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História Tarde de Outono - THE8 (Seventeen) - 002; século XVIII


Escrita por: Zero_Twoo002

Notas do Autor


Peço perdão pelos erros, estou desmaiando de sono e não terminei de revisar. Mil desculpas.

Espero que gostem do cap 2. Amo vocês!

Capítulo 2 - 002; século XVIII


Acordo no dia seguinte por volta de umas 6:15hrs graças ao som do despertador, levanto-me e vou até a janela de meu quarto, abrindo-a e observando as poucas pessoas que passavam por ali, grande parte delas vão ou para a escola, ou para o trabalho. Engraçado pensar em como a vida consegue ser tão clichê que você pode até mesmo julgar e acertar como é o cotidiano de uma pessoa, nada muda, a maioria deve acordar entre às 5:30hrs ou 6:00hrs, se arrumam, comem, se higienizam e saem de casa. 

 Saio do quarto me espreguiçando e olho ao lado. MingHao também acabara de sair do quarto e bocejava ainda sonolento, eu esqueci que ele estava morando aqui; o garoto, assim que me viu paralisou, olhou para si mesmo e correu para dentro do quarto novamente. Ele estava sem camisa. Sorri com sua atitude engraçada e fui para o banheiro, fiz minhas higienes e me dirigi novamente para meu quarto. Já vestida com uma calça jeans clara, camiseta branca e um grande casaco bege, fui para a sala e peguei minha mochila e notebook, me preparando para sair. Enquanto calçava minhas botas de cano baixo em frente à entrada, notei o chinês se aproximar e colocar seu All Star, se levantou e olhou para mim, abri a porta e ambos fomos para fora, seguindo caminho ao ponto de ônibus. 

 Todo o caminho foi silencioso, não tinhamos o que falar, nem sequer olhávamos um para o outro, era estranho tudo o que aconteceu durante as últimas 12 horas, muito repentino. Quando o ônibus chegou, subimos e sentamos ambos em lugares diferentes, distantes um do outro; pluguei meus fones no celular e continuei o caminho a cantar baixinho e observar a rua, apenas em meu "pequeno mundo".

 Já perto do ponto que ficava em frente à faculdade de Artes, eu e o garoto chinês nos levantamos e esperamos as portas traseiras abrirem para que pudessemos descer do automóvel, logo que o fazemos, caminhamos, juntos e lentamente até a entrada do grande prédio, e mesmo lá dentro, continuamos a andar um ao lado do outro. Quando chegamos na divisória de corredores nos separamos e despedimos com um aceno de mão, ele foi para o lado direito, a ala de dança e eu, para a esquerda, a de música. 

 Logo as aulas passaram, como sempre, tudo muito monótono, já marcava 10:00hrs e eu me dirigia ao refeitório. Nessa manhã eu estava sozinha já que TaeHee resolveu ir fazer um piquenique com JeongHan no meio do campus. Me pergunto se eles estão indo bem, já que o namoro deles parece ser mais uma fachada do que um romance real. Ambos são muito pouco amorosos e carinhosos um com o outro, nem parecem se gostar. Fui até a cantina e peguei minha comida, em seguida fui à procura de uma mesa e, coincidentemente, vi MyungHo sozinho, me aproximei dele e sentei-me ao seu lado.

 — Annyeong, MyungHo-ssi! — disse com um sorriso, vendo-o olhar para mim e sorrir mínimo, logo respondendo: — Bom dia, YeonHa-ssi.

 — Por que está sozinho?

 — JeongHan saiu com a namorada para algum canto, o pessoal que eu ando da rádio foi almoçar em um restaurante aqui perto e JunHui sumiu. — diz prestando atenção na comida e suspirando logo em seguida. — E você? 

 — TaeHee foi com o teu amigo para "algum canto", minhas amigas estão sentadas com os garotos popularzinhos, o pessoal da rádio foi almoçar fora e de amigo disponível me restou você. 

 — Então na sua lista de amigos eu sou a última opção? — ele faz uma expressão de decepção. 

 — Yah! Para, não és, mas também, eu nem na tua lista de amigos estou! — me emburro e começo a comer minha comida.

 — Claro que está! 

 Do nada um silêncio se fez presente, continuei a comer e, assim que termino, olho para o menino e lhe chamo a atenção. 

 — Hey! Sou sua amiga, não?

 — Ne. — o garoto me olha confuso com a repentinidade.

 — Então, posso lhe chamar de MingHao?

 O moreno ficou estático, não sei se essa pergunta lhe ofendeu ou algo do tipo, mas eu queria me aproximar dele, afinal, estamos morando juntos, ao menos deveriamos ser bons amigos.

 — Pode... sim... — ele diz, enfim, soltando um sorriso um tanto tímido, tornando notável suas bochechas pouco avermelhadas.

 Sorrio por ter conseguido ao menos dar um pequeno passo na nossa pequena e nova amizade, podê-lo chamar pelo nome real a qual ele deve amar muito é uma grande conquista e acredito que, ao menos um pouco, ele deve ter se sentido feliz com isso. Eu e MingHao permanecemos conversando ate dar o horário de adentrar às salas novamente, nos despedimos e fomos cada um para seus cursos, continuando a estudar. No final das aulas, eu e TaeHee seguimos para o lado de fora do campus e ficamos esperando pelo ônibus, logo um garoto se senta ao meu lado e meu instinto curioso me faz e o olhar. Era o chinês. 

 O menino estava tão quieto que nem me atrevi a incomodá-lo, e também, o ônibus acabara de chegar. Nós três subimos nele e sentamo-nos, eu estava junto de TaeHee e outra vez  MingHao sentou-se longe. Quando nos aproximamos do ponto que ficavam perto de meu condomínio, me levantei e aproximei-me da porta de saída, o automóvel parou e desci do mesmo. O moreno, que vinha logo atrás de mim suspirou e chamou-me pelo nome, logo indagando-me pela senha de casa, já que agora morava com minha pessoa; disse a ele o código da porta e ele anotou em seu celular. Adentramos o apartamento e depois que tiramos nossos sapatos fomos cada um para seu quarto, banhamo-nos, comemos, fizemos nossos trabalhos e fomos dormir.

 Quando abri meus olhos, percebi que não me encontrava em meu quarto, era um lugar com bastante vegetação, altas árvores e muitos pássaros cantando. Olhando mais fundo na floresta pude enxergar umas casas simples e de estilo chinês-antigo, fui caminhando até elas e avistei uma senhorinha a cuidar de seu jardim, ela vestia um oshen-i (traje casual para pessoas comuns do tempo imperial chinês) e cantarolava algo em mandarim. Chamei sua atenção com um assobio e ela se assustou, me olhando surpresa, assim que se acalmou, sorriu dócil e com sua voz calma, se pronunciou: 

 — Nǐ hǎo (olá)! — sem entendê-la, sorri e repeti o que a senhora dissera — Mílùle ma (está perdida)?

 — Mianhae, ahjumma (me desculpe, senhora)eu não entendi. — ela fez uma cara de questionamento, aparentando não entender coreano e me observou de cima a baixo, logo reparando em minha roupa, que nem mesmo eu havia reparado. Eu usava algum tipo de hanbok (traje tradicional coreano) antigo, tinha um tom azulado e detalhes prata. A senhorazinha deu um pulo para trás e gritou: — COREANA!!! — a única palavra que dela saiu a qual eu entendi, e aparentemente, o fato de eu ser o que ela gritou não era muito bom onde eu estava, seja lá onde era.

 Dois homens de aparentemente 30 anos, e um idoso saiu da casa correndo ao encontro da ahjumma, eles me olharam com um certo "nojo" e os mais jovens vieram ate mim, pegando-me os braços e levando-me para dentro dos aposentos. Saíram – ainda puxando-me pelos braços – pelas portas da frente e lá começaram a gritar em mandarim: — Guardas! Guardas!!! Invasor! — e em seguida, não demorou muito para que quatro homens vestidos com roupas aparentemente pesadas e muito diferentes das dos "camponeses" aparecerem, me agarraram com certa brutalidade e começaram a caminhar rapidamente pelas "ruas" daquele lugar. Onde passávamos, observei os olhares das pessoas que ali residiam, eram olhares julgadores, de nojo, de espanto e medo. Afinal, o que eu fiz? Algo aconteceu? Por que disto tudo? 

 Logo nos encontrávamos de frente ao portão de um enorme Palácio Imperial, e ele era lindo. Os homens me levaram para dentro do local e me jogaram ao chão assim que chegamos à um salão enorme, onde havia apenas um grande trono sobre um altar e rodiado de cortinas; ouvi passos ecoarem em um dos corredores, estava me levantando quando vejo os pés que faziam barulho pararem à minha frente. Sem coragem, apenas senti o arrepio passar por todo o meu corpo e em seguida, a pessoa pronunciar-se:
 
 — Levanta-te. — eu conhecia esta voz, conhecia bem, ouvia-a toda segunda, quarta e sexta. Xu.

 Olhei para cima e pude confirmar, era ele, Xu MingHao, trajando uma deslumbrante Hanzhuang de cor vermelho-escuro, sua face era séria e o mesmo tinha seu cabelo amarrado em um coque e uma faixa ao redor de sua cabeça. Me levantei e encarei-o, ele que suspirara antes de voltar a dizer:

 — Teu nome. 

 — Quer saber o meu nome? — perguntei sem entender.

 — Não, o de meu soldado. — respondeu com pouca paciência mas muito sarcasmo. 

 — Ah...

 — Me diga logo seu nome! — elevou mais sua voz em quase um grito, o que deu para entender que era para mim.

 — Kang YeonHa. — respondi com um certo medo de levar um tapa da pessoa em minha frente, ele estava furioso e ele ficara assim de uma hora para outra. 

 — De onde és? 

 — Seoul, Coréia do Sul. 

 — Coréia do Sul?

 — Ne... 

 — A Coreia se dividiu, por um acaso? Por que isso ocorreu? — questionou um pouco curioso, já mais calmo e caminhando para seu trono.

 — Sim, na Guerra Fria...?

 — Guerra Fria? Quando foi isso? 

 Suspirei ao ver que ele não sabia sobre os acontecimentos a qual citei, e isso faz eu me perguntar, por quê? E o que ele é? 

 — Quem é você? — desta vez eu perguntei.

 — Não sabes quem sou? Tosca. — debochou.

 — Não, quem és? Onde estamos?

 — Xu MingHao, imperador da China e filho de YongZheng. Estamos no Palácio XuYong em plenos séculos XVIII.

 — Conta outra! — começo a rir descontroladamente do que o maior acabara de dizer.

 — Está a rir-se de minha face?

 — Sorry, não foi a intenção. Mas sério, MyungHo, me leve para casa, preciso ir para a faculdade e você também. Aliás! Você que colocou essa roupa em mim? Seu tarado!!! Ande, pare de brincadeira! — eu já me encontrava um pouco mais alterada pela brincadeira que o garoto estara a "pregar" em mim.

 — Não sejas tola. Não ouse usar um nome coreano para se referir a mim, sou Xu MingHao! O que é faculdade? E não, por que eu que colocaria essa roupa horrenda em um troço horroroso como tu? Acabei de ver-te pela primeira vez. És deveras louca, terei de prendê-la, e assim, talvez também aprende a respeitar-me! — ele levantou-se zangado e fez um sinal de mão ao guarda – e eu sabia quem esse homem era, o veterano Jun, ele era guarda do MingHao? – entretanto, antes mesmo d'ele se aproximar de mim, senti meu corpo ficar pesado e eu caí no chão.

 Quando fui abrir meus olhos novamente, já havia voltado ao meu quarto, notando que nada daquilo havia acontecido de verdade. Me levantei, fui para o banheiro, depois para a cozinha preparar o café da manhã e me alimentar, depois, fui ao meu quarto, me arrumei e escovei meus dentes. Quando estava indo pegar minha bolsa, vi MingHao sentado na mesa comendo, o que me fez lembrar do sonho, a qual o garoto estava deveras arrogante. Peguei a mochila, calcei os meus tênis e esperei pelo chinês, que logo apareceu atrás de mim, calçou-se e saiu comigo à caminho da faculdade.

 Pegamos o ônibus normalmente, trocamos uns papos ou outros que morriam rápido do caminho do ponto de ônibus até a entrada dos departamentos e nos despedimos, seguindo cada um para sua respectiva sala. Sentei-me ao lado de TaeHee que mantinha sua cara de sono e a cumprimentei. Conversamos um pouco no início das aulas antes do professor entrar e depois ficamos quietas até o horário de intervalo.

 — E então, o que te deu? — indagou a maior, curiosa sobre o fator que deixei escapar mais cedo na sala.

 — Essa pode ser a coisa mais louca que eu vou te contar, mas, em meus sonhos, o MyungHo é um imperador no século XVIII e usa seu nome de verdade, o chinês, sabe? Ele diz com orgulho que se chama Xu MingHao. — conto para TaeHee animada. Eu deveras queria que o garoto usasse seu nome real na faculdade, mas por ser, mesmo que pouco, intimidado pelo motivo de ser chinês, prefere fazer uso do nome coreano. — E sabe quem estava ao lado dele como seu "braço direito"? — faço aspas com as mãos ao dizer as últimas palavras. — O Jackson! Cara, eu nunca surtei tanto com um sonho. Foi tanta emoção lá que do nada ficou tudo escuro e acordei de volta nesse mundo. — termino minha narração. 

 

 — Calma! Tu disse que sonhou com o Xu MingHao? Ele era um imperador? 

 

 — Sim, sim. Um imperador chinês! — exclamo.

 

 Ela começa a gargalhar da maneira mais escandalosa possível, se acalmando aos poucos e logo dizendo: — O que tomou antes de ir dormir, menina? Tu foi para o século XVIII e conheceu o teu amigo, só que ele estava usando seu nome real e era um imperador? E, além de tudo, como o "braço direito" dele estava o veterano Wen? — interroga debochando.

 

 — Exato!

 

 — Vem cá, tu tem algum fetiche em imperadores e chineses?

 



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