de seu pai, Carla revirou os olhos para aquela cena.

— Homens.

— Pai, o Marcus Allen! Olha ali! — apontou ele para a TV, seus olhos verdes estavam brilhantes

No canto da tela surgia o fenômeno do Los Angeles Raiders, o homem de pele escura e cabelos crespos ralos, segurava seu capacete e exibia o uniforme preto. Grisha e Eren se assemelhavam a crianças, até mesmo Carla correu e se sentou no divã para prestar a atenção no jogador e permaneceu assim até o fim da partida.

Los Angeles Raiders ganharam dos Washington Redskins de 38 a 9, a família Jaegar pulou dos assentos após Marcus Allen, o running back, correr com a bola e garantir mais um ponto para o time. Ele ganhou o prêmio de MVP, Jogador Mais Valioso do Super Bowl, o que não foi surpresa para ninguém, na verdade, a surpresa para todos foi o comercial no intervalo da partida que foi motivo,  também, de discussões no dia seguinte.

Eren Jaegar teve uma despedida digna de suas férias longas após aquele domingo caloroso, no dia seguinte voltaria as aulas no Instituto Grace's Kyojin da cidade não tão pequena chamada Maywood. O lado bom era rever os amigos para marcarem algo em algum pub ou levar alguma garota bonita no Cine Drive In, ainda era difícil se acostumar com Maywood mesmo depois de três anos morando ali, sentia a abstinência da praia visto que cresceu em Malibu, cidade também da Califórnia. Após o colegial se mandaria daquela cidade e faria faculdade em algum lugar que houvesse mar, assim planejava.

No dia seguinte, acordou cedo.

Vestiu uma camisa branca e por cima pôs a jaqueta preta de couro, Armin apelidava aquilo como um membro extra. Uma marca registrada de Eren assim como o cabelo castanho jogado para trás, calças jeans e all star. A aparência típica de garoto descolado e popular com meninas da escola, bom...os termos não mentiam.

Seu pai foi quem o deixou no Instituto, o carro branco Miura Saga chamava a atenção e Eren mal via a hora de ter seu próprio carro e não ter mais que se ajoelhar para os pais só para ter que usar o carro uma vez, seus dezoito anos estava próximo e era um quase-alívio. Avistou os portões e logo viu seu amigo Armim acenar, o loiro usava roupas coloridas e era facilmente visto como hippie, afirmavam isso pelas vezes que era visto com olhos baixos e cheiro de maconha.

Eren pulou do carro e se despediu do pai que já vestia o jaleco branco do hospital, Grisha era um médico renomado na cidade e isso o dava direito de morar em um bairro de classe média e pôr o filho em um colégio particular.

— Você viu? — perguntou Armin enquanto caminhavam lado a lado

Algumas meninas encaravam demasiadamente Eren, não era para menos, seu estilo realçava sua beleza gutural, seus cabelos passavam um pouco dos ombros e esvoaçavam, sua pele era bronzeada e seus olhos cor de esmeralda, era essa a razão de tantos suspiros.

— Que Marcus Allen foi o MVP?

Armin revirou os olhos.

— O comercial no meio da partida, o lançamento do computador Macintosh.

Eren abriu a boca e ergueu as sobrancelhas, mostrando se recordar.

— Certo, aquele da Apple, né?

Armin sacudiu a cabeça em confirmação.

— Você viu a puta referência ao livro do Georgie Orwell? O nome é 1984. A atleta inglesa Anya Major destrói o telão com uma marreta, acabando com o controle do Grande Irmão!

— Não terminei de ler, mas eu vi sim. Só que estava empolgado demais com o RB dos Los Angeles Raiders.

Armin mais uma vez revirou os olhos, caminhavam sobre a grama e Eren tinha um olhar entediado enquanto segurava a alça da bolsa, parecia muito aéreo. Nada fora do comum.

— Você com esses esportes violentos. — ralhou como uma praga

Eren o olhou com um riso de lado, aquele riso involuntário que fazia as garotas caírem de amores.

— É por isso que te chamam de hippie-maconheiro.

Armin fez um bico engraçado nos lábios, apertando mais os livros contra o peito.

— Os termos não estão errados.

Ouviram um grito animado e olharam para trás, do portão avistaram a fisionomia esbelta de Mikassa apressando o passo no rumo dos dois, usava uma saia jeans meio rasgada e uma blusa rosa chamativa que deixava seu umbigo aparecer junto com botas altas de cor branca, o cabelo preso de um jeito apresado e brincos de argolas verdes.

Eren não se assustou quando Mikassa se jogou em seus braços e beijou seus lábios de um jeito cálido e cheio de segundas intenções. Não eram namorados nem nada do tipo, Eren afirmava que não servia para relacionamentos, apenas fodiam de vez em quando e trocavam beijos aqui e ali.

— Senti sua falta. — disse ela dedilhando seu peito com um braço em volta do seu pescoço

Eren beijou sua bochecha com um riso fino, sua boca meio avermelhada pelo batom forte da garota.

— Também.

Armin fazia gestos de querer vomitar atrás de Mikassa e Eren fez uma cara feia, em um dizer mudo para que o amigo parasse. O loiro gargalhou e de repente parou, apertou os olhos azuis e mirou algo atrás.

Eren estranhou e virou as costas, entendeu o motivo quando entre o tumulto de alunos, com passadas silenciosas, caminhava um garoto.

Por um minuto, Eren ficou apenas observando.

O garoto usava camisa de botões listrada em diversas cores na vertical, pareciam as que Armin costumava vestir. Calças jeans meio escuras e justas, sua pele era branca demais e seus cabelos negros ganhavam o dobro da atenção. Lia um livro enquanto desviava das pessoas.

— Que coincidência! — disse Armin pondo uma mão na cintura — Ele está lendo Georgie Orwell, 1984. O Instituto Grace's Kyojin recebe alguém de bom gosto. Será que ele curte The Beatles? — perguntou de um jeito pensativo

Eren ainda encarava aquela figura nova quando Mikassa soltou um suspiro cansado seguido de um rolar de olhos, chamando a atenção dos dois.

— É meu primo, chegou da França faz pouco tempo. — explicou ela com certo desgosto — Um nerd, não precisa se preocupar com ele. Que tal hoje irmos para minha casa, Eren?

Os dois se beijaram de novo. Armin fez menção de vomitar de novo.

O sinal bateu e o corredor se encheu de alunos, formigas perambulando e topando uma nas outras. Eren ainda teve tempo de puxar um fumo com Armin e beijar Annie Leonhart, a filha do diretor, por um tempo na sala de limpeza.

Só foi encontrar o primo de Mikassa novamente na aula de Matemática, caíram na mesma turma e suas carteiras não ficaram tão distantes, o cara chamado Levi estava sentado na sua frente pouco perto da janela, Eren encarou suas costas e ignorou o que o professor Smith falava.

Uma semana se passou e descobriu quais turmas batiam com ele: Matemática, Biologia e Química. Mais duas semanas se passaram para Eren descobrir que estava, de algum jeito, mantendo um interesse esquisito pelo intitulado Levi Ackerman, o nerd.

No refeitório o via sentado com uma garota punk que usava óculos e não parava de falar. Notou que ele falava pouco. Notou que ele era baixo. Notou que ele gostava de ler. Notou que ele tinha a mania de balançar o ombro. Notou que ele era bonito. O mês inteiro se resumia naquela curiosidade esquisita a cerca do novato, chegou a perguntar de um jeito de como quem não quer nada a Mikassa sobre o tal primo, ela apenas dizia que era um esquisito com problemas de socialização. Mesmo que ela tenha dito isso de um jeito rude, era verdade. Jaegar nunca o ouviu falar, nem mesmo nas aulas.

Seu aniversário chegou no final de março e o tão esperado carro veio como prometido, não conseguiu exprimir em palavras quando Grisha jogou a chave em sua mão e apontou para a garagem, correu e avistou abismado o Mustang preto, o capô era grande e já se imaginou levando aquela belezinha no Cine Drive In.

E assim fez.

Seu melhor e inseparável amigo, Armin Arlert, o ajudou a inaugurar o Mustang. Ouviram AC/DC e fumaram o trajeto todo, chegaram cedo e pegaram o melhor lugar para assistir o filme, nem muito perto da tela nem muito longe, era mais fácil tirar o carro quando estava estacionado ali. Iriam ver — ou melhor, rever — O Retorno do Jedi. Haviam assistido no dia do lançamento e escolheram a semana em que o Cinema repassava filmes clássicos ou de muito sucesso.

Se acomodaram no capô espaçoso com alguns travesseiros tragos de casa, a moça que anotava os pedidos se aproximou e Eren reconheceu de cara. Era a garota punk amiga de Levi, ela vestia roupas costumeiras a não ser pelo avental, seus olhos brilhantes eram rodeados de uma maquiagem pesada, ela sorria de orelha a orelha quando chegou perto deles.

— Um saco de pipoca GG e duas cocas. — disse Eren

— Mais alguma coisa? — perguntou ainda bem humorada

Eren negou com a cabeça e ela se afastou.

— Se interessou por ela? — perguntou Armin "confidencialmente" ao seu lado

Eren ficou incrédulo.

— Não! Ela não faz meu tipo!

Os pedidos chegaram e o filme começou após alguns créditos, junto com o saco de pipoca veio um panfleto do filme que logo lançaria, Sexta-Feira Treze: Capítulo final. Seria exibido dia treze do próximo mês.

Após o filme terminar, Armin bocejou.

— Ainda estou com fome.

— Cadê a novidade? — perguntou Eren retoricamente, os dois desceram do capô e guardaram os travesseiros dentro do carro — Essa maconha é forte para te deixar com essa larica.

Armin ergueu uma sobrancelha.

— Você também 'tá na larica, Jaegar.

Gargalharam um pouco, Eren manuseou habilmente o carro para fora dos eixos brancos no chão, as faixas representavam cada vaga, seguiram pela estrada e ligaram o rádio de novo, e para a sorte de Eren tocava Beat It.

— Vamos no Pop's, é aqui perto.

Eren assentiu para o amigo, cantarolou o caminho todo até parar em uma lanchonete neon com um grande letreiro em vermelho, estacionaram novamente e entraram no lugar nem tão grande. O piso era quadriculado e as garçonetes andavam de patins, usavam saias demasiada curtas e bonés vermelhos.

Sentaram no banco almofadado no canto da parede, havia um jazz baixo vindo de um toca disco não muito longe, algumas pessoas estavam no balcão mas Eren preferia ficar em um lugar isolado.

— Dezoito anos. — disse de um jeito pensativo

— Você pode pagar pensão, ser preso ou algo assim. 

Eren jogou um sorriso falso para o loiro que gargalhou, nesse instante uma presença se aproximou sem que os dois percebessem. Eren ergueu o rosto e pensou que o universo estivesse brincando. Levi estava ali, tinha o boné vermelho na cabeça e o uniforme pouco discreto do Pop's, só que sem a saia.

Pela primeira vez o olhar de Levi caiu sobre Eren.

— O que vão querer?

Sua voz era mórbida e parecia estar ali a força, era quase que impossível disfarçar seu sotaque francês mesmo que falasse baixo. Talvez fosse esse o motivo de Levi não abrir a boca nas aulas, pensou Eren, talvez tivesse vergonha.

Que fofo.

— Um milk shake de chocolate com cobertura de morango, sem cereja. — começou Armin enquanto Eren olhava o cardápio — Duas cocas, um hambúrguer X-Tudo e outro simples de grão-de-bico. Não se preocupe Eren, eu pago.

— Não precisa.

— É seu aniversário, poxa. Me deixa ser um melhor amigo decente!

Eren revirou os olhos e resolveu deixar de mão, desapercebendo o olhar de Levi sobre si assim que Armim citou ser seu aniversário.

— Ei. — chamou o loiro de repente, Levi ergueu a sobrancelha fina tirando a vista do bloco de notas por um tempo — Porque não está de patins?

Após um tempo, Levi respondeu.

— Sou novo aqui, não sei andar de patins. — respondeu de maneira curta — Mais alguma coisa?

Eren negou e Levi deu as costas, se afastando da mesa.

— Ele é francês mesmo. — disse Armin como se para confirmar a fala de Mikassa — Sempre achei o sotaque francês muito sexy.

Eren tirou os olhos do cardápio e encarou o amigo que estava pensativo.

— Você achou ele sexy?

— Sotaque francês nas francesas. — corrigiu com um sorriso fino

Eren deu de ombros e voltou a olhar os novos hambúrgueres que o Pop's havia adicionado, não estava prestando atenção no que lia, sua mente viajava para dimensões perigosas.

— Acho o sotaque francês sexy também.

Eren resolveu dizer isso justo quando Levi chegou, e dava para perceber que ele tinha ouvido porque no seu rosto petrificado houve uma mínima movimentação, algo mais humano.

Levi despachou os lanches da bandeja em silêncio e Armin "segurava" um gargalhada, Eren queria pela primeira vez um buraco para se enfiar e não era no sentido que desejava que fosse. Levi não falou mais nada e assim como veio voltou, talvez com passos mais rápidos para longe dali.

E de costas, seu rosto leitoso que permaneceu intacto até então, ganhou uma coloração vermelha bordando suas bochechas.

{...}

Uma semana se passou desde o ocorrido sobre o "sotaque francês sexy" no aniversário de Eren, e desde então, não ouviu mais Levi falar. Ele também não sorria tanto e por vezes era visto desgostando da presença de Hange — descobriu o nome da companheira do moreno. Chegou a pensar que os dois fossem namorados, mas Levi não esbanjava humor de quem estava na presença de uma namorada, ele nem mesmo retribuía os olhares de algumas garotas, motivo esse que levantaram alguns rumores sobre ele ser gay.

Algo se remexeu dentro de Eren quando ouviu esse termo.

Estava no momento na aula de Química, fazia dupla com Armin e a professora Petra falava algumas baboseiras de balanceamento iônico, apenas seu amigo prestava atenção. Eren não era burro, ele apenas se interessava pelos estudos no final do ano.

Levi estava na sua frente e fazia dupla com Farlan, um garoto do time de basquete que era tão falado quanto Eren. Os dois não trocavam tanta conversa mas mentiria se dissesse não ver os olhares analíticos de Farlan sobre o francês.

Algo se remexeu dentro de Eren de novo.

Suspirou cansado no fim do horário e resolveu ir ao banheiro molhar o rosto. Não sabia o que era aquela confusão toda dentro de si, aquelas emoções que surgiam quando ouvia o nome do novato, que tomavam seu fôlego de um jeito...bom? Será que estava ficando louco? Talvez fosse abstinência de sexo, chamaria Annie ou Mikassa para algum lugar. Sim, isso o faria se distrair e esquecer daquelas coisas.

Quando chegou no banheiro, parou de caminhar por um curto tempo após ouvir uma voz melodiosa e baixa vinda dos azulejos. Tirou as mãos do bolso e se aproximou em silêncio, demorou muito pouco para reconhecer a música entoada, era I Want You Back dos The Jackson 5, e demorou pouco tempo também para descobrir que era Levi quem cantava.

Ele lavava as mãos na pia e cantava baixinho, mas ainda assim era impressionante como seu tom era certo e bem afinado.

Quando percebeu a presença de Eren, pulou de susto e até pôs uma mão no coração.

— Eu quase infartei...! — ele disse um pouco sem fôlego, mirando a silhueta de Eren

Mas Eren não prestou atenção na suas palavras, estava boquiaberto.

— Você canta. — falou impressionado

Levi ergueu uma sobrancelha, ainda assim tinha um pouco de constrangimento por ser pego naquela situação, mas ele era o tipo de cara que não baixava a guarda fácil, então falou.

— Como qualquer outro ser humano, o que tem demais nisso?

Eren se aproximou mais e Levi ficou ainda mais amuado.

— Não. Tipo, você canta, canta mesmo. — redarguiu

Levi queria se estapear por ter corado, mesmo que a vermelhidão fosse mínima era motivo suficiente para se acusar, não queria ter aquelas reações em frente a Eren Jaegar mas era quase impossível não lembrar daquelas palavras ditas no Pop's.

— Você toca algum instrumento?

Levi ergueu o rosto, não tinha percebido que havia baixado.

— Guitarra.

Os olhos de Eren brilharam.

— Sério?! — perguntou de um jeito infantil — Lá em casa eu tenho uma mas não sei tocar de jeito nenhum, meu dedos sempre ficam doloridos.

Levi ficou calado, não sabia o que falar e muito menos aonde aquele garoto queria chegar.

— Hey, o que acha de me ensinar a tocar? — perguntou sugestivo — Eu pago.

O moreno tinha um rosto emburrado mas após ouvir o "eu pago" ficou um pouco interessado, cruzou os braços e Eren notou naquela pouca distância que Levi era mais baixo do que aparentava.

— Não sei tocar tão bem. Não sou profissional. — disse retraído, o sotaque gritava a cada vez que um "r" surgia na palavra

Eren sacudiu a cabeça em negação.

— Quero apenas o básico. E você parece ter muita modéstia.

Levi suspirou e massageou a têmpora.

— Me passe seu endereço.

{...}

A semana se passou e Levi compareceu à casa de Eren como combinado, vestia a camisa de botões e carregava uma guitarra nas costas dentro de uma capa de couro, Carla se animou por o filho trazer um novo amigo e que, ainda por cima, ensinaria Eren a tocar guitarra.

O termo "amigo" começou a ser aceito na outra semana, conversavam bastante sobre variadas coisas. Levi curtia muito Michael Jackson e rock dos anos 60, gostava de camisas com cores discretas e às vezes pintava a unha de preto, Hange foi quem o convenceu de pintá-las e desde então ele matinha isso como parte do seu estilo. Na verdade, o estilo de Levi era difícil de caracterizar, apenas concluiu que Levi não era como Mikassa descreveu.

Era pouco tarde da noite, Grisha havia saído com Carla para jantar em algum restaurante elegante e logo depois iriam em alguma discoteca finalizar a noite, voltariam tarde e Levi avisou a sua mãe que dormiria na casa dos Jaegar's. Kunchel Ackerman já conhecia Eren da vez que almoçou por lá antes da aula de guitarra, a mulher era muito gentil e mimava mais ele do que o próprio filho.

Eren acendeu um cigarro e caminhou até a janela, Levi estava sentado no telhado com as pernas juntas no peito, descalço ele observava as estrelas sob o silêncio da escassa movimentação do bairro.

Quando Levi o viu, tomou seu cigarro da boca e passou a fumar. Eren sorriu de lado, puxou mais um do bolso e acendeu. Estava sem sua jaqueta de couro o que era raro, apenas parecia mais relaxado em uma camisa sem mangas e larga com estampa de Pop Art.

— Não sabia que fumava.

— Um pouco. — respondeu Levi após tragar a nicotina, de maneira involuntária seus ombros relaxaram

Ficaram em silêncio. Não se incomodavam com a quietude, parecia aconchegante.

— Ah, nessa sexta lança Sexta-Feira Treze. Vamos ao Cine Drive In. — Eren não fez uma pergunta, Levi já até se acostumara com aquele jeito jogado 

— Não gosto de terror. — respondeu sem olhá-lo

— Qual é! Eu durmo com você se estiver com medo.

Eren parecia não sentir o peso das palavras e Levi duvidava que ele as usasse com inocência. Sendo assim, virou o rosto para que Eren não o visse ficar vermelho, usou a desculpa de bater as cinzas do cigarro e desviou do seu olhar verde-cristal.

— Não tenho medo. Eu só não gosto mesmo.

— Por favor, vamos! Eu pago uma pipoca GG só para você!

Levi revirou os olhos.

— A questão não é dinheiro, cabeça-de-vento. — falou usando o apelido na qual dera a Eren, parecia o mais apropriado para ele — Por que não leva seu amigo hippie? Ou a sua namorada?

Eren uniu as sobrancelhas em confusão, soltou a fumaça para cima e encarou Levi.

— Namorada?

Levi o olhou de esguelha beirando a impaciência.

— Minha prima, a Mikassa.

De repente, Eren começou a gargalhar. Levi se sentiu um idiota enquanto o outro segurava a barriga e limpava lágrimas no canto dos olhos.

— Eu? Namorar? — perguntou mais para si mesmo do que para Levi — Ainda por cima namorar a Mikassa? De onde tirou isso?

— Vocês vivem se comendo nos corredores.

Eren voltou a fumar e tragou mais profundamente.

— Nós só transamos, nada mais e nada menos. — respondeu, o moreno esbanjou alívio e tristeza ao mesmo tempo, mas Eren não foi capaz de perceber — E Armin vai para um protesto com os amigos "paz e amor" do grupo dele. E eu não quero ver ninguém pelado. Vamos para o cinema, Levi!

Levi suspirou cansado e Eren continuou insistindo.

— Quero te agradecer não só com dinheiro, eu já sei tocar Help do The Beatles quase toda!

— E sua presença é um agradecimento?

— Sim?

Levi viu que argumentar com Eren era perca de tempo, desistiu e resolveu aceitar.

{...}

Na sexta à noite, o mustang preto parou em frente à casa não tão grande da Sra. Ackerman, foi ela quem abriu a porta e era perceptível o quanto se parecia com o filho. Eren admirava Kuchel porque, de acordo com ela, havia perdido o marido na Guerra do Vietnã na primeira batalha de Indochina, após isso ele havia ficado com sérias sequelas e não chegou a ver o filho, restando a ela criar Levi sozinha.

Eren também tinha um histórico de guerra em sua família, afinal, era descendente de alemães. Seus pais não se orgulhavam disso, muito pelo contrário, ficavam tristes pelas escolhas dos seus antepassados e a foto do avô de Eren, vestido no uniforme do Partido Nazista, nunca foi para o retrato na mesa de cabeceira.

Seus pensamentos foram dissipados quando de trás de Kuchel, a figura de Levi surgiu. Ele vestia uma blusa com todas as cores do arco-íris, um macacão meio folgado e tênis brancos da adidas, caminhava segurando um travesseiro fofo e Eren agradeceu pelo volante estar do outro lado do banco, não queria que Levi visse sua cara de lesado.

Levi também notou como Eren estava vestido, não muito fora do comum. Havia optado por uma camisa azul-índigo e uma calça de lavagem clara, Jaegar não largava a jaqueta e os all star nem por ameaça de morte. Seu cabelo longo estava jogado um pouco para o lado o dando a visão da curvatura do seu pescoço.

— Pintou as unhas? — perguntou Eren assim que Levi entrou no carro

Observou o esmalte roxo e aquilo só destacava a sua pele leitosa, a mão de Levi era um tanto delicada, qualquer cor ficaria bonita ali.

— Apenas uma miragem.

Eren enfiou a chave na ignição e girou a medida que jogava um sorriso de canto para o outro.

— Boa noite para você também.

Chegaram no Cine Drive In e como esperado, estava começando a lotar de carros, não era para menos já que o filme no cartaz era esperado. Estacionaram um pouco longe da tela comparado aonde estava com Armin no outro dia, o lugar era bom e o vento frio era refrescante.

Se acomodaram no capô com os travesseiros e quem veio os atender foi Hange, ela jogou um olhar analítico para os dois e sorria de um jeito suspeito.

— Uma coca, uma fanta laranja e uma pipoca GG. — Levi encarou Eren ao seu lado enquanto Hange anotava os pedidos — Vamos dividir, eu não como muito.

Eren assentiu. Quando a pipoca chegou ainda passava alguns trailers dos filmes daquele mês e do próximo, Hange falou algo no ouvido de Levi que pelo modo como reagiu não havia sido algo bom, o francês enxotou a amiga com palavrões sussurrados e um rosto rubro na qual Eren estranhou na mesma proporção que achou adorável.

Ganhou um panfleto do filme que estrearia próximo mês no dia 23, Indiana Jones e o Templo da Perdição, se sentiu ansioso por querer chamar Levi ao cinema novamente nesse dia, não estranhou aquele sentimento pois já o assombrava há bastante tempo.

Após o filme ficou bem claro que Levi não gostava de terror, nas cenas em que Jason massacrava suas vítimas e jorrava sangue para tudo quanto é lado, apertava os olhos para não ver. Eren gargalhava um pouco e Levi com raiva raiou um "Cala a boca!".

— Gostou do filme?

Já haviam saído do campo e agora estavam na estrada, os travesseiros estavam jogados no banco de trás.

Levi encarou Eren incrédulo.

— Odiei. Deveria esperar e ver com seu amigo.

— Armin não gosta de nada que tenha violência extrema, e eu queria assistir o filme com você.

Levi ficou emburrado e Eren gargalhou novamente.

Após um tempo, o carro parou em frente a um pub com letreiro colorido, se chamava Fluorescent Maywood e havia muitas pessoas já que era começo de final de semana. Antes que Levi perguntasse alguma coisa, Eren abriu a porta do carro e saiu, bufou mirando a imagem dele passando pela portinhola de madeira do local.

Depois de dez minutos, Jaegar retornou segurando garrafas de cerveja.

— Quero te mostrar um lugar. — foi o que ele disse

Eren guiou o carro para o subúrbio da cidade, as luzes das atrações de Maywood foram deixadas pouco a pouco para trás. Levi entendeu quando sua vista alcançou mais à frente o reflexo da lua cheia em um lago vultoso, o gramado rodeava o local e o carro ficou estacionado perto de onde estavam, a distância era suficiente para ouvirem a música. Girls Just Want To Have Fun era entoada por Cyndi Lauper, o ritmo era animado e particularmente Eren apreciava a cantora já que Carla sempre a ouvia enquanto preparava o almoço ou o jantar.

Segurando um cigarro na mão e uma garrafa de cerveja na outra, Eren foi o primeiro a se levantar e começar a dançar de um jeito grogue, sacudia os braços e dava passadas para lá e para cá de um jeito pouco sincronizado. Levi sorriu curtamente e o objetivo de Eren foi alcançado, se aproximou e pegou nas mãos de Levi, o puxando com força.

— Para com isso, cabeça-de-vento!

Mas Eren não o escutava e Levi já estava um pouco bêbado também, sua relutância foi fraca contra aquela força, Jaegar parecia ter o dobro do seu tamanho. Levi rodou no próprio eixo e Eren não soltou sua mão, fazendo seu corpo sacudir a todo custo.

— Franceses são muito quadrados. — se queixou Eren com o cigarro pendurado na boca — Se solta, Levi. Aqui é a América!

Após mais três garrafas de cerveja, Levi poderia se considerar solto. Batiam palmas de um jeito idiota ao som de Stayin' Alive, se arriscava a cantar algumas notas e Eren o acompanhava de um jeito engraçado.

— Você parece um ganso se afogando! — gritou Levi das vezes que Eren cantava o refrão da música, suas pernas estavam bambas e seu sorriso estava fácil

Eren gargalhou e continuou a cantar com Levi. Após mais algumas músicas animadas, caíram na grama ofegantes, as garrafas estavam ao redor e todas estavam secas. Após seu sangue esfriar, Eren se levantou e trocou de estação procurando algo mais calmo, quando Paul Anka ressonou Eren voltou e se sentou na grama, terminando seu cigarro.

— Você fazia isso na França?

Levi se sentou com um pouco de dificuldade, pegou o maço de cigarros e pendurou um na boca, estava bêbado e não conseguia riscar o fogo para acender. Eren sorriu e acendeu seu cigarro, Levi parou por instantes e observou o rosto de Eren que estava próximo.

— Não. — respondeu tragando a fumaça

— Como eram as escolas de lá?

— Chatas.

— Não tinha nenhum amigo?

Após um tempo, Levi respondeu numa voz mais baixa.

— Não.

Eren suspirou.

— E Hange? É sua amiga, né?

Levi deu de ombros.

— Conheci ela no começo do ano, é minha vizinha e me indicou uma vaga no Pop's. Somos amigos.

Eren o encarou, Levi estava um pouco suado e seu cabelo estava desalinhado, as alças do macacão estavam soltas e a blusa colorida mais exposta. Levi não tinha muitos músculos, era baixo e magro.

— Você já teve uma namorada?

Levi pareceu se engasgar e tossiu fumaça por um tempo, encarou Eren beirando ao alarmismo.

— Sim. — respondeu por fim

Eren riu um pouco.

— Como ela era? Era bonita?

Levi suspirou e juntou as pernas no peito, abraçou os joelhos e descansou a cabeça ali, se esquecendo do cigarro nos minutos seguintes.

— Preciso te contar uma coisa.

Eren franziu o cenho, imitou a posição de Levi e apoiou o queixo na palma da mão passando a encara-lo de um jeito mais direto. Havia um certo pesar no rosto do moreno quando Eren falou que ele podia contar, por um momento pensou que ele iria se enterrar entre os joelhos para esconder seu rosto.

— Eu sou gay.

Um silêncio se fez até que Levi o encarasse de novo, buscando saber a reação de Eren. Não escondeu o espanto quando o viu estirar as pernas na grama e voltar a fumar, seu olhar era meio indiferente.

— Então...ele era bonito?

Levi desencostou a cabeça dos joelhos e ficou meio cético, mas era possível ver um resquício de dor permeando ali.

Sua voz saiu em um quase sussurro.

— V-Você não acha isso...estranho?

Eren o olhou, encontrou o rosto de Levi mais retraído do que de costume, seus olhos exalavam uma fragilidade que não era comum, como se sentisse vergonha. Mas bem mais do que isso, era como se sentisse vergonha de si próprio.

— Eu acho diferente. — disse sincero — Mas o mundo passou por tantas coisas ruins e eu não vejo porque espalhar mais ódio, na verdade nunca houve um porque.

Levi agora estava boquiaberto, como se não acreditasse naquilo. Eren prosseguiu.

— Estamos nos anos 80, está na hora disso ser visto como normal e não mais estranho. — sorriu de um jeito singelo — David Bowie, Freddy Mercury, Elton John...e ainda assim eles continuam fodas. E eu acho você legal, nada mudará.

Quando Eren voltou a olhar Levi, encontrou um sorriso quebradiço ali.

— Então você não me acha estranho?

Eren estendeu sua mão e fez um afago desajeitado nos seus fios escuros, se sentiu estremecer.

— Antes mesmo de te pedir aulas de guitarra, eu havia ouvido rumores sobre você ser gay. Nada mudará.

Se assustou quando uma lágrima escorreu pelo rosto alvo de Levi, pensou ter falado algo errado e rapidamente se alarmou. Esperava qualquer reação vinda dele, mas não que ele chorasse, era difícil imaginar aquele rosto frio e indiferente com uma expressão dolorida. Só que no momento Levi também sorria em meio às lágrimas, limpava o rosto de um jeito bobo.

— Eu falei algo errado? — perguntou Eren exasperado

Levi negou com a cabeça e soltou uma gargalhada quebrada, encarou Eren que sentia seu coração cambalear. Os olhos de Levi eram um azul-escuro como o fundo do mar, brilhavam, brilhavam como a própria lua acima da sua cabeça e negar aquele sentimento que o assolava passou a ser inútil.

— Eu só estou feliz. — disse fungando o nariz sem parar de sorrir — É muito raro encontrar alguém como você. Não me orgulho em dizer que no começo pensei que você fosse um típico babaca como os garotos que tinham na minha antiga escola, mas você é diferente e eu sinto que não quero perdê-lo.

Era a vez de Eren estar boquiaberto, após um tempo retribuiu o riso de um jeito nasal. Seu coração aqueceu assim como suas bochechas bronzeadas, ganhando um tom mais acerejado.

— Na verdade, eu acho que também sou assim.

Levi passou a encara-lo buscando confirmação de que aquilo fosse verdade. E era. O rosto de Eren não tremia e ele esbanjava sua rara seriedade nas situações, respondia o seu olhar e sobre a luz da lua seus olhos se tornavam um verde vivo e cintilante, semelhante as estrelas que bordavam o céu daquela noite.

Levi desviou os olhos mordendo o lábio, olhou relutante a grama abaixo e um resquício de álcool ainda viajava seu cérebro, talvez fosse por isso que disse aquilo.

— Você quer...tentar?

Eren sabia a que aquilo se referia.

Pousou uma mão no rosto de Levi e o fez encarar de volta, seu olhos estavam ansiosos e Eren não se segurou para juntar seus lábios. No começo sentiram a estranheza do toque mas depois que suas línguas se encontraram, qualquer vestígio de vergonha foi embora.

Levi se aproximou mais e segurou os cabelos macios de Eren, sempre se perguntou como seria passar a mão naqueles fios e confirmou serem como plumas, mesmo com galhinhos de grama aqui e ali. O gosto de cigarro e álcool se misturou, Eren mordeu seu lábio inferior e Levi soltou um suspiro. Abraçavam os corpos um do outro e aprofundavam o beijo em uma disputa por espaço, Eren cessou e começou a distribuir selinhos no pescoço alvo de Levi.

Se segurou para não gemer quando se sentiu ser chupado por Eren, sua pele fina do pescoço ficou dolorida mais aquilo tudo era bom. Estar com Eren era bom.

Levi foi deitado no grama e iniciaram mais uma cessão de beijos lascivos, provocativos.

Quando se cansavam apenas ficavam olhando um para o outro, Eren estava deitado de lado e tinha a cabeça apoiada na mão, fazia um carinho no rosto de Levi, seu toque era tão leve que por vezes pensou que Eren o assemelhava a porcelana.

— A verdade é que eu estou apaixonado por você, Levi. Desde o momento em que te vi senti um calor no meu peito, e desde lá eu não consigo parar de olhar para você. — confessou com seu olhos vidrados, Levi apenas estava em silêncio escutando atentamente — Pensei que essa curiosidade era porque queria ser seu amigo, mas nessas semanas aprendendo a tocar guitarra, te ouvindo cantar e até mesmo me chamar de "cabeça-de-vento", percebi que não era amizade que eu buscava. Me desculpe por enganar você.

Levi soltou um riso nasal, olhava-o de cima e o cabelo longo de Eren quase alcançava seu rosto.

— Não me enganou. — respondeu — Eu sentia seus olhares em mim, no começo pensei que você só quisesse me provocar e que em breve estaria no meu pé me chamando de "bicha" ou algo assim, mas você continuou me olhando a distância. E naquele vez no Pop's quando te vi, meu coração quase saiu pela boca, ouvir da sua boca que meu sotaque era sexy foi o estopim. Naquele dia no banheiro e as aulas de guitarra que vieram a seguir, só confirmaram que eu estava apaixonado por você.

Eren não era alguém que chorava fácil, seus olhos estavam marejados e uma gota de lágrima ameaçava descer.

— Imaginar que você me aceitaria não estava nos meus planos. — falou Levi por fim

Se beijaram por mais algum tempo, seus corpos ficaram quentes e suas mentes gritavam por satisfação. Entraram dentro do carro ainda sem separar seus lábios, foram para o banco detrás e a cabeça de Levi ficou encostada no travesseiro.

No rádio tocava Etta James, At Last. A batida lenta do jazz era coberta por ofegares e gemidos, Levi agarrou o membro duro de Eren na calça e o mesmo arfou, se olharam de um jeito selvagem contrastando a letra romântica da música.

Levi pegou impulso e empurrou seu peito, sentou em seu colo e começou a se esfregar ali, sentindo a fricção da masculinidade de Eren entre suas nádegas, o mesmo apertou suas coxas de um jeito possessivo. A jaqueta de couro foi jogada em algum lugar assim como o restante das suas roupas, seus corpos livres se encaixavam como um sonho.

Eren sentiu Levi se afastar e se por de joelhos na sua frente, começou a esfregar a bochecha nas suas coxas de um jeito que o deixou louco e ansioso, gemeu baixinho quando finalmente sentiu aquela boca o sugar por inteiro, choques de prazer sendo enviados para o seu corpo, ser chupado por Levi foi melhor do que imaginou e aquilo nem tinha sido o súpero daquela noite fria, porém tão quente para os dois.

Eren alcançou o porta luvas e tateou dentro até achar um pacote de preservativo. Já havia feito aquilo e não achou que fosse tão diferente com Levi, o mesmo já estava em seu colo novamente, apertava seus ombros largos com força e se encontrava um pouco levantado, o suficiente para Eren adentrar seus dedos dentro dele. Gemia enquanto se sentia ser invadido e alargado, segurava o cabelo de Eren e puxava de vez em quando.

Após um tempo daquela forma, Eren finalmente desenrolou o látex no próprio membro rígido. Estavam ansiosos e com rostos rubros, se olharam por um tempo naquela posição.

— Está tudo bem?

Levi assentiu mordendo os lábios.

Gemeu alto quando ele o adentrou, Levi jogou a cabeça para trás agarrando seus ombros com mais força. Eren rosnou ao sentir o interior quente e apertado do outro, beijou seu pescoço e deixou mais alguns chupões.

Levi iniciou os movimentos, subia e descia de forma lenta, cavalgando e o enlouquecendo, Eren agarrou a carne farta de suas nádegas e apertou. Nunca se sentira desse forma com uma garota, nem com ninguém.

Levi foi o primeiro a quem se confessara e no mais profundo âmago de Eren, desejava que fosse o último.

Os movimentos ficaram aceleradas e a esse ponto Levi pulava em seu colo, havia baixado um pouco a cabeça para não bater no teto e no momento se beijavam com afinco. Eren o notou cansado e iniciou investidas de baixo para cima, Levi o encarou e sua expressão era ainda mais excitante, suas sobrancelhas finas erguidas em algo sôfrego banhado de prazer, Eren tinha o cenho franzido e os lábios entreabertos.

Não demorou para os dois se derramarem, seus corpos tremeram e suspiros saíram de suas bocas quando chamaram os nomes um do outro como se fosse o mais belo gracejo, gozaram ao mesmo tempo. Levi abraçou o corpo de Eren e o mesmo retribuiu, estavam esgotados mas ainda assim sorriram entre si de maneira apaixonada.

Se vestiram e pegaram as garrafas na grama, as marcas no pescoço de Levi ficariam visíveis pelos próximos dias.

— Posso te beijar na escola?

Levi desviou o olhar da estrada e o encarou no volante, os cabelos estavam presos em um coque mal feito e sua camisa azul estava amassada.

— Eu não tenho medo do que vão dizer. — continuou ele

Eren era destemido e isso não seria diferente com Levi, enfrentaria o que fosse para tê-lo junto de si, aquele calor no peito era mais do que frases de ódio, sabia que teriam um caminho difícil mas ver Levi ao seu lado naquele momento, cobria todo o preço do mundo.

Levi sorriu.

Era tarde da noite e um vento frio cobria a estrada, não se segurou e agarrou a mão de Eren. Seus dedos se entrelaçaram, seus corações estavam numa mesma batida. Aquele sentimento que perseguia Levi havia ido embora quando declararam estarem apaixonados, uma felicidade tomava conta do seu peito e era impossível não querer transbordar. Era o sentimento de liberdade.

Sob aquele olhar verde e ameno, Levi disse.

— Eu também não. Não mais.



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