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História Tales of a Uchiha - Chapter 44


Escrita por: MasterShigs e Saberus

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 44 - Chapter 44


Fanfic / Fanfiction Tales of a Uchiha - Chapter 44

Rin adentrou em Sunagakure há dois dias.

Uma das coisas que o mesmo reparou durante sua caminhada eram as construções da aldeia. Enquanto a edificação de Konoha era variada, em Suna tudo era de areia. Além disso, montanhas enormes protegem de todos os lados a aldeia, com apenas um caminho servindo de entrada e saída. E foi nesse único caminho que o mesmo reparou na guarnição. Imaginou que, qualquer movimento precipitado, seria o suficiente para que inúmeros guardas o atacassem. Seu maior problema era a falta de conhecimento das relações de Sunagakure com Takigakure, por isso imaginou que enquanto estivesse por ali devia se manter quieto ou, quem sabe, não arrumar confusão. A segunda opção era mais fácil do que parecia, já que o mesmo não era conhecido por começar os problemas… apenas terminá-los. "Estamos vivendo numa época de paz, mas não serei o culpado por causa de uma guerra" pensou em certo momento enquanto caminhava pela aldeia. 

Naqueles dois dias aproveitou para mudar suas roupas. Já estava cansado de receber olhares nos primeiros quarenta minutos caminhando por Suna, por isso ficou minimamente feliz ao encontrar uma loja de roupas. Ele alterou por inteiro suas roupas, exceto pelos aquecedores de pulso que foram presenteados por Yamanaka Misa. E depois de uma escolha qualquer de roupa, sentiu-se quando saiu da loja e não recebeu mais aqueles olhares de antes, ouvindo somente um "que garoto bonito" de algumas mulheres e homens, mas ele ignorava todos. Às vezes, Doro fazia questão de olhar para essas pessoas e emitir uma intenção assassina.

Agora, dois dias depois de sua chegada, o mesmo encontrava-se na casa de Kawaita Doro. Uma casa de dois andares, mas não tinha nada de tão interessante. O primeiro andar era da sala de estar com a cozinha, o segundo servia inteiramente como o quarto de Doro. 

Rin estava na cama da garota, mas não encontrou outra opção já que não havia outra cama. Sua atenção era no teto do quarto, suas mãos descansando atrás da cabeça por mais que houvesse um travesseiro para apoiá-la. Do seu lado direito, Doro dormia com roupas íntimas e com a ponta do polegar direito encostado suavemente nos lábios. O rosado engolindo em seco enquanto apertava um pouco as mechas da parte de trás de seu cabelo. "O que estou fazendo aqui? Meu objetivo é viajar sozinho, não ficar de brincadeira com alguém que conheço tão pouco" pensou, fechando seus olhos em seguida e respirando fundo antes de se sentar na cama e deixar que a coberta fina descobrisse parcialmente seu corpo, abrindo seus olhos e movendo o rosto para o lado direito, desta forma olhando para Doro que continuava descansando. "Eu precisava de um tempo sozinho, mas achei essa garota" pensou e abraçou suas próprias pernas antes de suspirar e levantar sua cabeça, voltando a olhar o teto do cômodo, mas isso não durou muito já que sentiu quando uma mão acariciou sua bochecha. Ele desviou sua atenção para Doro que ainda estava deitada, mas usava a mão direita esquerda para acariciar com gentileza sua bochecha.

— Quer contar sua história, Rakun? — Doro sussurrou aquela pergunta. Seu olhar revelava a preguiça que ainda sentia, mas parecia firme em sua decisão de escutá-lo pelo tempo necessário. Ela deu continuidade enquanto passava a mão pela bochecha dele. — Você está triste com alguma coisa. Fiz alguma coisa errada? —

— Não é você, Doro. Só tenho a agradecer pelos últimos dias. São meus problemas pessoais mesmo. — Rin sussurrou. Ele não percebeu como precisava de um carinho, mas abaixou sua cabeça um pouco mais para que sentisse a mão da garota em sua bochecha. — Ainda não te contei minha história, né? —

— Ainda não. — Doro sussurrou. Ela aproveitou para se sentar na cama, encostou seu ombro direito no esquerdo dele e levantou um pouco sua cabeça para olhá-lo.

— Porque age dessa forma comigo, Doro? — Rin perguntou. A alguns dias já estava querendo saber porque Doro agia daquela maneira, mas não tinha encontrado nenhum momento para fazer aquela pergunta. — Nos conhecemos há tão pouco tempo, mas age como se fossem anos. —

— Porque já havia aceitado minha morte naquela hora, Rakun. Sabia que era questão de tempo até que o veneno agisse para dar abertura aos escorpiões, mas então… você apareceu e com um soco derrotou um escorpião após o outro. — Doro contou, abaixando seu olhar por um momento, mas depois retornando sua atenção para o garoto ao seu lado. — Você me deu esperança ao dizer que cuidaria de mim quando acabasse. Senti essa fagulha de esperança, por isso alimentei até a transformar numa chama bem calorenta. Suas palavras e ações foram o que usei para alimentar essa fagulha. Então, quando acordei com vida e com você ainda me tratando… senti essa chama se intensificando e a esperança sendo substituída por outra coisa. —

— Eu posso não ser a pessoa que você está procurando para gostar, Doro. — Rin contou. Ele parou de abraçar suas pernas e as deixou retas na chama, olhou para as palmas de suas mãos. — Eu já gosto de uma pessoa. Ela está me esperando em Konoha… bom, eu acho que está… fugi sem avisar ninguém. —

Doro escutou em silêncio, mas não pareceu cabisbaixa com a informação. Ela só se mexeu e sentou no colo de Rin que a olhou com curiosidade, mas pronto para expulsá-la de onde havia se sentado. A garota foi mais rápida e levou as mãos aos ombros dele e o empurrou para trás, desta forma o deitou na cama. Rin sentia as bochechas se esquentarem. Aquela era a primeira vez que a garota agia daquela maneira. Ele olhou de relance para as mãos dela deslizando por seus ombros e seguindo para seus pulsos, mantendo a pressão para impedir qualquer movimento dele. Depois, olhou para ela que mantinha um olhar calmo.

— Não me importo quem você seja. Meu sentimento intenso será o mesmo, Rakun. — Doro sussurrou. Uma leve malícia surgindo tanto em seu olhar quanto nos lábios. — Conte a sua história. Eu quero conhecê-lo ainda mais. —

"Não importa quem eu seja?" pensou, levantando uma das sobrancelhas. Sua atenção retornou para a mão direita, depois para a esquerda. Sim, estava preso, mas poderia desfazer aquilo com um pouco de força. No entanto, não sabia se no processo machucaria a garota. 

— Contei para você sobre a superfície da minha situação… — Rin começou. Seus olhos se concentram nos olhos púrpuros da garota antes de dar continuidade. — ...fui criado por um casal de médicos. Os Katsuryoku. Não é um clã com destaque, não tem nada demais nascer entre eles, sabe? Mas fui criado com muito amor, aprendi muita coisa durante meu crescimento. — Rin pausou. Uma lágrima escorreu por seu olho esquerdo ao se lembrar dos rostos de seus pais.

Doro observou aquilo. Por isso, aproximou seu rosto e passou sua língua por aquela lágrima, quando terminou voltou a afastar seu rosto, mas manteve a atenção ainda nele.

— Continue… — Doro sussurrou.

— Mas na realidade… nasci um Uchiha. — Rin contou e mordeu os lábios. Se lembrou de Shukaku, que contou sobre o ódio em seu Chakra. — Minha mestra… a pessoa que me ensinou Ninjutsu Médico e me deu mais conhecimento do que eu gostaria… é minha mãe biológica. Meu mestre… que treinou meu físico por alguns dias… é meu pai biológico. Não fui criado por eles, mas só tenho a agradecer pelo tempo que me deram. —

Doro se surpreendeu. Dava para se contar a quantidade de Uchiha em apenas uma das mãos, mas muita gente — literalmente muita gente — acreditava que os dois últimos eram Sasuke e Sarada.

— Como descobriu? — Doro perguntou.

As mãos dela subiram para as mãos dele. Segurando-as, ou melhor, entrelaçando suas mãos. Seu olhar para o mesmo era calmo, não possuindo mais a malícia anterior. Ela enxergava a dor que o rosado sentia… criado num clã nada especial, mas nascido num quase extinto com formidáveis habilidades… ele não sabia qual família pertence. 

— Exame de DNA. Minha mãe biológica contou aos meus pais… e aí contaram para mim na noite em que fugi. — Rin respondeu. Ele se lembrou de como aquela tarde foi incrível, mas então a notícia que estragou sua noite.

— Perdi meus pais cedo. Tinham uma missão no deserto… e só foram achados semanas depois… inicialmente acharam que foi desidratação, mas então uma autópsia mostrou sinais de cortes. — Doro contou. Ela não precisava olhar para algumas áreas do corpo para saber que ali haviam marcas semelhantes. — Veneno da mesma espécie de escorpião que enfrentamos. Como éramos só nós três… não havia mais ninguém para ficar comigo. —

Rin ficou em silêncio. Desde que começaram a viajar juntos, Doro não contou aquela história. Ele sentia o peso das palavras da garota, imaginou que relembrar o acontecido era como cutucar num ferimento fundo. A sensação dolorosa era familiar por causa da morte de seus amigos. Ele removeu suas mãos das mãos de Doro, e as moveu até atrás da cabeça da garota e a puxou para mais perto de si. Desta forma, abraçou a garota e gentilmente acariciava sua cabeça. O rosto da garota descansava casualmente em seu ombro esquerdo.

— Meu problema é idiota se pensar pelo seu lado, Doro. Me desculpe. — Rin sussurrou. Ele fechou seus olhos e continuou acariciando o cabelo da garota. — Deve ter sido difícil crescer sem ninguém. —

Doro não respondeu. Na realidade, a mesma moveu sua cabeça para cima, mas bem pouco. Desta forma, manteve um contato visual com o rosado. Seus olhos púrpuros se concentraram nos esverdeados, e vice-versa. 

[ ۝ ]

"Minha mão está doendo" Misa pensou, levando seus olhos azuis para a mão direita coberta por bandagens, tremendo um pouco enquanto segurava uma bandeja com alguns pratos de petiscos e xícaras de chá para algumas mesas. A Yamanaka sentia a dor crescente de sua mão desde o dia em que começou a segunda etapa da incrível técnica, mas não achava que a mesma pioraria. Não até o dia anterior em que experimentou a terceira etapa e sua mão ficou com queimaduras de Chakra. A loira mordiscou seus lábios para ignorar uma pontada inesperada de dor, por causa disso se distraiu o suficiente para escorregar. Ela só olhou para as coisas caindo, mas então… uma figura deixou o assento. 

Era um garoto de cabelos negros longos e presos por um rabo de cavalo, olhos serenos — distantes, concentrados — azuis como os seus, porém mais escuros… como se fosse o mar. O desconhecido trajava camisa de manga longa escura, calça escura e um cinto branco com bandagens cobrindo seus tornozelos e, por fim, sandálias com abertura para seus dedos. 

O desconhecido sabia como deveria se movimentar. Num piscar de olhos, a bandeja não estava mais na mão de Misa, mas agora na mão esquerda do estranho que inclusive usava sua mão direita para impedir a Yamanaka de cair, aconchegando a mesma o mais perto possível dele. Misa olhou para o quieto rapaz a levando por alguns metros, como numa dança, girando-a e pegando um prato por vez no ar antes que caísse e a comida estragasse. O estranho foi capaz de pegar tudo, até pedaços que saiam dos pratos e estavam no ar ainda, mas obviamente que evitou tentar salvar as xícaras de bebida já que não tinham mais salvação. O desconhecido habilmente desviou de uma poça recente de chá, soltou Misa, mas a empurrou para o assento disponível...o mesmo assento que ele estava antes de agir. Então, ele parou no momento em que a última xícara de chá caiu no chão e conseguiu pegar o último prato de batatas fritas. Sua mão direita descansou nas costas enquanto curvava seu corpo numa reverência suave para as pessoas que assistiam, as mesmas pessoas que acreditaram que a garota derrubaria tudo nos primeiros segundos. O estranho olhou em volta enquanto expressavam nada além de calma, demonstrando perfeitamente por seus olhos azuis… o mar antes da tempestade. Era a melhor forma de descrever aqueles olhos. 

Misa saiu da cadeira e olhou o chão cheio de xícaras quebradas e sucos derramados, mas depois olhou para o estranho que levava os pratos para as mesas certas. "Eu não vi ele chegando" pensou. Não era capaz de esconder a surpresa. Se aquele rapaz sabia onde levar os pratos, deveria estar por lá a algum tempo. "Eu não vi ele em momento algum… ele apagou completamente sua presença e seu Chakra" pensou novamente, mas retornou sua atenção para as pessoas do restaurante.

— Me desculpem. Suas bebidas estarão prontas em alguns minutos. — Misa comentou.

Misa não cometia erros como aquele, mas conhecia bem o motivo: a dor na mão. Ela imediatamente se afastou, regressando para o balcão e preparando novamente os chás pedidos. Ela só subiu seu olhar uma única vez. Que foi para ver onde o desconhecido estava. "Voltou para a mesa…" pensou, o observando com os braços postos na mesa e olhando para o lado de fora do restaurante. 

Devagar começou a levar as bebidas. E quando não tinha mais nada a entregar, se aproximou da mesa em que o desconhecido estava e curvou seu corpo o suficiente para conversar com ele.

— Obrigada pela ajuda de agora a pouco. — Misa sussurrou, mas deu continuidade enquanto fechava suas mãos. — Posso saber seu nome? —

O estranho não respondeu. Nem mesmo a olhou. Ela imaginou que o mesmo não estava afim de responder, ou era surdo ou não queria mais aquela atenção. Qualquer uma dessas coisas. Ela não estranhou já que muitos clientes costumavam ser assim, por isso aproveitou aquele silêncio para se afastar.

— Dante… — O estranho se apresentou no momento em que a garota se afastou. Sua voz não passava de um sussurro, mas audível o suficiente para que a garota o escutasse.

[ ۝ ]

Rin conseguiu agir. Ele passou a abraçar Doro pelas costas, mas aproveitou disso para jogá-la para o lado, onde a mesma devia ter ficado desde o princípio, e depois saiu da cama e cruzou seus braços.

— Obrigado por compartilhar sua história, Doro. — Rin comentou. Ele nem mesmo olhou para a cama quando saiu dela, seguindo para o banheiro. 

— Posso tomar um banho com você, Rakun? — Doro perguntou. A malícia retornou para sua voz enquanto se sentava na cama e abraçou suas pernas. Não se importando que vestia roupas íntimas. — Quem sabe, podemos fazer algo mais divertido no banho? —

— Garota precoce… — Rin sussurrou. Seu olhar fica mais sério antes de entrar no banheiro. — ...a resposta é "Não". Para as duas perguntas. —

"Pervertida…" pensou no momento em que fechou — e trancou — a porta do banheiro. Ele se despiu e seguiu para o chuveiro e jogou água gelada em seu corpo. Depois de tanto tempo num maldito mar de areia escaldante, a água gelada era sua favorita. Quem sabe, poderia até mesmo preferir a estação do inverno depois dessa pequena aventura? Ele suspirou antes de formar uma concha com as palmas das mãos, encher de água e jogar em seu rosto e depois coçou seus olhos. E olhou para o lado direito… ali havia sabonete, shampoo e um espelho e ele observou como seu rosto estava tão acabado. 

— Esse é o rosto de um Katsuryoku ou de um Uchiha? — Rin sussurrou para ninguém em particular… mais para si mesmo. Ele continuou olhando no espelho enquanto a água gelada escorria por seu corpo. — Como eu seria se fosse criado como um Uchiha? Eu ainda seria eu? —

Ele perguntou. Devagar sua mão direita se fechou em punho. Sua expressão estava cada vez mais acabada. Ele então levou seu punho para o espelho com total intenção de quebrá-lo, mas parou a centímetros disso acontecer e abriu sua mão e encostou sua testa no espelho. Ele fechou seus olhos por alguns segundos, mas os abriu quando ouviu uma batida na porta.

— Que foi, Doro? — Ele perguntou.

— Ahn… acho que não te avisei, Rakun… — Doro começou a falar. — ...mas me encontrei com uma pessoa enquanto fazia as compras ontem… e contei que você era um ninja médico experiente. —

"Por isso ela demorou para voltar ontem?" ele pensou, mas não deu a mínima. A casa era de Doro, a vida era dela… ela poderia demorar o quanto quisesse.

— E? — Ele perguntou.

— Acabei de voltar da porta. — Doro contou, mas deu continuidade. — Há uma emergência no hospital. E está faltando ninjas médicos. —

Doro ficou em silêncio. Ela até pensou em chamar por Rin novamente, mas a porta foi aberta e o garoto saiu do banheiro com a toalha em volta de seu corpo ainda molhado. Ele só olhou para a garota que ficou envergonhada, mas ignorou e passou por ela, seguindo até o armário em que suas roupas novas — de Sunagakure — ficavam. Ele não se importou quando jogou a toalha e vestiu a cueca box e depois algumas roupas novas. Quando terminou de se vestir, olhou para Doro que terminava de se aprontar. Enquanto Rin vestia um colete marrom e preto — 70% marrom escuro e 30% preto — com um zíper para o abrir, os aquecedores de pulso — pretos — uma calça marrom clara com sandálias escuras com abertura para os dedos e, por fim, um pano longo que descia além dos joelhos, Doro usava uma camisa preta com a manga até os cotovelos, uma calça escura e por cima um vestido marrom claro com gola em "V" e suas habituais sandálias, seu cabelo estava preso por um rabo de cavalo. 

— Você está elegante, Rakun. — Doro comentou e foi encurtando sua distância com o rosado.

— Agora não… — Rin comentou, mas deu continuidade ao olhar para a janela do quarto e deixá-la aberta. — ...venha. —

— Ahn? — Doro sussurrou.

Rin resmungou, mas se aproximou da garota e a pegou em seu colo, não se importando quando a mesma envolveu seu pescoço com os braços. O rapaz correu em direção a janela com a garota em seus braços e saltou, sequer se importando quando a mesma emitiu um grito.


Notas Finais




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