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História Tamara - Desconfianças


Escrita por: CRIS75950

Capítulo 18 - Desconfianças


E assim, os dias passaram. Durante a noite, Tamara dormia mal. Tinha pesadelos horríveis com o frei Emílio e com Daniel ao mesmo tempo. O dia do seu noivado estava próximo. Daniel se gabava de seu casamento para os amigos.

-Você tem muita sorte, Daniel.-disse um de seus amigos.-Vai se casar com a moça mais linda de vila Mariana.

-Eu disse que iria conquistá-la primeiro.-disse com seu ar soberbo.

-Realmente você tem muita sorte. Eu sempre desejei me casar com Tamara.

-E eu também.

-Sinto muito, amigos. Mas eu venci essa disputa.

Todos riram juntos. Diogo que passava por ali, não suportou a ironia daqueles jovens egocêntricos e hipócritas.

-Conseguiu o que queria, não?-disse Diogo encarando Daniel.-Agora está se vangloriando por ter convencido o delegado a lhe dar a mão da filha.

-Pois é...-disse Daniel com ar de deboche.-O delegado sabe que eu sou o melhor partido da vila. E até porque, meu pai e ele são amigos há muitos anos.

-Tamara não ama você.

-É mesmo? E quem ela ama? Você?

Todos caíram na gargalhada. Nesse momento, Julian aproximou-se e fitou Daniel furiosamente.

-Já está comemorando tão cedo?

-Ora, vejam...-disse Daniel.-O meu futuro cunhado chegou.

-Eu não serei o seu cunhado.

-Como não? Eu me casarei com a sua bela irmã.

-Deus queira que isso nunca aconteça.

Daniel simplesmente riu e disse:

-Ora essa, Julian. Nós sempre fomos bons amigos.

-É claro....Tão amigos que eu até já cheguei a lhe partir a cara ao meio!

-Mas isso foi há muitos anos. Nós éramos crianças.

-Eu sei. Mas ainda assim, você me enoja.

-Me enoja ou tem inveja?

-Inveja? E porque eu teria inveja de um verme feito você?

-Por que eu sou filho do prefeito. E você, de um simples e reles delegado que se submete às ordens do frei inquisidor.

Tomado pela raiva, Julian desferiu um violento murro no rosto de Daniel que cambaleou para trás.

-Nunca mais ouse falar de meu pai!-exclamou entre dentes.-Seu verme desprezível!

-Espere, Julian!-disse Diogo segurando-o pelo braço.-Não vale a pena bater nele. É um idiota que não sabe o que diz. 

Antes de ir embora dali, Daniel falou enraivecido:

-Vai me pagar por isso, Julian!

Daniel e sua corja de amigos foram embora. Julian o seguiu com o olhar e murmurou:

-Filho da mãe...

-Esqueça ele, Julian. Daniel sempre foi um rato insignificante.

-Não quero que esse desgraçado se case com a minha irmã.

-E por falar na sua irmã, você precisa saber de uma coisa...

-Do que?

-Eu acho que o inquisidor Emílio está interessado nela.

-Sim, eu também já percebi. Ultimamente ele têm aparecido muito em nossa casa. E está sempre elogiando Tamara. Não estou gostando nada disso. Essa aproximação me incomoda.

-Eu não o suporto. Desde o primeiro momento em que o conheci na igreja.

-E eu também não. É um maldito abutre, tão desprezível quanto o filho do prefeito.

-Deus queira que ele não esteja apaixonado pela sua irmã.

-É bom mesmo. Porque se estiver, eu o matarei com o próprio crucifixo!

-Não precisa exagerar, Julian. Apesar das circunstâncias, o frei inquisidor é um sacerdote eclesiástico.

-Está bem, eu sei que exagerei um pouco. Mas não posso deixar de me indignar.

-Eu sei. Também estou indignado.

-Você ama a minha irmã, não ama?

-Sim. Eu a amo desde criança. E sempre vou amá-la.

-Pois eu prefiro que ela se case com você. Sempre fomos grandes amigos desde garotos.

-É muito bom ouvir isso. Mas eu nunca poderia dar uma vida digna com conforto a ela. Sou apenas o sobrinho do padre e coroinha da igreja.

-E o que isso importa? Você é digno, honesto e de bom caráter. É isso que realmente importa. Não é necessário ser rico ou ter posses. Além do mais, Tamara não é e nunca foi apegada ao luxo. Minha irmã é uma moça simples, sabe muito bem disso.

-É claro que eu sei. Mas é que...bem, eu gostaria de poder dar tudo o que ela merece.

-Minha irmã merece amor. Pois o amor é a maior riqueza que existe.

-E se o inquisidor estiver mesmo apaixonado por ela? O que poderá acontecer? É bem possível que ele abandone o hábito.

-Talvez. Mas, que Deus me perdoe, se ele ousar encostar em um fio de cabelo dela...eu juro que o matarei de qualquer maneira! Posso até ser condenado pelo tribunal do Santo Ofício, mas jamais permitirei que esse abutre toque na minha irmã. 

E assim, Julian e Diogo decidiram ficar atentos aos passos do frei inquisidor. 




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