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História Tales of a Flammable Love Story - Portgas D. Ace - Curativos


Escrita por: K1NGSL4YER

Notas do Autor


Oi, xuxus.
Antes de mais nada eu quero agradecer a todo o apoio que vocês tem me dado por aqui. Eu estou passando por um momento difícil na minha vida, mas, entre problemas em casa e o desanimo para tudo, eu encontro conforto nessa história e nos comentários tão gentis que vocês deixam nos capítulos.
Também peço desculpas porque acho que esse capítulo não está a altura dos outros. É muito difícil trabalhar o emocional da Nyx, ainda mais quando a minha própria cabeça está toda bagunçada, mas juro que dei o meu melhor para manter o padrão de qualidade da história, perdão se tiver algum erro.
Espero que vocês gostem do capítulo de hoje ❤️

Capítulo 29 - Curativos


Memórias de Nyx

Acordei com três batidas suaves em minha porta e demorei um tempo razoável para processar que não havia sido um sonho. Um breve olhar para o relógio me indicou que já passava das quatro e vinte da madrugada, mas a curiosidade por ter alguém me chamando àquela hora foi maior que a preguiça. Com alguma resistência, consegui deslizar para fora dos lençóis, caminhando até a porta arrastando os pés. Abri apenas o suficiente para espiar quem era o idiota que queria algo de mim no meio da noite, me deparando com a figura de Ace se impondo sobre a minha.

— Oi — murmurou, com um sorrisinho tímido nos lábios e as mãos nos bolsos.

Me segurando para não choramingar, fechei os olhos e inspirei fundo, sentindo o cansaço emocional pesar sobre meus ombros novamente. Eu estava exausta, completamente drenada e exaurida pelo que acontecera no dia anterior - não só a briga, mas as memórias de minha mãe também. Havia passado mais de uma hora chorando antes que o sono reivindicasse meu corpo e minha mente. Será que ele não podia me deixar descansar?

— O que quer, Ace? — Minha voz saiu rouca por conta do choro.

— Conversar — murmurou outra vez, em um tom tão manso que nem parecia o mesmo homem que havia estourado meus tímpanos aos gritos horas mais cedo.

— São quatro e meia da manhã — me recostei no batente da porta, sentindo que se não me escorasse em alguma coisa, acabaria dormindo em pé.

— Por favor, eu preciso falar com você.

— Não pode esperar até a hora de acordar?

— Não! Por favor, Nyx! — Seu tom suplicante me fez finalmente abrir os olhos.

Encarei seu rosto por alguns instantes, fazendo um esforço considerável para distinguir suas feições à luz tênue dos lampiões do convés. Ace estava visivelmente cansado, mas, acima de qualquer outra coisa, sua expressão gritava preocupação. As sobrancelhas franzidas, os lábios pressionados em uma linha fina, a postura ereta, tudo nele denunciava seu arrependimento. Eu sabia que ele estava ali para se desculpar, e por mais que estivesse emocionalmente esgotada, simplesmente não conseguia lhe negar o direito de se explicar.

Por isso, com um suspiro cansado, inclinei o corpo para o lado e abri mais a porta, permitindo que ele entrasse. Assim que Ace botou os pés no quarto, as velas se acenderam sozinhas, e esperei ouvir o estalido da cama quando ele se sentou para me virar na sua direção, escorando as costas na porta fechada. Mantive os olhos no chão e a cabeça baixa, sem muita vontade de me aproximar ou sequer encará-lo.

Pude ouvi-lo inspirar fundo e ver seu pé batucar rapidamente o piso de madeira antes de sua voz, ainda baixa e suave demais, preencher a cabine silenciosa:

— Me desculpa por ter dito aquelas coisas. Eu jamais pensaria aquilo de você, foi tudo da boca pra fora. Por favor, me perdoa.

E ali estavam elas. As palavras que eu passara o dia esperando ouvir, finalmente ditas em um tom tão penitente que fazia meu coração doer um pouquinho. O pedido de desculpas, curto e tímido, porém obviamente sincero, finalmente diante de mim. Entretanto, por que sentia tanta relutância em aceitá-lo? Afinal, não era isso que eu queria? Que razão me impedia de simplesmente aceitar e dizer que estava tudo bem? Ele não havia dito nada que eu já não soubesse, então por que era tão difícil encará-lo ou dizer qualquer coisa?

Quando permaneci em silêncio, Ace se remexeu em seu lugar na cama, fazendo-a ranger outra vez.

— Ah, Nyx, estou tão arrependido! Eu sinto muito.

Não consegui conter o grunhido de escárnio que saiu da minha boca. "Sentir muito". Eu tinha certeza de que, se ele soubesse o que se passava na minha cabeça, se tivesse alguma ideia de todos os sentimentos que se misturavam em meu estômago naquele momento, jamais faria uma escolha de palavras tão infeliz.

— Não sente — finalmente dei voz aos meus pensamentos, sentindo um gosto amargo na língua.

— Como assim? — Minhas palavras pareciam tê-lo deixado ainda mais desolado.

— Acredite, você não sente sequer um terço do que eu estou sentindo nesse momento — retruquei, por fim voltando o olhar na sua direção.

Ace arriou a postura, seus olhos alternavam rapidamente entre os meus, como se ele estivesse procurando alguma coisa neles.

— Me perdoa, por favor! Esqueça tudo o que eu disse e-

— Você sabe que não é tão fácil pra mim simplesmente esquecer — interrompi, em tom severo. Estava exausta demais para me importar em ser gentil àquela altura.

Em resposta, ele apenas me encarou em silêncio, o olhar culpado e a postura retraída, e por isso senti outro beliscãozinho no coração. Só naquele momento percebi como Ace era péssimo com as palavras, de cabeça quente ou não. Eu sabia que não era intencional, mas aquele não era um momento para ser tão descuidado. Independentemente de ser verdade, o que ele dissera me deixara magoada, e, acima de tudo, havia feito com que eu me sentisse traída. Porque realmente havia sido deslealdade jogar minhas inseguranças contra mim quando eu havia confessado tudo de coração aberto. Ace precisaria de muito mais do que apenas "esqueça o que eu disse" para se redimir.

Outra vez, deixei todo o ar escapar dos pulmões pela boca.

— Foi muito cruel da sua parte me dizer aquelas coisas depois de tudo o que contei a você, não interessa se foi pelo calor do momento — comecei, encarando-o nos olhos. — Tudo o que fiz foi tentar ajudar, e olha a forma como você retribuiu? Gritou na minha cara, me humilhou na frente de todos, me atacou da forma mais baixa que pôde e depois passou o resto do dia sem sequer olhar na minha direção — precisei fazer uma pequena pausa ao sentir um nó doloroso e se apertar em minha garganta. — Você não é idiota e sabia que estava errado, então não venha me pedir para simplesmente esquecer o que fez. Não é assim que as coisas funcionam.

— Você deveria ter gritado de volta! Retrucado daquela forma inteligente que só você sabe fazer! — Ace exclamou, sem elevar o tom de voz, apontando para o próprio peito. — Eu merecia isso! Por que não fez nada?

— Primeiro, se tivesse te humilhado ou feito qualquer outra coisa do tipo, perderia a razão e isso só nos levaria a uma discussão vazia, da qual ambos sairíamos machucados. Segundo, não me defendi das suas acusações porque sei que são verdade.

— Não! Nada daquilo era verdade! — Levantou-se da cama, balançando a cabeça em negativa. — Como pode dizer algo assim? Você sabe tudo o que eu penso sobre você!

— Será que sei mesmo? — Desviei os olhos para o chão, sem fazer questão de esconder o ressentimento em minha voz.

— Claro que sabe! Eu juro que nunca menti, você é a mulher mais forte que conheço! A mais inteligente e a mais incrível, e eu... — suas palavras morreram na garganta, e, como se tivesse de repente perdido as forças, sentou-se na cama outra vez. — Por favor, me perdoa, Nyx. Eu faço qualquer coisa, imploro de joelhos se for preciso. Posso até ficar pelo tempo que você quiser.

— Ficar? — Franzi as sobrancelhas em confusão. De que adiantaria ficar comigo? O sol logo nasceria no horizonte. — Olha, Ace, eu estou exausta, preciso dormir e...

— Não quis dizer nesse sentido. Você quer que eu fique? A expedição pode esperar até que esteja tudo bem. Não é justo te magoar e depois ir embora como se nada tivesse acontecido.

— E simplesmente vai ignorar suas respon-

— Estou pouco me fodendo para as minhas responsabilidades — Ace me interrompeu outra vez, me lançando um olhar significativo. — Você é muito mais importante pra mim do que qualquer outra coisa. Não vou conseguir me perdoar se simplesmente te der as costas agora.

Justo quando pensava que não aguentaria sentir qualquer outra emoção naquela noite, ele me provou o contrário da forma mais inesperada possível. Suas palavras lançaram uma corrente de adrenalina pelo meu corpo, e por um breve instante, ela foi capaz de atenuar todos os meus sentimentos negativos. Minha mente travou e a única coisa em que consegui pensar era se seria possível voltar no tempo e conferir se havia escutado direito, encarando-o com os olhos levemente arregalados em uma expressão de choque.

Por outro lado, se Ace percebeu o efeito daquela frase sobre mim, não demonstrou. Depois de aguardar alguns instantes em silêncio, baixou e balançou a cabeça, arriando a postura.

— Eu realmente sinto muito, Nyx. Estou tão arrependido que não consegui fazer nada além de me remoer desde que as palavras saíram da minha boca. Por favor, me perdoa.

Com isso, o meu estado de êxtase pela súbita declaração de Ace se dissipou, e, mais uma vez, senti a exaustão emocional me dominar quando uma pontada de remorso apertou meu peito. Ele evidentemente estava sendo sincero, o simples fato de ter batido à minha porta no meio da madrugada para se desculpar demonstrava isso de forma clara. Não havia mais sentido em continuar aquela discussão. Eu já havia dito como me sentia e ele pedira desculpas, não restava mais nada para se dizer.

Inspirei fundo, decidindo que perdoá-lo naquele momento seria a coisa mais justa a se fazer por nós dois. Finalmente poderíamos voltar a nos falar, eu não me sentiria mais carente e, por mais que suas palavras tivessem sido cruéis, não eram suficientes para apagar a lista interminável de coisas boas que Ace havia feito por mim ou os sentimentos maravilhosos que ele me proporcionava.

— Não precisa adiar nada — eu disse, fazendo-o erguer a cabeça. — Eu te perdoo, Ace.

— Você está mentindo.

— Perdoar nem sempre implica esquecer — esclareci, certificando-me de usar o tom mais suave que pude. — Eu aceito as suas desculpas, não quero estender isso por mais tempo.

Ace demorou um breve instante para processar minhas palavras, mas quando o fez, seus olhos imediatamente pareceram se incendiar. Seus ombros se endireitaram e os lábios se repuxaram em um sorriso contido, porém tão genuíno que me fez sorrir também. Ele timidamente abriu os braços, gesticulando com os dedos para que eu me aproximasse.

— Vem cá.

Caminhei até a cama, fazendo um esforço absurdo para não correr e me jogar em cima de Ace, e o abracei pelo pescoço. Quando seus braços envolveram meu corpo, senti como se tudo tivesse voltado ao devido lugar. Seu calor era reconfortante e a vibração das batidas de seu coração no peito era tranquilizadora. Eu não tinha percebido o quanto precisava daquele abraço - o abraço dele - até estar ali, rodeada por seus braços firmes.

Não sabia dizer exatamente quanto tempo ficamos daquele jeito, mas estava certa de que se passaram minutos inteiros antes de nos afastarmos, apenas o suficiente para encarar os olhos um do outro. Ace carinhosamente deslizou os dedos por minha bochecha, me oferecendo outro sorrisinho tímido ao dizer:

— Quer falar da sua mãe?

Assenti com a cabeça, sentindo o peito aquecer com gratidão. Pouco depois briga, fui preenchida por uma saudade tão intensa de minha mãe que passei o dia todo distraída. Eu queria tanto falar sobre ela que até mesmo escolhi sua história preferida para contar depois do jantar. Saber que Ace tinha a sensibilidade de perceber isso me deixou muito feliz.

Seu sorriso se alargou e ele se afastou, arrastando-se pela cama até poder recostar-se na parede, e me chamou para perto outra vez. Rapidamente, subi no colchão e engatinhei até ficar à sua frente, virando-me para me sentar com ele e escorar as costas em seu peito. Ace novamente me abraçou, apoiando o queixo em meu ombro enquanto tomei uma de suas mãos nas minhas, brincando com sua pulseirinha.

— Quantos anos você tinha quando aconteceu? — Murmurou suavemente.

— Quase seis. Foi no mesmo ano em que conheci meu pai.

— Como ela era?

— Eu tenho uma foto — estendi o braço até a cômoda e puxei meu livro, de onde tirei a imagem que usava como marcador. — Aqui. O Shanks que tirou essa, no meu aniversário de três anos. Estávamos no festival de outono de Athenas.

— Ela era muito bonita — Ace disse, delicadamente analisando a foto em meus dedos. — Não sabia que você e sua mãe eram tão próximas. Quer dizer, você falava dela, mas não tanto quanto de Shanks.

— É que as memórias dela são o meu maior tesouro. São sempre ternas, alegres e quentinhas, e revivê-las é algo que me deixa nostálgica de um jeito bom. Por isso costumo guardá-las pra mim — encolhi os ombros, guardando a foto no livro outra vez e devolvendo-o ao seu lugar. — Sabe, foi da minha mãe que herdei o gosto por histórias. Ela me ensinou a encontrar as lições escondidas nelas e a guardá-las no coração.

As lembranças de minha mãe contando a lenda da qual se inspirou para escolher o meu nome inundou minha mente, e sem querer deixei escapar um risinho. Toda vez que terminava a narrativa de Nyx, a deusa da noite, ela cantava uma canção que não tinha palavras, apenas sílabas desconexas e uma melodia estranha. Às vezes, enquanto executava as minhas tarefas de escriba, me pegava cantarolando essa música baixinho, e morria de medo de que alguém me escutasse.

— Também é culpa dela se eu vivo cantarolando pelos cantos. Ela tinha uma voz linda e me ensinou quase todas as canções que conheço hoje. Nós tínhamos essa música que cantávamos apenas uma para a outra, era tipo um código secreto. Ela cantava pra mim quando eu não conseguia dormir e eu cantava pra ela quando ela estava doente demais para sair da cama. Era como um mantra, nós cantávamos juntas e sabíamos que ficaria tudo bem.

Ace me ouvia atentamente enquanto eu tagarelava, com um sorrisinho satisfeito nos lábios. Eu estava distraída em meus devaneios e brincava com o cordão em seu pulso sem realmente enxergar o que estava fazendo, mas ele parecia não se incomodar.

— Quando ela ficou muito mal, cantei essa música todos os dias, e ela sempre sorria e dizia que eu tinha a voz mais bonita que a de uma sereia — senti o sorriso desaparecer lentamente do rosto, e minha voz começou a embargar de novo. — Só que da última vez, ela apenas me agradeceu, segurou minha mão e disse que me amava muito. E quando eu acordei no outro dia ela...

Não fui capaz de terminar aquela frase. As palavras desapareceram e foram substituídas por soluços silenciosos, e odiei aquela dor aguda e o vazio que tomaram conta do meu peito. Eu sequer sabia por que me sentia daquele jeito, por que a saudade decidira apertar tanto a ponto de me fazer chorar. Não queria isso. As memórias que guardava de Gaia eram felizes, por isso eu devia ficar feliz ao revivê-las. Sabia que era o que ela queria. Me sentia egoísta e fraca por estar tão triste.

— Eu sei que parece patético, que estou chorando sem sequer ter tido tempo de conhecê-la direito porque era muito nova, mas não é bem assim. Não sou como as outras pessoas, eu lembro de tudo. De cada palavra, cada história, cada momento que passamos juntas. Só que isso ainda é... tão pouco — disse, mais para mim mesma do que para Ace. — Eu queria ter mais para lembrar, mais pelo que rir e chorar. Queria ter passado mais tempo com ela, contar sobre o Arquivo, meu pai e vocês. Pedir seus conselhos e suas orientações. Mas não posso, nunca mais vou poder, e isso dói tanto.

Ace me abraçou mais forte quando cobri o rosto com as mãos. Sentia vergonha por estar chorando daquele jeito. Eu nunca fora chorona, não queria que ele pensasse que eu era frágil ou emotiva demais. Só que não conseguia me conter, não quando a dor era tanta que tornava minha respiração quase impossível.

— Não é patético, Nyx. Você a amava e tem todo o direito de sofrer por ela, não importa quanto tempo tenha passado — Ace murmurou em meu cabelo, claramente desanimado por não poder fazer muito para me ajudar.

Precisei de alguns minutos para conseguir me acalmar, inspirando fundo e me concentrando para afastar aquelas emoções negativas que se misturavam em meu peito e reviravam meu estômago.

— Desculpe por estar tão emotiva, isso raramente acontece — disse, limpando as lágrimas dos olhos e fungando algumas vezes. — Acho que é porque estou longe de Shanks há muito tempo.

— Não precisa se desculpar por nada.

— Obrigada — inclinei o corpo para o lado para poder encará-lo nos olhos.

— Eu que agradeço por compartilhar isso comigo — seus lábios se repuxaram em um sorrisinho torto.

Sorri de volta e funguei uma última vez, sentindo os olhos pesados e inchados. Por Deus, meu rosto devia estar horrível. Só de pensar no estado em que acordaria na manhã seguinte, senti um enorme desânimo.

— Ah, que merda, minha cara vai estar péssima pela manhã — fiz uma careta e esfreguei o rosto com as mãos.

Ace soltou uma risadinha.

— É com isso que está preocupada?

— Em parte, sim. Mas estou com preguiça de tomar banho ou buscar gelo. É só não sair do quarto até depois do almoço.

— Você não vai se despedir? — Ele tentou esconder, mas sua voz tinha um tom evidente de desapontamento.

— Já que está aqui, pensei que poderíamos fazer isso depois dessa conversa — expliquei, ignorando a pontada de culpa em meu peito. Simplesmente não queria me levantar antes de ter dormido no mínimo oito horas.

— Ah... — Ace acenou com a cabeça, desanimado. — Que horas são?

Estreitei os olhos para enxergar os ponteiros do relógio ao lado da porta.

— Cinco e quarenta.

— Então ainda temos vinte minutos. Tem certeza de que não quer que eu fique?

— Tenho, Ace, não se preocupe com isso. Já passou.

— Não acredito em você.

— Quer mesmo teimar comigo agora? — Lancei um desafiador na sua direção.

— Sim — retrucou, com um sorrisinho afetado no rosto.

— Como quiser. Estou cansada demais para retrucar — joguei a cabeça para trás, apoiando-a em seu ombro.

— Quer que eu saia pra você poder dormir?

— Não precisa — disse, desvencilhando-me de seus braços e me afastando. — Você é quentinho e macio, vou te usar de travesseiro. É o custo do seu perdão.

— Tudo bem, acho que não me importo em pagar esse preço — Ace riu quando gesticulei para que ele se ajeitasse mais para a esquerda.

Deitamos lado a lado na cama estreita, e apoiei a cabeça em seu braço estendido. Sem que eu precisasse pedir, ele apagou quase todas as velas do quarto, deixando o ambiente na penumbra. Fechei os olhos e me concentrei em ouvir as batidas calmas e fortes de seu coração, permitindo que o som me tranquilizasse e me ajudasse a dormir.

Ace permaneceu quieto, cumprindo sua função de travesseiro humano enquanto encarava o teto. Por conta do cansaço mental que todas aquelas emoções me haviam me proporcionado, deslizei para aquele estado entre a inconsciência e lucidez mais rápido que o esperado. Estava quase adormecendo quando senti Ace se mexer e o calor de seu corpo deixar o meu lado, seguido da sensação do lençol sendo puxado para cima do meu corpo.

— Te vejo depois, minha princesa — sussurrou em meu ouvido, antes de depositar um beijo na minha bochecha.

Foi última coisa que meu cérebro foi capaz de processar antes de se render ao sono.



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